Desmascarando um jornalista da editoria de Ciência do G1 da Globo

segunda-feira, abril 30, 2007

Eu almocei recentemente em São Paulo com um grande jornalista amigo desde 1999. Conversa vai, conversa vem sobre muitos assuntos pertinentes à área científica, falei para ele do meu dissabor de ter lido um comentário airoso e precipitado do jornalista Reinaldo José Lopes em relação a este blogger.

Ele, como sempre, ouviu pacientemente, e comentou: “Enézio, você tem certeza de que o Reinaldo José Lopes disse isso de você?”. Eu respondi que tinha certeza, mas não tinha como provar, pois não arquivara uma cópia do blog “Tubo de Ensaio”, e não achava mais este comentário moleque. Ele me disse; “Custo a acreditar nisso, pois o Reinaldo é um cara muito legal. Ele não faria isso.”

Será?

Transcrevo o e-mail do jornalista Reinaldo José Lopes enviado no dia 20/03/2007:

Enviada em: terça-feira, 20 de março de 2007 15:56
Para: neddy@uol.com.br
Assunto: Exposição de motivos
Prioridade: Alta

Caro Enézio,

Acabo de ver o post no seu blog e gostaria de esclarecer algumas coisas:

1)Em nenhum momento eu, Reinaldo José Lopes, chamei você de picareta. Algum dos leitores que freqüentam o blog podem tê-lo feito - procurei nos comentários e não vi nada do gênero - mas, se foi esse o caso, os leitores têm liberdade para deixar qualquer comentário que não envolva palavras de baixo calão. Desculpe se você encarou como ofensa pessoal.

2)Eu sempre leio na íntegra os papers sobre os quais escrevo. Como se tratava de um simples post, e não de uma matéria, não havia porque eu mencionar os outros detalhes abordados por você. Eles não tinham nada a ver com a questão da evolução do ouvido médio nos mamíferos, que era o foco. Jornalismo precisa de lide.

3)Pela mesma razão, decidi não mencionar a questão do desenvolvimento embrionário do ornitorrinco. Mas me parece inteiramente consistente com o fato de que -- ao menos nos estudos que aceitam o paradigma darwinista - muitas vezes a trajetória de desenvolvimento é "defletida" em algum ponto para gerar alterações evolutivas. Eu sei que você considera anátema a "ontogenia recapitula a filogenia", mas parece ser exatamente o caso aqui.

4)Não dá para lançar dúvida sobre todo pesquisador chinês só porque alguns fósseis foram fraudados. Você nunca mais usa dinheiro só porque fica sabendo que algumas pessoas o falsificam? Julguemos a questão caso a caso.

5)Creio ter o direito de ser irônico com você porque você sempre foi irônico comigo e com meus colegas, isso quando não nos acusou de desonestidade. Com um agravante: você pode nos criticar à vontade no nosso blog, mas nós não podemos deixar comentários no seu. Por que será?

6)Você pode falar o quanto quiser que não, mas está na cara que o seu problema com o darwinismo é ideológico. Mas o problema é que você acaba sendo injusto ao fazer julgamentos apressados, ou até de polícia do pensamento, quando lida com a questão. Por que outro motivo você iria querer tachar de herege Francis Collins só porque ele é cristão e acredita na evolução? (Esse, aliás, é o meu caso. Sou um católico praticante que acredita na Trindade e na Encarnação. Algum problema?) Se a sua crítica fosse desinteressada, você não estaria o tempo todo misturando alhos com bugalhos e exigindo "coerência" dos outros, dizendo que um teísta não pode acreditar na evolução e vice-versa.

7)Gostaria muito que você publicasse este e-mail em seu blog, se é que está mesmo comprometido com alguma forma de diálogo. E que visite a minha coluna quinzenal, "Visões da Vida" (http://g1.globo.com/visoesdavida), para que ele continue.

Abraço e até mais,

Reinaldo José Lopes
Repórter de ciência/Science writer
G1 - Globo
+ 55 11 3016-1882

"He that breaks a thing
to find out what it is
has left the path of wisdom"
(J.R.R. Tolkien)

“Aquele que quebra uma coisa
Para descobrir o que é
Abandonou o caminho da sabedoria”

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Desde que entrei na bloguesfera indo na contramão do discurso uniforme da Nomenklatura científica e da Grande Mídia tupiniquins, desconstruindo a Darwin-ídolo, eu sabia que ‘quem está na chuva é para se queimar’ [obrigado Vicente Matheus, saudoso presidente do meu glorioso Corinthians]. Uma busca no Google revela isso que afirmo.

Para exemplificar isso com mais realismo, reproduzo aqui trechos do blog irônico “Sonhar não custa nada” de Reinaldo José Lopes publicado no
Tubo de Ensaio em 22/01/2007. É sobre um “Dream Team” de 4 blogueiros que deveriam fazer parte da editoria de Ciência do G1:


Quem acompanha a editoria de Ciência do G1 sabe que a gente faz de tudo pra trazer pros nossos leitores o melhor do jornalismo científico nacional e internacional. A gente sua a camisa, mas nem sempre dá pra ter tudo o que se quer.

É o caso dos nossos blogueiros. Longe de mim diminuir o trabalho deles, coitados - o pessoal dá duro -, mas se a gente tivesse recursos e prestígio ilimitados, tentaria trazer figuras de ainda maior envergadura moral pras nossas plagas.

Quer saber de quem eu estou falando? Pois aqui vai uma lista do nosso "Dream Team" de blogueiros e colunistas, caso a gente tivesse cacife para bancá-los, com área de interesse e título hipotético:

3)Evolução
Blogueiro: Enézio de Almeida Filho
Título: "Visões da Vida Reloaded"
O principal defensor brazuca do neocriacionism... digo, da respeitada teoria do design inteligente toma conta da minha coluna sobre evolução (que estava uma porcaria mesmo) e mostra por que Darwin estava gagá quando escreveu "A Origem das Espécies", por que a seleção natural sofre de insuficiência epistêmica, reumatismo e seborréia e como esse negócio de bactérias resistentes a antibióticos é tudo coisa da sua cabeça.

E isso é só pra começar. A gente agradece se vocês quiserem mandar e-mails pressionando a chefia do G1 pra eles cederem a verba. Só assim a gente concretiza esses planos tão meritórios.
...

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Eu não ia publicar o e-mail do jornalista da Platinada porque se fizesse, eu o estaria isentando, e assinando publicamente meu atestado de culpa neste imbróglio.

Apesar do meu estilo a la Macaco Simão, o que chamo aqui de Nomenklatura científica, os revisores de agentes da KGB, oops guarda-cancelas, é para denunciar através do riso uma realidade histórica kafkiana instaurada na Akademia que poderia ser muito diferente: pensar e fazer ciência livremente. Sei do que estou falando.

Quando afirmo que os autores de livros didáticos de Biologia do ensino fundamental omitem e distorcem intencionalmente as evidências científicas a favor do fato, Fato, FATO da teoria geral da evolução, eu demonstro que realmente é assim. Chamo isso de desonestidade acadêmica, e que se sentissem ofendidos moralmente que me processassem. Eu disse que eles não me processariam.

Quando afirmo que a Grande Mídia vive uma relação incestuosa com a Nomenklatura científica quando a questão é Darwin, Marcelo Leite e Claudio Angelo da Folha de São Paulo não me deixam mentir: não dão espaço para o contraditório! “O que Darwin tem de bom a gente mostra; o que Darwin tem de ruim a gente esconde.”

Quer dizer, aqui neste blog, a gente mata a cobra e mostra o pau. Seguindo esta linha editorial, e até para esclarecer porque fui tão incisivo e direto na jugular do Reinaldo José Lopes, é porque ele realmente me chamou e a outros blogueiros de ‘picaretas’:


COMENTÁRIOS

5. Oi Eliza,

Desculpe se não ficou muito claro no post, mas não temos esses blogueiros nem, na verdade, queremos tê-los, porque eles são todos picaretas de marca maior. Estamos apenas ironizando os sujeitos ;-)

Abraços e desculpe pela confusão!

Reinaldo | 22/01/07 15:31:35

4. vcs podiam dar os links desse blogs, por favor? obrigada;

eliza | 22/01/07 13:37:51

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Reinaldo José Lopes, eu não lhe quero mal. Contudo, o meu compromisso maior não é somente com o diálogo, mas com o estabelecimento da verdade. Em todos os níveis. Idéias e palavras têm conseqüências. Espero que a Globo releve a sua ironia impensada.

Fui, feliz da vida, por ter sido vindicado pelas palavras impensadas do meu vilipendiador!

Por que não abro espaço para comentários neste blog

sábado, abril 28, 2007

Eu aqui e ali vejo em outros blogs críticas ácidas contra mim, além de receber e-mails de leitores perguntando por que não permito os leitores postarem seus comentários.

Já declinei aqui as minhas razões desde o início: eu não tenho tempo suficiente para engajar num debate tão importante como este, filtrar os comentários mal-educados dos meninos e meninas de Darwin [mal-educados desde o berço segundo um deles], o espaço não concedido ao contraditório na Grande Mídia tupiniquim, especialmente na Folha de São Paulo.

Além dessas outras razões, não sei por que, eu me esqueci de mencionar o blog científico ***** do paleoantropólogo John Hawks. Lá, na maior democracia do planeta, os leitores também não postam comentários. Ele é um dos meus blogs preferidos, tanto é que consta dos meus links desde o começo:
http://johnhawks.net/


Falando no John Hawks, destaco aqui, e remeto meus leitores para o seu artigo A guide to fantasy science [Um guia para a ciência fantasia]. Muito interessante suas críticas à resenha de Henry Gee, da Nature. Sorry periferia, mas está em inglês:

I'm about two-thirds of the way through Mike Morwood's new book, The Discovery of the Hobbit, and I'll be posting a review when I'm through. Generally, I have a positive opinion of the book so far.

Henry Gee has reviewed the book in this week's issue of Nature. I wanted to point out my generally positive attitude about the book, so that you'll know that my miserable opinion of Gee's review has little to do with the book's merits.

Consider how Gee starts his review:

The unicorn, wrote Jorge Luis Borges (in Kafka and His Precursors), is universally regarded as a supernatural being of good omen. But there's a problem: despite its folkloric familiarity, we wouldn't know how to recognize a unicorn if we met one in real life. It "does not figure among the domestic beasts, it is not always easy to find, it does not lend itself to classification," Borges continues. "It is not like the horse or the bull, the wolf or the deer. In such conditions, we could be face to face with a unicorn and not know for certain what it was."

Is Gee smoking crack? What kind of blather is this?
Leia mais aqui >>>

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N. do Blogger: Eu não vi o John Hawks lidando com a queda do status de Lucy. estranho...

“Irredutível, irredutibilidade” no Index Prohibitorum da Nomenklatura científica

No artigo “Uma ‘simples’ célula eucariótica ainda é um dos maiores enigmas em biologia” de David Tyler, eu disse que blogaria sobre uma reação ‘inflamada’ da Nomenklatura científica de que o artigo teria uma agenda pró-DI. Nada mais falso.

