Este livro de James Le Fanu está incomodando a Nomenklatura científica por suas críticas ao status epistêmico do neodarwinismo. Razão? É que Le Fanu escreveu artigos e resenha para o British Medical Journal e o não menos importante Journal of the Royal Society of Medicine. O primeiro livro de Le Fanu, The Rise and Fall of Modern Medicine, ganhou o prêmio do livro do ano de 2001 do não menos importante jornal The Los Angeles Times.
Le Fanu é cético do poder explanatório científico do neodarwinismo. Isso, em si mesmo, não é novidade nenhuma, mas a relação incestuosa da Nomenklatura científica com a Grande Mídia tupiniquins nada publica. afinal de contas, desde 1859 muitas pessoas, inclusive cientistas evolucionistas, expressaram ceticismo a respeito de um ou outro aspecto do darwinismo. O mais potencialmente interessante neste caso, é que Le Fanu não levanta suas dúvidas a partir da pespectiva de uma subjetividade religiosa ou até mesmo do Design Inteligente. Le Fanu é agnóstico sobre a exist~encia de um Criador (p. 122).
O argumento é muito mais básico e fundamental. Ele argumenta que o darwinismo deve ser objetivamente julgado como qualquer teoria científica, e conclui que se ela fosse julgada objetivamente, nós deveríamos concluir que o darwinismo é insuficiente para explicar todos os fatos da natureza. Para demonstrar seu argumento, ele focaliza a maior parte de sua atenção sobre as descoberta da Nova Genética, com destaque especial para o Projeto Genoma, bem como as pesquisas sobre o cérebro humano. Le Fanu argumenta que somente processos puramente físicos e materiais não explicam tudo que nós encontramos e que deve haver algum tipo de fenômeno biológico imaterial.
O que chamou muito a atenção deste blogger foi o juízo que Le Fanu emitiu sobre o maior de todos os obstáculos para o progresso científico. O que nós somos bombardeado pelos artigos e entrevistas de cientistas que o maior de todos os obstáculos para o avanço da ciência é a teoria do Design Inteligente, mais uma pseduociência, criacionismo disfarçado, y otras cositas mais. Le Fanu mete o dedo na ferida, pois reduzir a teoria do Design Inteligente a criacionismo é tentar desqualificar sua plausibilidade científica qua teoria. Isso não é feito inconscientemente, mas de forma defensiva visando proteger o núcleo duro do darwinismo de vir à tona e ser julgado objetivamente pelo resto da comunidade científica sem sanções acadêmicas - a "Solução Final" da Nomenklatura científica contra os que ousam criticar Darwin de modo incisivo e contundente.
Le Fanu disse que o maior de todos os obstáculos para o avanço da ciência não é a ignorância, mas a ilusão de conhecimento:
"The greatest obstacle to scientific progress, after all, is not ignorance, but the illusion of knowledge" (p. 108).
É o que nós vemos em alguns cientistas que ficam ofendidos e reclamam de perder tempo precioso para responder a essas críticas 'infundadas' como fez recentemente Diogo Meyer no seu contraponto a John Lennox. Ou Meyer está desatualizado na literatura especializada, ou é isso que Le Fanu tão bem destacou: ilusão de conhecimento, pois a Árvore da Vida de Darwin não existe, está mais para gramado do que outra coisa, e a Seleção Natural não é assim uma Brastemp (desde 1859 já tínhamos céticos desse poder evolutivo - Thomas Huxley, Joseph Hooker, Charles Lyell, entre outros) em criar novidades biológicas.
Ilusão de conhecimento é uma atitude arrogante que posa como se fosse ciência e não é. Traduzindo em graúdos: é empáfia, e isso não é um comportamento objetivo esperado de um cientista.
Le Fanu acredita que nós estamos no começo de outra importante mudança paradigmática comparável à Revolução Copernicana, e que o darwinismo logo vai ser colocado na prateleira junto com outras teorias científicas desacreditadas. Talvez isso seja desejo da parte de Le Fanu. E se não for? O darwinismo resiste ao exame crítico e objetivo do contexto de justificação teórica? Duvido, eu disse adeus a Darwin em 1998 após a leitura do livro "A Caixa Preta de Darwin" de Michael Behe: se a teoria de Darwin não explica a origem e a evolução do flagelo bacteriano de uma 'simples' bactéria, não explica a grandiosidade da complexidade e diversidade das coisas bióticas.
Que venga la nueva teoría de evolución: a SÍNTESE EVOLUTIVA AMPLIADA, que não pode mais dar crédito á seleção natural (tem se mostrado terrível e contumaz 'gazeteira' na hora em que dela mais se espera), e vai ter que considerar a hipótese da ancestralidade comum através de outras visões.
Darwin, quem diria, está cada vez mais nú e parece não haver mais roupas epistêmicas em Harrod's que o cubra...
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Tirando o chapéu para ANL.