50 anos de Geologia na USP

sexta-feira, novembro 30, 2007

Caminho das pedras

30/11/2007

Por Maristela Garmes

Agência FAPESP – A história do curso de geologia da Universidade de São Paulo (USP) poderá ser conhecida na edição comemorativa do livro Geologia USP – 50 Anos, produzida pelo Instituto de Geociências (IGc) daquela universidade. O lançamento do livro será nesta sexta-feira (30/11), às 18h, na Escola Politécnica.

A obra reúne um conjunto de depoimentos diversificados que apresentam a história do curso a partir de diferentes pontos de vista, de acordo com o coordenador da obra e professor do IGc, Celso de Barros Gomes. Os textos, escritos por egressos do curso, são tratados por perspectivas pessoais, profissionais e acadêmicas. Segundo Gomes, a escassez de documentação escrita explica a opção por depoimentos.

“A idéia da publicação surgiu não apenas em função da comemoração dos 50 anos, mas também pelo fato de que precisávamos registrar nossas origens, o nosso processo de criação”, disse à Agência FAPESP.

A edição é pontuada com rico material iconográfico, incluindo fotos de época, mapas e reproduções de periódicos especializados, que contribuem para uma melhor compreensão e ilustração da história do curso. O prefácio é assinado pelo professor Shozo Motoyama, diretor do Centro Interunidade de História da Ciência da USP.

O curso de geociências, criado em 1957 pela então Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras, foi instalado em um suntuoso casarão na esquina da alameda Glete com a rua Guaianases, antiga residência do industrial carioca Jorge Street, no bairro dos Campos Elíseos, centro de São Paulo. Funcionou ali até 1969, quando foi criado o IGc e o curso foi transferido para o campus da Cidade Universitária.

Segundo Gomes, durante os primeiros 13 anos – que ficaram conhecidos como os “anos gletianos”, o curso de geologia se instalou em um espaço de aproximadamente 2 mil metros quadrados dividido em salas de aula, cantina, biblioteca, museu, secretaria, sala dos professores, laboratórios, oficinas e estacionamento de carros, propiciando um ambiente muito familiar e propício à aproximação. Era o chamado “efeito Glete”.
“O convívio humano, eu diria, foi um dos pontos mais marcantes da fase da Glete. No livro, tivemos a preocupação de caracterizar esses momentos com riqueza de detalhes”, explicou Gomes, que foi aluno da primeira turma formada em geologia pela USP, em 1960.

Em razão da falta de professores especializados em algumas áreas da geologia no país, foram contratados, nos anos iniciais do curso, vários professores estrangeiros, principalmente dos Estados Unidos, que, além de ministrar aulas, também importaram equipamentos para os laboratórios.

Foi o caso de John Hamilton Reynolds, que trouxe o primeiro laboratório de geocronologia da América do Sul. O laboratório possibilitou o início e desenvolvimento de pesquisas sobre o período pré-cambriano brasileiro, principalmente com relação à deriva dos continentes americano e africano, levando geólogos da USP ao reconhecimento internacional.

Em 1969, com a reforma universitária e a transferência do curso para a Cidade Universitária, o IGc passou a ter amplo espaço físico, que, além da infra-estrutura necessária, atualmente conta com parque instrumental, museu com acervo considerado e diversificado, biblioteca que é referência nacional na área e dois importantes centros: de Pesquisas de Águas Subterrâneas (Cepas) e de Pesquisas Geocronológicas (CPGeo).

“Esses centros foram muito importantes para a consolidação da pesquisa científica da instituição e ainda têm papel fundamental na sua inserção internacional”, explicou Gomes.

Entre 1972 e 2006 foram defendidas e aprovadas 467 dissertações de mestrado e 370 teses de doutorado, totalizando 837 títulos atribuídos a alunos provenientes de várias regiões do país, além de alguns estrangeiros, especialmente da América do Sul. Ao longo de 50 anos, o curso de geologia formou mais de 1,5 mil profissionais.

Geologia USP — 50 anos
Autor: Celso de Barros Gomes (Org.)
Lançamento: 2007
Número de páginas: 541
Editora: Edusp
Local do lançamento: Escola Politécnica – Auditório “Professor Francisco Romeu Landi” – Av. Professor Luciano Gualberto, travessa 3, 380 – Cidade Universitária – São Paulo.

Mais informações: www.edusp.com.br

O espectro de Lamarck rondando o espectro da teoria da evolução de Darwin

Por essa Darwin não esperava. Justamente ele que se mostra lamarckista de carteirinha na 6ª. edição do Origem das Espécies, mas que espezinha Lamarck e outros precursores no esboço histórico explicando que apesar deles, Darwin locuta, evolutio finita, ver agora Lamarck podendo ser vindicado [e por tabela Darwin, o detrator mor de Lamarck] pelas evidências???

JC E-Mail 3400, de 29 de novembro de 2007

28. Ciência Hoje: A volta de Lamarck

Novas pesquisas no campo da biologia molecular sugerem que as idéias do cientista poderiam estar corretas

Quando se pensa em Lamarck, a primeira idéia que vem à lembrança é sua teoria sobre o pescoço da girafa, que cai por terra com a publicação de ‘A origem das espécies’ por Charles Darwin.

Entretanto, novas pesquisas no campo da biologia molecular sugerem que suas idéias poderiam estar corretas.

Franklin Rumjanek, do Instituto de Bioquímica Médica da Universidade Federal do Rio de Janeiro, mostra, na revista Ciência Hoje de novembro, que experimentos recentes com DNA vêm apontando para a possibilidade de que as mudanças adquiridas pelo material genético sejam transmitidas aos descendentes.

Para assinar a revista Ciência Hoje ou adquirir números avulsos, ligue para 0800-7278999 ou (21) 2109-8999.

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Perguntas impertinentes deste blogger:

1. Se as novas pesquisas no campo da biologia molecular do século XXI sugerem que as idéias de Lamarck poderiam estar corretas, caem por terra as hipóteses transformistas de ‘A origem das espécies’ por Charles Darwin do século XIX???

2. Os autores de livros-texto de Biologia vão reparar o “dano moral” cometido contra Lamarck ao longo de várias décadas??? Atenção MEC/SEMTEC/PNLEM para mais esta correção em futuras edições de livros didáticos do ensino médio.

3. Ué, o que está acontecendo com o mantra do fato, Fato, FATO da evolução anunciado pelos muazzins da Nomenklatura científica [meus amigos muçulmanos que me perdoem, e, por favor, nada de fatwa para comigo] de que Darwin já tinha explicado para nós COMO se dá a evolução???

4. Quando será lançado Darwin 3.0? Vão ter que mudar o nome agora? Lamarwin Redivivus???

O que Darwin viu no Brasil além das mulatas?

JC E-Mail 3400, de 29 de novembro de 2007

3. Reunião Regional do Vale do São Francisco: O que Darwin viu no Brasil?

Segundo Ildeu de Castro Moreira, Darwin e muitos outros observaram a fauna e flora brasileiras e aprenderam muito com os nativos brasileiros e sul-americanos em geral sobre o assunto

O físico, professor da UFRJ e diretor do Depto. de Difusão e Popularização da Ciência do MCT, Ildeu de Castro Moreira, traçou uma panorama da ciência do século 19, mostrando diversas informações da viagem feita por Charles Robert Darwin, de 1832 até 1837, a bordo o navio Beagle e também que ele, e outros naturalistas, utilizaram muito dos conhecimentos tradicionais para realizarem suas descobertas e teorias.

Ildeu mostrou passo a passo a viagem do cientista britânico em terras brasileiras. Darwin chegou em 20 de fevereiro de 1832 a Fernando de Noronha; depois eles vão a Salvador (28 de fevereiro), Abrolhos (29 de março), Rio de Janeiro (4 de abril), e partem para Montevidéu em 5 de julho. Depois, em agosto de 1836, o Beagle retorna ao Brasil e pára mais cinco dias em Salvador e mais cinco em Recife.


Vendedoras de aluá, de manuê e de sonhos no Rio de Janeiro, por volta de 1830, em estampa de Jean Baptiste Debret

Segundo ele, tanto no Brasil como em outros países da América do Sul, como a Argentina, Darwin estudou uma rica variedade de características geológicas, fósseis, organismos vivos e coletou um enorme número de espécimes, muitos deles novos para a ciência. Porém, diz Ildeu, Darwin e outros cientistas sempre tiveram a ajuda das populações locais. “Não quero diminuir o papel importantíssimo que tiveram os naturalistas do século XIX, mas ninguém é gênio isolado. O conhecimento local dos nativos foi importante, o conhecimento é uma construção coletiva”, disse.

Para defender essa idéia, que segundo ele não é tão bem aceita por diversos historiadores, ele cita uma passagem do diário de viagem de Darwin, em que o cientista diz que um menino que o acompanhou numa expedição no RJ tinha tamanha facilidade em encontrar os animais que mesmo se ele, Darwin, tivesse a ajuda de algum animal traidor ele não teria tanto sucesso quanto o menino.

O co-descobridor da Teoria da Evolução e muitas vezes diminuído em sua importância história, Alfred Russel Wallace, que passou quatro anos na Amazônia, diz Ildeu, também cita em suas anotações, pelo nome, mais de 130 pessoas que o ajudaram aqui. “Ele também diz que ao chegar não conseguia distinguir a diferença entre as palmeiras da Amazônia, mas que os seus guias distinguiam cada uma. Ele diz que depois de quatro anos estava quase tão bom como os nativos”.

[NOTA IMPERTINENTE DESTE BLOGGER: Há fortes suspeitas de plágio das idéias de Wallace rondando Darwin, um episódio sombrio até hoje mal abordado e mal explicado pela historiografia “mainstream”. Darwin, Lyell e Hooker levaram para o túmulo a artimanha que fizeram para garantir a “primazia” da descoberta da Teoria da Evolução para Darwin. Wallace, não tinha QI (Quem Indica). Um dia desses eu conto sobre esta insidiosa “armação” da Camarilha de Down. Huxley ficou de fora. Por quê?].

Wallace diz também em seu diário de viagem que “durante minha estada na região Amazônica, aproveitei cada oportunidade para determinar os limites de espécies, e logo descobri que o Amazonas, o Rio Negro e o Madeira formam limites além dos quais certas espécies nunca passam. Os caçadores nativos estão perfeitamente a par deste fato, e sempre cruzam o rio quando desejam procurar animais particulares que são achados já na margem do outro lado do rio, mas nunca do lado anterior. Aproximando-nos das cabeceiras dos rios eles cessam de ser uma fronteira, e a maioria das espécies são achadas em ambos os lados”.

Ele também cita um guia, em especial: “O velho guia [Isidoro] (...) labutara outrora na floresta, estando a par não só dos nomes de todas as árvores, como também de suas propriedades e empregos. Era um homem de temperamento quase taciturno, exceto quando se irritava com nossa incrível incapacidade de compreender suas explicações. (...) O fato é que ele realmente gostava de exibir seus conhecimentos sobre assuntos acerca dos quais ainda nos encontrávamos no estágio da mais completa ignorância, mas cuja aprendizagem queríamos efetivamente alcançar. Seu método de ensino constava de uma série de rápidas observações sobre as árvores à medida que íamos passando por elas.”

Outra declaração, retirada do livro "Reise in Brasilien”, de 1983, de Spix e Martius, ajuda na tese de Ildeu: “Eles podem distinguir as partes externas e internas do corpo e os diferentes animais e plantas com grande precisão e, não raro, indicam as relações das coisas da natureza umas com as outras. Assim, por exemplo, a denominação indígena de vários macacos e de certas palmeiras foram para nós um guia na investigação de espécies, porque quase cada espécie tem seu nome indígena."

O físico e historiador da ciência também cita que era muito comum na época quadros, como os de Debret, que mostravam cientistas acompanhados de escravos ou nativos em suas pesquisas. Um deles, chamado “Os escravos do naturalista”, mostra escravos caçando borboletas, levando pássaros e outros animais.

Em outro, hilário, chamado “Bates captura um jacaré na Amazônia”, a pintura mostra o cientista fora da água e uns dez índios tentando pegar o jacaré. Ildeu brinca: “Não fui eu quem deu o nome desse quadro, mas dá pra perceber que os nativos tinham bastante importância nas expedições na floresta”.
(Luís Henrique Amorim)

Mais de 90.000 visitantes!!!

