A única contribuição de Darwin para a cultura baiana: mais cortejo carnavalesco em março!!!
A Bahia merecia mais e melhor de Darwin!!!
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JC e-mail 3710, de 27 de Fevereiro de 2009
22. Cortejo na Bahia em homenagem a Darwin será dia 14 de março
Devido à demanda de entidades que manifestaram interesse em participar da festa, o cortejo pós- carnavalesco que aconteceria no próximo sábado (dia 28), em homenagem o cientista Charles Darwin, foi adiado
Com isso, os organizadores ganharam tempo para fazer um desfile ainda mais representativo, marcante e animado. Com o cortejo, o trecho entre o Campo Grande e o Farol da Barra vai ser novamente palco da folia momesca, sem trio elétrico, cordas e o inevitável empurra-empurra, mas uma festa democrática, com muita animação e uma pitada científica.
Tudo para marcar a passagem pelo carnaval da Bahia do naturalista inglês Charles Darwin, o pai da teoria da evolução das espécies pela seleção natural, cujo bicentenário do nascimento foi comemorado em todo o mundo no último dia 12, inclusive na Bahia, com a participação da Secretaria Estadual de Ciência, Tecnologia e Inovação (Secti).
O cortejo pós-carnavalesco está sendo organizado pelo Grupo Defesa e Promoção Sócio Ambiental - Germen, a mais antiga ONG ambientalista da Bahia. Com alas simbolizando a Mata Atlântica, que tanto encantou Darwin na Bahia, plantas, flores e animais, como o mico leão, os tripulantes do navio Beagle e até a tradicional burrinha, o cortejo sairá às 10h do Campo Grande, com destino ao Farol da Bahia, onde se encontrará com um grupo da professora Regina Lira, do Instituto de Biologia da Universidade Federal da Bahia, que encenará uma peça inspirada no cientista britânico.
“Será também uma maneira ludopedagógica de contribuir com a popularização da ciência”, definiu o presidente da ONG Germen, Marcell Moraes. Segundo ele, todos que amam o conhecimento e gostam de festa são bem-vindos para engrossar o cortejo. Moraes disse que o cortejo pretende virar tradição, pois a idéia é que se repita todo 28 de fevereiro.
(Assessoria de Comunicação da Secti/BA)
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JC e-mail 3710, de 27 de Fevereiro de 2009
22. Cortejo na Bahia em homenagem a Darwin será dia 14 de março
Devido à demanda de entidades que manifestaram interesse em participar da festa, o cortejo pós- carnavalesco que aconteceria no próximo sábado (dia 28), em homenagem o cientista Charles Darwin, foi adiado
Com isso, os organizadores ganharam tempo para fazer um desfile ainda mais representativo, marcante e animado. Com o cortejo, o trecho entre o Campo Grande e o Farol da Barra vai ser novamente palco da folia momesca, sem trio elétrico, cordas e o inevitável empurra-empurra, mas uma festa democrática, com muita animação e uma pitada científica.
Tudo para marcar a passagem pelo carnaval da Bahia do naturalista inglês Charles Darwin, o pai da teoria da evolução das espécies pela seleção natural, cujo bicentenário do nascimento foi comemorado em todo o mundo no último dia 12, inclusive na Bahia, com a participação da Secretaria Estadual de Ciência, Tecnologia e Inovação (Secti).
O cortejo pós-carnavalesco está sendo organizado pelo Grupo Defesa e Promoção Sócio Ambiental - Germen, a mais antiga ONG ambientalista da Bahia. Com alas simbolizando a Mata Atlântica, que tanto encantou Darwin na Bahia, plantas, flores e animais, como o mico leão, os tripulantes do navio Beagle e até a tradicional burrinha, o cortejo sairá às 10h do Campo Grande, com destino ao Farol da Bahia, onde se encontrará com um grupo da professora Regina Lira, do Instituto de Biologia da Universidade Federal da Bahia, que encenará uma peça inspirada no cientista britânico.
