O JC E-mail deu destaque ao texto publicado no site G1 pelo presidente da Sociedade Brasileira de Neurociências e Comportamento (SBNeC) e pesquisador do Instituto de Ciências Biomédicas da UFRJ, Stevens Rehen sobre as possíveis mudanças na difusão da ciência.
Eu vou comentar tão-somente uma parte pinçada do artigo de Stevens Rehen, sobre o que foi ventilado no Fórum Mundial de Ciências da Saúde da Próxima Geração (BioVision.Nxt), realizado mês passado em Lyon, na França:
1. Outra conclusão do Fórum foi que os cientistas precisam sair do armário. O pouco engajamento social e político de cientistas e a supervalorização de critérios como o índice de impacto das revistas especializadas na análise da qualidade, mérito e promoção dos pesquisadores seriam alguns dos fatores responsáveis pelo distanciamento entre comunidade científica e sociedade.
>>> Concordo plenamente − os cientistas realmente precisam sair de suas torres de marfim, oops “sair do armário” é mais chique. Contudo, causa-me espécie e até preocupação o “engajamento” político de cientistas. Deveria haver uma cláusula constitucional prevendo a separação da ciência e política. Quando se politiza a ciência, ela corre o risco de ser “seqüestrada” para outros fins. Não se esqueçam de Hitler e Stalin. Quem esquece a história está condenado a repeti-la (Santayana).
2. Num momento em que a religião novamente se contrapõe ao avanço científico, uma maior participação e engajamento de cientistas em aspectos sociais, políticos e educacionais da sociedade foram sugeridos.
>>> Discordo plenamente. Aqui nós temos mais uma vez a famigerada macro Cntrl + Alt + Críticas científicas às insuficiências epistêmicas dos atuais paradigmas científicos = “religião se contrapõe ao avanço científico”. Nada mais falso. É usada para demonizar e intimidar os críticos e oponentes, e para “dourar a pílula” da ciência [obrigado, Mayana Zatz por “dourar a pílula” do tratamento com as células-tronco embrionárias] perante os leigos não-especializados.
O que alguém lá naquele Fórum deveria ter pedido é mais honestidade acadêmica dos cientistas que sabem há mais de três décadas da crise epistêmica fundamental das atuais teorias da origem e evolução do universo e da vida. O que eles estão fazendo? Estão inutilmente tapando o Sol das evidências contrárias com uma peneira furada da demonização gratuita dos críticos e oponentes. Mesmos os científicos. E a Grande Mídia tupiniquim vai atrás. Jornalismo acrítico, não objetivo e partidário.
Para um melhor entendimento desta questão, remeto e chamo a atenção dos leitores deste blog para um pesquisador brasileiro evolucionista de renome:
ARAÚJO, Aldo Mellender. “Estará em curso o desenvolvimento de um novo paradigma teórico para a evolução biológica?”, in MARTINS, Lilian Al-Chueyr Pereira; REGNER, Anna Carolina Krebs Pereira & LORENZANO, Pablo (eds.). Ciências da vida: estudos filosóficos e históricos. Campinas, Associação de Filosofia e Historia da Ciência do Cone Sul (AFHIC), 2006, pp. 1-28.
O Prof. Dr. Aldo Mellender Araújo é biólogo e historiador de ciência da UFRGS, Porto Alegre, RS. Até onde li seus artigos, é um evolucionista convicto, mas acredita que o novo paradigma em biologia evolutiva deverá constar de várias teorias da evolução. Por que não também incorporar a teoria do Design Inteligente?
E os meninos e as meninas de Darwin ainda têm a cara de pau de dizer que este “simples professorzinho do ensino médio” [será???] não sabe o que está dizendo por aqui...
Cientistas, saiam do armário mais honestos academicamente: sigam as evidências aonde elas forem dar! Na nova teoria da evolução, não se esqueçam de incorporar os sinais de design intencionais empiricamente detectados na natureza: complexidade irredutível de sistemas biológicos [Behe] e informação complexa especificada [Dembski].
Fui, feliz da vida flanando como Feyerabend ao escrever “Contra o Método”.
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Blog pode ser futuro da publicação científica
JC E-mail 3247 de 19/04/2007
Dois milhões e quinhentos mil artigos científicos são publicados anualmente em 34 mil revistas científicas internacionais. Esse número, apesar de expressivo, não representa nem a metade do conhecimento científico gerado nas universidades e centros de pesquisa ao redor do mundo.
Partindo-se do pressuposto que a rápida divulgação da informação é crucial para o avanço do conhecimento, é um contra-senso, num mundo com tantas possibilidades criadas pela internet, qualquer limitação ao acesso e discussão pública da ciência. >>> Leia mais aqui
NOTA DESTE BLOGGER: Alô Nomenklatura científica e Grande Mídia Tupiniquins: eles disseram neste Fórum que é CONTRA-SENSO QUALQUER LIMITAÇÃO AO ACESSO E DISCUSSÃO PÚBLICA DA CIÊNCIA. PRO BONUM SCIENTIAE vamos abordar as insuficiências epistêmicas das atuais teorias da origem e evolução da vida? Alô Folha de São Paulo: eu ainda não vi em suas páginas o espaço para a visão contraditória!