Darwin ‘falou e disse’: Só de olhar o olho me dá calafrios!

quarta-feira, maio 31, 2006

Sobre a afirmação de Darwin de que o olho humano “possivelmente deveria ter sido adquirido por seleção gradual de desvios sutis, mas úteis”, sua esposa Emma Darwin escreveu: “Uma grande suposição”.

Essas anotações de Emma Darwin devem ter mexido muito com a cabeça do naturalista inglês, pois a idéia dele de uma evolução gradual, passo a passo, de um órgão extremamente complexo e integrado como o olho “causava-lhe calafrios” [*].

Não é para menos. Vide abaixo o detalhe da ‘máquina celular’ do olho:


* BURKHARDT, F. e SMITH, S., eds. The Correspondence of Charles Darwin 3:396
[1895-91].
COLP, R, Jr., “Confessing a Murder: Darwin’s First Revelation about Transmutation”, in Isis 77 (1986) 19-20
KOHN, D., “Darwin’s Ambiguity: The Secularization of Biological Meaning”, in
British Journal of History of Science 22 (1989), 226.
DARWIN, F., The Life and Letters of Charles Darwin 2:12, 296 [1887]

Jeffrey Schwartz ‘falou e disse’: Nós somos críticos divididos, mas a teoria de Darwin precisa evoluir!

terça-feira, maio 30, 2006

Nos dias 18-20 de maio eu apresentei o pôster “Uma Iminente Mudança Paradigmática em Biologia Evolutiva?” na V São Paulo Research Conference – “Teoria da Evolução: Princípios e Impacto” na USP. Era sobre as muitas dificuldades que os especialistas estão encontrando na atual teoria geral da evolução de Darwin – o neodarwinismo e o que isso poderia significar em termos paradigmáticos.

Li o artigo abaixo e quase não acreditei – as minhas indicações de se revisar o neodarwinismo estão sendo vindicadas por um cientista evolucionista americano de renome!

“Os Pensadores: Antropólogo da Universidade de Pittsburgh acha que a teoria de Darwin precisa evoluir em alguns pontos.

A série deste mês destaca pessoas da Pensilvânia Ocidental que estão na vanguarda de novas idéias em suas áreas.

Segunda-feira, 29 de maio de 2006




Foto de John Beale, Post-Gazette
Jeffrey H. Schwartz, Universidade de Pittsburgh

Por Mark Roth
Pittsburgh Post-Gazette
http://www.post-gazette.com/pg/06149/694046-85.stm

Darwin estava errado, e seus seguidores modernos perpetuam os seus erros.

Isso soa como a salva de abertura de um defensor do Design Inteligente ou algum outro crítico religiosamente motivado da teoria da evolução.

Mas, na verdade, resume as idéias de Jeffrey Schwartz, um eminente antropólogo na Universidade de Pittsburgh e um de um grupo crescente [sic] de críticos da teoria darwiana padrão.

A mais recente publicidade que o Dr. Schwartz recebeu focalizou o seu papel na criação de réplicas em tamanho natural de George Washington para exposição no Monte Vernon.

Muito de sua carreira, contudo, tem sido devotada à evolução humana e a história das idéias de Charles Darwin.

Ao criticar Darwin, o Dr. Schwartz não contesta que os humanos, os animais e as plantas evoluíram de outras espécies. Na verdade, um de seus livros, “The Red Ape” [O macaco vermelho], argumenta que os orangutangos, e não os chimpanzés, são os parentes evolucionários mais próximos dos seres humanos.

Todavia, ele discorda de duas partes importantes de pensamento darwiniano tradicional – gradualismo e adaptação.

O gradualismo sustenta que novas espécies evoluem de seus ancestrais através pequenas mudanças incrementadas. A adaptação diz que aquelas mudanças vêm em resposta às mudanças de condições no ambiente.

“Nós temos abundante evidência”, Darwin escreveu em um de seus livros, “da constante ocorrência sob a natureza de insignificantes diferenças individuais da maioria dos gêneros mais diversificados; e então nós somos levados a concluir que as espécies geralmente têm se originado pela seleção natural de diferenças extremamente insignificantes”.

O dr. Schwartz disse que ele tem dois problemas com esta visão.

Primeiro, se a evolução fosse gradual, deveria haver um registro de mudança contínua nos fósseis pré-históricos, mas existem muitas lacunas [sic] entre as espécies no registro fóssil.

Darwin disse que era simplesmente má sorte que aqueles fósseis intermediários estivessem faltando. Os criacionistas científicos têm usado as lacunas fósseis para argumentar que Deus [Argh, “é como se eu estivesse cometendo um assassinato” (Darwin) mencionando este nome aqui neste blog!!!], conforme descrito no livro de Genêsis.

Mas há uma outra possibilidade, disse o Dr. Schwartz. Não existe um imenso número de fósseis transicionais perdidos porque, em primeiro lugar, eles nunca estiveram lá. Em vez disso, as novas espécies surgiram subitamente devido a alterações genéticas que criaram diferenças acentuadas com seus predecessores.

Outro problema com o gradualismo, ele argumentou, é que ele sugere que as estruturas complexas, tais como os olhos de vertebrados ou as glândulas mamárias dos mamíferos, tiveram milhares de precursores levemente diferentes em criaturas anteriores. Isso desafia a lógica, ele disse. Os pensadores evolucionários modernas como Niles Eldredge e o falecido Stephen Jay Gould lidaram com as lacunas dos fósseis apresentando a teoria do “equilíbrio pontuado”. As criaturas evoluíram bem do jeito que Darwin tinha descrito, eles disseram, mas não numa velocidade constante. Algumas vezes haveria períodos de inatividade; algumas vezes haveria explosões pródigas de novas espécies.

Contudo, aquele conceito ainda defendia a idéia de adaptação, disse o dr. Schwartz – que as mudanças nas condições ambientais levam a “seleção natural” favorecer a sobrevivência das espécies melhor adequadas para aquelas condições.

Ele tem uma visão alternativa.

O dr. Schwartz afirma que os novos organismos provavelmente são gerados por mudanças aleatórias nos genes de desenvolvimento, e que quaisquer novas características que eles têm permanecerão existindo enquanto eles não provocarem danos às chances de sobrevivência das criaturas.

“Basicamente”, disse ele, “se uma característica não lhe mata, você continuará a tê-la”.

Em vez de o ambiente fazer com que as espécies mudem favorecendo um tipo de criatura em detrimento de outra, disse ele, é bem provável que uma criatura produzida por evolução aleatória pode sobreviver em ambientes diferentes.

O seu exemplo favorito é o lêmure mangusto, encontrado em Madagascar e nas ilhas Comoros distante da costa da África. Em Madagascar, esses lêmures são ativos durante o dia, comem frutas e folhas e viajam pelo chão. Nas ilhas Comoros, eles são ativos à noite, ficam nas árvores, e se alimentam pendurados de cabeça para baixo pelos seus pés para chuparem néctar das flores.

“Este tipo de mudança é na verdade bem comum”, disse ele. “Esses lêmures têm os mesmos dentes, os mesmos pés, os mesmos olhos, mas se o ambiente muda, eles mudam a sua atividade e sua dieta, não a sua anatomia”.

O dr. Schwartz acha que há duas razões por que ele e outros pensadores evolucionários contrários não têm alcançado a consciência do público.

Por uma razão, eles todos não concordam entre si, assim eles nunca desenvolveram uma frente unificada.

Também, o desafio ao pensamento evolucionário em décadas recentes dos defensores do Design Inteligente [É só aqui na Belíndia que a Grande Mídia tupiniquim, à la Stalin, faz de conta que não existimos] e o criacionismo têm impelido muitos cientistas a se juntarem em defesa das idéias de Darwin, empurrando as teorias alternativas para uma posição obscura.

Embora o dr. Schwartz seja tão apaixonado sobre a evolução, ela é apenas uma dos seus ecléticos interesses. Uma pequena lista de outros projetos:

O projeto George Washington, que ele escreveu a respeito na edição de Fevereiro da revista Scientific American, está quase pronto para ser mostrado ao público. As figuras de cera de Washington com as idades de 19, 45 e 57 foram desenvolvidas com a ajuda dos conhecimentos especiais do Dr. Schwartz sobre como o rosto do presidente teria mudado por causa do envelhecimento e dos seus dentes notoriamente de péssima qualidade. Elas serão expostas em outubro.