Vejamos o que o próprio Tyler postou a respeito em 27/04/07:
Pensamentos perturbadores sobre a natureza irredutível das células eucarióticas

por David Tyler 08:35:17 am

No dia após o ensaio interessante de James Lake ter aparecido na revista Nature, reconhecendo que a origem das células eucarióticas é um dos maiores enigmas em biologia, ele apareceu como um dos co-signatários numa correspondência atacando um artigo publicado ano passado na revista Science. [1] O artigo defendia que as hipóteses invocando a fusão genômica para explicar as características da célula eucariótica tinham fracassado. Os autores revisaram os dados recentes de proteômica e seqüências genômicas e sugeriram que “as células eucarióticas são de uma linhagem única.”

Os críticos declaram que este artigo “somente trouxe opiniões enviesadas” e que os autores “pegaram e escolheram arbitrariamente entre observações disponíveis relacionadas com a semelhança seqüencial.” O final da crítica deles tem esta frase de efeito: “Finalmente, e mais perturbador, se as células eucarióticas contemporâneas são verdadeiramente de “natureza irredutível”, como o título do artigo de Kurland et al declara, então nenhum processo evolutivo passo-a-passo deve ser invocado. Há uma mensagem oculta no artigo deles?”

Os autores do artigo responderam de maneira não inflamada. Eles permanecem firmes na posição deles. “A nossa opinião é que a biologia celular e molecular, especialmente a genômica, revelam sinais de uma complexidade antiga da célula eucariótica.” Eles concluíram: “nossa conclusão principal é que há bom progresso no entendimento da complexidade do ancestral da célula eucariótica”.

A razão para chamar a atenção a esta crítica, é que ela fornece um bom exemplo de como “as normas” são sustentadas dentro da comunidade científica. Os críticos sequer podem considerar a possibilidade de “os processos passo-a-passo evolutivos” falharem em serem responsáveis pelas células eucarióticas, e eles [os críticos] reagiram alarmados.

Pensando terem detectado uma pista de design inteligente (pelo uso da palavra “irredutível”), eles declararam isto como sendo “muito perturbador” e falaram sobre uma “mensagem oculta”. Esta reação move a crítica além da esfera do discurso científico para o mundo do materialismo ideológico.

Os que procuram saber mais sobre o DI fariam bem reconhecer o papel desempenhado pelas visões de mundo defendidas pelos envolvidos nos debates.
[1] The Evolution of Eukaryotes (Letter)

William Martin, Tal Dagan, Eugene V. Koonin, Jonathan L. Dipippo, J. Peter Gogarten, James A. Lake.

Response by C. G. Kurland, Lesley J. Collins, and David Penny
Science 316, 27 April 2007: 542-543.

Uma lição magistral de jornalismo científico

Eu fiz uma busca no Google sobre o “Lúcio”, oops a “Lucy” [a Nomenklatura omite o verdadeiro sexo daquele fóssil de Australopithecus afarensis ‘batizado’ como fêmea quando era macho] e quase não acreditei.

Gente, o jornal O Globo deu uma lição magistral de jornalismo científico na Folha de São Paulo: publicou online no dia 16/04/2007 sobre a pesquisa que 'Lucy' não é ancestral direto dos humanos modernos.

O bordão da FSP
“Não dá para não ler” deve ser passado imediatamente para O Globo. Razão? Só aquele jornal teve a coragem de publicar, ainda que para um universo muito pequeno − pessoas com acesso à Internet − e horário inusitado [17:05] o que parte da Grande Mídia tupiniquim não teve coragem ou não quis publicar: um dos ícones da evolução foi para a lata do lixo histórico.

Agora, mais do que nunca, fica patentemente demonstrado que o fato, Fato, FATO da teoria geral da evolução [um
Australopithecus afarensis se transformar em antropólogo] não é assim nenhuma Brastemp, nem tão certo como a esfericidade da Terra, de não ser o centro do universo, nem a certeza científica da lei da gravidade como vem afirmando a Nomenklatura científica há muitas décadas.

Depois desse “furo” jornalístico de O Globo, eu queria ver a cara do Claudio Angelo, editor de ciências da FSP: ele me sugere ler livros com idéias ultrapassadas e não substanciadas pelas evidências, perdeu grande oportunidade de sair na frente com a publicação do “contraditório” conforme sugerido pelo seu ex-ombudsman Marcelo Beraba. Ma con Darwin, va bene, é tutti cosa nostra!

Globo, oops Folha de São Paulo, o povo não é bobo!

Leia mais aqui:
O Globo Online

Chicospeare 'falou e disse'!

sexta-feira, abril 27, 2007

Um pouco de humor que cientista não é de ferro:


O grande dramaturgo inglês Chicospeare 'falou e disse'após ler a obra Origem das Espécies de Darwin, seu conterrâneo: "To be or not to be human, that's the question!" [1]

[1] "Ser ou não ser humano, eis a questão".

BOMBA! BOMBA! “Lucy”, a famosa estrela da evolução caiu do pedestal e a mídia nem noticiou?

Já postei pequeno texto sobre o fato de “Lucy” [na verdade “Lúcio”, [1] mas eles nos enganam intencionalmente sobre o sexo do fóssil desde a descoberta] não fazer parte da linhagem evolutiva humana moderna, mas vale a pena postar o texto de Dave Scott pelas suas críticas incisivas do comportamento incestuoso da Grande Mídia internacional e tupiniquim com a Nomenklatura científica: “O que Darwin tem de bom nós mostramos; o que Darwin tem de ruim nós escondemos” [Obrigado ministro Ricupero por esta pérola que bem traduz este longevo e despudorado comportamento aético da Nomenklatura científica e da GMT quando a questão é Darwin].



O fóssil “Lúcio” à esquerda e um fóssil “Lucy” à direita. Notem os pélvis diferentes.

Alguém viu se a Grande Mídia tupiniquim deu o devido destaque a esta pesquisa? Não deu para não ler na Folha de São Paulo? Eu não vi. Então Claudio Angelo, desculpe se o meu estilo é confuso, mas nós somos obrigados a destacar aqui, e demonstrar mais uma vez que o “contraditório” nunca será ali publicado. Especialmente se melindrar o dogma, oops a teoria geral da evolução de Darwin. Habemus Darwin. Darwin locuta, causa finita. As evidências? Ora, que se danem as evidências. O que vale é a teoria... A evolução é mais sábia do que você, idiota! [Qual foi mesmo o darwinista que afirmou isso? Alguém me ajude localizar mais esta pérola].

Como eu sou iconoclasta, e os ídolos foram feitos para destruição, publico com prazer o texto do Dave Scot, e a notícia do Jerusalém Post em inglês. Sorry, periferia!


[1] HÄUSLER, M. e P. Schmidt. “Comparison of the pelvis of Sts 14 and AL 288288-1: implications for birth and sexual dimorphism in australopithecines”, Journal of Human Evolution 29:363-83, 1995; SHREEVE, J. “Sexing fossils: a boy named Lucy”. Science 270:1297-1298, 1995.
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O ícone da evolução “Lucy” caiu por terra

26 de abril de 2007

Outro ícone da evolução, o fóssil de fama mundial “Lucy”, descobriu-se que não faz parte de jeito nenhum da linhagem humana moderna. A parte interessante disso é que é extremamente digno de ser noticiado, mas porque lança luz não muito lisonjeira sobre muitos cientistas que, acriticamente parece, colocaram Lucy na linhagem humana moderna de descendência, você não verá isso amplamente reportado a não ser nos blogs e websites que negam a Darwin. Esta estratégia é comum [SIC ULTRA PLUS 1] quando erros embaraçosos são descobertos no dogma evolutivo amplamente aceito. Fiquem de bicos calados [SIC ULTRA PLUS 2] e deixe que as notícias embaraçosas se tornem conhecimento comum após um longo período de tempo. Os embriões de Haeckel são um bom exemplo disso. [SIC ULTRA PLUS 3 − Esta fraude centenária ainda continua em nossos livros didáticos de Biologia do ensino médio? Alô MEC/SEMTEC/PNLEM vocês não podem compactuar com isso, pois já foram alertados sobre este ilícito pedagógico]

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Apr. 16, 2007 0:21 | Updated Apr. 16, 2007 15:39


Israeli researchers: ‘Lucy’ is not direct ancestor of humans

By JUDY SIEGEL-ITZKOVICH

Tel Aviv University anthropologists say they have disproven the theory that “Lucy” - the world-famous 3.2-million-year-old Australopithecus afarensis skeleton found in Ethiopia 33 years ago - is the last ancestor common to humans and another branch of the great apes family known as the “Robust hominids.”

The specific structure found in Lucy also appears in a species called Australopithecus robustus. Prof. Yoel Rak and colleagues at the Sackler School of Medicine’s department of anatomy and anthropology wrote, “The presence of the morphology in both the latter and Australopithecus afarensis and its absence in modern humans cast doubt on the role of [Lucy] as a common ancestor.”

The robust hominids were discovered in southern Africa 69 years ago and are believed to have lived between 2 million and 1.2 million years ago. Their jaws and jaw muscles were adapted to the dry environment in which they lived.

Rak and colleagues studied 146 mature primate bone specimens, including those from modern humans, gorillas, chimpanzees and orangutans and found that the “ramus element” of the mandible connecting the lower jaw to the skull is like that of the robust forms, therefore eliminating the possibility that Lucy and her kind are Man’s direct ancestors. They should therefore, the Israeli researchers said, “be placed as the beginning of the branch that evolved in parallel to ours.”

Their research has just been published in the on-line edition of PNAS, the Proceedings of the [US] National Academy of Sciences.

Lucy, which means “you are wonderful” in Amharic, was discovered (40 percent of its skeleton) by the International Afar Research Expedition in Ethiopia’s Awash Valley. Fitting the bones together, they said it was an upright walking hominid (Homo sapiens, which comprises modern Man and extinct manlike species). They later found its jaws and additional bones.

Further analysis led the Afar researchers to believe it was of a female, and the skeleton listed as AL 288-1 was nicknamed Lucy because the Beatles’ song “Lucy in the Sky With Diamonds” was often played at the camp.

The specimen was only 1.1 meters tall, estimated to weigh 29 kilograms and look somewhat like a common chimpanzee. Although it had a small brain, the pelvis and leg bones were almost identical in function with those of modern humans, proving that these hominids had walked erect.

Although fossils closer to chimpanzees have been found since then, Lucy - which is housed in the national museum in Addis Ababa - is prized by anthropologists who study Man’s origin.

Rak and his colleagues also wrote that the structure of Lucy’s mandibular ramus closely matches that of gorillas, which was “unexpected” because chimpanzees are the closest living relatives of humans, and not gorillas.

Uma ‘simples’ célula eucariótica ainda é um dos maiores enigmas em biologia

A célula eucariótica − um dos maiores enigmas em biologia
por David Tyler 11:41:01
26/04/07

O que pode ser dito sobre a origem da célula eucariótica? “Até recentemente, todo mundo admitia, baseado em um só gene RNA ribossômico, que as células eucarióticas descendiam da arqueobactéria − procariotos extremofílicos distinto da “verdadeira” bactéria, ou eubactéria. Bem, agora nós sabemos que não é o caso.” Pesquisas com genoma revelam conexões com as eubactérias bem como com as arqueobactérias. Também há numerosas perdas de genes que são intrigantes: “Mas como que a evolução chegou com a estranha distribuição de genes eubacterianos e arqueobacterianos que nós vemos hoje nos eucariotos?"