Este blogger está muito contente: atingiu a marca de mais de 90.000 visitantes!!!



Fonte

Conto especialmente com a ajuda da galera dos meninos e meninas de Darwin, bem como da Nomenklatura científica e Grande Mídia tupiniquins para atingir ainda em dezembro de 2007 a marca de 100.000 visitantes.

Muito obrigado a todos vocês que são a razão do meu sucesso. Afinal de contas, 11 entre 10 darwinistas lêem o meu blog!

Nota impertinente deste blogger: Por que será que a Grande Mídia em Pindorama ainda não entrevistou este "fenômeno midiático"??? Eu ainda vou ser objeto de entrevista do caderno Mais! da Folha de São Paulo, não é mesmo Claudio Angelo???

USP lidera ranking de visitantes do blog "Desafiando a Nomenklatura científica"

quinta-feira, novembro 29, 2007

Parabéns aos professores e alunos de graduação e pós-graduação da USP que no mês de novembro de 2007 lideraram o ranking de visitantes deste blog: 3%. Em segundo lugar ficou a UFMG com 2%. A USP superou até a Yale University em número de visitantes. Yale teve somente 1%.



Fonte.

É como eu escrevo aqui neste blog: 11 entre cada 10 darwinistas visitam o blog "Desafiando a Nomenklatura Científica"!!!

Obrigado pessoal da USP por fazer deste blog o blog científico # 1 do Brasil, e sem falsa modéstia, até da América Latina!

Pro bonum publico: as reações do DI e da Nomenklatura científica americana

A PBS - a TV Cultura dos gringos levou ao ar recentemente um documentário contra a teoria do Design Inteligente: "Judgment Day: Intelligent Design" [Dia do Juízo: Design Inteligente.

O Discovery Institute reagiu e publicou o "The Theory of Intelligent Design: A Briefing Packet for Educators" voltado para os educadores. Baixe gratuitamente aqui.

Incomodados com o avanço da teoria do Design Inteligente junto ao grande público, a Nomenklatura científica de Tio Sam reagiu e, pasmem, contrariando o espírito científico, criou e lançou em 28 de novembro de 2007 a primeira publicação guarda-cancelas, oops por pares [peer reviewers é mais chique] para blindar a teoria geral da evolução de Darwin de todas as críticas, mesmo as científicas, de serem consideradas nas salas de aulas.

Segundo Niles Eldredge e seu filho Greg Eldredge, um professor de ciência do ensino médio, chegou a hora de ajudar os educadores da ciência a reagirem às fortes pressões que os criacionistas exercem na educação pública americana. Eles se juntaram com a editora científica Springer para lançarem esta nova publicação esdrúxula que execra e proíbe o questionamento das teses transformistas de Darwin.

Baixe aqui gratuitamente a primeira edição de “Evolution: Education and Outreach” [São 21 artigos].

Eldredge, Stephen Jay Gould deve estar envergonhado de você, um guarda-cancela epistêmico, quando deveria favorecer o verdadeiro espírito científico: investigar e seguir as evidências aonde elas forem dar.

Springer, Wissenschaft macht freie!

Como blindar a teoria da evolução de Darwin das críticas científicas

terça-feira, novembro 27, 2007

Não sei porque me lembrei de um professor universitário lá do Nordeste que foi marxista-leninista na juventude: ele lia as notícias nos jornais e panfletos comunistas, e pensava que ao meio-dia a revolução iria começar no Brasil.

Trago este pouco de nostalgia ideológica para lembrar de Karl Marx e uma de suas predições que até agora não se cumpriu, e como que os demais teóricos marxistas deram um jeito nisso. Marx disse que sob o capitalismo os operários se tornariam cada vez mais insatisfeitos e a revolução seria inevitável. Errou feio, pois a condição dos operários melhorou. Veio Lênin e modificou a teoria: é claro que a condição dos operários melhorou, mas foi porque os capitalistas estavam subornando os operários para deixá-los pacificados conforme tinha previsto a teoria marxista.

Se não for X, então Y; se não for Y, então Z, se não for Z, então todo o ABC. Essa “blindagem epistêmica” lembra alguma teoria científica? Como vocês são maldosos, gente. É a teoria geral da evolução de Darwin.

Se você ainda não leu o novo livro de Michael Behe, “The Edge of Evolution” [pode ser encontrado e encomendado na Livraria Cultura], eu vou adiantar um pouco aqui como que os Lênines atuais fizeram para blindar a teoria geral da evolução do Grande Timoneiro de Down de um suposto ‘deslize epistêmico’.

No livro, Behe menciona uma predição de Ernst Mayr, o último Papa da Evolução, feita nos anos 1960s baseada na teoria darwinista de que a busca por genes homólogos seria pura perda de tempo. Bem, os Lênines atuais usam agora os genes homólogos como evidência corroborando a teoria. Afinal de contas, a existência de tais genes tinha sido predita pela teoria (confirmação da teoria após os fatos encontrados, capice???).

Mano, o que é que nós podemos dizer sobre uma teoria que facilmente prediz “X” e o “não-X”??? Navalha de Occam, oops de Popper neles!!! Especialmente as seções 19 e 20 do livro “A Lógica da Pesquisa Científica” (São Paulo: Cultrix; Edusp, 1975), no qual Popper discute os “estratagemas convencionalistas” elaborados para livrar a teoria da falsificação.



Origem da foto aqui.

Popper escreveu, “Sempre que o sistema ‘clássico’ for ameaçado pelos resultados de novas experiências que podem ser interpretadas como falsificações... o sistema aparecerá como inabalável pelo convencionalista.” E aí, NOTA BENE, Popper passa a explicar os estratagemas que os convencionalistas adotarão para lidar com as inconsistências perturbadoras que surgiram entre as predições da teoria e os resultados das experiências:

1. Culpe o nosso domínio inadequado do sistema.

2. Sugira a adoção de hipóteses ad hoc (auxiliares) para socorrer o sistema.

3. Sugira correções dos instrumentos de medição.

4. Modifique as definições usadas na teoria. [‘Novilíngua’ de Orwell???]

5. Adote uma atitude cética em relação ao observador cujas observações ameacem o sistema excluindo suas observações da ciência porque (a) elas são insuficientemente apoiadas; (b) elas não são científicas; (c) elas não são objetivas.

6. Chame o experimentador de mentiroso, y otras cositas mais.

Está soando algo familiar com o comportamento da Nomenklatura científica e a Grande Mídia internacional e tupiniquim em relação aos teóricos e proponentes da Teoria do Design Inteligente? Qualquer semelhança é a pura verdade.

Tarefa para casa: relacione quantos “estratagemas convencionalistas” de Popper têm sido usados contra a teoria do Design Inteligente?

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Sobre os ombros de um gigante

Robert G. Wesson “falou e disse”: o fato, Fato, FATO da evolução é ilusionismo!!!

domingo, novembro 25, 2007

Robert G. Wesson foi um professor de ciência política, evolucionista convicto, mas crítico do darwinismo devido à sua insuficiência epistêmica fundamental: COMO é que ocorre o fato, Fato, FATO da evolução.

Evolucionista honesto, Wesson escreveu o livro “Beyond Natural Selection” [Além da seleção natural], contrariando o dogma do paradigma da seleção natural [vide nossos melhores autores de livros-texto de Biologia, Amabis e Martho et al.] incensado pela Nomenklatura científica como explicando a origem e a evolução das espécies, e indo de encontro ao beija-mão-beija-pé de Darwin hoje tão corriqueiro e vulgar (“culto de personalidade” que deixaria o camarada Mao Tse-tung envergonhado) em pleno século XXI de pós-modernidade cética de todas as verdades (menos Darwin, capice, Darwin locuta, scientia finita):

“Embora uma grande maioria dos biólogos aceite a teoria de Darwin com poucas qualificações, muitos duvidaram dela desde o tempo que Darwin a propos até neste século [XX], quando foi sistematizada na síntese neodarwinista. A ortodoxia se tornou bem firme, especialmente nos anos 196os. Contudo, recentemente, tem havido crescentes tendências duvidando que o papel da seleção natural seja tão grande quanto tem sido assumido, e um crescente número de biólogos crêem que ela não é uma resposta plenamente satisfatória. A sua inadequação é uma tese deste livro. ... À luz da vasta quantidade de conhecimento de todos os aspectos das criaturas vivas que se acumularam no último século, e especialmente nas ultimas décadas, este livro procura apresentar uma crítica bem baseada e objetiva do darwinismo. ... Infelizmente, contudo, apontar a necessidade de uma melhor explicação significa atacar uma teoria que os cientistas acham útil, se não sempre satisfatória. Eles certamente não querem render a doutrina aceita a menos que eles tenham algo melhor. Uma resposta natural à crítica é, “O que você tem de melhor para colocar no lugar?” A seleção natural é creditada com proezas aparentemente milagrosas porque nós queremos uma resposta e não temos outra.” (Wesson, R.G., 1991, “Beyond Natural Selection,” MIT Press: Cambridge MA, Reprinted, 1994, pp.xii-xiii). [1]

Fui, pensando na galera dos meninos e meninas de Darwin que não é capaz de aceitar críticas às insuficiências fundamentais do neodarwinismo no contexto da justificação teórica.

Que venga logo Darwin 3.0!!! Pero no olviden el Design Inteligente, capice?

NOTA:

1. “Although a large majority of biologists accept Darwin's theory with few qualifications, many were dubious of it from the time Darwin proposed it until well into this century, when it was systematized in the neo-Darwinist synthesis. The orthodoxy became very firm, especially in the 1960s. Recently, how ever, there have been increasing tendencies to doubt that the role of natural selection is as great as has been assumed, and a growing number of biologists believe that it is not a wholly satisfactory answer. Its inadequacy is a thesis of this book. ... In the light of the vast amount of knowledge of all aspects of living creatures piled up in the last century and especially in the last decades, this book seeks to present a soundly based and objective critique of Darwinism. ... Unhappily, however, pointing out the need for a better explanation means attacking a theory that scientists find useful, if not always satisfying. They certainly do not want to surrender the accepted doctrine unless they have something better. A natural rejoinder to criticism is, What do you have better to put in its place? Natural selection is credited with seemingly miraculous feats because we want an answer and have no other.” (Wesson, R.G., 1991, “Beyond Natural Selection,” MIT Press: Cambridge MA, Reprinted, 1994, pp.xii-xiii).

Trabalhos apresentados no IX Congresso Brasileiro de Jornalismo Científico

IX Congresso Brasileiro de Jornalismo Científico

Dia 22 de novembro (quinta-feira)

8:00 - 9:00 Credenciamento dos congressistas

9:00 - 10:00 horas: Abertura dos trabalhos, com homenagem a jornalistas científicos brasileiros.

A mesa será integrada pelo presidente da ABJC (Wilson da Costa Bueno), pelo presidente da Fapesp (Dr. Celso Lafer), pelo diretor científico da Fapesp (Dr. Carlos Brito Cruz), pelo dr. Ildeu de Castro Moreira (MCT), pelo Dr. Carlos Vogt (diretor do Labjor/Unicamp) e pelo dr. Sebastião Squirra (diretor da Faculdade de Comunicação Multimidia/UMESP).

10:00 - 10h30 horas: Intervalo para café

10:30 - 12:00 horas: Mesa-redonda - A experiência brasileira de Jornalismo Científico

Marcelo Leite ( colunista de Ciência Folha de S. Paulo)
Sergio Brandão/José Renato Monteiro (Vídeociência/Ver Ciência)
Mariluce Moura (PesquisaFapesp e rádio Eldorado)

Presidente da mesa: Simone Bortoliero ( professora UFBA e diretora da ABJC)

12:00 - 13:00 horas: Intervalo para almoço

13:00 - 14:30 horas: Sessão de trabalhos orais 1

Coordenadora: Eliana Lima (Jornalista, Embrapa Meio Ambiente, Conselho Fiscal da ABJC)

1) Autora: Dalira Lúcia Cunha Maradei Carneio. E-mail: dalicunha@ras.ufu.br
Título: Trocando em miúdos - um relato de divulgação científica na rádio universitária da Universidade Federal de Uberlândia.

2) Autora: Flavia Amaral Rezende. E-mail: _flavia_a_rezende@uol.com.br
Título: O desafio de abrir a "caixa-preta" nem sempre acontece.