Como um especialista estudando ossos a fim de ajudar nas investigações criminais, ele tem assistido a ascensão dos programas de televisão tipo “CSI” com preocupação e prazer. O efeito total dos programas tem sido provavelmente o “aumentar as expectativas não realistas” sobre quão eficaz a evidência forense pode ser na solução de crimes, ele disse – “mais o fato que quando eu vou ao escritório do médico-legista, ninguém se parece com ninguém naqueles programas de televisão”.

Ele e vários co-autores acabaram de completar um estudo de quatro volumes de todo o registro fóssil humano. Perguntado sobre o por que os Neandertais desapareceram após quase 200.000 anos de existência, ele disse: “Eu acho que a nossa espécies os matour. Nós somos uma espécie belicosa e intolerante e eu não me surpreenderia se nós empurramos esta outra espécie para refúgios e os exterminamos completamenmte”.

O dr. Schwartz disse que ele não sabe se as suas idéias evolucionárias se tornarão parte do convencional, mas mesmo assim ele pensa que elas são boas para a ciência.

“Eu acho que foi George Patton quem disse, ‘Se todo o mundo estiver pensando a mesma coisa, então ninguém está pensando’ [Eu chamo isso carinhosamente de ‘síndrome-de-soldadinho-de-chumbo’. E eu acredito que esse é o problema com o pensamento darwiniano que coloca todos os ovos numa cesta só”.
________________________________________
(Mark Roth pode ser contatado pelo e-mail mroth@post-gazette.com ou pelo telefone 412-263-1130. )

Dados biográficos:

Nome: Jeffrey H. Schwartz
Idade: 58
Posição: Professor de antropologia, Universidade de Pittsburgh, há 32 anos.
Formação acadêmica: Bacharel, Columbia College, 1969; Mestrado e Ph.D. em antropologia, Columbia University, 1973-74.
Prévias posições: Consultor em antropologia forense, escritório do médico-legista do Condado de Allegheny, de 1998 até hoje; Distinto Professor visitante, University of Alabama, 2003; Professor Visitante, University of Vienna, 2005.

Publicações: Diversos livros, inclusive o “The Human Fossil Record” (4 volumes), 2002-05; “Sudden Origins: Fossils, Genes and the Emergence of Species” (1999); “The Red Ape” (1987, atualizado 2005), e 140 artigos e capítulos em publicações científicas com revisão por pares.

Homenagens profissionais: Melhor obra de referência em ciências, American Association of Publishers, 2003; Distinto palestrante, Gesellschaft fur Anthropologie, 1998; Medalha de Honra, College de France, 1989.

O ultradarwinista queria dizer “Con Claims” em vez de “Conclames”

domingo, maio 28, 2006

Adotei uma política neste blog de não abrir espaço para comentários por saber que a galera ultradarwinista e fundamentalista é mal educada desde berço [um deles se declarou assim]. Além disso, não me envolvo em picuinhas de listas de debates sobre evolução, criação e design inteligente porque entendo que não aqui o fórum legítimo para o debate de teorias e idéias. O espaço aqui é voltado unicamente para desafiar a Nomenklatura científica e expor as insuficiências epistêmicas das atuais teorias da origem e evolução da vida.

Recebi o seguinte e-mail de um ultradarwinista fundamentalista. O e-mail dele foi deletado por razões óbvias. Não ia fazer isso, mas como ninguém tem domínio sobre o que é veiculado na Internet, resolvi divulgar neste blog porque não sei se isso já não está sendo divulgado no webespaço com a finalidade de querer me desmoralizar e desqualificar como um oponente e crítico capaz.

Meus comentários e respostas seguem entre colchetes.

De: xyz@gmail.com
Enviada em: domingo, 28 de maio de 2006 00:22
Para: neddy@uol.com.br
Assunto: Conclames

[O ultradarwinista queria dizer “Con Claims” em vez de “Conclames”. Con Claims seriam ‘afirmações espúrias, falsas’].


Profº (sic) Ené, teu inglês é péssimo. Como pode um professor manipular textos científicos descaradamente?

[Não sei se o meu inglês é péssimo ou não, quem sou para fazer este teste de proficiência lingüística, mas dá pra quebrar um galho aqui no meio de muitos ‘doutos’ na língua de Shakespeare. A minha ética neste blog e em qualquer lugar é muito alta – não manipulo descaradamente textos científicos, e nem procuro destruir vidas].

O trecho que você citou que o cientista norte-americano Rigoutzos [sic] disse '"O laboratório comum não tem os recursos para provar ou não isso, desse modo, vai precisar de bastante esforço por muitas pessoas", disse o Dr. Rigoutsos.' ou em inglês ... "The common laboratory does not have the resources to prove or not this, in this manner, goes to need sufficient effort for many people", said the Dr. Rigoutsos. NÃO EXISTE.

[Onde está o meu ‘inglês péssimo’ na tradução acima? O texto usado, e remeti o leitor para ele, não era o texto científico do Dr. Rigoutsos no PNAS,
http://www.pnas.org/cgi/content/abstract/0601688103v1
mas o artigo de Paul Rincon para a BBC:
http://news.bbc.co.uk/1/hi/sci/tech/4940654.stm].

E também, os trechos '"Essas regiões podem, na verdade, conter estrutura que nós não tínhamos visto antes [sic]", disse o Dr. Isodore Rigoutsos. "Se na verdade um deles corresponder a um elemento ativo que esteja envolvido em algum tipo de processo, então a extensão do processo regulador da célula que ocorre realmente está muito além de qualquer coisa que nós vimos na última década [sic]". O artigo de Rigoutsos et al. foi publicado no PNAS.1" , ou se preferir, em inglês... "These regions can, in the truth, to contain structure that we had not seen [before sic]", the Dr. Isodore Rigoutsos said. "If in truth one of them to correspond to an active element that is involved in some type of process, then the extension of the regulating process of the cell that really occurs is very beyond any thing that we saw in the last decade [sic]". The article of Rigoutsos et al. it was published in the PNAS.1, NÃO EXISTEM.

[Alguém pode me apontar a inadequação de minha tradução do texto acima. O trabalho de Rigoutsos et al. não têm essas declarações feitas ao jornalista Paul Rincon].

Estude um pouquinho mais de Genética, comece com Gardner, e assim, vais evoluindo gradativamente até poder citar um dos institutos mais respeitados do EUA.

[Eu estudo bastante biologia e me apoio em ‘ombros de gigantes’ – eles são mais de 600, para poder afirmar quaisquer coisas neste blog].

História da Ciência não é tão imprecisa e incoerênte [sic] quanto seus argumentos para laicos brasileiros.

[Primeiro uma correção de um erro simples de grafia: não se acentua a palavra ‘incoerente’. Realmente a História da Ciência não é ‘imprecisa e incoerênte (sic), e nem tampouco os argumentos que tento traduzir e comunicar para os leigos. Aqui neste blog, nós sempre matamos a cobra e sempre mostramos o pau!].

Espero respostas.... ou a constituição é clara.

[Estão aqui as respostas. Não entendi bulhufas do ‘ou a constituição é clara’. Eu enviei para o xyz a reportagem do jornalista da BBC. Se alguém quiser tirar as dúvidas, escrevam para ele:Paul.Rincon-INTERNET@bbc.co.uk]

Meninos, se acalmem, que este debate epistemológico teórico é para gente grande! Vocês vão crescer...

P.S.: O email xyz@gmail.com me enviou a seguinte resposta:NO SUCH USER - Não existe este usuário!

The original message was received at Sun, 28 May 2006 12:37:26 +0100 (BST) from [192.168.202.107]

----- The following addresses had permanent fatal errors -----
(reason: 550 5.7.1 No such user u1si2790599uge)

----- Transcript of session follows ----- ... while talking to gmail-smtp-in.l.google.com.:
>>> RCPT To:
<<< 550 5.7.1 No such user u1si2790599uge 550 5.1.1 ... User unknown

Que vergonha - esconder-se por trás de e-mail que não existe.

Por que sou pós-darwinista?

sábado, maio 27, 2006

Um ultradarwinista fundamentalista me desafiou para participar de uma lista de debates no Orkut – http://www.orkut.com/Community.aspx?cmm=184959: I have no time for trifling! Trocando em graúdos, caso ele não saiba inglês – não é questão de ter coragem ou não [ele me pareceu aqueles fanfarrões que intimidam os mais fracos], mas eu não tenho tempo para isso. Além disso, a questão hoje não é se as especulações transformistas de Darwin contrariam relatos de tradições religiosas , mas se as evidências apóiam essas 'projeções da mente'. Não apóiam, e apontam noutra direção: Design Inteligente.