Em passant, nós devemos destacar que uma explicação em termos de teoria evolutiva é assumida como um “dado”. É como se outras avenidas não precisam ser exploradas.

Assim, um impressionante paradoxo é introduzido aqui: “Porque as células eucarióticas são derivadas de arqueobactérias e eubactérias, alguém poderia esperar encontrar uma cópia arqueobacteriana e eubacteriana de cada gene nuclear. Mas estranhamente, os genes arqueobacterianos operacionais e eubacterianos informacionais são quase que completamente ausentes das células eucarióticas, ainda que a primeira célula eucariótica continha duas séries de genes informacional e operacional.”

O autor, James Lake [1], usa a analogia do deus romano Janus. “Como as duas faces do deus romano Janus, tido como representando a Lua e o Sol, a origem filogenética dos genes informacionais e operacionais em eukariotos são tão diferentes quanto a noite e o dia. Encontrar uma distribuição de gene como esta é o equivalente estatístico de se descobrir que um moeda lançada à noite (a face de Janus arqueobacteriano) sempre cairá cara (genes informacionais), e jogada durante o dia (a face de Janus eubacteriana) sempre cairá coroa (genes operacionais).”

Depois Lake discute as explicações possíveis do paradoxo de Janus. Ele oferece uma possível explicação sobre o por que os genes informacionais eubacterianos desapareceram, mas é só até que ele vai. “Infelizmente, eu não tenho nenhuma boa sugestão sobre por que os genes arqueobacterianos operacionais foram eliminados.” Ele concluiu: “Como que a célula eucariótica surgiu é um dos maiores enigmas em biologia. É uma história tão complexa que nenhum gene sozinho pode contar. Somente os genomas completos podem.”

Quanto mais nos olhamos para os eucariotos, mais óbvio se torna que uma história evolutiva do simples para complexo é lastimavelmente inadequada. Mas as pesquisas com genomas irão ajudar? Ano passado, os autores de uma pesquisa escreveram: “Nós revisamos dados recentes de seqüências proteômicas e de genomas sugerindo que os eucariotos são uma linhagem primordial única.” [2] Alguns paradoxos somente podem ser resolvidos mudando-se o paradigma: a avenida a ser explorada talvez tenha sido sinalizada como “design inteligente.”

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[1] Disappearing act. James A. Lake, Nature 446, 983, (26 April 2007) | doi:10.1038/446983a The bizarre absence of certain gene classes in eukaryotes is key to understanding their evolution and complex links with prokaryotes.

[2] Vide também: Kurland, C.G., Collins, L.J. and Penny, D. Genomics and the Irreducible Nature of Eukaryote Cells, Science 312, 19 May 2006: 1011-1014.
Professores, pesquisadores e alunos de universidades públicas e privadas têm acesso livre a estas publicações científicas no portal http://www.capes.gov.br Periódicos

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NOTA DESTE BLOGGER: Já houve reação da Nomenklatura científica a esta pesquisa como se tivesse uma "agenda" do Design Inteligente por trás disso. Vou blogar assim que puder.

Grande tesouro encontrado no “DNA lixo”

quarta-feira, abril 25, 2007

Até pouco tempo atrás os cientistas ofuscados pelo paradigma vigente da Nomenklatura científica, mais o bombardeio periódico acrítico da Grande Mídia tupiniquins, trombeteavam aos quatro ventos que grande parte do DNA não era funcional porque nada codificava. Essa era a ladainha que todos tinham de rezar.

Em vez de serem mais humildes e dizerem que não sabiam [argh, isso é como cometer um genocídio, mas cientista que se preza nunca diz EU NÃO SEI] o que era essa grande região do DNA, eles pontificaram, oops denominaram de DNA LIXO.

É, mas em ciência nada como um dia atrás do outro. Reguladores poderosos que desempenham um papel crucial − é assim que essas seções não codificadoras estão sendo agora nomeadas. Uma notícia publicada no Science Daily diz que estas regiões do “DNA lixo” uma vez consideradas como “desertos de genes” é que realmente orquestra a expressão dos genes durante o desenvolvimento.


Num artigo publicado no PNAS [1] pesquisadores descobriram funções reguladoras para muitos conserves noncoding elements (CMEs) [elementos não codificadores conservados]. “Nós identificamos aproximadamente 15.000 sítios conservados que provavelmente servem como isoladores, e nós mostramos que genes próximos separados por sítios CTCF preditos mostram correlação acentuadamente reduzida em expressão de gene,” eles disseram. “Esses sítios podem assim dividir o genoma humano em domínios de expressão.” Eles descobriram uma família que pode ter uma “função ampla” na expressão de gene, e outros “exemplos surpreendentes de novos elementos funcionais.”

E o que está deixando os cientistas de boca aberta é que esta conclusão “télica”, oops de Design Inteligente [argh, matei Darwin novamente, sem remorso], está revelando a cegueira do paradigma neodarwinista − um morto que teima ser enterrado, que impediu por mais de duas décadas a visão de uma nova área de maravilhas genéticas. “Agora mesmo é como ser um menino numa loja de doces,” disse um geneticista. Outros que consideravam os transposons e os “genes saltadores” como inconvenientes que estavam “misturando as coisas” agora os vêem como úteis.

Você deve estar imaginando: “Agora sim o poder heurístico do Design Inteligente vai finalmente entrar em cena”. Poof! Acorde do sonho! Eles estão invocando esta maravilha de engenharia como sendo subproduto de processos cegos, aleatórios e inconscientes da evolução. Como duvidar do poder do relojoeiro cego? A evolução é mais inteligente do que você, idiota! [Eu não consigo lembrar qual foi o darwinista eminente que disse isso].

Os transposons podem ser um “um veículo importante de novidade evolutiva,” disse um dos pesquisadores, enquanto outro salientou sobre o surgimento de uma nova opinião sobre o “DNA lixo”: “É engraçado como a área está evoluindo tão rapidamente.”
Fui, esperando contra a esperança por uma iminente e eminente mudança paradigmática em biologia evolutiva em 2010. Quem viver, verá!

[1] Xie et al, “Systematic discovery of regulatory motifs in conserved regions of the human genome, including thousands of CTCF insulator sites,” Proceedings of the National Academy of Sciences. PDF ou HTML gratuito.

USA, 10.1073/pnas.0701811104, published online before print April 18, 2007.

Systematic discovery of regulatory motifs in conserved regions of the human genome, including thousands of CTCF insulator sites

Xiaohui Xie, Tarjei S. Mikkelsen, Andreas Gnirke, Kerstin Lindblad-Toh, Manolis Kellis, and Eric S. Lander Broad Institute of MIT and Harvard, Massachusetts Institute of Technology and Harvard Medical School, Cambridge, MA 02142; Division of Health Sciences and Technology, Computer Science and Artificial Intelligence Laboratory, and Department of Biology, Massachusetts Institute of Technology, Cambridge, MA 02139; and Whitehead Institute for Biomedical Research, Cambridge, MA 02142

Contributed by Eric S. Lander, March 3, 2007 (sent for review January 26, 2007)

Conserved noncoding elements (CNEs) constitute the majority of sequences under purifying selection in the human genome, yet their function remains largely unknown.

Experimental evidence suggests that many of these elements play regulatory roles, but little is known about regulatory motifs contained within them. Here we describe a systematic approach to discover and characterize regulatory motifs within mammalian CNEs by searching for long motifs (12-22 nt) with significant enrichment in CNEs and studying their biochemical and genomic properties. Our analysis identifies 233 long motifs (LMs), matching a total of 60,000 conserved instances across the human genome. These motifs include 16 previously known regulatory elements, such as the histone 3'-UTR motif and the neuron-restrictive silencer element, as well as striking examples of novel functional elements. The most highly enriched motif (LM1) corresponds to the X-box motif known from yeast and nematode. We show that it is bound by the RFX1 protein and identify thousands of conserved motif instances, suggesting a broad role for the RFX family in gene regulation. A second group of motifs (LM2*) does not match any previously known motif. We demonstrate by biochemical and computational methods that it defines a binding site for the CTCF protein, which is involved in insulator function to limit the spread of gene activation. We identify nearly 15,000 conserved sites that likely serve as insulators, and we show that nearby genes separated by predicted CTCF sites show markedly reduced correlation in gene expression. These sites may thus partition the human genome into domains of expression.

To whom correspondence should be addressed.

Eric S. Lander, E-mail: lander@broad.mit.edu

A reevolução do sexo mandou a lei de Dollo pra lata do lixo histórico?

terça-feira, abril 24, 2007

A lei de Dollo afirma que os estados ancestrais complexos nunca podem ser readquiridos. Pero no mucho, é o que indica recente pesquisa publicada no PNAS.
Seria esta a razão da pesquisa: a dominância da reprodução sexual ainda é um enigma [entre muitos] não resolvido em biologia evolutiva? E o que fazer da lei de Dollo? Foi pra lata do lixo histórico?


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Vide aqui

Pesquisadores da Universidade de Darmstadt na Alemanha e a Faculdade de Ciência Ambiental e Florestal da SUNY [State University of New York] reportaram esta semana sobre uma família de ácaros que esqueceram a reprodução assexual e reevoluíram para reproduzir sexualmente. Relatado no Proceedings of the National Academy of Sciences, o reavivamento de uma característica complexa como a reprodução sexual após ter ficado adormecida por milhões de anos levanta questões interessantes sobre o nosso entendimento da biologia evolutiva. [SIC]

[…] A descoberta levanta algumas questões intrigantes. Por que alguns organismos continuam a se reproduzir assexualmente, considerando-se as distintas vantagens evolutivas − especialmente as defesas contra os parasitas, os predadores e competidores − de se reproduzir sexualmente e misturar os genomas? E como pode um organismo reativar um grupo de genes − como aqueles específicos para a reprodução sexual − após muitos milhões de anos não sendo utilizados? [SIC]

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Abstract:

Reevolution of sexuality breaks Dollo's law

Katja Domes, Roy A. Norton, Mark Maraun, and Stefan Scheu
Institut für Zoologie, Technische Universität Darmstadt, Schnittspahnstrasse 3, 64287 Darmstadt, Germany; and College of Environmental Science and Forestry, State University of New York, 1 Forestry 16 Drive, Syracuse, NY 13210
Edited by John C. Avise, University of California, Irvine, CA, and approved March 8, 2007 (received for review January 3, 2007)

The dominance of sexual reproduction is still an unresolved enigma in evolutionary biology. Strong advantages of sex have to exist, because only a few parthenogenetic taxa persist over evolutionary timescales. Oribatid mites (Acari) include outstanding exceptions to the rule that parthenogenetically reproducing taxa are of recent origin and doomed to extinction. In addition to the existence of large parthenogenetic clusters in oribatid mites, phylogenetic analyses of this study and model-based reconstruction of ancestral states of reproduction imply that Crotoniidae have reevolved sexuality from parthenogenetic ancestors within one of those clusters. This reversal in reproductive mode is unique in the animal kingdom and violates Dollo's law that complex ancestral states can never be reacquired. The reevolution of sexuality requires that ancestral genes for male production are maintained over evolutionary time. This maintenance likely is true for oribatid mites because spanandric males exist in various species, although mechanisms that enable the storage of genetically ancestral traits are unclear. Our findings present oribatid mites as a unique model system to explore the evolutionary significance of parthenogenetic and sexual reproduction.