“Será também uma maneira ludopedagógica de contribuir com a popularização da ciência”, definiu o presidente da ONG Germen, Marcell Moraes. Segundo ele, todos que amam o conhecimento e gostam de festa são bem-vindos para engrossar o cortejo. Moraes disse que o cortejo pretende virar tradição, pois a idéia é que se repita todo 28 de fevereiro.
(Assessoria de Comunicação da Secti/BA)
Muotri quis dizer o fim da teoria da evolução de Darwin???
JC e-mail 3710, de 27 de Fevereiro de 2009.
16. O fim da evolução humana, artigo de Alysson Muotri
“Seria correto dizer que atualmente, com a nossa medicina avançada e cultura humanista, a seleção natural estaria extinta e o homem não estaria mais evoluindo?”
Para quem não se lembra das aulas do colegial: a seleção natural e a teoria evolutiva propostas pelo naturalista Charles Darwin preveem a sobrevivência do mais adaptado às pressões ambientais.
Segundo a teoria de Darwin, organismos mais adaptados às circunstâncias ambientais teriam maior chance de sobreviver e se reproduzir, gerando descendentes que propagariam suas características adaptativas. Dessa forma, a seleção natural promove uma biota dinâmica, que evolui a partir de variação genética, adaptação a diferentes ambientes e competição por recursos limitados.
Essa teoria basicamente explica como a complexidade e a diversidade da vida ocorreu no planeta, a partir de organismos mais simples. Cruzando áreas do conhecimento, o conceito de seleção natural infiltrou-se nas ciências sociais (onde é usado para explicar política e hábitos de consumo) e nos algoritmos computacionais (chamados algoritmos genéticos, pois podem se adaptar às influências do sistema), só pra dar alguns exemplos. Darwin publicou seus achados há exatos 150 anos atrás no livro “A origem das espécies”. Aliás, 2009 também é marcado pelo bicentenário do nascimento de Darwin.
Bem, já deu pro leitor entender que a teoria da seleção natural envolve pressão ativa do ambiente pra selecionar caracteres adaptativos. Então, seria correto dizer que atualmente, com a nossa medicina avançada e cultura humanista, a seleção natural estaria extinta e o homem não estaria mais evoluindo?
Por décadas, a visão predominante entre o púbico leigo e também entre paleontólogos famosos como Stephen J. Gould (Universidade de Harvard) era de que a evolução humana tinha acabado. Segundo Gould, desde que o homem moderno (Homo sapiens) apareceu 50 mil anos atrás, a seleção natural é praticamente irrelevante.
Isso porque não houve mais nenhuma mudança biológica relevante, e tudo o que chamamos de cultura e civilização foi construído com o mesmo corpo e o mesmo cérebro humano de 50 mil anos atrás! Até mesmo os fundadores da psicologia evolutiva, Leda Cosmides e John Tooby (Universidade da Califórnia, Santa Bárbara), publicaram uma nota dizendo que “nossos crânios modernos contém uma mente (cérebro) da época da Idade da Pedra”.
Recentemente, um grupo de pesquisadores (Marchani e colaboradores, “BMC Genetics”, 2008, e Hawks e colaboradores, PNAS, 2007) obteve resultados que desafiam o paradigma de que estamos “presos” evolutivamente através de uma cautelosa análise em sequências variáveis de DNA em diversas populações humanas.
Os pesquisadores encontraram grande frequência de mutações adaptativas recentes codificadas no genoma humano. Ainda mais impressionante: essas mutações parecem estar se acumulando cada vez mais rapidamente. Os dados indicam que, nas seqüências de DNA estudadas, nos últimos 10 mil anos a taxa de evolução ocorreu 100 vezes mais rapidamente do que em qualquer outro período da nossa história evolutiva.
As novas adaptações não se resumem somente a conhecidas diferenças entre grupos étnicos, como cor da pele e cor dos olhos. As mutações adaptativas estão por toda parte, como em genes do sistema nervoso central (cérebro), sistema digestivo, tempo de vida, genes relacionados a imunidade a patógenos (microrganismos causadores de doenças), produção de espermatozóides etc.
