Leio a revista VEJA desde o primeiro número. Aqui e ali sempre aponto para seus diretores de redação os erros gritantes de jornalismo científico em suas páginas. As respostas que sempre recebo [não recebo mais] é o mesmo blá, blá, blá das respostas eletrônicas de que sua crítica vai ser encaminhada para alguém versado no assunto. Me engana que eu gosto, pois esse tal de especialista nunca responde a sua crítica. Mesmo que científica
Já li, parcialmente, a reportagem de capa “A revolução sem fim de Darwin”, VEJA 2007, de 9 de maio de 2007, sobre a exposição abrindo as comemorações dos 200 anos de nascimento de Darwin que tentou explicar como a vida evoluiu na Terra.
Capa de VEJA 2007, de 09/05/2007
Como sempre, mais uma vez polarizaram a questão como sendo ‘ciência versus religião’ quando a verdadeira questão é científica. Mais de 700 cientistas já se manifestaram contrários à capacidade criativa da seleção natural, e que a análise crítica desta teoria deve ser estimulada. As evidências encontradas na natureza apóiam as especulações transformistas de Darwin? Não, e apontam noutra direção: design inteligente.
Já chamei a VEJA de VESGA. Vou chamar agora VEJA de DESPUDORADAMENTE MENTIROSA:
“Muitas escolas americanas, nas aulas de ciência, decidiram substituir os ensinamentos de Darwin por uma variante do criacionismo batizada de ‘design inteligente’. Segundo essa teoria, há elementos na natureza, como o olho humano, que têm uma estrutura tão engenhosa que só podem ter sido criados por um projetista, ou seja, um ser superior.” p. 119.
Nada mais falso! Nenhuma escola americana, desde a decisão da Suprema Corte nos anos 1980s, tem poder para mudar o ensino da teoria da evolução de Darwin pelo criacionismo ou ‘design inteligente’.
Por que os jornalistas científicos de Pindorama sempre usam a macro Ctrl + Alt + Design inteligente = “variante de criacionismo”? Vocês já leram Behe? Dembski? Já propus a VEJA que entrevistasse um desses teóricos há muitos anos, mas o jornalismo objetivo, apartidário e crítico não é ali esposado.
A TDI não é, não foi e nunca será ‘criacionismo’. Ela é simplesmente uma teoria científica minimalista, diferente do Darwinismo que explica desde a sua dor de cabeça até a unha encravada. O criacionismo parte de textos sagrados de criação. A TDI parte de evidências encontradas na natureza.
A TDI afirma que alguns eventos no universo e na natureza são melhor explicados por meio de causas inteligentes empiricamente detectadas na natureza todas as vezes que encontrarmos complexidade irredutível em sistemas biológicos [Michael Behe, “A Caixa Preta de Darwin”, Rio de Janeiro, Zahar, 1997] e informação complexa especificada [William Dembski, “The Design Inference: Eliminating Chance Through Small Probabilities”, Cambridge, Cambridge University Press, 2000].
O que esta exposição hagiográfica de Darwin e a revista VEJA não abordam são as insuficiências epistêmicas do ‘edifício científico’ construído por Darwin:
1. Questões de Padrão, diz respeito à grande escala geométrica da história biológica: Como os organismos são inter-relacionados, e como que nós sabemos isso?
2. Questões de Processo, diz respeito aos mecanismos de evolução, e os vários problemas em aberto naquela área, e
3. Questões sobre a questão central: a origem e a natureza da complexidade biológica a “complexidade biológica” diz respeito à origem daquilo que faz com que os organismos sejam claramente o que são: complexidade especificada da informação biológica.
Por que VEJA não aborda essas questões fundamentais? Por que não aborda sobre a iminente e eminente ruptura paradigmática em biologia evolutiva que ocorrerá somente em 2010 após o oba-oba da idolatria secularista?
À luz do retrocesso científico de VEJA, e da Grande Mídia tupiniquim que se recusam abordar os estertores do darwinismo, pretendo lidar novamente neste blog com esta ‘nota de encômio’, e destacar algumas inconsistências históricas da reportagem de Gabriela Carelli e Leoleli Camargo.
Nem sei por que ainda continuo lendo uma revista DESPUDORADAMENTE MENTIROSA e CAPCIOSA como a VEJA!
2010 não está muito longe: qual será o nome da nova teoria da evolução? Pós-neodarwinismo?