Depois queria saber a razão de eu ser pós-darwinista. Não precisava me escrever. Bastava ler o meu perfil, afinal de contas, 10 entre 10 darwinistas lêem o meu blog.

Alô galera do Orkut – dêem uma força para este blog aqui convidando seus amigos a convidarem seus amigos para conhecerem um pouco mais como desafiar a Nomenklatura científica. Vocês vão contribuir para o ensino objetivo da ciência e ajudar a acabar com a inquisição sem fogueiras que acontece em nossas universidades públicas e privadas contra os que ousam desafiar Darwin-ídolo. E mostrar para esses fanfarrões, com conhecimento de causa, que a teoria geral da evolução está mais furada do que queijo suíço!

Eu já fui evolucionista [acaso + necessidade + seleção natural e outros processos evolutivos + mutação + tempo] de carteirinha. Hoje, eu sou cético da teoria geral da evolução [Meninos, isso é a teoria macroevolutiva de como uma espécie se transmuta em outra].

Será que ele sabe que a evolução é um ‘fato’ porque Mayr, o decano dos evolucionistas, defende a “ampliação do conceito de investigação científica, reabilitando as narrativas históricas [sic] que reconstroem o que não se pode repetir” [tese do ancestral comum, p.ex.], como o “método por excelência da biologia”? [VARELA, Drauzio. Recomendando o livro “Biologia, Ciência Única”, de Ernst Mayr, São Paulo, Companhia das Letras, 2005]. História ou estória? Eu fico mais com ‘estórias da carochinha’ do que história propriamente dita.

Minhas razões deste ceticismo localizado [e não global] em relação às especulações transformistas de Darwin são derivadas de muita leitura de publicações científicas. Eu não podia mais ‘rezar’ o credo darwiniano fundamentalista:

“Nós temos uma teoria que tem vastos buracos de lacunas, e nós não temos sequer idéia de como a teoria pode preencher esses buracos, mas mesmo assim nós ainda cremos que a teoria explica o que realmente aconteceu”.

Daí eu ser um pós-darwinista, isto é, alguém que já anteviu uma iminente mudança paradigmática em biologia evolutiva. Descartar Darwin totalmente? Não, pois ele acertou no varejo – teoria especial da evolução, mas errou no atacado – teoria geral da evolução.

Segundo Kuhn, quando um paradigma entra em crise, os que praticam ‘ciência normal’ escondem as anomalias do paradigma e inventam teorias ‘ad-hoc’ visando salvar o paradigma de entrar em colapso epistêmico. Ou entram em pânico como este fanfarrão.

Contrariando Dobzhansky, nada em evolução faz sentido, a não ser à luz das evidências biológicas. Elas estão dizendo um sonoro NÃO a Darwin e discípulos. Para desespero dos ultradarwinistas fundamentalistas e da atual Nomenklatura científica, que venha o novo paradigma.

Pro bonum scientia!

Dawkins, aquele do gene egoísta, ‘caiu do cavalo’!

sexta-feira, maio 26, 2006

Isso saiu na seção "News Feature" da revista Nature de 25 de maio de 2006. Os meus comentários estão entre colchetes.

Genética: O que é um gene?

Helen Pearson*

Abstract

A idéia de genes como contas num colar de DNA está desaparecendo rapidamente.

[Atenção autores de livros-texto de Biologia, favor corrigir este aspecto científico fundamental na próxima edição em 2007. Que se dane o lucro das editoras! O que conta é o ensino objetivo da ciência.]

As seqüências de codificação de proteínas não têm um início nem fim nítidos e o RNA é uma parte importante do pacote de informação, relata Helen Pearson.

O "gene" não é um típico palavrão. Não ofende. Nunca é censurado nos programas de TV. E enquanto o significado da maioria dos palavrões seja bem claro, o significado do gene não é. Quanto mais os cientistas se especializam em genética molecular, menos fácil é ter certeza do que verdadeiramente, se qualquer coisa, é um gene.

[Dawkins, como é que fica aquela estória reducionista de "gene egoísta"?]

Rick Young, geneticista no Whitehead Institute em Cambridge, Massachusetts, disse que quando começou a lecionar como jovem professor de faculdade, duas décadas atrás, levou cerca de duas horas para ensinar aos alunos novatos o que era um gene e os aspectos simples de como funcionava.

Hoje, ele e seus colegas precisam de três meses de palestras para comunicar o conceito do gene, e isso não é porque os estudantes sejam menos brilhantes. "Leva todo um semestre para ensinar essa matéria para talentosos alunos de pós-graduação", disse Young. "Costumava ser que nós podíamos dar uma só definição e agora é muito mais complicado."

[Dawkins, e eu pensei que você tivesse dado a palavra científica final em O Gene Egoísta...]

Em genética clássica, um gene era um conceito abstrato – uma unidade de herança que transportava uma característica de pais para filhos. Quando a bioquímica se tornou ciência em seus termos, aquelas características foram associadas com enzimas ou proteínas, uma para cada gene. E com o advento da biologia molecular, os genes se tornaram coisas reais e físicas – seqüências de DNA que, quando convertidos em filamentos do tão-chamado RNA mensageiro, podem ser usadas como base para a fabricação passo a passo de sua proteína associada. As grande moléculas tipo mola helicoidal de DNA dos cromossomos eram consideradas como longos colares nos quais as seqüências gênicas ajustavam-se como discretas contas.

Esse quadro ainda é o modelo funcional para muitos cientistas. Mas os cientistas na pesquisa de ponta de genética o consideram como cada vez mais desatualizado – uma aproximação grosseira que, na melhor das hipóteses, esconde novas complexidades fascinantes e, na pior das hipóteses, cega seus usuários para novos caminhos de pesquisa úteis.

[Design Inteligente, por exemplo... Aproveito para chamar atenção dos autores de livros-texto de Biologia para acolherem isso em novas edições. Afinal de contas, a ciência não é dogmática, não é mesmo? E revisa sempre os seus erros...]

A informação, parece, é distribuída ao longo dos cromossomos de uma maneira muito mais complexa do que se supunha antes. As moléculas de RNA não são apenas conduítes passivos através dos quais a mensagem do gene flui para o mundo, mas são reguladores ativos de processos celulares. Em alguns casos, o RNA pode até passar informação por gerações – normalmente a preservação exclusiva do DNA.

Uma pesquisa surpreendente do ano passado levantou a possibilidade de que algumas plantas reescrevem o seu DNA na base de mensagens de RNA herdadas de gerações passadas [1]. Uma pesquisa na página 469 desta edição sugere que um fenômeno comparável pode ocorrer em ratos, e por implicação em outros mamíferos [2]. Se esse tipo de fenômeno for, na verdade amplo, "teria grandes implicações", disse o geneticista evolucionista Laurence Hurst na University of Bath, Grã-Bretanha.

[As grandes implicações não seriam uma iminente mudança paradigmática em biologia evolutiva???]

"Toda aquela informação desafia seriamente a nossa definição convencional de um gene", disse o biólogo molecular Bing Ren na Universidade da Califórnia, em San Diego. E o desafio da informação vai ficar ainda mais forte. Mais tarde, neste ano, uma pletora de dados serão liberados do projeto internacional Enciclopédia dos Elementos do DNA (ENCODE). A fase piloto do ENCODE envolve escrutinar aproximadamente 1% do genoma humano em detalhe inédito; o objetivo é descobrir todas as seqüências que servem a um propósito útil e explicar o que é aquele propósito [Teleologia ou vulgarmente Design Inteligente – eu não pude me conter...]. "Quando começamos o projeto ENCODE, eu tinha uma visão diferente do que era um gene", disse o pesquisador que participou do projeto, Roderic Guigo, no Centro de Regulação Genômica em Barcelona. "O grau de complexidade que nós vimos não era antecipado."

[Roderic, bastava ler A Caixa Preta de Darwin, de Michael Behe, para saber que até em "simples bactérias", que Darwin não consegue explicar pela sua teoria, existe "complexidade irredutível"...]

Sob fogo [cruzado!]

A primeira das complexidades a desafiar o paradigma da biologia molecular de uma única seqüência de DNA codificando uma única proteína foi o splicing alternativo, descoberto em vírus em 1977. Vide o artigo "Hard to track".

A maioria das seqüências de DNA descrevendo as proteínas em humanos tem um arranjo modular no qual os exons, que transportam as instruções para fabricar [Argh, isso é quase como cometer um assassinato, mas é uma linguagem teleológica – característica de design inteligente], são intercalados com introns não codificantes. No splicing alternativo, a célula "corta" os introns e "liga" os exons em diferentes ordens, criando mensagens que podem codificar diferentes proteínas. Ao longo dos anos, os geneticistas também têm documentado os chamados overlapping genes, genes dentro de genes e incontáveis arranjos estranhos [ou "A-lacuna-da-ignorância-científica"]

[vide "Muddling over genes"].