Author contributions: R.A.N. designed research; K.D. performed research; R.A.N. contributed new reagents/analytic tools; K.D. analyzed data; and K.D., R.A.N., M.M., and S.S. wrote the paper.

The authors declare no conflict of interest.

To whom correspondence should be addressed:

Katja Domes, E-mail: katjadomes@gmx.de


http:///www.pnas.org/cgi/doi/10.1073/pnas.0700034104

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Medicina mortífera: uma história intencionalmente esquecida de Darwin sobre a eugenia

Eu tenho uma colega na pós-graduação escrevendo dissertação sobre a eugenia no Brasil. Outro dia perguntei novamente para ela: “Na sua pesquisa, você conseguiu descobrir se a eugenia foi uma política de Estado no Brasil?”. Ela simplesmente sorriu, e respondeu meio sem jeito numa negativa não muito convincente. Eu posso entendê-la. Eu também ajo assim. Dificilmente quem escreve uma dissertação ou tese adianta para os colegas o que achou nas suas pesquisas. Medo de ser passado para trás por algum ‘colega’ acadêmico e perder a ‘exclusividade’ da descoberta.
Traduzo e publico aqui uma lição histórica de eugenia que a Nomenklatura científica [a historiografia científica “mainstream”] esquece e coloca intencionalmente para debaixo do tapete da História da Ciência: Darwin defendia esta prática médica para que a evolução pudesse ocorrer melhor entre os mais aptos, que sobreviveriam, deixariam descendência de “mais aptos” numa tautologia evolutiva ad infinitum. O homem tomando a evolução pelos chifres, e evoluindo a si mesmo. Eugenia, teu nome mais chique hoje é engenharia genética.


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por Tom Magnuson 05/04/07
Medicina mortífera: a história esquecida da eugenia

O WorldNetDaily deu a notícia de um aniversário de um outro grande debate bioético que passou. Há apenas um século atrás, a eugenia ― a tentativa de melhorar a raça humana através de melhor “cruzamento” ― era a coqueluche no mundo científico. E esta primavera marca o centenário da primeira lei mundial de esterilização forçada.
Embora os darwinistas modernos possam sobressaltarem-se, a eugenia inspirou-se claramente na teoria de Darwin. Naquele tempo, Francis Galton (primo de Darwin), levou a teoria da evolução seriamente, argumentando persuasivelmente que os hospitais, instituições mentais e de serviço social todos violavam a lei da seleção natural. Essas instituições preservam o fraco à custa do pool genéticol. Na natureza, tais pessoas morerriam naturalmente, desse modo mantendo a raça humana forte. Como o próprio Darwin declarou no seu livro “The Descent of Man” [A Linhagem do Homem] “Ninguém que já assistiu ao cruzamento de animais domésticos duvidará de que isso tem sido altamente prejudicial à raça do homem... Dificilmente alguém seja tão ignorante a ponto de permitir que cruzem os seus piores animais.”

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E ainda têm a cara de pau [oops o despautério é mais chique] de dizer que Darwin não foi um ‘darwinista social’, que não apoiava a eugenia nesses termos, e otras cositas mais. Contem outra, que este degas aqui é “mais liso” do que Darwin.

Sou levado a crer, caso inocentem a Darwin por isso, que o julgamento de Nuremberg foi uma farsa, e que devemos honrosas, mas tardias desculpas a Hitler, Mengele, e Eichmann por tão grandiosa contribuição científica para a humanidade não ter sido reconhecida mundialmente.

Ave Darwin, nós os fracos, portadores de sídrome de Down e outros defeitos congênitos, nós que caminhamos para a morte, corajosamente te saudamos!

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Não foi 1º. de abril não, mas a Folha Ilustrada desse dia trouxe uma crítica do Marcelo Coelho ao documentário “Homo Sapiens 1900” de Peter Cohen, intitulada “Documentário é uma lição de história sobre delírio eugenista”[requer assinatura do UOL ou da FSP]. Este filme lembra experimentos nazistas que buscavam suposta melhoria genética. Em 1989, o sueco Peter Cohen dirigiu seu famoso documentário “Arquitetura da Destruição”, mostrando as relações entre os ideais estéticos do nazismo e sua política de assassinato em massa.

Coelho disse que em “Homo Sapiens 1900”, Cohen preserva a mesma intensa pesquisa em arquivos cinematográficos, clareza expositiva, uso razoavelmente moderado da editorialização e, um profundo senso do horror e da patologia presentes na história do século 20.

Neste filme, não é a beleza, mas sim a ciência (ou o que se pretendia “científico” nos começos do século 20) que se alia ao delírio manipulatório e à pura desumanidade. Sob a bandeira da eugenia, médicos e biólogos de vários países se engajam numa suposta melhoria do padrão genético da humanidade.
Alguns propõem a esterilização forçada dos deficientes, dos feios, dos criminosos. Outros querem também a eugenia “positiva”, defendendo a criação de um “haras humano”, com reprodutores escolhidos.

Propostas desse tipo não foram exclusividade dos nazistas. A avançada Suécia foi a primeira a criar um Instituto de Biologia Racial, em 1922, e terminaria aprovando leis de eugenia que duraram mesmo depois da Segunda Guerra. A esterilização, muito civilizadamente, deveria ser voluntária.

Nos EUA, a primeira lei de esterilização forçada surgiu em 1907 (o filme não diz em que Estado) e foi adotada por mais de 20 unidades da Federação.
Ainda nos tempos do cinema mudo, um médico, o dr. Harry Haiselden, filmou "A Cegonha Negra", no qual se fazia um bebê defeituoso morrer de frio, em nome de um futuro saudável para todos.

Em outro precioso documento de época, vemos o ministro da Cultura de Lênin, Anatoly Lunatcharski, atuar num filme de ficção, salvando um cientista de seus cruéis adversários. Ajuda-o a provar as teses de Lamarck, segundo as quais os caracteres adquiridos são herdados pelos descendentes. A teoria, embora errada, era mais condizente com os ideais bolcheviques do que o determinismo genético.

Fraude
No campo oposto do debate biológico, um importante geneticista americano, Hermann Mueller, responsável pela descoberta de que os raios-X afetam os cromossomos, procura apoio de Stálin para seu projeto eugenista. O líder soviético acertou dessa vez, considerando a idéia reacionária. Mas preferiu promover a famosa fraude de Lyssenko, mandando fuzilar os que duvidavam dela.

Ciência e ideologia não cessam de trocar de lugar ao longo do filme, cujos longos black-outs e narração pesada não se coadunam com o óbvio ridículo de alguns de seus personagens, cuja real importância histórica não é dimensionada com exatidão. Sem ter a abrangência de "Arquitetura da Destruição", "Homo Sapiens 1900" vale ainda assim como uma lição de história (e de modéstia) para cientistas, legisladores e seres humanos em geral.

HOMO SAPIENS 1900
Direção: Peter Cohen
Distribuidora: Versátil (R$ 37,50 em média)
Avaliação: bom
Falha da crítica de Marcelo Coelho: ele não disse aos leitores que a teoria científica por trás da eugenia foi a teoria da evolução de Darwin.

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"ARQUITETURA" ESTÁ DISPONÍVEL EM DVD NO BRASIL


Sucesso no circuito de filmes de arte no Brasil e presença certa em aulas de cursinhos e colegial, "Arquitetura da Destruição" (1989) é o principal filme de Peter Cohen e está disponível em DVD no país pela Versátil (R$ 37,50, em média). Como extras, traz galeria de fotos, textos e apresentação de Leon Cakoff, criador da Mostra de SP ― naquele ano (89), o documentário foi exibido na 16ª edição do festival e venceu o Prêmio Especial.

O novo livro de Michael Behe sobre o limite da evolução

Recebi este e-mail de Michael Behe, meu amigo desde 1998 quando informei-lhe que a leitura do seu primeiro livro “A Caixa Preta de Darwin”, Rio de Janeiro, Zahar, 1997, havia me despertado do meu sono epistemológico em relação ao fato, Fato, FATO da teoria geral da evolução.



Behe autorizou a tradução e publicação do seu e-mail neste blog:

A primeira resenha do meu novo livro, The Edge of Evolution [O Limite da Evolução], saiu no Publisher's Weekly (vide abaixo)... semana que vem a PW deve publicar um artigo sobre mim e o livro. O livro será lançado no começo de junho.

O ponto principal é que os dados disponíveis na última década das pesquisas de micróbios que ocorrem na natureza em número verdadeiramente astronômicos, tais como o parasita da malária e o HIV, demonstram que o conceito de mutação aleatória é incoerente, e os processos darwinianos são capazes apenas de mudanças triviais de sistemas preexistentes. Alguém ficou surpreso com isso? Extrapolar a partir desses dados permite que limites relativamente exatos e firmes sejam colocados naquilo que é razoável esperar tenha sido feito pelos processos não inteligentes durante o curso da vida na Terra. Resumindo, o design se estende muito profundamente na vida, ultrapassando tais Cadillacs de complexidade como o flagelo bacteriano, muito mais profundo do que eu teria imaginado há uns dez anos atrás.

Mike

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Resenha


The Edge of Evolution: The Search for the Limits of Darwinism [A fronteira da evolução: a busca dos limites do darwinismo] de Michael J. Behe. Free Press, US$ 28.00 (336p.) ISBN 978-0-7432-9620-5

Com o seu primeiro livro, “A Caixa Preta de Darwin”, Behe, professor de biologia na Universidade Lehigh, ajudou a definir o controverso movimento do design inteligente com o seu conceito de “complexidade irredutível.” Agora ele tenta estender a sua análise e definir o que a evolução é capaz de fazer o que está além do seu escopo. Behe afirma veementemente, provavelmente para o dissabor dos criacionistas da Terra jovem, que a Terra tem bilhões de anos e que o conceito de ancestral comum está correto. Mas começando com uma olhada na malária e na reação da célula falciforme nos humanos, Behe argumenta que a mutação genética resulta somente em soluções canhestras às pressões seletivas. Ele prossegue e conclui que a possibilidade estatística de certas mudanças evolutivas que acontecem é virtualmente zero. Embora Behe escreva com paixão e clareza, os seus cálculos de probabilidade ignoram a rejeição dos biólogos da premissa de que a evolução vem trabalhando para a produção de qualquer produto final particular. Além disso, ele repetidamente se refere das insuficiências “do poder da teoria da seleção natural de Darwin unida à mutação aleatória”, mas a atual teoria biológica abrange muito mais do que estão visão simplista. Muito mais importante, Behe chega à conclusão errônea de que as obras de um designer inteligente é a única alternativa razoável para a evolução, sem evidência afirmativa a seu favor.