Além disso, muitas dessas variações adaptativas estão relacionadas com o continente de origem, com implicações provocativas. Aparentemente os grupos humanos estão evoluindo de forma a se distanciar cada vez mais um dos outros, a espécie humana estaria ficando cada vez mais diversa ao invés de convergir para um único pool genético. Isso porque as atitudes e os costumes que diferenciam o homem atual do homem de 50 mil anos atrás não são apenas culturais, mas têm uma profunda influência genética, gerada pela seleção natural (ainda que driblada pelos avanços da medicina e civilização).
Os ossos não mentem
O pesquisador John Hawks, da Universidade de Wisconsin, estava em busca de evidências mais visíveis da evolução humana recente e decidiu estudar crânios humanos mais jovens (com meros 10 mil anos de idade). Ele notou que algumas adaptações eram específicas de grupos étnicos.
Por exemplo: em europeus, os ossos da bochecha são mais afundados, os soquetes dos olhos se parecem com óculos de aviadores e o formato do nariz é característico. Asiáticos, por sua vez, tem os ossos da bochecha apontando pra frente, as orbitais dos olhos bem arredondadas e o nariz retraído. Aborígenes australianos têm o maior crânio e os maiores dentes que qualquer outra população.
Essas variantes podem ter sido geradas na época da Idade da Pedra, mas estão contribuindo com a divergência populacional observada hoje em dia. Acredita-se que os diferentes caracteres físicos auxiliam as populações a melhor combater infecções, sobreviver em temperaturas extremas ou simplesmente se adaptar a condições ambientais locais (como o ar poluído, por exemplo).
Tanto a análise genômica quanto o estudo dos ossos levam a evidências que sugerem que a evolução humana não acabou. Pelo contrário, está em plena atividade. O que não está claro é quais são os atuais fatores de pressão seletiva.
É bem possível que estejamos moldando a espécie humana baseados em novos fatores culturais, como a capacidade de trabalhar no computador, por exemplo. Basta ver o crescente mercado de namoro virtual. Entender o valor desses novos fatores é importante. Com esse conhecimento, podemos ser capazes de, pela primeira vez na história, guiar a evolução de nossa própria espécie.
(G1, 27/2)
16. O fim da evolução humana, artigo de Alysson Muotri
“Seria correto dizer que atualmente, com a nossa medicina avançada e cultura humanista, a seleção natural estaria extinta e o homem não estaria mais evoluindo?”
Para quem não se lembra das aulas do colegial: a seleção natural e a teoria evolutiva propostas pelo naturalista Charles Darwin preveem a sobrevivência do mais adaptado às pressões ambientais.
Segundo a teoria de Darwin, organismos mais adaptados às circunstâncias ambientais teriam maior chance de sobreviver e se reproduzir, gerando descendentes que propagariam suas características adaptativas. Dessa forma, a seleção natural promove uma biota dinâmica, que evolui a partir de variação genética, adaptação a diferentes ambientes e competição por recursos limitados.
Essa teoria basicamente explica como a complexidade e a diversidade da vida ocorreu no planeta, a partir de organismos mais simples. Cruzando áreas do conhecimento, o conceito de seleção natural infiltrou-se nas ciências sociais (onde é usado para explicar política e hábitos de consumo) e nos algoritmos computacionais (chamados algoritmos genéticos, pois podem se adaptar às influências do sistema), só pra dar alguns exemplos. Darwin publicou seus achados há exatos 150 anos atrás no livro “A origem das espécies”. Aliás, 2009 também é marcado pelo bicentenário do nascimento de Darwin.
Bem, já deu pro leitor entender que a teoria da seleção natural envolve pressão ativa do ambiente pra selecionar caracteres adaptativos. Então, seria correto dizer que atualmente, com a nossa medicina avançada e cultura humanista, a seleção natural estaria extinta e o homem não estaria mais evoluindo?