O splicing alternativo, contudo, por si mesmo não exigiu uma drástica reavaliação da noção de um gene; ele apenas demonstrou que algumas seqüências de DNA podem descrever mais do que uma proteína. O ataque atual ao conceito de gene tem muito mais alcance, impelido largamente pelas pesquisas que mostram o escopo previamente inimaginável do RNA.

[Em ciência, nada como um dia atrás do outro. Eu queria ver a cara do Dawkins e dos discípulos reducionistas... Caiu do cavalo!]

* Helen Pearson é repórter trabalhando para a revista Nature em Nova York.

Marcelo Leite (Folha de São Paulo) “falou e disse”: “Não damos espaço!”

quarta-feira, maio 24, 2006

Em dezembro de 1998, escrevi um longo artigo-tese "Desnudando Darwin: ciência ou ideologia?" O subtítulo é bem mais contundente: "ou a relação incestuosa da mídia brasileira com a Nomenklatura científica", publicado no Observatório da Imprensa.

Era sobre como a Grande Mídia Tupiniquim (GMT) lida com a questão de Darwin, as insuficiências epistêmicas fundamentais de sua teoria geral da evolução (evolução é um termo muito elástico e eles nunca definem sobre o que estão falando) e seus críticos, sejam científicos ou não. Houve réplicas e tréplicas, mas a minha tese de que a GMT tinha essa relação abjeta com a Nomenklatura científica, baseada tão-somente na troca de correspondência de mais de 10 anos com os editores de ciência e diretores de redação, era difícil de ser demonstrada naquela ocasião.
Não é mais. Ela acabou de ser demonstrada inusitada e inesperadamente na V São Paulo Research Conference – "Teoria da Evolução – Princípios e Impacto", realizada no Auditório do Teatro da Faculdade de Medicina (FAMUSP), evento promovido pela Pró-Reitoria de Pesquisas da USP, no dia 20 de maio de 2006. Eu esperei 8 anos pela confirmação de minha tese de que a GMT não pratica jornalismo científico objetivo, apartidário e pluralista quando a questão é Darwin. Deve ser também assim em outras "áreas cinzentas" que desconhecemos.
Como a hipótese transformista darwinista é aceita a priori, e baseada em evidências circunstanciais, mesmo que haja opiniões divergentes de outros especialistas abalizados sobre o assunto, o mais próximo que a Folha de São Paulo chegou foi uma reportagem especial intitulada "Visões Extremas da Evolução", onde prevaleceu o paradigma neodarwinista e um pequeno destaque marginalizado da Teoria do Design Inteligente na figura de Michael Behe, com a sua tese da complexidade irredutível (A Caixa Preta de Darwin, Rio de Janeiro: Zahar Editor, 1997).

Todos os cientistas darwinistas foram entrevistados via e-mail. Menos Behe. William Dembski, matemático, autor de The Design Inference (Cambridge: Cambridge University Press, 2000), o mais brilhante dos teóricos do DI, sequer foi entrevistado. A editoria de ciência da FSP daquela época tinha os e-mails desses cientistas, pois tive o prazer de enviá-los ao jornalista Maurício Tuffani (hoje na UNESP).

A GMT posa de vestal e de "dona da verdade" em certos assuntos. Leia os editoriais. Mas agora fica mais difícil essa sua postura de "mulher de César", pois Marcelo Leite, na sua palestra sobre como a mídia cobre a controvérsia da evolução, disse que a relação da GMT com os oponentes de Darwin – ele mencionou como sendo os criacionistas, mas existem outros que fazem por motivos essencialmente científicos – é: "NÃO DAMOS ESPAÇO!"

"NÃO DAMOS ESPAÇO!" Quer dizer, um dos principais preceitos éticos do jornalismo – o dever de jamais frustrar a manifestação de opiniões divergentes e o livre debate de idéias (TUFFANI, Maurício. "Ciência e interesses: As regras do jogo acima do método e da razão", in Formação e Informação Científica, São Paulo: Summus, 2005, p. 67) vem sendo jogado na lata do lixo das redações da GMT, quando a questão é Darwin. Isso também se aplica aos jornais O Globo, O Estado de São Paulo, e as revistas Veja, Época e as de divulgação científica – Galileu e Superinteressante.

Isso é a negação do verdadeiro espírito livre de um acadêmico – Marcelo Leite é doutor em ciências sociais pela UNICAMP. Ao não dar espaço a opiniões divergentes e ao livre debate de idéias, o fundamentalismo da Nomenklatura científica (influenciado pelo naturalismo filosófico) já se instaurou há muito tempo nas redações, e os jornalistas tidos como homens e mulheres livres, sofrem da "síndrome de soldadinhos-de-chumbo", pois as regras do jogo estão acima do método e da razão. E da ética!

Marcelo Leite, quem diria, um guarda-cancelas de Darwin... E a minha tese de relação incestuosa da GMT com a Nomenklatura científica publicada em 1998 no Observatório da Imprensa fica demonstrada. QED.

Eu saí daquela conferência com um ar de alegria e tristeza. Alegria por ter visto a tese confirmada. Triste em saber que a GMT, que se diz livre, encontra-se na verdade no "cativeiro" do naturalismo filosófico que posa como metodologia naturalista.

Um pôster pra lá de polêmico

domingo, maio 21, 2006


Eis o pôster apresentado na V São Paulo Research Conference (18-20 de maio de 2006).

Uma iminente mudança paradigmática em biologia evolutiva?

Nos dias 18-20 de maio de 2006 foi realizada a V São Paulo Research Conference no auditório da Faculdade de Medicina da USP, São Paulo, SP.

O evento teve a promoção da Pró-Reitoria de Pesquisas da USP, e apoio da Faculdade de Medicina da USP, da Sociedade Brasileira de Imunologia e da Sociedade Brasileira de Química.

Do encarte enviado aos inscritos, destaco:

"Nesta 'São Paulo Research Conference' serão revistos os aspectos históricos, filosóficos e biológicos do Darwinismo e da Teoria da Evolução, suas extensões e variantes, assim como as contribuições que modernas abordagens e técnicas experimentais, tais como, por exemplo, a bio-informática e a biologia molecular estão trazendo para a compreensão e a eventual re-interpretação dos mecanismos de evolução".

Enviei para a Comissão Científica organizadora - Dr. Boris Vargaftig (ICB - USP), Dr. Carlos E. Winter (ICB - USP) e Dr. Marcello A. Barcinski (ICB - USP e INCA) um abstract de pesquisa que estou desenvolvendo: "Uma Iminente Mudança Paradigmática em Biologia Evolutiva?" que foi aprovado para ser apresentado como pôster 01-01.

Tinha que ser na USP para acontecer toda esta liberdade acadêmica de se expressar opiniões e idéias inovadoras hoje tidas como "heterodoxas". Desculpem a redundância, mas vou postar o 'pôster' amanhã. Como pesquisador independente em História e Teoria da Ciência, mas se alguém quiser uma cópia da pesquisa atual, posso enviar por email. Basta pedir: neddy@uol.com.br

A VEJA e Edward Wilson ‘falaram e disseram’ asneiras sobre o Design Inteligente

domingo, maio 14, 2006

A revista VEJA Edição 1956, de 17 de maio de 2006, p. 11, 14-15, publicou a entrevista “Salvem o planeta” com o biólogo americano Edward Wilson, da Universidade Harvard, fundador da sociobiologia (assunto controverso e repudiado por outros acadêmicos como não sendo ciência), pedindo a união da ciência e religião na defesa da biodiversidade. O link acima é para assinantes.

Uma pergunta incômoda para Wilson que Diogo Schelp - VEJA não fez: se a evolução é realmente um processo cego, aleatório e não teve o ser humano em mente (possivelmente nem as outras espécies), por que agora esta preocupação de um ‘ecochato’ de salvar o planeta? Wilson deveria ser mais coerente com as suas idéias teóricas: somente o mais apto sobrevive. Não houve telos antes, não há agora e nem depois. Esta é a conclusão lógica final do pensamento filosófico materialista: O universo que se dane, afinal de contas, Kaput é o nosso destino final cósmico.

