Membro de tribo de Nova Guiné processa New Yorker
em 28/4/2009
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A briga de Wemp agora é contra Diamond. Ele abriu uma ação na Suprema Corte de Nova York, pedindo US$ 10 milhões da Advance Publications, editora que publica a New Yorker, alegando que a reportagem o acusou falsamente de "séria atividade criminal" e "assassinato". Isum Mandigo, que segundo Diamond teria sido o responsável pela morte do tio de Wemp e teria ficado paralítico após ser atingido por uma flecha, também entrou no processo contra a editora.
Prêmios e uma dúvida
Diamond já ganhou diversos prêmios, como o Pulitzer, a Medalha Nacional da Ciência e o "gênio", da Fundação MacArthur. No entanto, nem tudo são flores no currículo do professor de geografia e fisiologia da Universidade da Califórnia e autor de vários best-sellers. Rhonda Roland Shearer, diretora de um laboratório de pesquisa de Nova York, escolheu o caso como tema de um estudo que será divulgado em um projeto de ética e mídia. Para checar os fatos apresentados por Diamond em sua matéria, Rhonda enviou pesquisadores para Nova Guiné e entrevistou 40 antropólogos, concluindo que os dados eram falsos.
Alexa Cassanos, porta-voz da New Yorker, e Diamond não quiseram comentar o caso, segundo noticiou Dirk Selei [Forbes, 21/4/09]. Alexa disse apenas que a revista corroborava a história de Diamond. O artigo não está mais disponível no sítio da revista. Para complicar ainda mais o caso, Wemp teria dito aos pesquisadores de Rhonda que a reportagem de Diamond era verdadeira. Mako John Kuwinb, amigo e conselheiro legal de Wemp, alega que, quando estrangeiros chegam em Nova Guiné, os habitantes contam histórias como forma de entretenimento. "As histórias de Daniel não eram sérias e ele não tinha idéia de que estava sendo entrevistado para uma publicação. Ele nunca matou ninguém nem estuprou nenhuma mulher. Certamente, também não roubou nenhum porco", contou. Com informações de Ed Pilkington [The Guardian, 24/4/09].