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O que outros estão dizendo sobre o novo livro de Michael Behe:

“Com este livro, Michael Behe mostra que ele é verdadeiramente um pensador independente de primeira ordem. Ele examina cuidadosamente os dados da evolução, e em meio a isso argumenta a favor do ancestral comum universal que não fará amigos para ele entre os criacionistas da Terra jovem, e focaliza em novos fatos, especialmente sobre a malária, que não tem feito parte do debate público até agora. Este novo livro vai levar o debate do design inteligente para um novo território e representa uma contribuição única para a pergunta filosófica de muito tempo: A observação do mundo físico pode guiar o nosso pensamento sobre questões religiosas?”

Professor David Snoke, Departamento de Física e Astronomia, Universidade de Pittsburgh

“No livro The Edge of Evolution Michael Behe avalia cuidadosamente a evidência de que o mecanismo de mutação aleatória e seleção de Darwin pode realizar em casos bem documentados, e mostra que até nesses casos que maximizam o seu poder como uma força criadora ele somente tem sido capaz de gerar exemplos muito triviais de mudança evolutiva. Poderia tal força aparentemente impotente e inconsciente ter realmente construído os mecanismos moleculares sofisticados encontrados em toda a natureza? A resposta, ele insiste, é não. A única explicação de senso comum seria design inteligente.”

Michael Denton, M.D., Ph. D., autor de Nature's Destiny

“Em prosa cristalina Behe esfrangalha sistematicamente o dogma central da ciência ateísta, a doutrina de um universo randômico. Este livro, como os fenômenos naturais que descreve tão elegantemente, mostra os sinais inconfundíveis da ação de uma inteligência muito profunda.”

Jeffrey M. Schwartz, M.D., Pesquisador em Psiquiatria, UCLA, autor de The Mind & The Brain

“Até a década passada e a revolução da genômica, a teoria de Darwin se apoiava em evidência indireta e especulação razoável. Agora, contudo, nós começamos a arranhar a superfície da evidência direta, da qual este livro oferece o melhor tratamento possível. Embora muitos críticos não vão querer admitir, o livro The Edge of Evolution é muito equilibrado, cuidados, e devastador. Um livro tremendamente importante.”

Dr. Philip Skell, Professor da Cadeira Evan Pugh de Química, Emérito, Universidade Estadual da Pensilvânia, e membro da National Academy of Sciences [Academia Nacional de Ciências] dos Estados Unidos

Cientistas, saiam do armário mais academicamente honestos: sigam as evidências!

domingo, abril 22, 2007

O JC E-mail deu destaque ao texto publicado no site G1 pelo presidente da Sociedade Brasileira de Neurociências e Comportamento (SBNeC) e pesquisador do Instituto de Ciências Biomédicas da UFRJ, Stevens Rehen sobre as possíveis mudanças na difusão da ciência.

Eu vou comentar tão-somente uma parte pinçada do artigo de Stevens Rehen, sobre o que foi ventilado no Fórum Mundial de Ciências da Saúde da Próxima Geração (BioVision.Nxt), realizado mês passado em Lyon, na França:

1. Outra conclusão do Fórum foi que os cientistas precisam sair do armário. O pouco engajamento social e político de cientistas e a supervalorização de critérios como o índice de impacto das revistas especializadas na análise da qualidade, mérito e promoção dos pesquisadores seriam alguns dos fatores responsáveis pelo distanciamento entre comunidade científica e sociedade.

>>> Concordo plenamente − os cientistas realmente precisam sair de suas torres de marfim, oops “sair do armário” é mais chique. Contudo, causa-me espécie e até preocupação o “engajamento” político de cientistas. Deveria haver uma cláusula constitucional prevendo a separação da ciência e política. Quando se politiza a ciência, ela corre o risco de ser “seqüestrada” para outros fins. Não se esqueçam de Hitler e Stalin. Quem esquece a história está condenado a repeti-la (Santayana).

2. Num momento em que a religião novamente se contrapõe ao avanço científico, uma maior participação e engajamento de cientistas em aspectos sociais, políticos e educacionais da sociedade foram sugeridos.

>>> Discordo plenamente. Aqui nós temos mais uma vez a famigerada macro Cntrl + Alt + Críticas científicas às insuficiências epistêmicas dos atuais paradigmas científicos = “religião se contrapõe ao avanço científico”. Nada mais falso. É usada para demonizar e intimidar os críticos e oponentes, e para “dourar a pílula” da ciência [obrigado, Mayana Zatz por “dourar a pílula” do tratamento com as células-tronco embrionárias] perante os leigos não-especializados.

O que alguém lá naquele Fórum deveria ter pedido é mais honestidade acadêmica dos cientistas que sabem há mais de três décadas da crise epistêmica fundamental das atuais teorias da origem e evolução do universo e da vida. O que eles estão fazendo? Estão inutilmente tapando o Sol das evidências contrárias com uma peneira furada da demonização gratuita dos críticos e oponentes. Mesmos os científicos. E a Grande Mídia tupiniquim vai atrás. Jornalismo acrítico, não objetivo e partidário.

Para um melhor entendimento desta questão, remeto e chamo a atenção dos leitores deste blog para um pesquisador brasileiro evolucionista de renome:

ARAÚJO, Aldo Mellender. “Estará em curso o desenvolvimento de um novo paradigma teórico para a evolução biológica?”, in MARTINS, Lilian Al-Chueyr Pereira; REGNER, Anna Carolina Krebs Pereira & LORENZANO, Pablo (eds.). Ciências da vida: estudos filosóficos e históricos. Campinas, Associação de Filosofia e Historia da Ciência do Cone Sul (AFHIC), 2006, pp. 1-28.

O Prof. Dr. Aldo Mellender Araújo é biólogo e historiador de ciência da UFRGS, Porto Alegre, RS. Até onde li seus artigos, é um evolucionista convicto, mas acredita que o novo paradigma em biologia evolutiva deverá constar de várias teorias da evolução. Por que não também incorporar a teoria do Design Inteligente?

E os meninos e as meninas de Darwin ainda têm a cara de pau de dizer que este “simples professorzinho do ensino médio” [será???] não sabe o que está dizendo por aqui...

Cientistas, saiam do armário mais honestos academicamente: sigam as evidências aonde elas forem dar! Na nova teoria da evolução, não se esqueçam de incorporar os sinais de design intencionais empiricamente detectados na natureza: complexidade irredutível de sistemas biológicos [Behe] e informação complexa especificada [Dembski].

Fui, feliz da vida flanando como Feyerabend ao escrever “Contra o Método”.

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Blog pode ser futuro da publicação científica
JC E-mail 3247 de 19/04/2007

Dois milhões e quinhentos mil artigos científicos são publicados anualmente em 34 mil revistas científicas internacionais. Esse número, apesar de expressivo, não representa nem a metade do conhecimento científico gerado nas universidades e centros de pesquisa ao redor do mundo.

Partindo-se do pressuposto que a rápida divulgação da informação é crucial para o avanço do conhecimento, é um contra-senso, num mundo com tantas possibilidades criadas pela internet, qualquer limitação ao acesso e discussão pública da ciência.
>>> Leia mais aqui

NOTA DESTE BLOGGER: Alô Nomenklatura científica e Grande Mídia Tupiniquins: eles disseram neste Fórum que é CONTRA-SENSO QUALQUER LIMITAÇÃO AO ACESSO E DISCUSSÃO PÚBLICA DA CIÊNCIA. PRO BONUM SCIENTIAE vamos abordar as insuficiências epistêmicas das atuais teorias da origem e evolução da vida? Alô Folha de São Paulo: eu ainda não vi em suas páginas o espaço para a visão contraditória!

BOMBA! BOMBA! Falsificaram a complexidade irredutível do flagelo bacteriano!!!

sábado, abril 21, 2007

Os teóricos e os proponentes da Teoria do Design Inteligente somos conhecidos pelo mote: seguir as evidências aonde elas forem dar. Só que isso não é privilégio somente nosso, mas de toda comunidade científica: são as evidências que corroboram ou não uma teoria científica.

Desde 1996 quando Michael Behe publicou o seu livro “A Caixa Preta de Darwin”, Rio de Janeiro, Zahar, 1997, apresentando à comunidade científica o seu conceito de complexidade irredutível de sistemas biológicos [ex.: o flagelo bacteriano] como sendo um evento biótico que o gradualismo evolutivo darwiniano não explica. Desde então a Nomenklatura científica vem tentando, em vão, falsificar a teoria de Behe.



Slide cortesia de http://www.arn.org

Exemplo mais recente e, durma-se com um barulho desses, uma pesquisa publicada no PNAS alegando a falsificação do flagelo bacteriano por processos gradualistas darwinianos! Como era de se esperar, a reação foi imediata − de darwinistas a teóricos e proponentes do Design Inteligente.

Você viu isso em nossa Grande Mídia? Não? Então vai ficar sabendo por aqui. Afinal de contas, este blog já é referência de temas polêmicos. 10 entre 10 darwinistas, e diversos professores, pesquisadores e alunos das universidades públicas e privadas ‘baixam’ aqui. Obrigado pela audiência!
Eis algumas dessas reações:


Semelhanças seqüenciais no flagelo bacteriano: o que elas significam?
por David Tyler – 19/04/2007

O status icônico do flagelo bacteriano como uma estrutura complexa irredutível estimulou o interesse entre os biólogos evolucionistas e uma literatura extensiva. A mais recente é de Liu e Ochman afirmando que são somente o flagelo bacteriano se originou gradualmente de precursores simples, mas também que “um único gene que passou por duplicações sucessivas e subseqüente diversificação durante a evolução primeva da Bactéria.”

A ScienceNow tem um relato sobre este artigo, com citações tiradas da comunidade científica:

“A complexidade é construída da simplicidade, e este é um argumento bem documentado de como que isso aconteceu” e “Ao testarem a hipótese de ancestral comum em muitas espécies diferentes, os pesquisadores mostram claramente que esses genes derivaram uns dos outros através da duplicação de gene.”

A principal afirmação dos autores é de terem traçado a história de uma série de genes de flagelos essenciais.

“Os nossos resultados mostram que o flagelo se originou muito cedo, antes da diversificação do filo bacteriano contemporâneo, e evoluiu de modo gradual através de uma série de duplicação de gene, e eventos de perda e transferência.”

Eles adotaram uma metodologia baseada no seqüenciamento de gene:

"Comparações das seqüências completas do genoma das bactérias flageladas revelaram que o flagelo é baseado numa série ancestral de 24 genes fundamentais para os quais os homólogos estão presentes nos genomas de todo o filo bacteriano. A descoberta mais surpreendete de nossa análise é que esses genes fundamentais se originaram uns dos outros através de uma série de duplicações, uma inferência baseada no fato de que eles ainda retêm seqüência significante de homologia."

Então, os cientistas do Design Inteligente entenderam errado? O primeiro ponto a ser feito é que o problema de formar o flagelo não foi abordado de jeito nenhum neste artigo!l! Não há nenhum envolvimento com o desafio da complexidade irredutível. Em vez disso, o artigo compara simplesmente as seqüências das proteínas, procurando semelhanças e diferenças na ordem dos aminoácidos.

