Darwinistas rodam a baiana porque Darwin vai ser analisado e criticado no Texas

sábado, abril 04, 2009

Reação aos novos parâmetros educacionais para o Texas

Por David Tyler 08:12:16 am

03/04/2009

Como observador externo do sistema educacional dos Estados Unidos, eu tenho que relatar um juízo de incredulidade pelas reações dos oponentes da mudança. Todos os cientistas e todos os educadores devem ser capazes de lidar com a frase “pontos fortes e fracos” — sem que isso seja interpretado como um Cavalo de Tróia para ideias subversivas. Pontos fortes e fracos são o que nós [cientistas e educadores] devemos estar fazendo, sejam quais forem as nossas disciplinas! Mesmo assim, de acordo com o reportado na revista Science, os novos parâmetros curriculares para as escolas do Texas foram considerados como “dando um golpe forte no ensino da evolução”.

O que pareceu ter ocorrido nas discussões que resultaram na votação, é que a frase “pontos fortes e fracos” foi substituída por declarações que explicaram detalhadamente as implicações para os educadores. Algumas dessas declarações foram citadas pelo repórter. A primeira declaração fornece o princípio por detrás das mudanças. Não há nenhuma novidade aqui — a maioria das pessoas pensará que os professores já estão fazendo essas coisas. Espera-se que os educadores:

“analisem, avaliem e critiquem as explicações científicas em todas as áreas de ciência usando evidência empírica, raciocínio lógico, e teste experimental e observacional, inclusive examinando todos os lados da evidência científica daquelas explicações científicas a fim de encorajar o pensamento crítico pelo estudante.”

[SIC ULTRA PLUS 1: No Brasil nós temos a avançada LDB 9394/96 e os atuais PCNs que preconizam isso, mas não vemos suas diretrizes sendo implementadas em salas de aulas de ciência, e a abordagem dúbia dos livros didáticos.]



A fim de desenvolver as habilidades de pensamento crítico, você tem que usá-las
Fonte

O repórter se refere a dois tópicos quentes. O primeiro diz respeito à complexidade das células e a maneira como a origem da complexidade é abordada pelas teorias evolutivas. Como é bem conhecido, os darwinistas estão convencidos de que a ação da seleção natural preservar as mudanças graduais favoráveis nas coisas vivas é suficiente para explicar a complexidade biológica. Não muito bem conhecido, mas mesmo assim parte importante da comunidade acadêmica são os cientistas que rejeitam a amplitude das explicações darwinianas. Eles encontram grandes insuficiências na ‘Síntese Moderna’ e consideram que os problemas da explicação das novidades evolutivas demandam uma nova teoria. Portanto, é triste encontrar neodarwinistas rejeitando toda a fala de controvérsia sobre a teoria da evolução e direcionar seu fogo, não nos estudiosos que discordam deles, mas naqueles que são responsáveis pela educação da próxima geração de cientistas. Para se evitar os perigos de lavagem cerebral dos jovens com uma teoria particular que é tida (por alguns) como tendo alcançado o status de fato, os professores são convocados a ajudar os alunos:

“a analisarem e avaliarem a evidência sobre a formação de moléculas orgânicas simples e sua organização em moléculas complexas longas contendo informação como a molécula do DNA para a auto-replicação da vida.”

A segunda área controversa se relaciona com a significância do registro fóssil para as teorias de origens. Espera-se que os estudantes também “analisem e avaliem uma variedade de tipos fósseis tais como os fósseis transicionais, os fósseis transicionais propostos, os depósitos de fossilíferos significantes no que diz respeito à sua aparência, completude, e alinhamentos com as explicações científicas à luz destes dados de fósseis.”

Quais questões estão sendo levantadas aqui? Em muitos sentidos, nós temos que cobrir a mesma base como a de explicação da complexidade biológica. O darwinismo prediz mudança gradual. O darwinismo encontra pequenas variações numa população de organismos que se cruza entre si, e extrapola isso retrospectivamente no tempo para explicar a origem das espécies, das famílias, das ordens, das classes e dos filos. O problema para os darwinistas é que o registro fóssil tem resistido teimosamente a esta interpretação dos dados. Isso chegou a um ponto crítico quando Eldredge e Gould propuseram famosamente sua teoria do Equilíbrio Pontudado.

Não é difícil encontrar evidência do problema na literatura com revisão por pares:

“For instance, with its abrupt transitions, the fossil record provides little evidence for a gradual evolution of new forms. [Por exemplo, com suas transições abruptas, o registro fóssil fornece pouca evidência para uma evolução lenta e gradual de novas formas] (Theissen, 2008), e "The clamour to revise neo-darwinism is becoming so loud that hopefully most practising evolutionary biologists will begin to pay attention" [O clamor para se revisar o neodarwinismo está se tornando tão alto que, espera-se, a maioria dos biólogos evolucionistas em atividade comecem a prestar atenção](Pigliucci, 2005). Os estudantes precisam ser expostos a este tipo de pensar se é para eles ganharem uma educação decente. ‘Ensinar a controvérsia’ é uma prática educacional que aviva as mentes dos estudantes, aguça as habilidades de pensamento crítico e prepara as pessoas para a vida.

Eu esperaria que todos os amigos da educação dêem as boas vindas às decisões feitas pelo Texas Board of Education [Conselho Estadual de Educação do Texas] e lhes desejassem o melhor. Todavia, esta reação pode ser silenciada porque a maioria dos relatos da mídia é negativa – como neste caso da revista Science. À Eugenie Scott, do National Center for Science Education [Centro Nacional de Educação em Ciência] foi dada a palavra final. Ele comentou sobre a remoção da frase ‘pontos fortes e fracos’ e a sua substituição por palavras sobre o desenvolvimento de habilidades de pensamento crítico: “Foi como se você colocasse uma estaca no coração do vampiro e ele voltasse.” Para qualquer pessoa com dúvidas sobre a seriedade dessas questões, esse comentário deve esclarecê-las.

Eu dou a última palavra para Don McLeroy, diretor do Texas Board of Education. Ele escreveu um artigo-comentário no jornal Austin American-Statesman conforme abaixo:

“Se for para nós treinarmos nossos alunos, envolver as mentes deles e, francamente, ser honesto com eles, por que fazer oposição a esses parâmetros? Se os parâmetros não promovem a religião e eles não são acientíficos, e lidam diretamente com os dados, então, possivelmente, estes parâmetros estão recebendo oposição por razões ideológicas. Isto apóia o argumento de que esta guerra cultural existe, não por causa da fé religiosa dos criacionistas, mas por causa da rejeição da demonstração empírica da ciência pelos formadores de opinião da extrema-esquerda da Academia e da elite secular.”

[SIC ULTRA PLUS 2: O modus operandi da Nomenklatura científica e da Grande Mídia é o mesmo no mundo inteiro quando a questão é Darwin: "Darwin locuta, causa finita"]

New Texas Standards Question Evolution, Fossil Record
Yudhijit Bhattacharjee
Science, 324, 3 April 2009: 25.

Summary: New science standards for Texas schools strike a major blow to the teaching of evolution, say scientists and educators who last week tried unsuccessfully to block the adoption of last-minute amendments aimed at providing an opening for the teaching of creationism.

Vide também:

Don McLeroy, D., Enlisting in the culture war, Austin American-Statesman, Wednesday, March 25, 2009.

Tyler, D. Is critical thinking subversive to science? ARN Literature Blog, (23 June 2008)