3) Autores: Lina Rocha Fernandes Távora, Lea Cunha Bastos e Cristiane Vasconcelos de Mesquita: E-mails: linatavora@ceftru.unb.br; leacunha@ceftru.unb.br; leacunha@gmail.com; crisvasconcelos@ceftru.unb.br.
Título: Ciência e comunicação no CEFTRU/UNB: um guia de práticas de comunicação para projetos do Ceftru.

4) Autores: Maria da Graça Soares Mascarenhas e Heitor Shimizu . E-mail: graca@trieste.fapesp.br
Título: Divulgação Científica: a experiência da Fapesp.

5) Autores: Raquel Aguiar e Paulo Roberto Vasconcelos Silva -Fiocruz-RJ. E-mail: jornalismo@ioc.fiocruz.br
Título: Papel das coordenações de comunicação atuando em instituições de ciência e tecnologia no contexto de reprodução da informação: estudo de caso do Instituto Oswaldo Cruz.

6) Autores: Isabel Veloso Alves Pereira; Maurício de Paula Kanno; Richard Domingues Dulley e Paulo Roberto Martins. E-mail: isabelveloso@gmail.com; mauricio@kanno.com.br; dulley@iea.usp.br e marpaulo@ipt.br
Título: Engajamento público em nanotecnlogia; divulgação científica através de bate-papos virtuais.

14:30 - 16:00 horas: Sessão de trabalhos orais 2

Coordenador: Roberto Medeiros (Jornalista, Laboratório Síncrotron, Conselho Fiscal da ABJC)

1) Autora: Carla de Oliveira Tôzzo E-mail: carlatozo@uol.com.br
Título: O papel da divulgação científica na formação das crianças; a experiência da Estação Ciência.

2) Autora: Maria da Graça Miranda de França Monteiro. E-mail: mgracamonteiro@yahoo.com.br
Título: Palavra de especialista: quando os jornalistas e cientistas se unem na produção de sentidos.

3) Autores: Myrian Regina Del Vecchio de Lima e Célio Mamoru Nozaki Yano. E-mail: myriandel@gmail.com e celiomny@gmail.com
Título: A relação jornalista-cientista após o surgimento de novas ferramentas de comunicação.

4) Autores: Paulo Cezar Rosa, Alessandra de Falco e Vanderli Duarte de Carvalho. E-mail: paulocezarrosa@uol.com.br; le_falco@yahoo.com.br; vanderli.duarte@unifesp.br
Título: Mídia e política de ciência e tecnologia - C&T: cobertura dos meios de comunicação sobre a política nuclear no Brasil.

5) Autor: Paulo Américo Lima Rocha da Costa. E-mail: paulorocho@yahoo.com.br / pauloameriko@gmail.com
Título: Mídia e conhecimento científico do público infanto-juvenil:uma análise comparativa entre as produções pública e privada de TV, com base na Educomunicação.

6) Autores: Marcos Wandir Nery Lobão ; Jaqueline Neves Moreira e Maria Beatriz Colucci E-mail: wandir@itp.org.br ; Jaqueline@infonet.com.br e bcolucci@uol.com.br
Título: Implantação da Agência de Divulgação Científica do Instituto de Tecnologia e Pesquisa-ITP.


16:00 - 16:30 horas: Intervalo para café

16:30 - 18:00 horas: Sessão de trabalhos orais 3

Coordenadora: Fabíola de Oliveira (Jornalista, Assessoria da SBPC, Conselho Fiscal da ABJC)

1) Autor: Carlos Fioravanti: E-mail: chfioravanti@terra.com.br
Título: O tempo e o vento: o papel da mídia na formulação da agenda política sobre mudanças climáticas.

2) Autora: Flávia Natércia da Silva Medeiros. E-mail: fnatercia@yahoo.com
Título: Descoberta x Invenção: a naturalização das células-tronco na imprensa brasileira.

3) Autora: Maria Fernanda Marques Fernandes - E-mail: fernanda.marques@gmail.com
Título: Nanotecnologia: um desafio para o jornalismo científico.

4) Autores: Marcia Rocha da Silva e Lena Vania Ribeiro Pinheiro (IBICT).
E-mail: mar_sea@ibict.br e lenavania@ibict.br
Título: Análise de metrias para dimensionar o acesso, o uso e a repercussão do portal de divulgação científica Canal Ciência.

5) Autora: Suely Mara Ribeiro Figueiredo. E-mail: suelyfigueiredo@gmail.com
Título: A responsabilidade epistemológica do jornalismo científico: uma proposta.

6) Autores: Tattiana Teixeira; Elaine Manini e Mayara Rinaldi E-mail: tattiana@cce.ufsc.br
Título: O uso da infografia no jornalismo científico brasileiro - uma análise a partir das revistas Superinteressante e Saúde.

18:00- 19:00 horas - Encerramento dos trabalhos e Sessão de Posters


Dia 23 de novembro: (sexta-feira)


9:00- 10:30 horas: Mesa-redonda - Criatividade e Arte e na Divulgação de CT&I

Michel Sitnik ( assessor de Comunicação Social da Estação Ciência
João Garcia (Assessor de Imprensa do IPT)
Ricardo Alexino (Rádio e TV Unesp-Bauru)
Presidente da mesa: Wilson da Costa Bueno (Presidente da ABJC e professor da USP)

10:30 - 11:00 horas: Intervalo para café

11:00 - 12:30 horas: Mesa-Redonda - Jornalismo Científico e Políticas de CT&I

José Monserrat Filho (Jornal da Ciência -SBPC)
Ildeu de Castro Moreira (Departamento. de Popularização da Ciência e Difusão da Ciência e Tecnologia - MCT)
Wanda Jorge (Labjor-Unicamp/Revistas Ciência e Cultura e Inovação)
Presidente da Mesa: Graça Caldas (Diretora da ABJC e professora da UMESP)

12:30 - 13:30 horas: Intervalo para almoço

13:30 - 15:00: horas: Sessão de trabalhos orais 4

Coordenadora: Vera Regina Toledo Camargo (Labjor/Unicamp)

1) Autora: Audre Cristina Alberguini. audrecris@yahoo.com
Título: A ciência nos telejornais brasileiros (O papel educativo e a compreensão pública das matérias de CT&I.

2) Autora: Alice Mitika Koshiyama. E-mail: alicemitika@yahoo.com
Título: Feminismo e saúde da mulher.

3) Autora: Juliana Miura e Marluce Freire Lima Araújo. E-mail: jmiura@sct.embrapa.br
Título: A informação científica no programa de rádio Prosa Rural.

4) Autores: Juliano Maurício de Carvalho e Mateus Yuri. E-mail: mpassos@faac.unesp.br
Título: A contribuição da revista Piauí para uma cultura científica.

5) Autores: Márcia Rocha e Simone Bortoliero. E-mail: márcia_rocha@uol.com.br; bortolie@ufba.br
Título: O Jornalismo Científico na Bahia: a experiência da Seção "Observatório" do Jornal A Tarde".

6) Autor: Fabrício Fonseca Ângelo. E-mail: fabricioangelo@yahoo.com.br
Título: 25 Anos Do Programa Radis: uma análise sobre a relação Comunicação, Saúde e Meio Ambiente.

15:00 - 15:30: horas: Intervalo para café

15:30-17:00 Mesa-redonda - Desafios e Perspectivas do Jornalismo Científico

Mônica Teixeira (Site InovaçãoUnicamp e TV Cultura)
Ilana Polistchuck (Agência Eletrônica Notisa)
Luisa Massarani (SciDev.Net e Museu da Vida/Casa de Oswaldo Cruz/Fiocruz)
Presidente da mesa: Cilene Victor ( Diretora da ABJC e editora da ComCiência Ambiental)

17:00 - 17:30 horas: Encerramento dos trabalhos

17:30 - 19:00 horas: Assembléia Geral da ABJC


Trabalhos aprovados para apresentação em formato pôster

1) Autores: Adriana Lima, Marina Mezzacappa, Vera Toledo de Carmargo e Carlos Vogt. E-mail: ahlima@terra.com.br; marinamez@gmail.com; verartc@unicamp.br
Título: Labjor/Unicamp: A formação do divulgador científico em um espaço de diálogos entre jornalistas e cientistas.

2) Autor: Carlos Fioravanti. E-mail: chfioravanti@terra.com.br
Título: O poder sobre a terra: as relações de força entre estado, comunidade científica e mídia.

3) Autores: Carlos Antonio Teixeira. E-mail: carlos.teixeira@unasp.edu.br
Título: Histórias em Quadrinhos e cartuns como contributição para a divulgação científica e para o empoderamento em saúde.

4) Autora: Joana Casturina da Silva. E-mail: jo@cnpdia.embrapa.br
Título: Ação para preservação da memória agrícola brasileira como ativo estratégico na sociedade do conhecimento.

5) Autor: Jônatas Bussaor do Amaral. E-mail: amaraljb@gmail.com
Título: Divulgação científica para comunidades carentes: Projeto Almeida sai da escola.

6) Autores: Jorge Kanehide Ijuim; Greicy Mara França; Daniela Cristina Ota;
David Trigueiro dos Santos e José Marcio Licerre (UFMS) E-mail: ijuim@uol.com.br
Título: Núcleo de Jornalismo Científico/UFMS.

7) Autores: Juliano Maurício de Carvalho, Mateus Yuri Ribeiro da Silva Passos, Aline Emi Naoe, Érica Masiero Nering, Fábio de Lima Alvarez e João Guilherme da Costa Franco D"Arcadia. E-mail: ericanergin@faac.unesp.br
Título: Toque da Ciência-Divulgação Científica Colaborativa.

8) Autores: Luiz Paulo Juttel, Davi Santaella, Enio Rodrigo Barbosa Silva, Flávia Dourado Maia, Murilo Alves Pereira,Hércules Menezes, Antonio Carlos Rodrigues de Amorim e Paulo Martins. E-mail: lpjuttel@brturbo.com.br
Título: Bem me quer, Mal me quer: a arte que fala de biotecnologia.

9)Autores: Possik PA, Toledo T, Oliveira A, Triunfol. E-mail: triunfol@mac.com
Título: Gene-Papo, o boletim eletrônico do Dna vai à escola: notícia e informação como mecanismo de criação de rede.

10) Autores: Tattiana Teixeira ; Fabiane de Souza e Juliana Passos. E-mail: tattiana@cce.ufsc.br
Título: Ciência em pauta: situação da divulgação científica na UFSC.

11) Autores: Triunfol, M e Vasconcelos ATR. E-mail: mtrinfuol@lncc.br
Título: A crônica científica como mecanismo de divulgação do web-site do Labinfo, Lncc.

12) Autores: Luiza Helena de Almeida Bragion e Patrícia Lauretti. E-mail: luizabragion@gmail.com e patlaure@unicamp.br
Título: Divulgação científica E TV Universitária: experiência da TV Unicamp.

13) Autor: Carlos Antonio Teixeira. E-mail: carlos.teixeira@unasp.edu.br
Título: O Jornal da Paulista (1987-2003): a história de um jornal universitário e sua correlação com a divulgação científica.

14) Autores: Ana Paula Freire e Michelle Portela. E-mail: anapaulafreire@globo.com
Título: Sistema de C&T no Amazonas e a difusão do conhecimento.

15) Autores: Jaqueline Neves Moreira e Vitor Curvelo Fontes Belém E-mail: Jaqueline@infonet.com.br e vitor_belem@hotmail.com
Título: Percepção da divulgação científica dos alunos do curso de Jornalismo da Universidade Tiradentes e dos pesquisadores do Instituto de Tecnologia e Pesquisa.

16) Autores: Carlos Vogt, Anita Marsaioli, Fábio Reynol e Celira Caparica Santos E-mail: celiracaparicasantos@gmail.com
Título: CinAPCe e IQ-Unicamp: a divulgação científica e as ações de popularização da área de Química.

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Aguardem que os trabalhos apresentados serão publicado pela ABJC - Associação Brasileira de Jornalismo Científico.

Será que algum desses trabalhos questionou o comportamento da Grande Mídia Tupiniquim quando a questão Darwin???

Paul Davies “falou e disse”: sem fé é impossível... fazer ciência!!!