A análise está interessada com os dados seqüenciais, e a interpretação depende da estrutura conceitual adotada pelos pesquisadores. Neste caso, a estrutura conceitual é o darwinismo. Os pesquisadores assumiram que a semelhança de seqüência está relacionada com a ancestralidade, muito embora eles não possam mostrar que processos darwinianos produziram o flagelo usando a série de dados deles. Isto é um ponto metodológico básico, e os scholars do DI vêm destacando isso há pelo menos uma década. Conseqüentemente: “Darwinismo entrando − Darwinismo saindo’ resume as descobertas.


Há muitas outras críticas detalhadas que podem ser feitas. Felizmente, um bom começo foi feito aqui por Nick Matzke, que aludiu às “qualidades caninas” do artigo. Com isso ele quis dizer que “não há nada no artigo, mas considerá-lo extremamente inútil e declarar este artigo um desapontamento.” Sobre a afirmação de que todas as proteínas do flagelo vieram de um gene, Matzke escreveu: “Francamente, é uma coisa espantosa dizer, e eu não posso entender como que o artigo foi publicado.” E também: “Não há como de jeito nenhum, que o flagelo evoluiu pela diversificação de um único gene.”
Todavia, Matzke passou por cima da principal falha metodológica na pesquisa, a que diz respeito a interpretação deles das seqüências de homologias em termos de descendência com modificação gradual.

Jennifer Cutraro escreveu que o artigo “não somente responde uma questão importante sobre a evolução de estruturas complexas, mas fornece também munição adicional para a oposição dos argumentos dos inimigos da evolução.”

Os cientistas do DI se opõem às “just-so stories” [estórias da carochinha] e à extrapolação não substanciada que freqüentemente são encontradas associadas com a biologia evolutiva. Ao ultrapassarem a marca tão sofrivelmente, talvez este novo artigo irá ajudar as pessoas compreenderem a importância dos paradigmas em ciência e por que questões críticas estão sendo continuamente desconsideradas.


Stepwise formation of the bacterial flagellar system
Renyi Liu and Howard Ochman
Proc. Natl. Acad. Sci. USA, 10.1073/pnas.0700266104, Published online before print April 16, 2007 [DOWNLOAD GRATUITO]

Abstract:

Elucidating the origins of complex biological structures has been one of the major challenges of evolutionary studies. The bacterial flagellum is a primary example of a complex apparatus whose origins and evolutionary history have proven difficult to reconstruct. The gene clusters encoding the components of the flagellum can include >50 genes, but these clusters vary greatly in their numbers and contents among bacterial phyla. To investigate how this diversity arose, we identified all homologs of all flagellar proteins encoded in the complete genome sequences of 41 flagellated species from 11 bacterial phyla. Based on the phylogenetic occurrence and histories of each of these proteins, we could distinguish an ancient core set of 24 structural genes that were present in the common ancestor to all Bacteria. Within a genome, many of these core genes show sequence similarity only to other flagellar core genes, indicating that they were derived from one another, and the relationships among these genes suggest the probable order in which the structural components of the bacterial flagellum arose. These results show that core components of the bacterial flagellum originated through the successive duplication and modification of a few, or perhaps even a single, precursor gene.


Vide também:

Cutraro, J., A Complex Tail, Simply Told, ScienceNOW Daily News, 17 April 2007

Matzke, N., Flagellum evolution paper exhibits canine qualities, Panda's Thumb, April 16, 2007

Behe, M. DARWINISM GONE WILD: Neither sequence similarity nor common descent address a claim of Intelligent Design, Evolution News & Views, 19 April 2007.

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Vide também o artigo de William Dembski All flagellar genes derive from a single gene,
publicado em 20/04/2007.

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Nota deste blogger: Aqui e ali tenho denunciado o atual sistema de revisão por pares [peer-reviewing é mais chique] como sendo uma forma de guarda-cancelas para proteger a ortodoxia do paradigma vigente. Chamo os revisores de agentes da KGB da Nomenklatura científica. Este artigo aqui corrobora o que venho insolitamente afirmando.

Uma pergunta que não quer se calar: como é que o PNAS publica um artigo desses? O que há por trás de tudo disso? Interesses científicos ou ideológicos? Fico com o último.

Creio que a reputação do PNAS ficou manchada com este episódio! E nós do Design Inteligente vindicados por eles mesmos!

Origem da Vida: briga de foice de cachorros grandes no claro!

De vez em quando eu pondero sobre os mitos da antiguidade e, pasmem os leitores, eu consigo ver algumas analogias entre algumas ‘teorias’ científicas atuais e os mitos antigos. O mito é uma forma de dar ordem à realidade. É uma característica do ser humano nomear a realidade. Agora, se tem uma coisa que os cientistas não conseguem me convencer, e eles tentam enfiar goela abaixo, é que nas suas mirabolantes ‘teorias’ eles dizem para o resto de nós mortais que eles realmente ‘sabem’ que foi assim.

Um dos mitos científicos pós-moderno é o contexto teórico de Oparin-Haldane e o contexto de justificação pela experiência de Urey-Miller e mais de 50 anos de pesquisas na área: as teorias da origem da vida. Haja imaginação. Não vejo muita diferença entre os mitos dos povos primitivos e essa arrotância, oops arrogância dos cientistas dizerem saber que a origem da vida realmente se deu assim.

MikeGene, escreveu o seguinte texto:
“Citação de sexta-feira: quando as teorias colidem” :

Há duas escolas básicas de pensamento concernente a abiogênese. Uma é a especulação convencional da sopa prebiótica defendida por gente como Miller e Bada. A outra é a pioneira especulação metabólica que pressupõe um fluxo vulcânico quente que interage com metais de transição catalisadores, que é defendida por Wachtershauser.



As duas escolas descrevem as suas especulações e hipótese como teorias. E as duas escolas estão brigando novamente uma com a outra nas páginas da revista Science (16-02-07:

Neste caso, Miller, Bada, e muitos outros escreveram uma carta respondendo à pesquisa publicada por Wachtershauser e Huber, declarando que a pesquisa se apoiara em diversas pressuposições falsas. Wachtershauser e Huber responderam argumentando que isso dependia da perspectiva. Eles também fornecem a citação da Sexta-feira:
“Do ponto de vista da teoria da sopa prebiótica, os nossos críticos vêem os nossos produtos de reação entrando o oceano primitivo para se tornarem ingredientes adicionais da sopa prebiótica, e assim após alguns milhares ou milhões de anos, e sob todas as maneiras de influências diversas, a mágica [UAU! SIC ULTRA PLUS CÓSMICO] da auto-organização é crida como tendo de algum modo gerado uma primeira forma de vida não especificada.”


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NOTA DESTE BLOGGER: Desde 1998 venho notificando a Nomenklatura científica, a Grande Mídia tupiniquim, e desde 2003 o MEC/SEMTEC e agora o PNLEM, de que a abordagem das teorias da origem e evolução da vida encontradas em nossos melhores livros didáticos de Biologia do ensino médio está desatualizado e distorce as evidências científicas em favor do fato, Fato, FATO da evolução química. Nada mais falso.

Há mais de uma década eles vêm engabelando os alunos por causa de um câncer epistêmico chamado de “consenso dos cientistas”. Este tipo de assentimento epistêmico é válido, mas é preciso ficar com um pé atrás porque ele pode estar errado. Já foi consenso acadêmico que a Terra era estática e o centro do universo. Galileu Galilei foi condenado com o aval do “consenso” da Akademia. Que o éter existia. E otras cositas mais que a História da Ciência registra, mas os livros-texto de Biologia omitem. São devidamente sanitizados por razões ideológicas e não por amor à verdade científica.

Senhores autores de livros didáticos de Biologia do ensino médio, sejam mais honestos para com seus alunos e digam que na questão das origens da vida o que o “consenso científico” tem atualmente não são teorias, mas sim MÁGICA!!! David Copperfield, quem diria, hein? Consenso científico! Ou "ciência Harry Potter" ???


A hipótese Gaia desafia o darwinismo

quarta-feira, abril 18, 2007

Vou destacar tão-somente alguns excertos da longa resenha de Charles H. Lineweaver,
autor de muitos artigos que vão desde a origem da vida na Terra, às zonas habitáveis da galáxia, até a radiação de fundo de microondas cósmicas da origem do universo. Ele é Senior Fellow no Instituto de Ciência Planetária da Universidade Nacional da Austrália

Da sua resenha “Uma biosfera pode ser egoísta? − O desafio de Gaia ao darwinismo”
sobre o livro “Scientists debate Gaia” [Os cientistas debatem Gaia, MIT Press]
destaco o seguinte:

...

“Na superfície, a seleção natural e a evolução darwinista são idéias simples, mas um debate fundamental vem fervendo há anos: qual é a unidade de seleção? Um gene? Um cromossomo? Um indivíduo? Um grupo de indivíduos da mesma espécie? Um ecosistema? Os ecosistemas competem entre si? [SIC ULTRA PLUS 1: Ué, mas dizem e juram de pés juntos que não há crise, nem debate sobre estas questões em evolução] Se assim for, quando um ecosistema elimina os outros e passa a dominar a biosfera, nós podemos dizer que as características que levaram ao seu sucesso são produtos da evolução? Talvez os mecanismos reguladores, que agora são globais e parecem não ter competidores, foram uma vez sub-globais com os competidores.

Esqueça os debates com os criacionistas e o defensores do design inteligente; o debate científico sobre a unidade de seleção é um dos mais importantes desafios que o darwinismo já teve que enfrentar. [SIC ULTRA PLUS 2: Um desafio dos mais importantes que o darwinismo não sabe e nem tem como responder.]

[SIC ULTRA PLUS 3: se os cientistas NÃO SABEM ATÉ HOJE o que a seleção natural “seleciona” (argh, isso é como cometer um assassinato, mas a linguagem télica é atribuída a um agente cego, inconsciente e inconsequente) como nós podemos ter certeza do que eles afirmam sobre o fato, Fato, FATO da evolução é realmente um fato cientificamente inconteste assim como a Terra é redonda e as maçãs sempre cairão para baixo quando AINDA NÃO SABEM O QUE SELECIONA A SELEÇÃO NATURAL? Êta mecanismozinho incompetente, sô!!!]
...

[mais adiante na resenha]

Dois capítulos que me deixaram bastante estimulado abordam a termodinâmica e as definições da vida. O “Gaia: Toward a Thermodynamics of Life” [Gaia: por uma termodinâmica da vida] de Eric Schneider discutiu a vida como parte da série universal de estruturas dissipativas muito além do equilíbrio. O “Gradient Reduction Theory: Thermodynamics and the Purpose of Life” [Teoria da redução de gradiente: termodinâmica e o propósito da vida] de Dorion Sagan e Jessica Hope Whiteside que discutiu a segunda lei da termodinâmica como o propósito da vida.

