Desde 1998, após a leitura de “A Caixa Preta de Darwin” de Michael Behe (Rio de Janeiro: Jorge Zahar Editor, 1997), eu me tornei um cético da teoria macroevolutiva de Darwin. Eu não estou sozinho neste posicionamento científiico em relação às especulações transformistas do ‘naturalista inglês’. Há uma crescente dissidência científica de peso que não pode e nem deve passar despercebida. Essas vozes não recebem o destaque devido da Grande Mídia, mas editores de algumas revistas de divulgação têm a coragem de publicar cartas desses dissidentes.
Celebrando o Dia de Darwin aqui no Brasil (14/02/2006), eu brindo leitores deste blog, especialmente os ultradarwinistas (seus mais freqüentes visitantes), com uma carta interessante do cientista Philip S. Skell publicada na revista The Scientist.
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A teoria da evolução de Darwin oferece uma explicação vasta da história da vida, dos mais antigos organismos microscópicos há bilhões de anos atrás a todas as plantas e animais ao nosso redor hoje. Muita evidência que poderia ter estabelecido a teoria em uma base empírica inabalável, contudo, permanece perdida no passado distante. Por exemplo, Darwin esperava que nós fôssemos descobrir os precursores transicionais para as formas animais que aparecem abruptamente no estrato cambriano. Desde então nós temos descoberto muitos fósseis antigos – até criaturas de corpos moles primorosamente preservadas – mas nenhum são ancestrais críveis de outros animais cambrianos.
Apesar disso e de outras dificuldades, a forma moderna da teoria de Darwin foi elevada ao seu presente alto status porque ela é tida como a pedra angular da biologia experimental moderna. Mas isso é correto? “Embora a grande maioria dos biólogos provavelmente concordaria com a máxima de Theodosius Dobzhansky de que ‘nada em biologia faz sentido a não ser à luz da evolução’, muitos podem conduzir sua pesquisa bem felizes sem referência a idéias evolucionárias”, A.S. Wilkins, editor do journal BioEssays, escreveu em 2000.[1] “A evolução pareceria ser a idéia unificadora indispensável e, ao mesmo tempo, uma idéia altamente supérflua”.
Eu me inclinaria em concordar. Certamente, a minha pesquisa com antibióticos durante a Segunda Guerra Mundial não recebeu orientação de insights fornecidos pela evolução darwiniana. Nem tampouco a descoberta de Alexander Fleming da inibição bacterial pela penicilina. Recentemente eu perguntei a mais de 70 pesquisadores eminentes se eles teriam feito a sua pesquisa diferentemente se tivessem pensado que a teoria de Darwin estava errada. Suas respostas foram todas iguais: Não.
Eu também examinei as biodescobertas do século passado: a descoberta da dupla hélice [do DNA]; a caracterizaçaõ do ribossomo; o mapeamento dos genomas; pesquisa em remédios e reações a drogas; desenvolvimento na produção de alimentos e no saneamento; o desenvolvimento de novas cirurgias; e outras. Eu até perguntei biólogos trabalhando em áreas onde alguém esperaria que o paradigma darwiniano tivesse a pesquisa mais beneficiada, tal como a emergência da resistência aos antibióticos e pesticidas. Aqui, como em qualquer área, eu descobri que a teoria de Darwin NÃO FORNECEU [ênfase deste blogger] nehuma direção discernível, mas foi introduzida, após os avanços na ciência, como uma interessante nota capciosa.
Carta publicada na revista The Scientist 2005, 19(16):10, em 29 de agosto de 2005.
http://www.the-scientist.com/2005/8/29/10/1
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Philip S. Skell é membro da NAS (Academia Americana de Ciências)