O DI não é ‘corrente criacionista’. Vide “A Caixa Preta de Darwin” de Behe e “The Design Inference” e “No Free Lunch” de Dembski. As proposições da CI/ICE são cientificamente embasadas: Biologia e Matemática. Criticar a TGE faz parte do processo das revoluções paradigmáticas à la Kuhn.Há mais de uma década apontamos as falhas da TGE. A Nomenklatura darwinista ficou calada porque não considerou isso ‘importante e necessário’. Está reagindo tão-somente agora. Não somos dogmáticos nem queremos atribuir às discussões internas e à falta de explicação a destruição de todo o conjunto: Darwin acertou no varejo e errou no atacado. Nota bene: acertou no varejo, mas errou no atacado! E o atacado é epistemicamente fundamental para o estabelecimento da teoria como verdade científica!Quanto a ‘converter seguidores’ seguimos a Darwin: que ‘os jovens naturalistas em formação’ sejam ‘capazes de enxergar com imparcialidade ambos os lados da questão’ (DARWIN 1994, p. 347). Os leitores de nossas revistas semanais (VEJA, ÉPOCA, ISTO É), das de divulgação científica popular (Galileu e Superinteressante) e dos principais jornais como ‘Folha de São Paulo’ e ‘O Estado de São Paulo’ ignoram o que é o pensamento científico? Trazer fatos científicos tipo “a Terra gira ao redor do Sol” (Copérnico) junto com o darwinismo demanda considerar a lógica ultradarwinista cum granum salis pois a tese de Copérnico é comprovada pelas evidências, já as especulações transformistas de Darwin... Deveria haver ‘intensa reação contrária’ às grandes proposições da TGE: ancestral comum e especiação. Elas não se substanciam pelas evidências. O que temos apenas é a aceitação a priori da ‘interpretação metafísica’ do materialismo filosófico que não é ciência, é ideologia. Deploramos quem veja apoio na TGE para ateísmo e teísmo. Buscamos a revisão ou o descarte da TGE não por razões de crenças pessoais, mas por causa do peso das evidências que lhe são contrárias. Ao propor a seleção natural para explicar toda a diversidade e complexidade biológicas, Darwin é incensado como ‘brilhante cientista’. Todavia, Ernst Mayr, o maior expoente do darwinismo disse: “...Darwin introduziu o historicismo em ciência. A biologia evolutiva, em contraste com a Física e a Química, é uma ciência histórica - as tentativas do evolucionista em explicar os eventos e processos que já aconteceram. As leis e as experiências são técnicas inadequadas para a explicação de tais eventos e processos. Em vez disso, alguém constrói uma narrativa histórica, consistindo de uma reconstrução tentativa de um cenário particular que culminou com os eventos que alguém está tentando explicar. ...Muitos biólogos e filósofos negam a existência de leis universais em Biologia e sugerem que todas as regularidades podem ser definidas em termos probabilísticos, pois aproximadamente todas as tão-chamadas leis biológicas têm exceções. Portanto, o famoso teste de falsificação do filósofo de ciência Karl Popper não pode ser aplicado nesses casos”, in “Darwin’s Influence on Modern Thought”, p. 80, (July 2000, Scientific American). Como “testar” uma hipótese histórica? Neste tipo de ciência, onde “leis e experimentos” e observações diretas não estão disponíveis para testarem uma afirmação, alguém deve postular múltiplas hipóteses competidoras e depois encontrar evidência circunstancial que confirme a hipótese a ser testada e exclui a hipótese competidora [Carol Cleland, “Historical Science, Experimental Science and the Scientific Method”, Vol 29 No. 11, 987-990 Geology, Novembro 2001]. Esta ‘ciência’ é mais do tipo ‘ciência forense’. Darwin morreu! Viva Darwin! E a Biologia evolutiva ainda espera pelo seu Newton! Esperem sentados, pois em pé há quase 150 anos cansa demais!Notas bibliográficas:
KUHN, Thomas. “Estrutura das revoluções científicas”, SP: Perspectiva, 1998.
YOCKEY, Hubert P. “Information Theory and Molecular Biology”, Londres: Cambridge University Press, 1992, p. 336.
DARWIN, Charles. Belo Horizonte: Villa Rica, 1994.
TIDON, Rosana e LEWONTIN, Richard C., “Teaching Evolutionary Biology”, in Genetics and Molecular Biology 27:1:124-131, 2004.