Orgel é um renomado cientista especialista em origem da vida. Parece que os nossos melhores autores de livros-texto de Biologia do ensino médio e superior ainda não se deram conta de que o assunto continua do mesmo jeito que Darwin deixou – uma mera especulação (não é ciência) de que a vida surgiu num pequeno laguinho quente de elementos químicos e mais bilhões de anos.
Eu não consigo acreditar nesta santa ignorância dos autores dos livros didáticos, pois um deles mais aberto e dado ao diálogo confidenciou a este escriba que eles trocam idéias sobre essas questões polêmicas e controversas. Quer dizer, eles estão muito bem informados sobre estes assuntos polêmicos. Por que não abordam isso nos seus livros?
O eminente especialista da área disse:
“Na minha opinião, não existe base conhecida em química para a crença [sic] de que longas seqüências de reações possam se organizar espontaneamente – e toda razão [sic] para acreditar que elas não podem. O problema de alcançar a especificidade suficiente, seja em solução aquosa ou na superfície de um mineral é tão grave, que a chance de se fechar um ciclo de reações tão complexa quanto o ciclo reverso do ácido cítrico, por exemplo, é insignificante”.
Orgel, Leslie, (1998) "The origin of life ¬ a review of facts and speculations," Trends in Biochemical Sciences 23: 491–495. (Dec. 1998)
Alô MEC/SEMTEC, por que esses autores não refletem essas dificuldades fundamentais na abordagem da origem da vida nos seus livros?
Alunos do ensino médio em todo o Brasil encostem seus professores de Biologia na parede epistemológica e perguntem – “Por que estamos sendo aleivosamente enganados?” Se eles não souberem responder, sintam pena, mas muita pena mesmo dos seus professores de Biologia, pois muitos deles não têm acesso a estas informações científicas mais atualizadas e, como vocês, também estão sendo enganados pela Nomenklatura científica.
A ciência e a mentira não podem andar de mãos juntas! Ou será que já pode? Pelos livros didáticos de Biologia do ensino médio que temos parece que sim. Chamam a isso de ‘educação científica’. Eu chamo de ‘doutrinação ideológica’.