Por décadas, a visão predominante entre o púbico leigo e também entre paleontólogos famosos como Stephen J. Gould (Universidade de Harvard) era de que a evolução humana tinha acabado. Segundo Gould, desde que o homem moderno (Homo sapiens) apareceu 50 mil anos atrás, a seleção natural é praticamente irrelevante.
Isso porque não houve mais nenhuma mudança biológica relevante, e tudo o que chamamos de cultura e civilização foi construído com o mesmo corpo e o mesmo cérebro humano de 50 mil anos atrás! Até mesmo os fundadores da psicologia evolutiva, Leda Cosmides e John Tooby (Universidade da Califórnia, Santa Bárbara), publicaram uma nota dizendo que “nossos crânios modernos contém uma mente (cérebro) da época da Idade da Pedra”.
Recentemente, um grupo de pesquisadores (Marchani e colaboradores, “BMC Genetics”, 2008, e Hawks e colaboradores, PNAS, 2007) obteve resultados que desafiam o paradigma de que estamos “presos” evolutivamente através de uma cautelosa análise em sequências variáveis de DNA em diversas populações humanas.
Os pesquisadores encontraram grande frequência de mutações adaptativas recentes codificadas no genoma humano. Ainda mais impressionante: essas mutações parecem estar se acumulando cada vez mais rapidamente. Os dados indicam que, nas seqüências de DNA estudadas, nos últimos 10 mil anos a taxa de evolução ocorreu 100 vezes mais rapidamente do que em qualquer outro período da nossa história evolutiva.
As novas adaptações não se resumem somente a conhecidas diferenças entre grupos étnicos, como cor da pele e cor dos olhos. As mutações adaptativas estão por toda parte, como em genes do sistema nervoso central (cérebro), sistema digestivo, tempo de vida, genes relacionados a imunidade a patógenos (microrganismos causadores de doenças), produção de espermatozóides etc.
Além disso, muitas dessas variações adaptativas estão relacionadas com o continente de origem, com implicações provocativas. Aparentemente os grupos humanos estão evoluindo de forma a se distanciar cada vez mais um dos outros, a espécie humana estaria ficando cada vez mais diversa ao invés de convergir para um único pool genético. Isso porque as atitudes e os costumes que diferenciam o homem atual do homem de 50 mil anos atrás não são apenas culturais, mas têm uma profunda influência genética, gerada pela seleção natural (ainda que driblada pelos avanços da medicina e civilização).
Os ossos não mentem
O pesquisador John Hawks, da Universidade de Wisconsin, estava em busca de evidências mais visíveis da evolução humana recente e decidiu estudar crânios humanos mais jovens (com meros 10 mil anos de idade). Ele notou que algumas adaptações eram específicas de grupos étnicos.
Por exemplo: em europeus, os ossos da bochecha são mais afundados, os soquetes dos olhos se parecem com óculos de aviadores e o formato do nariz é característico. Asiáticos, por sua vez, tem os ossos da bochecha apontando pra frente, as orbitais dos olhos bem arredondadas e o nariz retraído. Aborígenes australianos têm o maior crânio e os maiores dentes que qualquer outra população.
Essas variantes podem ter sido geradas na época da Idade da Pedra, mas estão contribuindo com a divergência populacional observada hoje em dia. Acredita-se que os diferentes caracteres físicos auxiliam as populações a melhor combater infecções, sobreviver em temperaturas extremas ou simplesmente se adaptar a condições ambientais locais (como o ar poluído, por exemplo).
Tanto a análise genômica quanto o estudo dos ossos levam a evidências que sugerem que a evolução humana não acabou. Pelo contrário, está em plena atividade. O que não está claro é quais são os atuais fatores de pressão seletiva.
É bem possível que estejamos moldando a espécie humana baseados em novos fatores culturais, como a capacidade de trabalhar no computador, por exemplo. Basta ver o crescente mercado de namoro virtual. Entender o valor desses novos fatores é importante. Com esse conhecimento, podemos ser capazes de, pela primeira vez na história, guiar a evolução de nossa própria espécie.