Não vou lidar com o convite inusitado de Wilson de religiosos e cientistas “deixar de lado as diferenças”, pois esta é uma falsa dicotomia que a filosofia materialista utiliza da boa metodologia naturalista para alijar outros discursos sobre a realidade. Wilson, o deísta-agnóstico-materialista-espiritualista [???] tenta impingir seu “evangelho” de “natureza sagrada” sobre os de tradições religiosas, mas ele se esqueceu dos ateus e agnósticos que não consideram assim a “natureza”.

A revista VEJA e a Grande Mídia Tupiniquim já estão cansados de saber que hoje a questão não é se as especulações transformistas de Darwin contrariam os relatos sagrados de criação de tradições religiosas, mas se elas são apoiadas cientificamente pelas evidências encontradas na natureza. Elas não confirmam e apontam noutra direção: Design Inteligente.

Mesmo sabendo disso, Schelp teima abrir sua entrevista com uma afirmação e pergunta ideologizadas do tipo “ciência [razão] vs. religião [irracionalidade]”. Há uma razão estratégica com isso – associar a Teoria do Design Inteligente ao criacionismo e assim alijar o mais poderoso movimento intelectual que desafia uma teoria científica do século 19, remendada no século 20 e nos seus estertores epistêmicos no século 21: o neodarwinismo.

VEJA afirmou que mais de 80% da população dos Estados Unidos não acredita na teoria da evolução e perguntou se isso é um fenômeno tipicamente americano. Wilson respondeu que apenas 51% dos americanos crê que a espécie humana foi criada por uma força superior alguns milhares de anos atrás, e que outros 34% acreditam numa evolução guiada por Deus. Somente 15% dizem que os cientistas estão corretos.

Wilson disse que esses números são extraordinários porque representam exatamente o oposto do que pensam os europeus. Lá, 40% da população dá razão à tese de que as espécies teriam evoluído pela seleção natural, e que uma minoria criacionista descarta a teoria da evolução.

Conduzindo a entrevista pela sua ótica materialista, Schelp afirmou que isso explica o vigor do criacionismo e a cogitação de ensiná-lo nas escolas americanas, em oposição à teoria da evolução das espécies. A ignorância de Schelp sobre a jurisprudência americana sobre este assunto é até perdoável. Sendo Schelp um dos principais editores de VEJA, eu duvido que ele desconheça que a Suprema Corte dos Estados Unidos [Edwards vs. Aguillard] considerou inconstitucional o ensino do criacionismo em 1987. Como cogitar agora o seu ensino nas escolas públicas? Schelp não ofereceu uma saída jurídica. Razão? Ela simplesmente não existe e não há saída para os criacionistas!

Todavia, sendo Wilson americano é desonestidade acadêmica dele responder à pergunta ideologicamente induzida de Schelp “embolando o meio de campo” afirmando que algumas organizações religiosas estão conseguindo introduzir no governo americano a tese do design inteligente, que foi Deus quem guiou a evolução. Bem, Schelp e Wilson não nos ajudam aqui, mas nós da TDI sempre fomos contra essa “captura” da TDI por organizações religiosas forçando o ensino da TDI nos Estados Unidos. Vide os nossos sites http://www.discovery.org e http://www.evolutionnews.org Este último para demonstrar como que a Grande Mídia distorce os fatos sobre a TDI e a teoria geral da evolução.

A TDI não foi, não é, e nunca será criacionismo. Não partimos de relatos de criação de textos sagrados, mas de evidências encontradas na natureza. A TDI afirma que certos eventos encontrados na natureza são melhor explicados por CAUSAS INTELIGENTES e que certos sistemas biológicos complexos irredutíveis não podem ser resultado do processo cego de seleção natural + mutações + tempo.

É patético o apelo de Wilson para os de tradições religiosas: “Peço que deixem de lado suas diferenças com as pessoas seculares e os cientistas materialistas, como eu, e se juntem a nós para salvar o planeta. A ciência e a religião são as duas forças mais poderosas do mundo. Para ambas, a natureza é sagrada”.

Depois Schelp pergunta a Wilson qual é o erro da teoria do design inteligente, afirmando erroneamente que a TDI a idéia de que a complexidade dos organismos vivos é a melhor prova da existência de um projetista divino. Schelp nunca leu Behe ou Dembski. Se leu, não entendeu. A TDI é sobre a complexidade irredutível de sistemas biológicos complexos não serem produzidos por processos darwinistas graduais e a detecção de sinais de causas inteligentes.

Mais solerte a afirmação de Wilson de que o nosso único argumento “é que a ciência não consegue explicar todos os detalhes da evolução” e dos fenômenos naturais e que para nós isso é o suficiente para justificar a crença numa força sobrenatural por trás do inexplicável. Isso é ignorância pura de Wilson, pois como um cientista americano deveria saber que no Movimento do Design Inteligente nós temos até agnósticos. A TDI não explica “força sobrenatural”, mas causas inteligentes empiricamente detectáveis na natureza e isso é um argumento científico que precisa ser falseado.

Contrariando a Darwin, seus atuais seguidores ultimamente andam desesperados atrás dos seguidores de tradições religiosas para o apoio de suas especulações transformistas. Realmente, adotar a crença de que a evolução é uma invenção de Deus, e de que precisa das religiões para a sua fundamentação coloca em risco a credibilidade e prestígio de Darwin. Nós defensores do design inteligente temos evidências da existência de causas inteligentes e de o design ser empiricamente detectado na natureza [o filtro explanatório de Dembski], mas os cientistas há mais de uma década se recusam a estudar esses fenômenos.

O mais interessante e grave, é que VEJA já foi abordada por este blogger a entrevistar os teóricos do DI como Behe e Dembski nas Páginas Amarelas. Afinal de contas, a TDI está no pedaço e incomodando a Nomenklatura científica desde os anos 90 do século 20! Se Schelp topar, e eu duvido, posso colocá-lo em contato com eles para uma entrevista via e-mail.

O resto da entrevista é subjetivismo puro, cientismo [por lidar com temas não científicos como alma, vida após a morte] e a onisciência de Wilson sobre o que seria uma vida eterna após a morte. Ao contrário do afirmado por Wilson – de que a ciência não é uma forma de religião, Michael Ruse afirmou certa vez que o evolucionismo tem esta característica. Existem sim dogmas e ídolos na ciência: teoria geral da evolução e Darwin. É, mas os ídolos foram feitos para a destruição. Quem será o Finéias de Darwin???

Wilson deve ter desagradado a gregos e troianos com esta entrevista – a espécie humana é a mais sagrada do planeta! Evolução voluntária??? Ele acabou de jogar Darwin pela janela. O discurso “ecochato” de preservação da natureza beira ao ridículo. O resto da entrevista é de um alarmismo apocalíptico. Eu quase dormi...

A VEJA, como a Grande Mídia tupiniquim, não cobre a TDI de forma isenta e objetiva.

Os pés de barro de Darwin

sábado, maio 13, 2006

Sempre que posso, leio as crônicas de Carlos Heitor Cony na Folha de São Paulo. Uma delas o título me chamou a atenção – “Os pés de barro” (07-05-06, A2). Era sobre a função da imprensa na sociedade. Cony considera a imprensa “uma necessidade”, mas nem por isso deve “ser considerada a vestal acima da condição humana”. Por quê? Embora considerada como “o quarto poder” da sociedade, a imprensa está sujeita aos mesmos erros. Todavia, por ter em seus quadros indivíduos capacitados acima da média da sociedade, deveria errar menos. Ou corrigir-se mais rapidamente possível seus erros com o mesmo destaque dado ao erro – o que geralmente não ocorre, mesmo entre os maiores da Grande Mídia tupiniquim [GMT].

Cony prossegue dizendo que, de um modo generalizado, “a imprensa é considerada a vigilante da sociedade e dos governos”. E quem vigia “a vigilante”? Seria a “opinião pública”, mas ele imediatamente descarta isso, pois esta vigilância é auferida pela própria imprensa. Quer dizer, é uma “falsa vigilância” ou uma “vigilância que não é levada muito a sério” pela GMT.

Gostei quando Cony mencionou Mark Twain – “não se deve acreditar nos jornais, com exceção da data registrada”, mas que até isso deve ser posto em dúvida porque pode haver “erro de composição ou de revisão”. Ao contrário de Cony, eu gostei muito da frase letal de Mark Twain sobre a função da imprensa – “separar o joio do trigo e publicar o joio”. Nada mais verdade. Especialmente quando o assunto é Darwin. A GMT há décadas vem separando o joio (as verdades a priori do naturalista inglês) em detrimento ao trigo (as anomalias devastadoras às especulações transformistas do mito de criação materialista).