Eu vou sair um pouco da linha editorial deste blog, e fazer o papel de ‘advogado do Diabo’ em defesa dos de concepções religiosas que são epistemicamente massacrados pelos materialistas/naturalistas quando afirmam a superioridade da ciência em relação à religião: a primeira, dizem os mandarins, não é dogmática e é passível de revisão e mudança (menos com Darwin, capice, Darwin locuta, scientia finita), e que a segunda, a fé religiosa é algo irracional e não tem vez em ciência. Mentira deslavada deles, oops não corresponde com a verdade é melhor, pois sempre afirmei neste blog que os cientistas têm “fé” em suas teorias, hipóteses e modelos, y otras cositas mais.

Pelas declarações feitas no artigo “Taking Science on Faith” (Algo como “Aceitando a ciência pela fé” — Argh, isso é como cometer um genocídio de proporções hecatômbicas!), Paul Davies, renomado físico teórico e cosmólogo inglês, Arizona State University, onde está estabelecendo o BEYOND: Center for Fundamental Concepts in Science [ALÉM: Centro de Conceitos Fundamentias em Ciência] deverá receber a punição devida pela Nomenklatura científica. Não existe Glasnost nem Perestroika no atual reino das trevas secularistas pós-modernas que seqüestrou a boa ciência. Davies, aguarde, você vai ser chamado à chincha pela KGB nos Estados Unidos. Aguardem.

“A ciência, nós somos repetidamente informados, é a forma de conhecimento mais confiável sobre o mundo porque ela é baseada em hipóteses testáveis.

O problema é que a ciência tem o seu próprio sistema de crença baseada na fé. Toda a ciência procede na pressuposição de que a natureza é ordenada num modo racional e inteligível, que o universo é governado por leis matemáticas confiáveis, imutáveis, absolutas, universais de origem não especificada.

Em primeiro lugar, a própria noção de lei física é uma noção teológica, um fato que deixa muitos cientistas embaraçados. Os cristãos vêm Deus como sustentando a ordem natural além do universo, enquanto que os físicos pensam sobre suas leis como habitando uma esfera abstrata transcendente de perfeitas relações matemáticas. Até que a ciência proponha uma teoria testável das leis do universo, a sua afirmação de estar livre de fé é manifestamente fraudulenta. [1]

Uau, quem afirma que a ciência não opera pela fé é FRAUDADOR. Haja fraudadores, conheço aos montes artigos de fraudadores com esta afirmação subjetiva da superioridade da ciência como forma de conhecimento humano.

Fraudadores!!! Davies, cara, você pegou pesado, e eu não queria estar na sua pele: a Nomenklatura científica é antropofágica dos discursos desviantes do materialismo/naturalismo filosófico falsamente chamado de ciência.

NOTA:

1. “SCIENCE, we are repeatedly told, is the most reliable form of knowledge about the world because it is based on testable hypotheses.

The problem is that science has its own faith-based belief system. All science proceeds on the assumption that nature is ordered in a rational and intelligible way, that the universe is governed by dependable, immutable, absolute, universal, mathematical laws of an unspecified origin.

The very notion of physical law is a theological one in the first place, a fact that makes many scientists squirm. Christians envisage God as upholding the natural order from beyond the universe, while physicists think of their laws as inhabiting an abstract transcendent realm of perfect mathematical relationships. Until science comes up with a testable theory of the laws of the universe, its claim to be free of faith is manifestly bogus.”

Condensed from New York Times by PAUL DAVIES November 24, 2007

Celso Lafer (FAPESP) “falou e disse”: para ser livre é necessário ter acesso à informação!!!

sexta-feira, novembro 23, 2007

Desde 1998 e há dois anos neste espaço eu denuncio uma situação aética da Grande Mídia tupiniquim quando a questão é Darwin: ela adota uma postura ricuperiana — o que Darwin tem de bom, a gente mostra; o que Darwin tem de ruim, a gente esconde. Nada mudou desde então, apesar desta inusitada situação ser do conhecimento por parte de grandes nomes do jornalismo científico em Pindorama.

Li meio perplexo e surpreso uma frase do discurso de abertura do 9º. Congresso Brasileiro de Jornalismo Científico (manhã de 22/11) feita por Celso Lafer, presidente da FAPESP, ilustrando a importância de como deve ser a boa divulgação científica pelos jornalistas tupiniquins:

“... ser livre é ser bem informado e, à medida que o jornalismo científico transmite os avanços em diferentes áreas do conhecimento, ele oferece a todos aqueles que têm acesso a essa informação uma oportunidade de se libertar”.

Há vários anos venho informando a editoria de ciência da Folha de São Paulo, e outras editorias de ciência, de uma iminente e eminente mudança paradigmática em biologia evolutiva. Razão? O neodarwinismo é um paradigma morto desde os anos 1980s, e tão-somente ortodoxia científica nos livros-texto de biologia do ensino médio. Responsável pela denúncia: Stephen Jay Gould, cientista darwinista.

Em recente encontro em Porto Alegre, RS, Rafael Garcia da FSP entrevistou a cientista darwinista Eva Jablonka que afirmou da necessidade de o lamarckismo ser incorporado ao paradigma evolutivo. Parece estar acontecendo algum tipo de “metanóia” nas editorias de ciência. Já estão começando a mostrar que no contexto da justificação teórica, Darwin não fecha a conta. Mas é preciso informar muito mais sobre as insuficiências epistêmicas fundamentais abordadas neste blog (Claudio Ângelo sabe disso, pois recebeu estes dados):

(a) Questões de padrão (como os organismos são interrelacionados e como nós sabemos isso?);

(b) Questões de processo (os mecanismos da evolução e os vários problemas em aberto naquela área);

(c) Questões sobre a questão central (a origem e a natureza da complexidade especificada de informação biológica)

O discurso de Lafer é uma esperança de que veremos algumas mudanças no jornalismo científico tupiniquim: a veiculação de informações científicas contrárias às especulações transformistas de Darwin intencionalmente escamoteadas do público há mais de duas décadas.

Lafer disse que isso é um instrumento de construção da democracia e da cidadania. Quer dizer então que vivemos uma “diktadura darwinista” nas redações do Brasil??? Leitores do Brasil, rebelem-se contra esta “diktadura darwinista”. A única coisa que vocês têm a perder são as algemas da ignorância. Escrevam para os editores, educadamente, não mais do que 250 palavras, exigindo o acesso às informações sobre o verdadeiro status epistêmico do darwinismo que estão lhe sonegando há duas décadas.

Abaixo o texto da FAPESP que tão-somente reforça o posicionamento deste “simples professorzinho do ensino médio” [será???] que ousou desafiar a Nomenklatura científica e a Grande Mídia tupiniquins: o leitor não especializado, para ser livre, precisa ter acesso à informação.

Fui, não sei por que, pensando em Saint-Exupery...

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Conhecimento e cidadania

23/11/2007

Por Thiago Romero
Agência FAPESP — Durante a sessão de abertura do 9º Congresso Brasileiro de Jornalismo Científico, na manhã desta quinta-feira (22/11), Celso Lafer, presidente da FAPESP, citou o matemático norte-americano Norbert Wiener (1894-1964), considerado o fundador da cibernética, para ilustrar a importância da boa divulgação científica e tecnológica feita por jornalistas brasileiros.

“Wiener dizia que ser livre é ser bem informado e, à medida que o jornalismo científico transmite os avanços em diferentes áreas do conhecimento, ele oferece a todos aqueles que têm acesso a essa informação uma oportunidade de se libertar”, disse Lafer no auditório da FAPESP, que recebe o congresso promovido pela Associação Brasileira de Jornalismo Científico (ABJC) até esta sexta-feira.

“Vejo o trabalho de divulgação científica como um instrumento de construção da democracia e da cidadania, uma vez que gera informações seguras e exatas que nos libertam e nos fazem entender o mundo ao nosso redor”, afirmou.

Nesse contexto, Lafer, que é professor titular do Departamento de Filosofia e Teoria Geral do Direito da Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo (USP), destacou uma das responsabilidades da FAPESP – estabelecida no artigo 3º da Lei Orgânica 5.918, de 18/10/1960, que instituiu a Fundação –, que é apoiar a divulgação de resultados de pesquisas.

“A FAPESP tem dado uma interpretação ampla a esse artigo com a revista Pesquisa FAPESP e com seus sites, além de apoiar eventos dessa natureza que reúnem jornalistas científicos da maior relevância no país”, disse.

Segundo Ildeu de Castro Moreira, diretor do Departamento de Popularização e Difusão de C&T do Ministério da Ciência e Tecnologia (MCT), o interesse dos brasileiros pelo assunto é muito alto, como mostraram entrevistas feitas durante as Semanas Nacionais de Ciência e Tecnlogia.

“Mas, quando a população é questionada sobre em quais veículos de comunicação ela tem acesso à informação científica de qualidade, os números caem drasticamente, uma vez que ainda temos poucos programas de televisão sobre ciência, raríssimos programas de rádio e as pesquisas nem sempre são descritas na mídia de maneira qualificada”, afirmou.

“Por isso, devemos formar mais e melhores jornalistas científicos para aumentar a presença desses temas na mídia, a exemplo da TV Cultura em São Paulo, que comunica a ciência muito bem, e também nos canais da televisão pública que está sendo desenhada”, disse Moreira.

Ao fazer a abertura oficial dos trabalhos do evento, Wilson da Costa Bueno, presidente da ABJC, fez menções às comemorações dos 30 anos da entidade e ao centenário de nascimento do jornalista e pesquisador José Reis (1907-2002), um dos fundadores e primeiro presidente da associação.

“A ABJC está comprometida com o debate sobre a qualidade das informações científicas divulgadas no país e, por isso, queremos resgatar, com esse congresso, experiências, práticas, pesquisas e reflexões sobre o jornalismo brasileiro”, disse Bueno.
Durante o encontro, que se encerra nesta sexta-feira (23/11) e tem o tema central “Jornalismo Científico e Sociedade: os novos desafios”, serão apresentados cerca de 40 estudos, oralmente e em forma de pôsteres, além do lançamento de livros.

O congresso tem apoio da FAPESP, do Laboratório de Estudos Avançados em Jornalismo (Labjor) da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) e do Programa de Pós-Graduação em Comunicação Social da Universidade Metodista de São Paulo.
Mais informações: http://www.abjc.org.br

A controvérsia científica sobre se o acúmulo de microevolução resulta em macroevolução

sábado, novembro 17, 2007

Quando neste blog eu afirmo existir crise paradigmática, e controvérsia na literatura especializada sobre aspectos fundamentais da teoria geral da evolução, os darwinistas ortodoxos, fundamentalistas xiitas, especialmente a galera dos meninos e meninas de Darwin atrelados ao dogma central da Nomenklatura científica — Darwin locuta, evolutio finita, mais a Grande Mídia tupiniquim que vive uma relação incestuosa com os adeptos do guru de Down, sofre da síndrome ricuperiana — o que Darwin tem de bom, a gente mostra; o que Darwin tem de ruim, a gente esconde.

Aqui neste blog, a gente mata a cobra e mostra o pau! Tem sido assim desde o começo. Então vejamos se existe realmente essa tal de “controvérsia científica” sobre se o acúmulo de microevolução resulta em macroevolução.

Quando Charles Robert Darwin publicou o opus magnum Origem das Espécies [na verdade é um abstract] em 1859, já era conhecido que as espécies existentes podem mudar ao longo do tempo. Isto é a base do cruzamento artificial praticado há milhares de anos. Darwin e seus contemporâneos também eram bastante familiares com o registro fóssil para saberem que grandes transformações em coisas vivas tinham ocorrido ao longo do tempo geológico. A teoria de Darwin é que um processo análogo ao do cruzamento artificial também ocorreria na natureza; ele chamou esse processo de seleção natural. A teoria também afirma que as mudanças nas espécies existentes devido principalmente à seleção natural, se for dado tempo suficiente, produz grandes mudanças que nós observamos no registro fóssil.

NOTA DESTE BLOGGER: Há historiadores de renome, mas eles são minoria na historiografia da ciência mainstream, que demonstram por fontes primárias sólidas que outros cientistas, já tinham enunciado o conceito de seleção natural antes de Darwin, e que ele somente reconheceu isso a contragosto no seu esboço histórico que sai somente na 3ª. edição do Origem das Espécies. Há outros também que consideram Darwin um plagiador da teoria da evolução pela seleção natural de Alfred Wallace Russel. Um dia desses eu conto esta história do lado “cinzento” do Grande Timoneiro da Evolução, através da pena de um darwinista honesto que foi “provost” de renomada universidade pública americana.