Agnósticos procurando por sentido em suas vidas fariam bem digerir este capítulo, junto com a sugestão de Lovelock de que os agnósticos adoram Gaia para preencherem o vazio espiritual deles. Infelizmente, os insights e resumos profundos de Sagan e Whiteside algumas vezes se reverteram em filosofar continental. Oh, bem. Ainda há grandiosidade e universalidade nesta termodinâmica da vida. Ela tem a vantagem de ser tão geral que ela pode ser aplicada à vida em qualquer parte no universo, e ao mesmo tempo ela nos diz o propósito da vida. Nada mal por US$ $50.00”

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Nota deste blogger: Eu discordo da NOMA de Stephen Jay Gould, mas desde quando que a termodinâmica me diz qual o propósito da vida? Eu pensei que este tipo de discurso coubesse em outros domínios do conhecimento humano, mas não na fria ciência despojada de juízos de valor sobre o propósito da vida, seja ela qual for.

Olha para o céu, Frederico!

terça-feira, abril 17, 2007

Desde menino sou fascinado pela vastidão do universo. Não me lembro quem é o autor deste livro (Érico Veríssimo?), mas o título sempre me vem à memória quando contemplo a vastidão do universo. A astrobiologia, contudo, não é a minha praia, talvez pelo fato de ser uma ciência que [ainda] não tem sujeito a ser pesquisado, mas mesmo assim é considerada “hard science”, vai fazer o quê, não é mesmo?

Por acreditar na democratização do conhecimento, segue aqui uma lista de artigos publicados que podem ser baixados gratuitamente na revista ASTROBIOLOGY de março de 2007 abordando a questão da habitabilidade em outros planetas.

ET, não se esqueça de ligar para casa! Se eu creio em ETs? Olha para o céu, Frederico!

Research Papers

Interplanetary Transfer of Photosynthesis: An Experimental Demonstration of A Selective Dispersal Filter in Planetary Island Biogeography
Charles S. Cockell, André Brack, David D. Wynn-Williams, Pietro Baglioni, Franz Brandstätter, René Demets, Howell G.M. Edwards, Aaron L. Gronstal, Gero Kurat, Pascal Lee, Gordon R. Osinski, David A. Pearce, Judith M. Pillinger, Claude-Alain Roten, Suzy Sancisi-Frey
Astrobiology Mar 2007, Vol. 7, No. 1: 1-9.
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On Biogenicity Criteria for Endolithic Microborings on Early Earth And Beyond
Nicola McLoughlin, Martin D. Brasier, David Wacey, Owen R. Green, Randall S. Perry
Astrobiology Mar 2007, Vol. 7, No. 1: 10-26.
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Preface

M Star Planet Habitability
Helmut Lammer
Astrobiology Mar 2007, Vol. 7, No. 1: 27-29.
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A Reappraisal of The Habitability of Planets around M Dwarf Stars
Jill C. Tarter, Peter R. Backus, Rocco L. Mancinelli, Jonathan M. Aurnou, Dana E. Backman, Gibor S. Basri, Alan P. Boss, Andrew Clarke, Drake Deming, Laurance R. Doyle, Eric D. Feigelson, Friedmann Freund, David H. Grinspoon, Robert M. Haberle, Steven A. Hauck II, Martin J. Heath, Todd J. Henry, Jeffery L. Hollingsworth, Manoj M. Joshi, Steven Kilston, Michael C. Liu, Eric Meikle, I. Neill Reid, Lynn J. Rothschild, John Scalo, Antigona Segura, et al.
Astrobiology Mar 2007, Vol. 7, No. 1: 30-65.
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High-Resolution Simulations of The Final Assembly of Earth-Like Planets. 2. Water Delivery And Planetary HabitabilitySean N. Raymond, Thomas Quinn, Jonathan I. Lunine
Astrobiology Mar 2007, Vol. 7, No. 1: 66-84.
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M Stars as Targets for Terrestrial Exoplanet Searches And Biosignature Detection
John Scalo, Lisa Kaltenegger, Antígona Segura, Malcolm Fridlund, Ignasi Ribas, Yu. N. Kulikov, John L. Grenfell, Heike Rauer, Petra Odert, Martin Leitzinger, F. Selsis, Maxim L. Khodachenko, Carlos Eiroa, Jim Kasting, Helmut Lammer
Astrobiology Mar 2007, Vol. 7, No. 1: 85-166.
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Coronal Mass Ejection (CME) Activity of Low Mass M Stars as An Important Factor for The Habitability of Terrestrial Exoplanets. I. CME Impact on Expected Magnetospheres of Earth-Like Exoplanets in Close-In Habitable Zones
Maxim L. Khodachenko, Ignasi Ribas, Helmut Lammer, Jean-Mathias Grießmeier, Martin Leitner, Franck Selsis, Carlos Eiroa, Arnold Hanslmeier, Helfried K. Biernat,
Charles J. Farrugia, Helmut O. Rucker
Astrobiology Mar 2007, Vol. 7, No. 1: 167-184.
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Coronal Mass Ejection (CME) Activity of Low Mass M Stars as An Important Factor for The Habitability of Terrestrial Exoplanets. II. CME-Induced Ion Pick Up of Earth-like Exoplanets in Close-In Habitable Zones
Helmut Lammer, Herbert I.M. Lichtenegger, Yuri N. Kulikov, Jean-Mathias Grießmeier, N. Terada, Nikolai V. Erkaev, Helfried K. Biernat, Maxim L. Khodachenko, Ignasi Ribas, Thomas Penz, Franck Selsis
Astrobiology Mar 2007, Vol. 7, No. 1: 185-207.
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Biomarker Response to Galactic Cosmic Ray-Induced NOx And The Methane Greenhouse Effect in The Atmosphere of An Earth-Like Planet Orbiting An M Dwarf StarJohn Lee Grenfell, Jean-Mathias Grießmeier, Beate Patzer, Heike Rauer, Antigona Segura, Anja Stadelmann, Barbara Stracke, Ruth Titz, Philip Von Paris
Astrobiology Mar 2007, Vol. 7, No. 1: 208-221.
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Spectral Signatures of Photosynthesis. I. Review of Earth Organisms
Nancy Y. Kiang, Janet Siefert, Govindjee, Robert E. Blankenship
Astrobiology Mar 2007, Vol. 7, No. 1: 222-251.
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Spectral Signatures of Photosynthesis. II. Coevolution with Other Stars And The Atmosphere on Extrasolar WorldsNancy Y. Kiang, Antígona Segura, Giovanna Tinetti, Govindjee, Robert E. Blankenship, Martin Cohen, Janet Siefert, David Crisp, Victoria S. Meadows
Astrobiology Mar 2007, Vol. 7, No. 1: 252-274.
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Pesquisas sobre a origem da vida: é correr atrás do vento?

O Museu de Zoologia da Universidade de São Paulo, em sua sede na capital paulista, inaugurou no dia 9 de dezembro de 2006 a exposição “Origem da Vida” que ficará em cartaz até o dia 30 de junho de 2007.
O boletim Agência FAPESP DE 08/12/2006 afirmou que a mostra terá dois segmentos: o primeiro apresenta a estrutura atômica da matéria, a história do Universo e da Terra, e o outro segmento aborda os seres vivos, com características do DNA e dos mecanismos genéticos que possibilitam a diversificação da vida.

Segundo o boletim eletrônico da FAPESP, a exposição apresenta os primeiros seres vivos, bactérias que surgiram há mais de 3,5 bilhões de anos. Há indicações sobre a diversificação da vida, de unicelulares a multicelulares, e dos primeiros animais que surgiram na Terra, há mais de 500 milhões de anos.

Mais informações aqui.

Bem, eu ainda não tive a oportunidade de visitar esta exposição. Não posso tecer comentários sobre ela, mas eu tenho aqui sempre criticado as insuficiências epistêmicas das teorias de Oparin-Haldane e a experiência de Urey-Miller que nós não vemos nessas exposições, e nem na Grande Mídia.

Recentemente Jeffrey Bada tentou “ressuscitar” a experiência de Urey-Miller. Achei interessante o blog de meu amigo MikeGene [pseudônimo para protegê-lo da inquisição sem fogueiras da Nomenklatura científica americana. Sei do que estou falando.] sobre esta nova tentativa de lançar luz sobre a origem da vida.



por MikeGene

Recentemente, o pesquisador de origem da vida Jeffrey Bada foi capaz de replicar a famosa experiência de Urey-Miller que demonstrava a síntese não biótica de diversos aminoácidos. Da minha perspectiva, o ceticismo da abiogênese nunca foi significativamente devido à irrelevância do experimento de Urey-Miller, pois eu sempre quis aquiescer à produção abiogenética de monômeros. Mas, ao ler este relato, três coisas se destacam.

Em primeiro lugar, o que diz sobre a utilidade do paradigma de pesquisa da origem da vida quando a replicação de uma experiência de 54 anos (se bem que com pequenas modificações) é considerada “novidade” pela revista Scientific American? Você pensaria que após 50 anos de pesquisa, a origem dos monômeros (uma parte simples da história) já tivesse sido resolvida há muito tempo. Mas então novamente, talvez seja apenas eu.

Em segundo lugar, repare esta parte do artigo da SciAm:

“Mas quando os resultados de Miller-Urey foram questionados mais tarde: resultou que os gases que ele usou (uma mistura reativa de metano e amônia) não existiam em grandes quantidades na Terra primitiva. Os cientistas agora acreditam que a atmosfera primeva continha uma mistura inerte de dióxido de carbono e nitrogênio — uma mudança que fez um mundo de diferença.

Quando Miller repetiu a experiência usando a combinação correta em 1983, o caldo marrom não se materializou. Em vez disso, a mistura criou um caldo incolor contendo alguns aminoácidos. Isso parecia refutar um ícone da evolução [SIC ULTRA PLUS, obrigado Jonathan Wells] há muito tratado com carinho — e os criacionistas rapidamente se apossaram dele como uma suposta evidência das fundações inseguras da evolução.”

Alguns anos atrás, eu me lembro deste mesmo ponto sendo argumentado pelo pessoal do Design Inteligente e seus críticos. Na resposta, os proponentes da abiogênese usaram o PubMed para descobrirem artigos obscuros que sugeriam o contrário, e assim declararam que isso não era um verdadeiro problema. Mas se aqueles artigos eram relevantes, então por que um especialista em origem da vida os ignorou e se deu ao trabalho de ressuscitar o experimento de Miller-Urey?

Em terceiro lugar, considere o que Bada fez:

“Bada descobriu que as reações estavam produzindo substâncias químicas chamadas nitritos, que destroem os aminoácidos tão rapidamente quanto eles são formados. Eles também estavam impedindo que a água se tornasse ácida — o que impede a formação dos aminoácidos. Mesmo assim, a Terra primitiva conteria ferro e minerais carbonados que neutralizaram os nitritos e os ácidos. Assim, Bada adicionou substâncias químicas ao experimento para duplicar essas funções. Quando ele repetiu o experimento, ele ainda conseguiu o mesmo líquido aquoso que Miller obteve em 1983, mas desta vez foi abarrotado de aminoácidos. Bada apresentou seus resultados esta semana no encontro anual da Sociedade Americana de Química em Chicago.”

Novamente, o que isso diz sobre o status da pesquisa da Origem da Vida se levaria mais de 50 anos para tomar conhecimento disso? Parece que os pesquisadores da Origem da Vida fazem esforços mínimos para determinar se as suas condições de reação são todas realistas do ponto de vista geológico.