(G1, 27/2)
Andando no pedaço há 1.5 milhões de anos
JC e-mail 3710, de 27 de Fevereiro de 2009
15. Grupo acha pegada humana mais antiga
Marcas com 1,5 milhão de anos no Quênia são registro pioneiro sobre como primatas do gênero "Homo" caminhavam
Um grupo de paleontólogos apresentou ontem imagens do registro mais antigo da caminhada de um primata do gênero Homo, o mesmo dos humanos. Cinco conjuntos de pegadas achadas às margens do lago Turkana, em Ileret (Quênia), possuem 1,5 milhão de anos.
Um estudo das marcas feitas em areia e argila solidificadas, apresentado pelos cientistas na edição de hoje da revista científica "Science", indica que provavelmente as pegadas foram deixadas por alguém da espécie Homo erectus. Mas é também possível que quem tenha pisado ali fosse o Homo ergaster, ainda mais primitivo, afirmam os autores do estudo, liderados por Matthew Bennett, da Universidade de Bournemouth.
"[As pegadas] poderiam facilmente terem sido feitas hoje na praia", disse o arqueologista David Braun, da Universidade de Cape Town (África do Sul), sobre a perfeição das amostras.
"A comparação visual [dessa pegada] com os pés de outros primatas vivos ressalta óbvias diferenças", escrevem Robin Crompton e Todd Pataky, ambos da Universidade de Liverpool, em artigo de comentário feito para a própria "Science".
Segundo eles, as pegadas de Ileret servem para ajudar a explicar como o pé humano se tornou uma ferramenta de sobrevivência fundamental para o gênero Homo. Sua anatomia favorecia a vida sobre o chão -e não sobre as árvores- o que reafirma um sinal distinto de adaptação evolutiva.
Mesmo com a última descoberta, porém, muitas lacunas evolutivas continuam a existir. Enquanto hominídeos têm dedos curtos, por exemplo, e o dedão é alinhado com os demais, isso não é visto nos pés dos macacos. O mesmo vale para a marca que os pés humanos arqueados deixam sobre uma superfície mole, onde dedos e calcanhar afundam mais.
Toda a anatomia dos pés humanos, dizem os cientistas, é preparada para receber impactos sob os calcanhares e fazer leves impulsões com a parte da frente do pé- algo que qualquer atleta de fim de semana é capaz de perceber na prática.
Com base nas marcas encontradas em Ileret, os cientistas conseguiram reconstruir os pés que fizeram as pegadas e também fazer várias medidas com relação às marcas.
Sapato 39
A descoberta anunciada ontem é o primeiro grande marco nesse tipo de evidência paleontológica desde a apresentação de um conjunto de pegadas em Laetoli, na Tanzânia, há três décadas. Aquelas marcas, porém, com 3,6 milhões de anos, são provavelmente de membros da espécie Australopithecus afarensis, um primata que ainda não possuía muitas das características que afastaram os humanos dos macacos.
Apesar de já indicarem bipedalismo, as marcas de Laetoli apresentavam um arco estreito, e o dedão da espécie ainda não estava alinhado. Já as marcas do gênero Homo em Ileret -que mediam o equivalente a um pé de numeração 39- se encaixam em dados anatômicos mais modernos.
Segundo Bennett e seus coautores, o surgimento de hominídeos com pernas mais longas foi uma importante alteração evolutiva. Os hominídeos de Ileret tinham cerca de 1,75 metro de altura, mais do que os australopitecos. A passos largos, passaram a gastar menos energia para transportar alimentos por grandes planícies.
Com uma maior gama de ambientes que eram capazes de ocupar e com mais adaptações anatômicas, os hominídeos começaram crescer em tamanho. Em paralelo, sua dieta também melhorou, escrevem os cientistas. Teria sido nesse contexto, portanto, que mudanças biológicas e culturais começariam a moldar aqueles que viriam dar origem aos homens modernos.