Cony não assina embaixo o que o autor de “Tom Sawyer” disse a respeito dos jornalistas. Nem eu. Por quê? Porque, como ele destacou muito bem, há ocasiões em que “a imprensa representa o fluxo da história e a consciência da sociedade”. Citou exemplos de Emile Zola que com o seu “J’accuse!” expôs o anti-semitismo dentro do exército francês, e que ela ajudou a derrubar Nixon (na maior democracia do mundo) e Collor aqui em nossa taba.

O meu cronista preferido lamenta a raridade desses “momentos excepcionais” e que prevalece na imprensa “a mesma fragilidade dos pés de barro do qual somos feitos”. Concordo plenamente com ele, mas a função de ombudsman em nossa GMT deveria ser mais atuante. Especialmente quanto a reverter isso – separar o joio do trigo e publicar o trigo.

Nos dias 10 e 11 de maio foi realizada a 26ª. Conferência Anual da ONO (Organização de Ombudsmans de Notícias – na sigla em inglês). Foi organizada pela Folha e pelo seu ombudsman, Marcelo Beraba. A função do ombudsman é a de ouvir as queixas dos leitores (opinião pública) e criticar o jornal, a emissora, ou o site com total independência e sem sofrer sanções. Tudo isso em nome da credibilidade, de acolher e dar espaço aos leitores e de assimilar a pressão da sociedade por “exatidão, imparcialidade e equilíbrio”. Traduzindo em graúdos – TRIGO!

A Folha se comprometeu, através do seu “Manual da Redação” e do seu Projeto Editorial, exercer um “jornalismo crítico [menos em relação a Darwin], apartidário [menos em relação ao materialismo filosófico], pluralista [menos em relação a determinadas grupos sociais e tradições religiosas] e moderno [menos em relação a uma teoria do século 19]”.

Desde 1989 eu destaco para os ombudsmans da Folha a crise epistêmica da teoria geral da evolução e que, ao contrário do freqüentemente anunciado pelo seu caderno Ciência, as evidências encontradas na natureza estão contrariando as especulações transformistas darwinistas em três aspectos epistêmicos fundamentais – questões de padrão, processo e a origem e a natureza da complexidade biológica, e estão apontando noutra direção: Design Inteligente.

Devagar com o andor que Darwin é de barro. É por isso que a GMT publica apenas o joio, apesar do clamor pela “exatidão, imparcialidade e equilíbrio” de uma opinião pública mais esclarecida...

Dawkins ‘falou e disse’ porque estudar Zoologia: “Design Inteligente”!

quarta-feira, maio 10, 2006

Por que alguém privilegiaria o estudo da Zoologia em detrimento de outras áreas biológicas também importantes? Bem, subjetividade à parte, eu também acho fascinante esta área de estudos biológicos, mas eu estou em outra – História e Teoria da Ciência. Para desespero da Nomenklatura científica e dos ultradarwinistas fundamentalistas, diga-se de passagem.

Eu nem sei o que a Nomenklatura científica e seus mais cegos ‘discípulos’ vão alegar, mas deve ser mais ou menos assim – ‘Isso é uma campanha difamatória’; ‘Foi um pequeno lapso’; ‘Estão citando fora de contexto’, ‘É mais uma conspiração contra a verdadeira ciência’.

Senhores, e especialmente os meninos, fiquem calmos. Afinal de contas, teve até aval de uma das mais importantes universidade pública brasileira – a USP, mas quem disse a frase abaixo incentivando os estudantes a escolher a Zoologia como área de estudos e pesquisas, Paley, Behe ou Dembski?

O terceiro leitor que tive em mente [sic] foi o estudante, realizando a transição de leigo para o especialista. Se ele ainda não se decidiu em que campo quer se especializar, espero encorajá-lo a considerar meu próprio campo da Zoologia. Há uma razão melhor [sic] para estudar a Zoologia do que sua possível ‘utilidade’ e estima que os animais provocam [sic]. Esta razão é que nós animais somos as máquinas mais complicadas e perfeitamente planejadas [sic] do universo conhecido. Apresentada desta forma [sic], é difícil entender como alguém pode estudar qualquer outra coisa!

Prontos para a notícia chocante? Revisores da USP, o que foi que houve? Vocês cochilaram na função de ‘guarda-cancelas epistemológicos’? Quem registrou isso foi ninguém nada menos do que RICHARD DAWKINS, prefaciando seu livro “O Gene Egoísta”, Belo Horizonte/São Paulo: Itatiaia e Editora da Universidade de São Paulo, 1989, p. 18.

Isso se deu originalmente em 1979 quando o livro foi publicado na Inglaterra, uma década bem antes de Behe, Dembski terem lançado a Teoria do Design Inteligente.

Por favor, me entendam – não estou afirmando que Dawkins é ‘precursor’ da teoria do design moderna, mas eu fico impressionado como que ele, como os demais biólogos, não consegue se livrar da realidade e da detecção de design inteligente na natureza.

No seu livro “O Relojoeiro Cego”, São Paulo: Companhia das Letras, 2001, p. 18, ele escreveu:

A biologia é o estudo das coisas complexas que dão a impressão de ter um design intencional”.
1
Vocês já perceberam a fixação cabalística com a página 18 nos livros de Dawkins no Brasil? Deve ser um número de sorte. Ou azar...

Contudo, apesar de suas 488 páginas, ao contrário de Dembski (filtro explanatório para detectar design), Dawkins não nos disse qual é o método científico adotado para ‘detectar’ a ilusão de design intencional. Como detectar ‘ilusão’ deve ser objeto epistêmico para uma ‘teoria do tudo da evolução’...

Os que participaram da augusta comissão editorial científica da USP devem ter ficado corados. Desculpem-me, alguns já podem até estar mortos, mas fica aqui o registro post-mortem de que vocês falharam clamorosamente com a Nomenklatura científica! E ela não perdoa, por ser stalinista!

Fui, mas deixo um abraço fraterno a todos. Este blogger está passando por um processo ‘evolutivo’ no modo de escrever, mas não deixará de lado a ironia à la Bernard Shaw, Mark Twain, e do nosso único e verdadeiro imortal – o barão de Itararé!

Um 'universo cíclico' poderia explicar realmente a constante cosmológica?

sábado, maio 06, 2006

Será que um universo cíclico, que passa por uma série de ‘big bangs’ e ‘big crunches’, poderia realmente resolver o enigma de nossa constante cosmológica como sugeriram os físicos Paul Steinhardt (Princeton University, New Jersey, Estados Unidos) e Neil Turok (Cambridge University, Inglaterra)?

O que vem a ser esta tal de ‘constante cosmológica’? Ela representa a energia do espaço vazio, e é considerada como a explicação mais provável do aceleramento observável da expansão do universo. O seu valor atualmente medido é o número 1 seguido de 100 zeros vezes menor do que o que foi predito por teorias físicas de partículas. Isso provoca uma tremenda dor de cabeça para os cosmólogos modernos.

Até onde vai a minha leitura em História da Ciência, eu não tenho informação histórica disso ter causado ‘dor de cabeça’ aos povos antigos e primitivos que já pensavam nessa possibilidade. Interessante, essa idéia é considerada ‘metafísica’ quando se refere aos antigos, mas ‘ciência’ quando diz respeito aos pós-modernistas no século 21. Dois pesos, duas medidas epistêmicas. Tem gato materialista na linha...

Esta possibilidade de que uma grande constante cosmológica pudesse ‘decair’ para o valor atualmente medido foi uma idéia considerada nos anos 1980s do século 20, mas esta teoria foi abandonada porque os cálculos mostravam que levaria muito mais do que 14 bilhões de anos – desde o big bang – para que a constante cosmológica alcançasse o nível que é medido hoje.

Alguém já disse que em ciência nada se cria, tudo se copia. Essa idéia antiquíssima de ‘reencarnação’ do universo oscilante vem dos hindus, e agora nós vemos dois brilhantes cientistas ‘ressuscitando’ novamente esta idéia. Como eles argumentam? Se o tempo for além do big bang, o problema seria resolvido. É justamente isso que o modelo do universo cíclico de Steinhardt-Turok prediz – uma alternativa à Teoria do Big Bang Padrão, que eles desenvolveram em 2002. Vide Cycles of creation.

Turok disse que desde os anos 1960s do século 20 que ‘as pessoas (cientistas não são pessoas?) assumiram que o big bang era o início do tempo porque as leis da física parecem não funcionar lá...mas as equações da teoria das cordas contam uma história diferente, permitindo que o tempo exista antes do big bang’.

