O que Jerusalém tem a ver com Atenas? Já foi questionamento filosófico que rendeu muita discussão. Agora, no século 21, o que Aristóteles tem a ver com Darwin? Nada, dizem os aristotélicos e darwinistas mais ortodoxos. É igual à proposição "Todos os cisnes são brancos". Ela somente é verdadeira enquanto não acharmos um cisne preto...
O que dizer então de Richard J. Cameron??? Ele é estritamente aristotélico (alguém que acredita em causas finais) e, pasmem, estritamente darwinista.
Um ponto que Cameron elabora na sua tese de doutorado, TELEOLOGY IN ARISTOTLE AND CONTEMPORARY PHILOSOPHY OF BIOLOGY: AN ACCOUNT OF THE NATURE OF LIFE, é que aceitar a emergência é perfeitamente compatível com as variedades mui fortes de redução:
Again, however, emergentists need not fear and may positively endorse the search for this type of a reductive account of emergent novelties. They may affirm the existence of causal correlations between basal conditions and emergent properties strong enough to support the formulation of laws and theories that microcausally explain the emergence of emergent novelities. Nevertheless, there remains clear sense to the emergentist’s claim that having a well confirmed explanatory theory of how Xs give rise to Ys does not entail that Ys are ‘nothing over and above’ Xs. Ys may still constitute a genuine - and in a sense still to be defined an irreducible - addition to the ontology of the world conceived only in terms of the Xs (p. 269).
PDF gratuito da tese de Cameron aqui. [1.27 MB]
Tirando o chapéu para Barry Arrington.