(Folha de SP, 27/2)
15. Grupo acha pegada humana mais antiga
Marcas com 1,5 milhão de anos no Quênia são registro pioneiro sobre como primatas do gênero "Homo" caminhavam
Um grupo de paleontólogos apresentou ontem imagens do registro mais antigo da caminhada de um primata do gênero Homo, o mesmo dos humanos. Cinco conjuntos de pegadas achadas às margens do lago Turkana, em Ileret (Quênia), possuem 1,5 milhão de anos.
Um estudo das marcas feitas em areia e argila solidificadas, apresentado pelos cientistas na edição de hoje da revista científica "Science", indica que provavelmente as pegadas foram deixadas por alguém da espécie Homo erectus. Mas é também possível que quem tenha pisado ali fosse o Homo ergaster, ainda mais primitivo, afirmam os autores do estudo, liderados por Matthew Bennett, da Universidade de Bournemouth.
"[As pegadas] poderiam facilmente terem sido feitas hoje na praia", disse o arqueologista David Braun, da Universidade de Cape Town (África do Sul), sobre a perfeição das amostras.
"A comparação visual [dessa pegada] com os pés de outros primatas vivos ressalta óbvias diferenças", escrevem Robin Crompton e Todd Pataky, ambos da Universidade de Liverpool, em artigo de comentário feito para a própria "Science".
Segundo eles, as pegadas de Ileret servem para ajudar a explicar como o pé humano se tornou uma ferramenta de sobrevivência fundamental para o gênero Homo. Sua anatomia favorecia a vida sobre o chão -e não sobre as árvores- o que reafirma um sinal distinto de adaptação evolutiva.
Mesmo com a última descoberta, porém, muitas lacunas evolutivas continuam a existir. Enquanto hominídeos têm dedos curtos, por exemplo, e o dedão é alinhado com os demais, isso não é visto nos pés dos macacos. O mesmo vale para a marca que os pés humanos arqueados deixam sobre uma superfície mole, onde dedos e calcanhar afundam mais.
Toda a anatomia dos pés humanos, dizem os cientistas, é preparada para receber impactos sob os calcanhares e fazer leves impulsões com a parte da frente do pé- algo que qualquer atleta de fim de semana é capaz de perceber na prática.
Com base nas marcas encontradas em Ileret, os cientistas conseguiram reconstruir os pés que fizeram as pegadas e também fazer várias medidas com relação às marcas.
Sapato 39
A descoberta anunciada ontem é o primeiro grande marco nesse tipo de evidência paleontológica desde a apresentação de um conjunto de pegadas em Laetoli, na Tanzânia, há três décadas. Aquelas marcas, porém, com 3,6 milhões de anos, são provavelmente de membros da espécie Australopithecus afarensis, um primata que ainda não possuía muitas das características que afastaram os humanos dos macacos.
Apesar de já indicarem bipedalismo, as marcas de Laetoli apresentavam um arco estreito, e o dedão da espécie ainda não estava alinhado. Já as marcas do gênero Homo em Ileret -que mediam o equivalente a um pé de numeração 39- se encaixam em dados anatômicos mais modernos.
Segundo Bennett e seus coautores, o surgimento de hominídeos com pernas mais longas foi uma importante alteração evolutiva. Os hominídeos de Ileret tinham cerca de 1,75 metro de altura, mais do que os australopitecos. A passos largos, passaram a gastar menos energia para transportar alimentos por grandes planícies.
Com uma maior gama de ambientes que eram capazes de ocupar e com mais adaptações anatômicas, os hominídeos começaram crescer em tamanho. Em paralelo, sua dieta também melhorou, escrevem os cientistas. Teria sido nesse contexto, portanto, que mudanças biológicas e culturais começariam a moldar aqueles que viriam dar origem aos homens modernos.
(Folha de SP, 27/2)
Projeto Genoma Humano: 100% Design Inteligente
sexta-feira, fevereiro 27, 2009
The Human Genome Project Video - 3D Animation Introduction
Cada vez que eu vejo vídeos assim, mais eu me convenço que a diversidade e a complexidade das coisas bióticas não são produtos de mero acaso, necessidade, mutações filtradas pela seleção natural ao longo do tempo, processo cego e sem nenhum propósito.