Após Darwin, o primeiro fenômeno (mudanças dentro de uma espécie existente ou pool genético) foi denominado de “microevolução.” Há evidência abundante de que mudanças podem ocorrer dentro de espécies existentes, tanto doméstica quanto em estado selvagem, assim, a microevolução não é controversa.

O segundo fenômeno (mudanças de grande escala ao longo do tempo geológico) foi denominado de “macroevolução”, e a teoria de Darwin de que o primeiro processo pode ser responsável pelo segundo foi controverso desde o princípio. Muitos biólogos durante e após o tempo de Darwin questionaram e questionam se a contraparte natural do cruzamento doméstico poderia fazer o que o cruzamento doméstico nunca fez, isto é, produzir novas espécies, órgãos, e planos corporais.

Nas primeiras décadas do século XX, o ceticismo sobre este aspecto da teoria geral da evolução foi tão forte que a teoria de Darwin entrou em eclipse. (Vide o cap. 9 do livro de Peter Bowler, Evolution: The History of an Idea, Berkeley, University of California Press, 3ª. ed. completamente revisada, 2003.

Nos anos 1930s, os “neodarwinistas” propuseram que as mutações genéticas (sobre as quais Darwin nada sabia) poderiam resolver o problema. Embora a vasta maioria das mutações é deletéria (e assim não pode ser favorecida pela seleção natural), em ocasiões raras uma pode beneficiar um organismo. Por exemplo, mutações genéticas são responsáveis por alguns casos de resistência aos antibióticos em bactérias; se um organismo estiver na presença do antibiótico, tal mutação é benéfica. Todas as mutações benéficas conhecidas, contudo, afetam somente a bioquímica de um organismo; a evolução darwinista exige mudanças de grande escala na morfologia ou na anatomia.

Lá pela metade do século XX, alguns geneticistas darwinistas sugeriram que “macromutações” ocasionais podem mudanças morfológicas de grande escala necessitadas pela teoria de Darwin. Infelizmente, todas as mutações morfológicas conhecidas são prejudiciais, e quanto maior o seu efeito, mais prejudiciais elas são. Os críticos científicos das macromutações passaram a chamar esta hipótese de “o monstro esperançoso”. (Vide capítulo 12 do livro de Bowler).

A controvérsia científica se os processos observáveis dentro de espécies existentes e de pools genéticos (microevolução) pode ser responsável pelas mudanças de grande escala ao longo to tempo geológico (macroevolução) continua até hoje [2007]. Segue abaixo alguns exemplos de artigos científicos com revisão por pares [peer-reviewers é mais chique] que se referem a isso nos últimos anos:

David L. Stern, “Perspective: Evolutionary Developmental Biology and the Problem of Variation”, Evolution 54 (2000):1079-1091.

“Um dos problemas mais antigos em biologia evolutiva permanece grandemente não resolvido... Historicamente, os artífices da síntese neodarwinista deram ênfase sobre a predominância das micromutações na evolução, enquanto que outros notaram as semelhanças entre algumas mutações dramáticas e as transições evolutivas para defenderem o macromutacionismo.”

Robert L. Carroll, “Towards a new evolutionary synthesis,”
Trends in Ecology and Evolution, 15 (January, 2000): 27.

“Os fenômenos evolutivos de grande escala não podem ser compreendidos somente na base da extrapolação de processos observados a nível de populações e espécies modernas.”

Andrew M. Simons, “The continuity of microevolution and macroevolution,” Journal of Evolutionary Biology 15 (2002): 688-701.

“Um debate persistente em biologia evolutiva é um sobre a continuidade da microevolução e macroevolução — se as tendências macroevolutivas são governadas pelos princípios da microevolução.”

NOTA DESTE BLOGGER: Os darwinistas ortodoxos fundamentalistas ainda têm a cara de pau de dizer que não há debate se o fato, Fato, FATO da evolução neste nível realmente ocorreu, quando ainda é “debate persistente em biologia evolutiva”! Durma-se com um barulho desses no contexto de justificação teórica — o debate ainda persiste, mas nossos livros-texto de Biologia do ensino médio “desinformam” nossos alunos quando apresentam somente as “evidências a favor da evolução”. Vide Amabis e Martho, “Fundamentos da Biologia Moderna”, Cap. 24, pp. 456-60, São Paulo, Moderna, 2004.

Deve ser destacado o fato de que todos os cientistas citados acima são “crentes” na evolução darwinista, e que todos eles acham que a controvérsia eventualmente será resolvida dentro daquela teoria. Stern, por exemplo, acredita que novos estudos de desenvolvimento da função de genes irão fornecer “o atual elo perdido”.” (p. 1079)

O ponto importante a ser destacado aqui é que A CONTROVÉRSIA AINDA NÃO FOI RESOLVIDA, precisamente porque a evidência necessária para resolvê-la ainda está faltando. É importante para os alunos saberem o que a evidência mostra ou não mostra — não apenas o que alguns cientistas “esperam” que a evidência um dia irá mostrar eventualmente.

Desde que a “controvérsia persistente” sobre a microevolução e a macroevolução está no coração da teoria de Darwin [ué, não é de Alfred Russel Wallace também???], e desde a teoria evolutiva é tão influente na biologia moderna [lembram do mantra do Dobzhansky: nada em biologia faz sentido a não ser à luz da evolução???], é um desserviço para os estudantes de biologia que a grade curricular de biologia ignore completamente a “controvérsia persistente” entre os cientistas. Além disso, uma vez que a evidência científica necessária para resolver a controvérsia ainda está faltando, é INEXATO dar a impressão aos estudantes de que a controvérsia já foi resolvida, e que todos os cientistas já chegaram a um consenso sobre a questão.

Esta “controvérsia persistente” em biologia evolutiva, ainda não resolvida, é mais outro caso de ESTELIONATO INTELECTUAL perpetrado pelos autores contra os nossos alunos do ensino médio.

Alguns desses periódicos científicos podem ser acessados gratuitamente por professores e alunos das universidades públicas e privadas no site do CAPES.

Sobre os ombros de gigantes evolucionistas honestos e do Design Inteligente

A Explosão Cambriana: o maior estelionato intelectual nos livros-texto de Biologia do ensino médio brasileiro

Eu avisei aos meus leitores que não iria postar artigos mais freqüentemente aqui neste blog por razões acadêmicas: estou escrevendo uma dissertação sobre as críticas contra o papel da seleção natural na origem das espécies por um contemporâneo de Darwin em 1871.

Por que então estou de volta? Por duas razões. A primeira é que dois críticos ferrenhos estão na minha “cola” em blog de um amigo jornalista. Eles não são assim uma Brastemp em termos de atualização da literatura especializada. Já escrevi aqui que considero o blog uma conversa de botequim, i.e., não há muito rigor científico. A segunda é para mostrar a esses críticos que as “pérolas do Enézio” não são tiradas da cartola, mas são embasadas na literatura especializada, embora eu não seja biólogo. Darwin também não era.

Eu sou cético localizado (parece que eles não entendem o que é isso) da teoria geral da evolução. Critico daqui os autores de nossos melhores livros-texto de Biologia do ensino médio. Disseram que eu poderia ser processado por danos materiais e morais. Eu afirmei alto e bom som neste blog: eles não irão me processar, e se me processarem, Darwin vai junto comigo para o banco dos réus [aguardem 2008!!!] Eu os critico na mídia e em palestras Brasil afora desde 1998, e mais recentemente neste blog.

Por que esses autores não processam este “simples professorzinho do ensino médio”? Porque a ciência não pode andar de mãos dadas com a mentira. Declarada ou omitida intencionalmente nos livros didáticos. Este silêncio pétreo dos autores os incrimina, por isso não me processam porque sabem que as evidências encontradas na natureza sobre a questão estão mais a meu favor do que deles.

No texto onde dei as razões por que sou pós-darwinista, eu enumerei cinco razões. Tentei fazê-lo numa linguagem simples para atingir um universo maior – os leigos não especialistas. Aqui vai, em parte, uma resposta científica parcial a esses meus críticos daquilo que considero o maior estelionato intelectual cometido pelos autores de livros-texto do ensino médio.

Darwin chamou a sua teoria de “descendência com modificação.” Esta frase refletiu a crença de Darwin de que todos os organismos são descendentes modificados de um ancestral comum que viveu numa era distante. A única ilustração que aparece no livro de Darwin, Origem das Espécies (ed. de 1859), mostra o padrão da “árvore da vida” que alguém esperaria encontrar no registro fóssil se a sua teoria fosse verdadeira neste ponto. O ancestral comum viria primeiro, como uma espécie na base da árvore. As diferenças menores entre os indivíduos apareceriam primeiro, e essas diferenças eventualmente aumentariam até que uma espécie tivesse se tornado duas ou mais espécies distintas. Darwin disse que o registro fóssil deveria estar “enxameado” com esses fósseis.

A continuar esse processo evolutivo, as diferenças entre as espécies aumentariam até que algumas espécies se tornariam tão diferentes que elas seriam classificadas como gêneros separados; os gêneros divergiriam até se tornarem famílias separadas, as famílias divergiriam para se tornarem ordens separadas, e assim por diante. Eventualmente as diferenças se tornariam tão grande que, onde originalmente havia apenas uma divisão principal ou “filo”, agora haveria dois filos.

Hoje nós temos diversos filos de animais. Os principais incluem os nematódeos (lombrigas), anelídeos (minhocas e sanguessugas), moluscos (ostras e caramujos), artrópodes (lagostas e insetos), equinodermos (estrela-do-mar e ouriço-do-mar) e os cordados (peixes e mamíferos). Unidade V, O Reino Animal, Caps. 16 e 17 de Fundamentos da Biologia Moderna, Amabis e Martho, São Paulo, Moderna, 3ª. Ed., 2004, pp. 244-95

Se este aspecto teórico de Darwin estivesse correto, então a longa acumulação de pequenas diferenças deveria ter precedido as grandes diferenças que hoje nós vemos entre os filos animais. Foi o próprio Darwin escreveu que, antes de os filos diferentes terem aparecido, deve ter existido “vastos períodos” durante os quais “o mundo estava enxameado de criaturas vivas” (Citação, p. 83). Todavia, no registro fóssil a maioria dos principais filos de animais aparece plenamente formada no início do período geológico conhecido como Cambriano, sem nenhuma evidência fóssil de que eles divergiram de um ancestral comum.

Darwin sabia disso, e reconheceu no Origem das Espécies que “diversas das principais divisões do reino animal aparecem subitamente nas rochas fossilíferas mais antigas.” Ele chamou isso de um problema “sério” que “no presente deve permanecer inexplicável; podendo ser usado como argumento de peso contras as idéias que aqui defendemos” (Citação A pp. 82, 85).

Amabis e Martho, bem como os demais autores de livros didáticos de Biologia do ensino médio, simplesmente ignoraram as implicações negativas que a explosão de vida cambriana tem para a hipótese do ancestral comum no contexto da justificação teórica: apenas quatro parágrafos sucintos de uma história de pelo menos 570 milhões de anos atrás (op. cit., p. 477). Segundo Darwin, uma evidência de peso contra suas especulações transformistas.

(A) Charles Darwin, The Origin of Species, 6ª. ed., Nova York, D. Appleton, 1890, Capítulo X.

Apesar da evidência contra suas especulações, Darwin permaneceu convencido de que sua teoria era verdadeira. Ele especulou que os ancestrais de filos diferentes não tinham sido encontrados porque o registro fóssil era imperfeito. Se, como pareceu, as rochas antes do Cambriano tivessem sido deformadas pelo calor e pressão, ou erodidas, então os fósseis ancestrais nunca poderiam ser encontrados. Contudo, ele reconheceu que realmente ele “não tinha uma resposta satisfatória” para o problema (Citação A, p. 84).

É, mas o mundo da ciência deu muitas voltas desde 1859, e a coleta de fósseis tem trazido a lume muitos fósseis de organismos que viveram antes do período Cambriano. Depósitos fossilíferos no Canadá (o folhelho de Burgess) e na China (a fauna de Chengjiang) têm produzido coleções mais ricas de fósseis cambrianos do que os que estavam disponíveis para Darwin e seus contemporâneos. Revisando a evidência em 1991, James Valentine, paleontólogo de Berkeley, e seus colegas, destacaram: “Durante os últimos 40 anos, rochas mais antigas das que tinham sido consideradas como sendo a base do Cambriano têm produzido sem dúvida fósseis que permitem agora avaliações mais detalhadas da “evolução” dos metazoários primitivos [i.e., animais multicelulares] (Citação B, p. 280).