Pela teoria de Steinhardt-Turok, o universo atual faz parte deste ciclo infindável de ‘big bangs’ e ‘big crunches’. Cada ciclo duraria cerca de 1 trilhão de anos. A cada ‘big bang’, a quantidade de matéria e radiação do universe é recolocada, mas não a constante cosmológica. E o que aconteceria com ela? Ela diminuiria graudalmente ao longo dos muitos ciclos (de ‘reencarnação’) até o pequeno valor que hoje é observado.

De acordo com os cálculos feitos pelos físicos, a constante cosmológica diminue em etapas através de uma série de transições quânticas. Turok disse que quanto maior o valor da constante, mais rápidas são as transições, mas à medida que a constante atinge níveis menores, o universo muda mais vagarosamente e permanece neste valor positivo mais baixo por um tempo extremamente longo. Assim, conforme Turok, é mais provável que o universo atual tenha esta constante cosmológica pequena.

É, mas como hoje em dia em Física nós vemos mais Metafísica (alô Marcelo Gleiser, Folha de São Paulo) do que ciência propriamente dita, há vozes dissonantes. O cosmólogo Alexander Vilenkin (Tufts University, Medford, Massachusetts, Estados Unidos) [1] disse que esta é “uma solução engenhosa”, mas ele destaca a existência de ‘outras coincidências cósmicas’ que o modelo cíclico não pode explicar: “Por que o tamanho da constante cosmológica é tão idêntica à densidade da matéria no universo atual?”

Nada como uma nota promissória epistêmica, não é mesmo? Turok disse que ele e Steinhardt vão considerar este problema e que a teoria deles é ‘uma tentativa inicial para ir além da teoria da gravidade de Einstein’ e que ‘seria surpreendente se nós resolvéssemos tudo já na primeira vez’.

Journal reference: Science (DOI: 10.1126/science.1126231)

O comentário e questionamento que faço a seguir é sobre os ‘ombros de um gigante’, físico meu amigo que, lamentavelmente, devido ao patrulhamento ideológico da Nomenklatura científica, deve permanecer no anonimato. Mas ele vai entender (Shalom Shabat):

Será que um universo cíclico, que passa por uma série de ‘big bangs’ e ‘big crunches’, poderia realmente resolver o enigma de nossa constante cosmológica?

“Mas uma série infindável de ciclos iria produzir rapidamente um universo que não teria energia utilizável, pois cada colapso iria adicionar irreversivelmente uma enorme entropia ao sistema cíclico.

A entropia, S, adicionada por cada sucessivo universo fechado de massa M, pode ser calculado a cada ponto de expansão máxima como: S=4*pi*k*G*M^2/h_bar*c, que para cada universo fechado tendo a massa de nosso universe ~ k*10^123, que também acontece ser igual à sua capacidade máxima de armazenamento de informação bem no começo de cada ciclo proposto.

Assim, até a primeira metade de um ciclo resultaria no ‘repique de um gato morto’. A única solução que eu vejo para evitar um universo comatoso em cada ‘crunch’ seria se ... criasse mais energia, ‘ex-nihilo’, e a injetasse do ‘exterior’ em cada colapso.

Roger Penrose já usou este argumento contra esta asneira. É estranho que Neil Turok venha com tal teoria absurda. Embora eu tenha conversado com ele apenas uma vez, ele parecia ter a sua cabeça no lugar”.

Por que esta opção por um modelo 'reincarcionista' de universo? Ciência ou ideologia?

[1] VILENKIN, Alexander. “Did the Universe Have a Beginning?” CALT-68-1722 DOE Research and Development Report, California Institute of Technology, Pasadena, CA (November 1992).

N. do blogger: embora Vilenkin pareça um nome judaico, não é este o meu amigo. Como alguém que ia ser treinado em guerra de guerrilha em Cuba, nem sob tortura revelarei os nomes dos que ainda não podem falar abertamente.

A IBM ‘falou e disse’: o DNA não codificante é ‘muito mais complexo do que a Nomenklatura científica imaginava’

quinta-feira, maio 04, 2006

Alô galera ultradarwinista fundamentalista e Nomenklatura científica tupiniquins. Novamente sou portador de más notícias para vocês. Eu faço isso com o maior prazer (não adianta querer entender, pois nem Freud explica!), mas vocês vão ter que ir aonde for dar as evidências.

A mais nova má notícia é: o conceito de “DNA lixo” está desaparecendo de vez da literatura científica. “Uma análise matemática do genoma humano sugere que o tão-chamado “DNA lixo” pode não ser tão inútil assim”, noticiou Paul Rincon para o programa BBC News. O título da foto diz: “O genoma pode possuir muito mais complexidade do que se imaginava”.

Não foram biólogos que fizeram tal descoberta. Nem poderia ser, pois os biólogos estão sendo há muito tempo treinados em biologia usando ‘óculos epistemológicos’ [ou ideológicos] impedindo-os de ver e detectar design intencional na natureza. Isso foi promovido com tenacidade canina pela Nomenklatura científica [Crick e Dawkins] no século 20:

“Os biólogos devem constantemente ter em mente que o que eles vêem não tem design intencional, mas evoluiu”. (Crick, F. H. C., in “What Mad Pursuit: A Personal View of Scientific Discovery”, [1988], Penguin Books: Londres, 1990, p. 138.

“A biologia é o estudo das coisas complexas que dão a impressão de ter um design intencional”. DAWKINS, Richard, in “O Relojoeiro Cego”, São Paulo: Companhia das Letras, 2001, p. 18.

Como os biólogos são ‘proibidos’ veemente pela Nomenklatura científica de ‘detectarem design’ na natureza, outros cientistas e teóricos podem se aventurar nessa área. Os engenheiros são os mais capacitados para essa tarefa. Não deu outra. Uma equipe da IBM descobriu padrões envolvidos na regulação dos genes. Esses padrões mostraram uma relação entre as áreas funcionais dos genes e aquelas previamente consideradas não-funcionais. Essas estruturas codificam os silenciadores de RNA que ‘ligam’ e ‘desligam’ os genes de modos complexos, mesmo após um gene ter sido traduzido.

“Essas regiões podem, na verdade, conter estrutura que nós não tínhamos visto antes [sic]”, disse o Dr. Isodore Rigoutsos. “Se na verdade um deles corresponder a um elemento ativo que esteja envolvido em algum tipo de processo, então a extensão do processo regulador da célula que ocorre realmente está muito além de qualquer coisa que nós vimos na última década [sic]”. O artigo de Rigoutsos et al. foi publicado no PNAS.1

A biologia genética teria avançado muito mais se tivesse dado mais atenção à turma de engenheiros da IBM do que ao mais famoso ‘contador de estórias da carochinha’ – Dawkins. “O laboratório comum não tem os recursos para provar ou não isso, desse modo, vai precisar de bastante esforço por muitas pessoas”, disse o Dr. Rigoutsos.

Por que a turma de Tecnologia de Informação – a poderosa IBM, é muito melhor equipada para entender os códigos? Não é somente porque este tipo de design intencional pode ser detectado na natureza. É porque esses códigos funcionam e têm aplicabilidade tecnológica: $$$. E ainda dizem que o Design Inteligente não é ciência. Realmente, não é ciência, é ciência e tecnologia!

A turma do DI sempre afirmou que o ‘DNA lixo’ não era lixo! É teleologia pura!

Fui! Novamente matando a cobra e mostrando o pau!

1. Rigoutsos et al., “Short blocks from the noncoding parts of the human genome have instances within nearly all known genes and relate to biological processes,” Proceedings of the National Academy of Sciences.

Published online before print April 24, 2006, 10.1073/pnas.0601688103.

Atenção galera ultradarwinista: joguem fora no lixo seus ‘relógios moleculares’!

quarta-feira, maio 03, 2006

Razão? Porque os ‘relógios moleculares’ estão marcando ‘tempos geológicos’ diferentes. E que baita diferença isso faz!

Os cientistas esperavam que as taxas de mutação nos genes fossem relativamente constantes. Esta seria a base para um “relógio molecular” para inferir as datas de divergência das espécies consideradas como ancestrais.

Eu tenho duas notícias para os ultradarwinistas fundamentalistas. Não é aquela história de uma boa e outra má, qual delas você quer ouvir primeiro? As duas notícias não são nada boas. Elas são más, e devem trazer alguma modificação teórica na área.

A primeira má notícia é que, NOTA BENE, nem todos os relógios moleculares tiquetaqueiam na mesma taxa (taxa heterogeneidade). Os cientistas esperavam que as diferenças das taxas correspondessem ao tamanho corporal. Por quê? Porque parecia haver esse tipo de tendência entre os vertebrados.