Cada vez que eu vejo vídeos assim, mais eu me convenço que a diversidade e a complexidade das coisas bióticas não são produtos de mero acaso, necessidade, mutações filtradas pela seleção natural ao longo do tempo, processo cego e sem nenhum propósito.
Uma bordagem bayesiana na avaliação do impacto de eventos históricos nas taxas de diversificação
A Bayesian approach for evaluating the impact of historical events on rates of diversification
1. Brian R. Moorea,1 and
2. Michael J. Donoghueb,1
Contributed by Michael J. Donoghue, November 29, 2008 (sent for review June 22, 2008)
Evolutionary biologists often wish to explore the impact of a particular historical event (e.g., the origin of a novel morphological trait, an episode of biogeographic dispersal, or the onset of an ecological association) on rates of diversification (speciation minus extinction). We describe a Bayesian approach for evaluating the correlation between such events and differential rates of diversification that relies on cross-validation predictive densities. This approach exploits estimates of the marginal posterior probability for the rate of diversification (in the unaffected part of the tree) and the marginal probability for the timing of the event to generate a predictive distribution of species diversity that would be expected had the event not occurred. The realized species diversity can then be compared to this predictive diversity distribution to assess whether rates of diversification associated with the event are significantly higher or lower than expected. Although simple, this Bayesian approach provides a robust inference framework that accommodates various sources of uncertainty, including error associated with estimates of divergence times, diversification-rate parameters, and event history. Furthermore, the proposed approach is relatively flexible, allowing exploration of various types of events (including changes in discrete morphological traits, episodes of biogeographic movement, etc.) under both hypothesis-testing and data-exploration inference scenarios. Importantly, the cross-validation predictive densities approach facilitates evaluation of both replicated and unique historical events. We demonstrate this approach with empirical examples concerning the impact of morphological and biogeographic events on rates of diversification in Adoxaceae and Lupinus, respectively.
Footnotes
1To whom correspondence may be addressed. E-mail:brian.moore@berkeley.edu or michael.donoghue@yale.edu
Author contributions: B.R.M. and M.J.D. designed research; B.R.M. performed research; B.R.M. analyzed data; and B.R.M. and M.J.D. wrote the paper.
The authors declare no conflict of interest.
Freely available online through the PNAS open access option.
© 2009 by The National Academy of Sciences of the USA
PDF gratuito aqui.
1. Brian R. Moorea,1 and
2. Michael J. Donoghueb,1
Contributed by Michael J. Donoghue, November 29, 2008 (sent for review June 22, 2008)
Evolutionary biologists often wish to explore the impact of a particular historical event (e.g., the origin of a novel morphological trait, an episode of biogeographic dispersal, or the onset of an ecological association) on rates of diversification (speciation minus extinction). We describe a Bayesian approach for evaluating the correlation between such events and differential rates of diversification that relies on cross-validation predictive densities. This approach exploits estimates of the marginal posterior probability for the rate of diversification (in the unaffected part of the tree) and the marginal probability for the timing of the event to generate a predictive distribution of species diversity that would be expected had the event not occurred. The realized species diversity can then be compared to this predictive diversity distribution to assess whether rates of diversification associated with the event are significantly higher or lower than expected. Although simple, this Bayesian approach provides a robust inference framework that accommodates various sources of uncertainty, including error associated with estimates of divergence times, diversification-rate parameters, and event history. Furthermore, the proposed approach is relatively flexible, allowing exploration of various types of events (including changes in discrete morphological traits, episodes of biogeographic movement, etc.) under both hypothesis-testing and data-exploration inference scenarios. Importantly, the cross-validation predictive densities approach facilitates evaluation of both replicated and unique historical events. We demonstrate this approach with empirical examples concerning the impact of morphological and biogeographic events on rates of diversification in Adoxaceae and Lupinus, respectively.
Footnotes
1To whom correspondence may be addressed. E-mail:brian.moore@berkeley.edu or michael.donoghue@yale.edu
Author contributions: B.R.M. and M.J.D. designed research; B.R.M. performed research; B.R.M. analyzed data; and B.R.M. and M.J.D. wrote the paper.