Valentine e seus colegas descobriram que “não tem sido possível reconstituir vestígios de transições” entre os filos, e a evidência aponta para uma “explosão” Cambriana que “foi até mais abrupta e extensiva do que anteriormente considerada.” (Citação B, pp. 281, 294). Os autores concluíram que “a explosão metazoária é real; é muito grande para ser mascarada pelas falhas no registro fóssil.” (Citação B, p. 318). Um ataque frontal às especulações transformistas e desculpas esfarrapadas de Darwin de que o registro fóssil é incompleto!!!

Alguns cientistas sugeriram que os fósseis de ancestrais para os filos de animais estão faltando não porque as rochas foram deformadas ou erodidas, mas porque os animais antes do Cambriano não tinham partes duras, e por isso nunca fossilizaram. De acordo com esta hipótese, a Explosão Cambriana representa meramente o surgimento abrupto de carapaças e esqueletos em animais que evoluíram muito antes. Contudo, a evidência fóssil não apóia esta hipótese.

Em primeiro lugar, como os respectivos paleontólogos de Harvard e Cambridge Stephen Jay Gould e Simon Conway Morris destacaram, a maioria dos fósseis da Explosão Cambriana é de animais de corpos moles (Stephen Jay Gould, Wonderful Life, Nova York, Norton, 1989; Simon Conway Morris, The Crucible of Creation, Oxford, Oxford University Press, 1998).

Em segundo lugar, a evidência fóssil aponta para o surgimento de muitos novos planos corporais no Cambriano, não apenas a aquisição de partes duras pelos filos existentes. De acordo com James Valentine, paleontólogo de Berkeley, a Explosão Cambriana “envolveu muito mais grupos de animais do que apenas os filos de animais de esqueletos duros.” Foram “novos tipos de organismos, e não velhas linhagens, novos esqueletos-armaduras colocados que surgiram” (Citação C, p. 533). Valentine concluiu: “o registro que nós temos não apóia muito os modelos que postulam um longo período da evolução do filo dos metazoários” antes do Cambriano (Citação C, p. 547).

(B) James W. Valentine et al., “The Biological Explosion at the Precambrian-Cambrian Boundary,” Evolutionary Biology 25 (1991): 279-356.

(C) James W. Valentine, “The Macroevolution of Phyla,” pp. 525-553 in Jere H. Lipps & Philip W. Signor (editors), Origin and Early Evolution of the Metazoa, Nova York, Plenum Press, 1992.

Recentes pesquisas também têm enfatizado o caráter repentino da Explosão Cambriana. Após reverem a datação geológica de rochas próximas do limite do Pré-cambriano-Cambriano, Bowring e seus colegas relataram em 1993 que a explosão cambriana de filos animais deve “ter provavelmente excedido aos 10 milhões de anos” (Citação D, p. 1297). Conforme Valentine, Jablonski e Erwin salientaram em 1999, isso é “menos do que 2% do tempo desde a base do Cambriano até a data presente.” (Citação E, p. 852). Desde que o tempo desde o Cambriano até o presente é somente cerca de um sétimo do tempo desde a origem da vida na Terra, isto significa que a Explosão Cambriana foi, geologicamente, sem dúvida, muito abrupta.

De acordo com Valentine, Jablonski e Erwin, novos dados extensivos “não silenciam a explosão, que continua se sobressaindo como uma característica principal na história dos antigos metazoários” (Citação E, p. 851).

(D) Samuel A. Bowring et al., “Calibrating Rates of Early Cambrian Evolution,” Science 261 (1993): 1293-1298.

(E) James W. Valentine, David Jablonski & Douglas H. Erwin, “Fossils, molecules and embryos: new perspectives on the Cambrian explosion,” Development 126 (1999): 851-859.

Qual é a significância que a Explosão Cambriana tem para avaliar a teoria de Darwin de que todos os animais são descendentes modificados de um ancestral comum? Como vimos acima, o próprio Darwin a considerava um sério problema (Citação A). Embora a teoria de Darwin prediga que a evolução animal deva proceder de “baixo para cima”, com as maiores diferenças surgindo por último, James Valentine e seus colegas escreveram em 1991 que o padrão da Explosão Cambriana “cria a impressão de que a evolução dos metazoários tem procedido de um modo geral de “cima para baixo”. (Citação B, p. 294).

Harry Whittington, um especialista dos fósseis cambrianos do folhelho de Burgess escreveu em 1985: “Pode até ser que os animais metazoários surgiram independentemente em áreas diferentes. “Eu olho ceticamente para os diagramas que mostram a diversidade ramificada da vida animal ao longo do tempo, e vai até embaixo na base a um tipo único de animal” (Citação F, p. 131). O biólogo evolucionista Jeffrey Levinton, embora convencido da ancestralidade comum dos animais, reconheceu em 1992 que a Explosão Cambriana – “o Big Bang da vida”, como ele a chamou – permanece “o paradoxo mais profundo da biologia evolutiva” (Citação G, p. 84).

Embora “os planos corporais que evoluíram no Cambriano, de um modo geral, serviram como as plantas [de construção] para aquelas vistas hoje.” Levinton não viu “razão para pensar que a taxa de evolução fosse muito mais devagar ou mais rápida do que é agora. Mas aquela conclusão ainda deixa não respondido o paradoxo colocado pela Explosão Cambriana, e a misteriosa persistência daqueles planos corporais antigos” (Citação G, pp. 84, 90).

Em 1999, Malcolm Gordon, biólogo da Universidade da Califórnia escreveu: “Recentes resultados de pesquisas fazem parecer improvável que pudesse haver formas básicas únicas para muitas das categorias superiores de diferenciação evolutivas (reinos, filos, e classe)” (Citação H, p. 331). Gordon concluiu: “A versão tradicional da teoria do ancestral comum aparentemente não se aplica aos reinos [i.e., plantas, animais, fungos, bactérias] como é presentemente reconhecida. Provavelmente não se aplica a muitos, se não todos, os filos, e possivelmente não se aplica também a muitas classes dentro do filo” (Citação H, p. 335).

(F) Harry B. Whittington, The Burgess Shale, New Haven, CT, Yale University Press, 1985.

(G) Jeffrey S. Levinton, “The Big Bang of Animal Evolution,” Scientific American 267 (November, 1992): 84-91.

(H) Malcolm S. Gordon, “The Concept of Monophyly: A Speculative Essay,” Biology and Philosophy 14 (1999):331-348.

Assim, a Explosão Cambriana é real, e para alguns biólogos é pelo menos paradoxal e misteriosa da perspectiva da teoria de Darwin. Para outros biólogos, ela na verdade se constitui em evidência contra a hipótese de Darwin de que todos os animais evoluíram de um único ancestral comum. Mesmo assim, alguns biólogos continuam a defender a teoria de Darwin argumentando que a Explosão Cambriana é perfeitamente consistente com a teoria darwinista.

Um deles é Alan Gishlick do National Center for Science Education [NCSE], uma ONG que se opõe a quaisquer críticas da evolução darwiniana em aulas de biologia. Em comentários escritos submetidos ao Conselho Estadual de Educação do Texas na sua audiência para adoção de livros-texto em 9 de julho de 2003, Gishlick criticou um livro pelo biólogo Jonathan Wells, Icons of Evolution [sendo traduzido para o português, e adaptado para abordar os livros-texto de biologia brasileiros], Washington, DC, Regnery Publishing, 2000.

Nos seus comentários, Gishlick escreveu que a Explosão Cambriana ocorreu de verdade “ao longo de um período de 15-20 milhões de anos”, e que “a aparência de ‘cima para baixo’ dos planos corporais é, ao contrário de Wells, compatível com as predições da evolução” (Citação I, p. 15). Todavia, a afirmação de Gishlick sobre a duração da Explosão Cambriana está em desacordo com os pontos de vista publicados de James Valentine e seus colegas (Citação B, p. 279; Citação E, pp. 851-853), e Samuel Bowring e seus colegas (Citação D).

Além disso, se por “evolução” Gishlick quis dizer “evolução darwiniana”, então a sua afirmação de que um padrão “de cima para baixo” é consistente com a evolução conflita com os pontos de vista publicados de Harry Whittington (Citação F) e Malcolm Gordon (Citação H). Claramente, as discordâncias de Gishlick não são apenas com Wells. Gishlick também argumentou que as principais diferenças entre os filos de animais não são assim tão principais. Ele escreveu: “O cordado mais primitivo vivo, o Amphioxus é muito semelhante ao fóssil do cordado cambriano, o Pikia [sic, na verdade Pikaia]. Os dois são basicamente lombrigas com um bastão firme e flexível (a notocorda) neles. A quantidade de mudança entre uma lombriga e uma lombriga com um bastão firme e flexível é relativamente pequena, mas a presença de uma notocorda é uma distinção principal de ‘plano corporal’ de um cordado. Além disso, é apenas outra pequena etapa de uma lombriga com um bastão firme e flexível para uma lombriga com um bastão firme e flexível e uma cabeça (e.g., Haikouella; Chen et al., 1999) ou uma lombriga com um bastão firme, flexível e segmentado (vértebras), uma cabeça e dobras natatórias (e.g., Haikouichthyes; Shu et al., 1999).

Finalmente, adicione um corpo fusiforme, diferenciação de nadadeiras, e escamas; o resultado é algo aparentando a um ‘peixe’ (Citação I, p. 15). Mesmo assim os cenários fantasiosos de Gishlick ignoram a maior parte daquilo que os biólogos conhecem sobre lombrigas e cordados. Há diversas diferenças anatômicas fundamentais entre lombrigas e cordados, que podem ser encontradas em qualquer bom livro-texto de Biologia; a posse de uma notocorda é apenas uma delas. Se os cordados fossem simples lombrigas com um bastão firme e flexível, eles poderiam até nem ser classificados como um filo separado. Além disso, de uma perspectiva evolutiva, as lombrigas e os cordados não são proximamente relacionados. Em árvores evolutivas padrões (como as reproduzidas na 6ª. edição do livro-texto Biology de Campbell & Reece. Amabis e Martho usaram a 5ª. ed., op. cit. p. 516), os cordados (seta verde no alto das páginas 636 & 640 na Citação J) são considerados mais próximos aos equinodermos (estrela-do-mar e ouriço-do-mar) do que eles estão para quaisquer filos de lombrigas (dois dos quais são indicados pelas setas roxa e laranja no alto dos mesmo diagramas na Citação J).

Gishlick cita dois artigos científicos para apoiar seu argumento: O primeiro salienta que os cordados mais primitivos podem ter tido cérebros rudimentares, e assim seriam mais próximos dos cordados com cabeças do que previamente considerados, mas isso não lida com o problema de como o primeiro cordado se originou (Citação K, p. 522). O segundo artigo, na verdade, contradisse a sugestão de Gishlick de que assim que uma lombriga possui um bastão firme e flexível ela poderia evoluir facilmente num vertebrado. De acordo com Shu e seus colegas, “a derivação dos primeiros vertebrados dos cefalocordados [i.e., os cordados mais primitivos] deve ter acarretado necessariamente um grande reorganização corporal” (Citação L, p. 46). Mais uma vez, as discordâncias de Gishlick não são apenas com Wells.

(I) Alan Gishlick, “Comments on the Discovery Institute’s ‘Analysis of the Treatment of Evolution in Biology Textbooks’,” submitted to the Texas Education Agency in connection with their July 9, 2003 public hearing on textbook adoption.

(J) Neil A. Campbell & Jane B. Reece, Biology, 6ª. ed., San Francisco, Benjamin Cummings, 2002.

(K) J.-Y. Chen, Di-ying Huang & Chia-Wei Li, “An early Cambrian craniate-like chordate,” Nature 402 (1999):
518-522.

(L) D.-G. Shu et al., “Lower Cambrian vertebrates from South China,” Nature 402 (1999): 42-46.

Quase todas essas publicações podem ser acessadas gratuitamente pelos professores e alunos nas universidades públicas e privadas no site do CAPES. Clique em Periódicos.

Uma vez que o caráter abrupto e da grande extensão da Explosão Cambriana estão tão bem documentados, não há desculpas para Amabis e Martho e os demais autores de livros-texto de Biologia do ensino médio lidarem com a Explosão Cambriana en passant.