Agora galera ultradarwinista, agüenta firme que lá vem a segunda má notícia.

Eu nem sei como que a Nomenklatura científica deixou este artigo passar. Vai ver os ‘guarda-cancelas epistemológicos’ [os chamados ‘peer-reviewers’ – em inglês é mais chique do que revisores em português, não é mesmo?] estavam dormindo em serviço. Como castigo, eles vão ser exilados para o Gulag da Sibéria: não irão mais publicar, não serão promovidos academicamente, eles serão devidamente “esquecidos” e “deletados” da História da Ciência à la bolshevique – “Vocês nunca existiram”. E nós nunca saberemos quem foram eles...

Eu proponho aqui a saída do anonimato de pelo menos um revisor. Razão? Para sabermos realmente até onde vai a competência acadêmica desses ‘guarda-cancelas epistemológicos’ que ‘proíbem’ idéias radicais e controversas de veicularem livremente na Academia. Hoje nós não sabemos quem eles são e boa parte sequer tem a competência dos autores. É a ideologia que mantém uma suposta ‘ortodoxia científica’ prevalecendo sobre a verdade científica que, se divulgada, vai provocar uma revolução científica à la Kuhn!

Talvez você nem tenha lido ainda na Grande Mídia. Ela está quentinha, e é bem capaz que este blog vai dar o ‘furo’, pois acabou de ser publicada em respeitável publicação científica.

A segunda má notícia é que, de acordo com uma equipe internacional de pesquisadores, a variação da taxa não corresponde com o tamanho corporal:

“A existência de um relógio molecular universal foi posta em dúvida pelas observações de que as taxas de substituição variam amplamente entre as linhagens. Todavia, crescente evidência empírica [sic] para os efeitos sistemáticos de diferentes características da história da vida sobre a taxa da evolução molecular tem despertado esperança de que a taxa de variação pode ser predita, potencialmente permitindo a “correção” do relógio molecular. Um exemplo assim é a característica do tamanho corporal observada nos vertebrados; as espécies muito menores tendem a ter taxas mais rápidas de evolução molecular...

Os métodos filogenéticos comparativos foram usados para investigar a relação entre a média do tamanho corporal e a taxa de substituição tanto interespécies e nos níveis de comparação interfamiliares. Nós demonstramos uma variação de taxa significante em todos os filos e na maioria dos genes examinado, implicando que um estrito relógio molecular não pode ser presumido para o Metazoa. Além disso, nós não encontramos evidência de qualquer influência do tamanho corporal nas taxas de substituição nos invertebrados. Nós concluímos que o efeito do tamanho corporal do vertebrado é um caso especial, que simplesmente não pode ser extrapolado para o resto do reino animal”. [1] [Ênfase inexistente].

Meninos, quem diria, parece que ares de liberdade acadêmica e de seguir as evidências aonde elas forem dar estão soprando em outras paragens. Tomara que chegue por aqui também em nossa taba tupiniquim, onde nossos ferozes caciques acadêmicos [especialmente chefes de departamentos] trucidam oponentes. São ferozes antropófagos epistêmicos! Vocês vão se civilizar em breve!

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Abaixo a citação em inglês para os interessados e aos que quiserem acessar diretamente o PNAS. Neste blog, nós matamos a cobra e mostramos o pau!

1Thomas et al., “Evolution: There is no universal molecular clock for invertebrates, but rate variation does not scale with body size,” Proceedings of the National Academy of Sciences, published online before print May 1, 2006; Proc. Natl. Acad. Sci. USA, 10.1073/pnas.0510251103.

The existence of a universal molecular clock has been called into question by observations that substitution rates vary widely between lineages. However, increasing empirical evidence for the systematic effects of different life history traits on the rate of molecular evolution has raised hopes that rate variation may be predictable, potentially allowing the “correction” of the molecular clock. One such example is the body size trend observed in vertebrates; smaller species tend to have faster rates of molecular evolution....

Phylogenetic comparative methods were used to investigate a relationship between average body size and substitution rate at both interspecies and interfamily comparison levels. We demonstrate significant rate variation in all phyla and most genes examined, implying a strict molecular clock cannot be assumed for the Metazoa. Furthermore, we find no evidence of any influence of body size on invertebrate substitution rates. We conclude that the vertebrate body size effect is a special case, which cannot be simply extrapolated to the rest of the animal kingdom

A revista Nature entregou o ouro: não é ciência, é filosofia!

segunda-feira, maio 01, 2006

Durma-se com um barulho desses. Lá vêm novamente esses criacionistas fundamentalistas empedernidos, crentes da Terra plana, que não sabem o que é e nem como fazer ciência, mais essa turma do DI metida a besta como cientistas, com um estardalhaço infundado desses.

Ó galera ultradarwinista fundamentalista e Nomenklatura científica, acordem, dá para o menos uma vez na vida parar e pensar sobria e cientificamente? Vocês estão sentados? Como é que está a pressão? Vocês têm seguro de vida? Então agüentem firmes que lá vem uma bomba. Nitroglicerina pura! Este surpreendente e inacreditável abstract de artigo de Rex Dalton apareceu na não menos famosa e insuspeita revista científica Nature 440, 1100-1101 (27 de abril de 2006):

“Decidir se os nossos ancestrais evoluíram como uma única linhagem pode depender mais em filosofia do que em fósseis”.

Vou destacar aqui entre aspas alguns trechos deste ‘inusitado’ artigo:

“Os pesquisadores dizem que os fósseis, da região Afar, vão um longo caminho em demonstrar que os primeiros hominídeos não era um grupo diverso de espécies coexistentes. A equipe de pesquisadores sugere que as três espécies evoluíram como uma única linhagem entre pelo menos 4.4 milhões de anos atrás e 2.9 milhões de anos atrás – uma era quando a humanidade refinou a sua capacidade de andar ereta enquanto desenvolvia novos modos de viver”.

Embora este achado tenha sido trombeteado recentemente pelos cientistas e a Grande Mídia como sendo o grande achado do ‘elo perdido’, outros especialistas ainda estão discutindo sobre a relação entre as espécies descobertas. Razão:

“A idéia [evolução filética] é uma das mais contenciosas em paleoantropologia” [sic].

“O artigo da revista Nature deste mês faz um ousado argumento, e mostra que a equipe de pesquisadores de Awash procura deixar a sua marca registrada. Outros na área de estudos estão impressionados”.

“Quando você acha 30 fósseis de novos hominídeos, permite-se certa quantidade de conjectura [sic]”, disse Bernard Wood, um paleoantropólogo da George Washington University em Washington DC. “Como sempre, eles fizeram um trabalho fantástico”.

Mas Wood e outros não estão assim muito convencidos da conclusão da equipe de cientistas de Awash: “Este é somente o primeiro tempo de um jogo de rúgbi” *, disse Wood.

Meave Leakey, a principal autora sobre as descobertas do A. anamensis no Quênia, foi mais direta. “Eu não creio nisso”, ela disse. “Nós não temos os espécimes para preencher as lacunas [sic]”.

Leakey e Wood são dois especialistas entre aqueles que acreditam [sic] que outras espécies de hominídeos ainda não descobertas podem ter vivido nesta época – de 4.4 milhões a 2.9 milhões de anos atrás. Se outras espécies existiram, isso traria dificuldades ou eliminaria o argumento a favor de uma linhagem direta.

“A minha opinião preconcebida é de que há mais do que menos linhagens – mais diversidade”, disse. “Eu tenho de reconhecer que estes novos dados são dramáticos. Mas nós devemos nos acautelar em vir com uma explicação completa quando nós não temos toda evidência [sic]”.

O argumento cético de Wood frustra White, que reagiu emocionalmente. “Também havia marcianos naquela época... e espaçonaves por todo o Plioceno – só que nós ainda não os descobrimos”, ele desabafou.

Mas o que é um monte desconexo de fragmentos de ossos e alguns dentes para confirmar o FATO da teoria geral da evolução? Pelo estardalhaço da Grande Mídia tupiniquim, ciência. Pela sobriedade agora da revista Nature, filosofia. Para este blogger, ideologia.

* N. do Blogger: Rúgbi é um esporte muito violento. Que analogia infeliz, mas pelo andar da carruagem, vem mais controvérsia ‘sangrenta’ de subjetividade entre os especialistas dos dois campos. Estamos de olho! Bem abertos!!!

E eu que havia prometido a mim mesmo descansar neste Dia do Trabalho... Carregando pedra, quero dizer, ossos!