E aqui, alguém tem a distinta impressão que este experimento é efetivamente guiado de acordo com um fim especificado. Resulta igual a um cientista social tentando cuidadosamente entender por que uma certa pesquisa de opinião falhou em dar os resultados desejados, e depois volta para distorcer a pesquisa de opinião a fim de dar os resultados desejados.

Não seria melhor que os pesquisadores tentarem primeiro aproximar quais as condições químicas da Terra primitiva poderiam ter parecido e depois testar os coquetéis de potenciais abiogenéticos?

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Fui, pensando que assisti parte de minha vida aos pesquisadores da origem da vida correndo atrás do vento, e ainda estamos confrontados por este Mysterium tremendum que não se deixa desvelar somente através do acaso, necessidade e leis naturais!

Steve Fuller, sociólogo britânico, promove idéias perigosas

No dia 4 de março de 2007, Marcos Flamínio Peres, editor do caderno Mais! da Folha de São Paulo brindou seus leitores com a entrevista “Um personagem em cena” [p. 6] com Steve Fuller, sociólogo britânico. Fuller defende uma idéia hoje perigosa na Academia: que os pensadores devem “promover idéias”.

Sou suspeito no que escrevo novamente neste blog, pois o Steve e eu trocamos e-mails. Ele já tinha me alertado, e eu já tinha blogado sobre o seu novo livro. Trago aqui alguém com mais peso acadêmico para escrever sobre o livro deste pensador − outro pensador que “promove idéias polêmicas e controversas”, mas que é alijado pela Nomenklatura científica por “promover idéias” perigosas: William Dembski, um dos teóricos e proponentes da Teoria do Design Inteligente. Dembski postou seu pequeno texto “O livro Dissensão sobre a descendência de Steve Fuller” no blog Uncommon Descent,
de 16/04/2007:

O tema de descendência e dissensão, que tem sido um tema neste blog e no meu livro UNCOMMON DISSENT: INTELLECTUALS WHO FIND DARWINISM UNCONVINCING [Dissensão Incomum: Intelectuais que acham o darwinismo não convincente], foi escolhido por Steve Fuller no seu novo livro DISSENT OVER DESCENT: EVOLUTION’S 500-YEAR WAR ON INTELLIGENT DESIGN [Dissensão sobre a descendência: a guerra de 500 anos da evolução contra o design inteligente].


Descrição do livro pela AMAZON.UK:

“Se você pensa que a Teoria do Design Inteligente [TDI] é meramente a face respeitável do fundamentalismo cristão, e a evolução a única cosmovisão científica sensível, pense novamente...

A TDI impulsionou a ciência por 500 anos. Ela foi responsável pela Revolução Científica do século 17, e ajudou a construir as histórias modernas da física, matemática, genética, e a ciência social. Os proponentes da TDI tomam ao pé da letra a idéia bíblica de que os humanos foram criados na imagem de Deus. Esta visão confiante, e até arrogante da humanidade capacitou o Ocidente triunfar na era moderna.

A evolução, por outro lado, deriva de idéias mais antigas, até pagãs, sobre o nosso enraizamento na natureza e a transitoriedade de todas as formas de vida. Ela tem sido sempre mais popular fora do Ocidente, e até Darwin alguns evolucionistas eram cientistas. O que aconteceu para reverter estas sortes dos dois movimentos? A história revisionista brilhante de Steve Fuller é leitura essencial para quem quer ter uma compreensão profunda do debate mais vociferante da ciência.”

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NOTA DO BLOGGER: O resenhista da Amazon.UK erra feio ao afirmar que os proponentes da TDI “tomam ao pé da letra a idéia bíblica de que os humanos foram criados na imagem de Deus.” A nossa teoria científica, ao contrário do darwinismo que se propõe a explicar tudo, é minimalista. Nós somente afirmamos que certos eventos no universo e nas coisas bióticas são melhor explicados por causas inteligente, e que esses sinais de inteligência são empiricamente detectados na natureza.

Alô, Marcos Flamínio Peres, seria bom a FSP entrevistar novamente o Steve Fuller. Ou dar destaque ao novo livro dele. O homem, como pensador, está “promovendo idéias”, e elas precisam ser debatidas tanto na academia e na mídia. Marcos, eu sei que não vai ser fácil para você esta parada, pois o “fundamentalismo secularista”, versão chique e cheirosa do Iluminismo pós-modernista domina a Weltanschauung desenhada e articulada pela Nomenklatura científica, domina a Grande Mídia, não admite o contraditório, e calam maquiavelicamente aos seus oponentes: “Não damos espaço!”

A História da Ciência não me deixa mentir − foram as “idéias perigosas” que permitiram o avanço da ciência...

Metabolismo humano: novos bancos de dados

segunda-feira, abril 16, 2007

Os cientistas que lidam com o metabolismo humano têm agora duas novas ferramentas para ajudá-los melhor entender esse processo.

O banco de dados bioquimica, genetica e genomicamente estruturado (Biochemically, Genetically, Genomically − BiGG em inglês) desenvolvido por Bernhard Palsson e colaboradores na Universidade da Califórnia − San Diego inclui dados para ~3300 reações metabólicas.

Conforme os pesquisadores demonstram, esses dados podem ser usados para construir modelos de metabolismo em sílica para estudos de sistemas de biologia (PNAS − Proc. Natl. Acad. Sci. U.S.A. 2007, 104, 1777–1782). http://www.pnas.org Acesso gratuito.

A outra ferramenta, chamada em inglês de Human Metabolome Database (HMDB) [Banco de Dados de Metaboloma (?) Humano], foi compilado por David Wishart e colaboradores na Universidade de Alberta, Universidade de Calgary, e o National Institute for Nanotechnology [Instituto Nacional de Nanotecnologia], todos no Canadá.

O HMDB contém informação relevante sobre ~2500 metabólitos encontrados na urina, sangue, e fluído cerebrospinal (Nucleic Acids Res. 2007, 35, D521–D526).
Os dois recursos contêm um tesouro escondido de dados esperando para ser minerado.


O texto completo pode ser baixado gratuitamente aqui.

Kurt Vonnegut “falou”, mas a VEJA não “disse”

Na seção Datas da revista VEJA 2004, p. 91 de 18/04/07 foi noticiada a morte do escritor americano Kurt Vonnegut [Matadouro 5 (sua obra-prima), Cama-de-Gato e Almoço dos Campeões] em 11/04 com 84 anos, em Nova York.

Alguns aspectos biográficos de Vonnegut foram destacados no necrológio de VEJA: prisioneiro na II Guerra e ter testemunhado o bombardeio de Dresden − “experiência que marcou profundamente sua literatura”.

O que VEJA não disse sobre Vonnegut − um humanista secularista, foi o seu ceticismo em relação ao darwinismo. Ele chamou os corpos humanos de “milagres de design”, criticou os cientistas por “imaginarem que eles têm a resposta sobre como que nós nos tornamos assim quando a seleção natural possivelmente não poderia ter produzido tais máquinas.”

Ao ser questionado se com esta afirmação ele não estaria favorecendo o ensino do design inteligente nas escolas secundárias americanas, Vonnegut respondeu:

Se eu fosse um professor de física ou de ciência, isso estaria o tempo todo na minha mente sobre como que nós realmente chegamos a este ponto. É um pensamento humano perfeitamente natural e, bem, se você entrar na sala de ciência você não pode pensar isso?
Vide a entrevista “Kurt Vonnegut judges Modern Society” [Kurt Vonnegut julga a sociedade moderna] aqui.

O seqüenciamento jurássico pode revelar otras cositas mais...

O boletim Agência FAPESP publicou a seguinte nota sobre o seqüenciamento jurássico:

16/04/2007

Agência FAPESP – A idéia de clonar dinossauros a partir de amostras do DNA continua restrita ao cinema e à literatura, mas uma nova descoberta deve ouriçar os sonhadores de plantão. Um grupo de cientistas norte-americanos acaba de descobrir proteínas em tecido obtido a partir de osso fossilizado de um tiranossauro de 68 milhões de anos.

Os pesquisadores também conseguiram amostras de colágeno de um mastodonte que viveu há cerca de meio milhão de anos. Para completar, seqüenciaram as proteínas dos dois animais pré-históricos.

Quando um animal morre, suas proteínas começam imediatamente a degradar. No caso dos fósseis, elas são lentamente substituídas por minerais. Até agora, os cientistas achavam que esse processo de substituição levasse cerca de 1 milhão de anos. O novo estudo prova que proteínas conseguem resistir por períodos muito maiores.
Segundo a National Science Foundation (NSF), agência de fomento à pesquisa do governo norte-americano, os resultados podem mudar a maneira como se trabalha na preservação de fósseis.


“Essa descoberta terá grandes implicações, pois sempre se acreditou que materiais em ossos fósseis não pudessem ser preservados após ficarem milhões de anos enterrados”, disse Enriqueta Barrera, diretora de programas da Divisão de Ciências da Terra da NSF.

Conduzido por pesquisadores da Universidade da Carolina do Norte, da Escola Médica da Universidade de Harvard e do Centro Médico Beth Israel, o estudo teve seus resultados publicados na edição atual da revista Science.

O estudo foi feito a partir da descoberta de tecido mole em fósseis encontrados na formação sedimentar Hell Creek, em Montana, por Mary Schweitzer, da NCSU.



Tecidos moles de T. rex [Mary Schweitzer, NCSU] Não fez parte do texto da FAPESP

Outra implicação da pesquisa pode ser a obtenção de métodos para o estudo de doenças em que a identificação de proteínas é fundamental, como é o caso do câncer. “As informações que obtivemos nos ajudarão a aprender mais a respeito das relações evolucionárias, sobre como ocorre a preservação e como as moléculas se degradam com o tempo, o que teria importantes implicações na medicina, por exemplo”, disse a cientista em comunicado da NSF.

Os artigos Analyses of soft tissue from Tyrannosaurus rex suggest the presence of protein e Protein sequences from mastodon and Tyrannosaurus rex revealed by mass spectrometry podem ser lidos por assinantes da Science em http://www.sciencemag.org [1]

NOTA:

[1] Apesar da nota do boletim Agência FAPESP afirmar que o texto só pode ser lido por assinantes da revista Science, professores, pesquisadores e alunos de universidades públicas e privadas podem acessá-la gratuitamente via http://www.capes.gov.br Periódicos]+++++

CONTRAPONTO:

No artigo Biomolecules in fossil remains: Multidisciplinary approach to endurance” publicado em 2002 no The Biochemist
http://www.biochemist.org/bio/02403/0012/024030012.pdf [Download gratuito], Christina Nielsen-Marsh, uma eminente pesquisadora nesta área, estabeleceu o limite de detecção do colágeno em 2.7 milhões de anos a 0C; 180.000 anos a 10 C, e 15.000 anos a 20C.

E-mail: christina.nielsen-marsh@ncl.ac.uk

Website: http://nrg.nd.ac.uk/people/staff/nielsen-marsh.html

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NOTA DO BLOGGER:

A objetividade das interpretações do seqüenciamento jurássico pode revelar otras cositas mais para a qual a Nomenklatura científica não está preparada e nem tampouco interessada em divulgar porque irá contrariar frontalmente o atual paradigma.