Além disso, já que alguns biólogos sustentam que a Explosão Cambriana apresenta um desafio – ou pelo menos um “paradoxo” – para um dos princípios fundamentais da teoria de Darwin, qualquer livro-texto que não discuta este desafio está falhando no seu propósito educacional de fornecer aos alunos o que é previsto na LDB 9394/96 de fornecer aos estudantes a capacidade de pensar criticamente sobre a explicação científica mais amplamente ensinada a favor da evolução: a hipótese do ancestral comum.

Conheço outros darwinistas mais academicamente honestos que reconhecem a falência parcial do paradigma neodarwinista e da inexatidão teórica de nossos livros didáticos! Todavia, reitero o que tenho escrito e dito Brasil afora: a atual abordagem da Explosão Cambriana em nossos melhores livros-texto de Biologia do ensino médio constitui-se em flagrante estelionato intelectual. Em ciência, apesar da capacidade heurística de uma teoria, o que vale são as evidências. No contexto da justificação teórica, Darwin foi encontrado em falta epistêmica numa grande explosão de vida empírica.

Alô MEC/SEMTEC/PNLEM, e Comissão de Educação e Cultura da Câmara dos Deputados: os Srs. não podem ser mais coniventes com esta flagrante violação da cidadania dos alunos do ensino médio: o direito à informação científica correta sobre a Explosão Cambriana e o que isso significa para quaisquer teorias da evolução no contexto de justificação teórica está sendo escamoteada de nossos alunos há mais de uma década! Do jeito que está é ESTELIONATO INTELECTUAL!

Uma “pérola” do Enézio sobre os ombros de vários gigantes evolucionistas academicamente honestos e do Design Inteligente

Cinco razões por que sou pós-darwinista

quinta-feira, novembro 15, 2007

Eu já fui evolucionista de carteirinha. Hoje eu sou cético localizado da teoria macroevolutiva como verdade científica. Ao contrário do que os meus críticos detratores afirmam a meu respeito, o meu ceticismo ao ‘dogma central’ do darwinismo não é baseado em relatos da criação de textos sagrados.

Foi uma séria e conflituosa consideração do debate que vem acontecendo intramuros e nas publicações científicas há muitos anos sobre a insuficiência epistêmica da teoria geral da evolução que fez de mim um incrédulo do fato, Fato, FATO da teoria geral da evolução.

É por essas e outras razões é que eu não creio mais na interpretação literal dos dogmas aceitos ‘a priori’ de Darwin ideologicamente defendidos com unhas e dentes pela Nomenklatura científica, mas foi a Ciência que me deu esta convicção. Mas a universidade não é lugar de se discutir “idéias”, mesmos as “perigosas”?

Eu aprendi na universidade que quando uma teoria científica não é apoiada pelas evidências, ela deve ser revista ou simplesmente descartada. Sou pós-darwinista já me antecipando a uma iminente e eminente ruptura paradigmática em biologia evolutiva.

É por isso que propago aos quatro ventos: chegou a hora de dizer adeus a Darwin. Sem medo de ser feliz!

Por que eu disse adeus a Darwin em 1998? Por estas cinco razões abaixo:

1. Genética: as mutações causam mal e não constroem complexidade. A evolução darwinista depende das mutações aleatórias que são selecionadas pela seleção natural, um processo cego e não-guiado que não tem objetivos. Tal processo aleatório e não-direcionado tende a provocar males aos organismos. Não parece ser capaz de melhorar os organismos, e não parece ser capaz de produzir novos sistemas complexos.

2. Bioquímica: Processos não-guiados e aleatórios não podem produzir complexidade celular. As células contêm complexidade incrível semelhante à maquinaria tecnológica, mas apequenando qualquer coisa produzida pelos humanos. As células usam circuitos, motores miniaturas, circuitos de feedback, linguagem codificada [DNA], e até maquinário de correção de erros que decodifica e corrige o DNA. Muitos cientistas afirmam que a evolução darwinista não parece capaz de construir este tipo de complexidade integrada.

3. Paleontologia: O registro fóssil é desprovido de fósseis intermediários. O padrão geral do registro fóssil é um de explosões abruptas de novas formas biológicas, e os possíveis candidatos para as transições evolutivas são a exceção e não a regra. Por exemplo, a Explosão Cambriana é um evento na história da vida de mais de 500 milhões de anos atrás quando aproximadamente quase todas as principais estruturas corporais dos animais aparecem num instante geológico sem quaisquer aparentes precursores evolutivos.

4. Taxonomia: Os biólogos falharam na construção da Árvore da Vida de Darwin. Os biólogos tinham esperança de que a evidência de DNA revelaria uma grande árvore da vida onde todos os organismos apareceriam nitidamente relacionados. Mas, árvores descrevendo as supostas relações ancestrais entre os organismos baseadas num gene ou característica biológica comumente divergem de árvores baseadas num gene ou característica diferentes. Isso implica num desafio ao ancestral comum universal, a hipótese de que todos os organismos partilham de um ancestral comum.

5. Química: A origem química da vida permanece um mistério insolúvel. O mistério da vida permanece sem solução, e todas as teorias de evolução química enfrentam grandes problemas. As deficiências básicas na evolução química incluem uma falta de explicação de como uma sopa primordial poderia surgir no ambiente hostil da Terra primitiva, ou como que a informação exigida para a vida pode ser gerada por reações químicas cegas.

Eu poderia citar mais uma — a evolução é uma teoria de longo alcance, e teorias científicas assim sofrem de uma grande deficiência epistêmica no contexto da justificação teórica: não podemos recriar esses eventos, e aí o que prevalece é a “crença” a priori de que realmente foi assim. Nada diferente das afirmações criacionistas [Argh, parafraseando a Darwin, isso é como cometer um holocausto epistêmico!]

E ainda dizem que não existe uma crise paradigmática em evolução, que isso é conversa de quem não sabe o que é fazer ciência. Isso é o que então cara-pálida???

Que venha logo Darwin 3.0 em 2010. Sem Lamarck, mas com o Design Inteligente.

Este blogger vai parar de postar mais freqüentemente devido à elaboração de uma dissertação sobre as insuficiências fundamentais da teoria da evolução através da seleção natural apontadas já no tempo de Darwin.

Descoberta mais um “brimo” evolutivo muito distante

terça-feira, novembro 13, 2007

Você se lembra de seus primos e primas? Se você tem uma família unida e que se visita freqüentemente, então você deve se lembrar deles. Mas nem todas as famílias são assim. Especialmente as famílias cobertas por teorias de longo alcance histórico como é a teoria geral da evolução. Pontuar todos os “brimos” e “brimas” ao longo do tempo e espaço evolutivos não é tarefa fácil, mas há pesquisadores que, apesar das evidências dizerem o contrário, continuam achando esses nossos parentes.

O que é interessante é que somente uma mandíbula resolve esta tremenda dificuldade epistêmica: presto, eis o “brimo” que você não conhecia. Só uma mandíbula, e dá pra fazer o reconhecimento? Ah, como vocês são demasiadamente céticos, e faltos de imaginação. Imaginação é a ferramenta sine qua non em paleoantropologia. Se você não tem esta capacidade imaginativa, desista. Não entre nesta ciência empírica onde os fatos é que se ajustam à teoria dominante.

Primo distante é descoberto

13/11/2007

Agência FAPESP — Uma nova página na história da evolução acaba de ser aberta com uma rara e importante descoberta feita no Quênia. [1] Com idade estimada em 10 milhões de anos, uma mandíbula encontrada pode representar um novo tipo de primata.

Fóssil de 10 milhões de anos encontrado no Quênia teria pertencido a uma espécie muito próxima do último ancestral comum entre humanos, chimpanzés e gorilas (foto: Pnas).

Segundo os paleontólogos responsáveis pelo estudo do fóssil descoberto em depósitos vulcânicos na região de Nakali, a mandíbula, com 11 dentes, teria pertencido a uma espécie muito próxima do último ancestral comum entre humanos, chimpanzés e gorilas.

A última vez que um fóssil humanóide com essa idade foi descoberto havia sido em 1982. Peças do período são tão raras que alguns cientistas propuseram que o último ancestral comum teria retornado da Europa ou da Ásia, mas o novo estudo indica que a espécie teria evoluído mesmo no continente africano.

A pesquisa foi feita por um grupo de pesquisadores do Japão, Quênia e França. Coordenada por Yutaka Kunimatsu, do Instituto de Pesquisa em Primatas da Universidade de Kyoto, terá resultados publicados esta semana no site e em breve na edição impressa da revista Proceedings of the National Academy of Sciences (Pnas).

“Estudos moleculares recentes sugerem que a divergência entre humanos e chimpanzés teria ocorrido entre 7 milhões e 5 milhões de anos atrás e a divergência com gorilas de 9 milhões a 8 milhões de anos. Conseqüentemente, o Mioceno Superior (de 11 milhões a 5 milhões de anos) é o período crucial para compreender as origens dos humanos e dos grandes primatas africanos, mas, infelizmente, os registros são extremamente pobres após 13 milhões de anos”, destacaram os autores.

A nova espécie, denominada Nakalipithecus nakayamai, reúne diversas semelhanças com o atual candidato a mais recente ancestral comum entre os grandes primatas, o Ouranopithecus macedoniensis, descoberto na Grécia.

Mas, de acordo com o estudo, alguns detalhes na dentição do N. nakayamai, que indicam uma dieta menos especializada do que do O. macedoniensis, colocam o fóssil agora analisado em um novo gênero.

O artigo A new Late Miocene great ape from Kenya and its implications for the origins of African great apes and humans, de Yutaka Kunimatsu e outros, pode ser lido por assinantes da Pnas em http://www.pnas.org. [2]

NOTA DESTE BLOGGER:

1. Todas as vezes que eu leio expressões assim abrindo um artigo científico: “Uma nova página na história da evolução acaba de ser aberta com uma rara e importante descoberta feita em xyz...”, eu já fico logo cético localizado, pois sei que se trata de mais uma hipótese ad hoc tentando “confirmar” a teoria dominante. Dia após dia, semana após semana, mês após mês, ano após ano, as “notas promissórias epistêmicas” vão sendo emitidas pelos dirigentes do Darwin Bank na expectativa de que serão “resgatadas” pelas evidências. Desde 1859 ainda não foram honradas na boca do cofre do contexto da justificação teórica. Permanecem sem lastro de evidências. Mas que há “brimos” e “brimos”, isso há!!!

2. Ao contrário do anunciado pela Agência FAPESP, os artigos e pesquisas do PNAS podem ser lidos e os PDFs baixados gratuitamente naquele endereço.

Lamarck redivivus vai ser incorporado em Darwin 3.0???

JC E-MAIL 3388 de 12 de Novembro de 2007

20. O retorno de Lamarck

Bióloga israelense diz que teoria da evolução precisa ser ampliada para incluir idéia da herança de caracteres adquiridos, mas que evolucionistas resistem à mudança

Rafael Garcia escreve para a “Folha de SP”:

Um conceito que durante mais de 60 anos foi espezinhado por professores de biologia —o lamarckismo— vai voltar a ser ensinado em escolas. A profecia é da bióloga israelense Eva Jablonka, da Universidade de Tel Aviv, uma das cientistas à frente do movimento que quer pôr um fim ao que ela considera um tabu.

A herança de características adquiridas durante a vida de um indivíduo —a transmissão de traços não-incorporados à seqüência de DNA— foi algo arduamente debatido desde que o naturalista francês Jean-Baptiste Lamarck (1744-1829) concebeu a idéia que levou seu nome. [NOTA DO BLOGGER: Rafael Garcia leia urgentemente o livro “A Teoria da Progressão dos Animais de Lamarck”, da Dra. Lilian Al-Chueyr Pereira Martins (PUC-SP), São Paulo, Booklink, 2007 e veja: a idéia que levou o nome de Lamarck não foi pensada por ele — fazia parte do pensamento científico dominante da época].

À medida que a teoria da evolução de Darwin foi incorporando a genética, porém, nas primeiras décadas do século 20, o lamarckismo acabou sendo rejeitado pelos biólogos.

Agora, para desenterrar o conceito, Jablonka precisou de uma única palavra mágica: “epigenética”. Esse é o termo usado para se referir ao estudo dos padrões de “expressão” (ativação de genes). A idéia por trás de tudo é que dois organismos que têm um mesmo genoma podem manifestar características totalmente diferentes, se alguns genes não forem expressos em um deles.

Nada disso seria incompatível com a rejeição ao lamarckismo, mas nas duas últimas décadas começou a crescer o número de estudos relatando que padrões de expressão gênica podem ser induzidos por mudanças ambientais e depois passados de pais para filhos.

Se esse é um fenômeno comum em biologia —como defende Jablonka— uma teoria de evolução mais completa precisará se dar ao trabalho de acomodar Lamarck agora.

Em palestra na última terça-feira no 1º Workshop de Evolução Biológica, em Porto Alegre, a bióloga apresentou uma pequena amostra de maneiras como características adquiridas podem ser transmitidas —as vezes por muitas gerações.

As descobertas começaram na década de 1980 com relatos de casos esparsos, como plantas herdam padrões de metilação de DNA, um mecanismo de desativação de genes. Hoje a transmissão de características adquiridas vai além da epigenética e já é conhecida até em humanos, como no caso de mães que transferem suas preferências alimentares aos filhos por meio do leite materno.

Esse tipo de fenômeno, que atrai desde médicos até botânicos, só não conquistou ainda os biólogos evolutivos, diz Jablonka. Em entrevista à Folha, ela fala um pouco sobre sua visão de evolução, que, além da genética e da epigenética, precisaria incluir também cultura e, no caso dos humanos, língua:

— Os fenômenos que a sra. relatou em sua apresentação parecem ser relatos esparsos em sua maioria. Isso está sendo estudado de maneira sistemática?

Um livro-texto em epigenética foi lançado agora em 2007, e há outro sendo lançado em 2008. Eles lidam principalmente com medicina e desenvolvimento. Não abordam muito hereditariedade. Há pessoas em medicina muito interessadas nisso porque se existem doenças que podem ser induzidas pelo ambiente e transmitidas a descendentes, isso é algo importante para epidemiologia. Há muitos grupos trabalhando nisso, não apenas em epigenética do câncer, mas também em outras doenças complexas, como diabetes. Acredita-se que herança epigenética pode influenciá-la. Botânicos estão trabalhando mais para tentar entender o mecanismo de silenciar os genes. Eles estão bem conscientes de que esses mecanismos influenciam a evolução. Só que esse trabalho, em sua maioria, não está sendo feito por biólogos evolutivos e sim por biólogos moleculares. Você lê ótimos estudos, nos quais há apenas algumas linhas dizendo que aquilo é interessante para a evolução. Um estudo que não tive tempo de discutir mostra como a herança epigenética é importante em evolução de plantas. E em fungos também. Pesquisadores franceses dizem que pelo menos um terço do que se observa não se encaixa em genética mendeliana [clássica]. Um terço não é pouco. Em animais, há diversos estudos agora em drosófila, vermes e mesmo em mamíferos. Mas a maioria dos que trabalham nisso [heranças epigenéticas] não são biólogos evolutivos. Eles são o último bastião, resistem muito a isso.

— Por quê?

Porque isso é hereditariedade lamarckista. São variações induzidas pelo ambiente, que são específicas e são transmitidas. Esse não é o paradigma que tem dominado o campo. Se for necessário incluir nos modelos [teóricos] a possibilidade da variação induzida, fica muito difícil. Nesse caso, o ambiente deixa de ser apenas o ambiente selecionador e passa a ser também o ambiente que induz a variação hereditária. Isso requer que se repense um bocado em termos de modelagem de processos evolutivos. Acho que a resistência [dos biólogos evolutivos] a isso é compreensível enquanto eles não estejam convencidos de que esse é um fenômeno realmente importante. Essa tem sido a história da biologia evolutiva desde o começo do século 20. Quando a genética mendeliana apareceu, biólogos evolutivos levaram quase 30 anos para alcançá-la. E o mesmo acontece agora. A hereditariedade epigenética aparece, e pode levar mais dez anos para os biólogos evolutivos a alcançarem.

— Um dia, então, será necessário mudar as referências ao “erro” de Lamarck nos livros escolares?

Acho que sim, mas, de uma maneira que não prejudique. As pessoas terão de pensar sobre Lamarck não no primeiro estágio, mas no segundo. Terão de aprender Lamarck só depois de aprender Darwin. É muito fácil cometer erros ingênuos sobre o lamarckismo, como a história da girafa que se esforça para esticar seu pescoço [e acaba tendo uma prole com pescoço longo].

— Mas são só os exemplos que estão errados? Ele não teria formulado a hipótese errada para explicar as coisas?

O pensamento dele era muito simples. Ele falava de mudanças fisiológicas que ocorrem em decorrência do esforço que o organismo faz para comer, ou no caso do uso e do desuso de órgãos. Ele sabia que em cavernas, animais perdiam seus olhos. Então disse: “Veja, eles não estão usando, e essa mudança fisiológica é transmitida aos descendentes”. Isso fazia bastante sentido. Quase todo mundo no século 19 pensava assim. Lamarck achava que as mudanças fisiológicas que os animais sofriam eram imediatamente traduzidas em mudanças herdadas. A coisa não é tão simples quanto ele pensava, mas nada é tão simples quanto as pessoas do século 19 pensavam. O modo como aprendemos Darwin e o interpretamos hoje não é o modo com que ele descrevia a própria teoria. Se você analisar “A Origem das Espécies” e “Variações em Animais e Plantas sob Domesticação”, verá que Darwin tinha uma teoria hereditária totalmente lamarckista. Dizer que alguém é lamarckista é chamar essa pessoa de estúpida, confusa e dizer que ela não sabe o que fala. Na história do lamarckismo há muitos charlatães, mas isso existiu também no darwinismo. A eugenia criou muitos horrores. Acho que chegamos ao ponto em que podemos dizer: “Veja, não vamos adotar o lamarckismo no sentido antigo”. Claro que não. Mas há mecanismos que permitem que variações induzidas pelo desenvolvimento sejam herdadas. Quem não quiser chamar isso de lamarckismo, pode dar qualquer outro nome. Mas eu acho que é compatível com o que Lamarck e outros lamarckistas falavam. Acho que aquilo que eu espero pode acontecer em uns dez ou vinte anos, quando eu já for uma velha senhora (risos). Espero viver para ver os manuais para estudantes de ensino médio escritos de modo diferente: “Houve um período de 60 anos no qual o lamarckismo foi considerado uma impossibilidade, mas agora sabemos que há alguns processos lamarckistas na hereditariedade etc.”

— Evidências que sugerem mudanças na evolução costumam servir de munição para os criacionistas. O criacionismo está tentando se apropriar do seu trabalho?

Difícil dizer. Até agora eles não usaram isso, mas porque eu e Marion [Lamb, da Universidade de Londres] fomos muito cuidadosas. Em nosso livro [“Evolution in Four Dimensions”, de 2005] dissemos muito claramente o que achamos dos criacionistas. E não foram palavras boas. Algumas pessoas dizem que problemas para os quais os criacionistas apontam na biologia evolutiva podem ser resolvidos se eles entenderem a perspectiva epigenética. Um deles é a evolução convergente. Eles afirmam que o darwinismo não pode explicá-la —eles mesmos, é claro, não conseguem explicá-la, mas não importa. Se a indução do ambiente é importante em evolução, há mecanismos básicos regulatórios similares para os quais faz muito sentido que, nos mesmos ambientes, haja reações adaptativas similares. Mesmo que sejam reações inadequadas, elas seriam similares, se houver algum paralelismo no sistema para tal. Mas é claro que os sistemas são completamente diferentes. Isso [a epigenética] pode tornar mais compreensível como esse tipo de paralelismo pode acontecer. Com a hereditariedade epigenética, você tem seleção mais previsível. Além de selecionar variações genéticas, pode selecionar variações epigenéticas. Dá para ter seleção e evolução aí. Então, de certa maneira, ela aumenta o poder da seleção, porque há mais coisas herdadas que podem ser selecionadas. Uma vez que as variações epigenéticas são em geral variações na expressão de genes —não uma variação neste ou naquele DNA nuclear— num nível diferente de organização biológica, a probabilidade de elas serem “visíveis” para a seleção natural é grande. Acho interessante que, apesar de os criacionistas tentarem agarrar tudo o que pensam poder ajudá-los, eles estejam sendo cautelosos conosco. Eu realmente não quero entrar nessa discussão, porque não acho que eles tenham nada a oferecer intelectualmente.

— No que a sra. está trabalhando agora? Está fazendo algo em laboratório?

Não. Sou uma bióloga teórica. Fiz meu doutorado em genética experimental, mas não trabalho no laboratório há um bom tempo. No momento, estou interessada em dois assuntos. Um deles é o papel dos mecanismos de controle epigenético em macroevolução [estudo da evolução levando em conta muitos grupos de espécies]. Não estou certa disso, mas estou começando a explorar a literatura científica para tentar dizer o que está acontecendo e para ver os dados que têm saído dos experimentos para saber se algum pode validar a hipótese de que esses mecanismos estejam por trás de alguns processos de reorganização que acontecem em condições de estresse. Um estudo recente com galináceos mostrou que se você submete um casal a estresse, torna-os incapazes de prever o ambiente etc., eles têm dificuldade para aprender. Depois ele olha para a prole dessas aves. O que se viu é que, em espécies selvagens, os pais são estressados, mas os filhotes estão OK. Mas o mesmo padrão de expressão de genes está alterado em ambos os casos, então estão investigando o cérebro agora. O outro assunto é a evolução de sistemas nervosos primários. Como eles evoluíram para “experimentar”, algo importante para a evolução da consciência. Mas esse trabalho não tem relação com epigenética.

— Como seu trabalho sobre epigenética pode afetar o debate sobre a unidade de seleção em evolução? O que a sra. diz está de acordo com a noção difundida pelo zoólogo britânico Richard Dawkins, a de que o gene é uma entidade “egoísta” e autônoma que manda no processo evolutivo?

Acho que pensar em termos de genes egoístas não ajuda, e acho que há um monte de confusão sobre isso. A maneira de pensar sobre isso deve ser a de pensar em “inputs” ao desenvolvimento. Você pode ter um “input” genético, um “input” epigenético etc. Mas esses não são apenas “inputs” em desenvolvimento, mas em hereditariedade. Se você pensar dessa maneira, conceber um “input egoísta” não faz sentido. Acho que há uma grande confusão na maneira como Dawkins apresentou todo esse assunto. Ele o apresentou como se as alternativas fossem a seleção do gene, do indivíduo ou do grupo. Isso não é verdade. Ninguém nunca pensou que o indivíduo fosse a unidade de seleção. O indivíduo é um “alvo” da seleção. A alternativa ao gene como unidade de seleção, na verdade, são os caracteres, os traços dele: a característica “herdável” e variável. Essa é a unidade de seleção e acredito que ela deve ser a unidade de seleção. Claro que aquilo que morre e se reproduz é o indivíduo. Às vezes é o grupo. Mas a unidade de seleção é a característica, para a qual existem muitos “inputs” que afetam a “herdabilidade”. Essa é a maneira correta de tratar a evolução e eu não estou disposta a passar minha vida discutido sobre Dawkins e brincando no “parque de diversões” que ele construiu, porque acho que ele está errado. Ele define o problema da maneira errada e então dá a resposta errada. Como o indivíduo pode ser a unidade de seleção? Não dá. Só pode ser o alvo. É preciso que a unidade de seleção seja algo para onde você olha de tempos em tempos e vê mudanças ao longo do tempo entre as gerações. O que, então? Mudanças nos genes? Não sou contra pensar no gene como algo que muda ao longo do tempo evolutivo. É claro que ele muda, mas se você pensa em termos de evolução adaptativa, você está interessado em características e mudanças dessas características. Essa é uma unidade da evolução muito importante, e ninguém nunca achou que os indivíduos fossem a unidade de seleção, no sentido em que Dawkins caricaturou. Outra coisa é que Dawkins caracterizou o gene como a única unidade hereditária digna desse nome —exceto pelo meme [o “gene” cultural]— e não há nada no meio disso. Mas eu acho que há uma grande variedade de coisas entre essas duas. Não é uma coincidência Dawkins não saber de nada sobre herança epigenética, ou nunca tê-la mencionado. Acho que ele é um bom advogado. Mas aqui não se trata de defender um argumento, trata-se de descobrir coisas sobre o mundo.
(Folha de SP, 11/11)

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Fui, pensando seriamente que a Nomenklatura científica está trabalhando a todo vapor a fim de entregar para os usuários a nova versão de Darwin 3.0 em 2010.