The authors declare no conflict of interest.
Freely available online through the PNAS open access option.
© 2009 by The National Academy of Sciences of the USA
PDF gratuito aqui.
Alô gente, Darwin caiu e caí de novo no semba na Bahia
Quem disse que Carnaval não é cultura? Quem disse que Darwin, o homem que teve a maior idéia que toda a humanidade já teve - a seleção natural, não era só bom da cabeça, mas bom de pé? Pois é, Darwin caiu e vai cair no semba de novo na Bahia.
+++++
JC e-mail 3709, de 26 de Fevereiro de 2009
18. Cortejo pós-carnavalesco relembrará a passagem de Darwin pela Bahia
Para um grupo de ambientalistas, artistas, intelectuais, professores, estudantes e admiradores da ciência, o carnaval de Salvador ainda não terminou
Neste sábado, dia 28, o trecho entre o Campo Grande e o Farol da Barra, na capital baiana, vai ser novamente palco da folia. Tudo para marcar a passagem pela Bahia do naturalista inglês Charles Darwin, cujo bicentenário do nascimento foi comemorado em todo o mundo no último dia 12.
O cortejo pós-carnavalesco está sendo organizado pelo Grupo Defesa e Promoção Sócio Ambiental, a mais antiga ONG ambientalista da Bahia. Com alas simbolizando a Mata Atlântica, que tanto encantou Darwin na Bahia, plantas, flores e animais, como o mico leão, os tripulantes do navio Beagle e até a tradicional burrinha, o cortejo sairá às 10h do Campo Grande, com destino ao Farol da Bahia, onde se encontrará com um grupo do Instituto de Biologia da Universidade Federal da Bahia, que encenará uma peça inspirada no cientista britânico.
Darwin no carnaval do século XIX
Em 1832, há exatos 177 anos, Darwin, então um jovem cientista mais ligado à geologia do que às espécies animais e vegetais, participou do carnaval baiano, ao lado dos amigos Bartholomew James Sullivan e Clements Wickham, ambos tenentes da Marinha Real.
Os três amigos chegaram à Bahia à bordo do navio Beagle, que permaneceu no Porto de Salvador até 18 de março. Foi tempo suficiente para um passeio carnavalesco, registrado no diário de Charles Darwin, da seguinte forma: “Hoje é o primeiro dia de Carnaval, mas Wickham, Sullivan e eu não nos intimidamos e estávamos determinados a encarar seus perigos. Estes perigos consistem principalmente em sermos, impiedosamente, fuzilados com bolas de cera cheias de água e molhados com esguichos de lata.”
(Com informações da Assessoria de Comunicação da Secti/BA)
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JC e-mail 3709, de 26 de Fevereiro de 2009
18. Cortejo pós-carnavalesco relembrará a passagem de Darwin pela Bahia
Para um grupo de ambientalistas, artistas, intelectuais, professores, estudantes e admiradores da ciência, o carnaval de Salvador ainda não terminou
Neste sábado, dia 28, o trecho entre o Campo Grande e o Farol da Barra, na capital baiana, vai ser novamente palco da folia. Tudo para marcar a passagem pela Bahia do naturalista inglês Charles Darwin, cujo bicentenário do nascimento foi comemorado em todo o mundo no último dia 12.
O cortejo pós-carnavalesco está sendo organizado pelo Grupo Defesa e Promoção Sócio Ambiental, a mais antiga ONG ambientalista da Bahia. Com alas simbolizando a Mata Atlântica, que tanto encantou Darwin na Bahia, plantas, flores e animais, como o mico leão, os tripulantes do navio Beagle e até a tradicional burrinha, o cortejo sairá às 10h do Campo Grande, com destino ao Farol da Bahia, onde se encontrará com um grupo do Instituto de Biologia da Universidade Federal da Bahia, que encenará uma peça inspirada no cientista britânico.
Darwin no carnaval do século XIX
Em 1832, há exatos 177 anos, Darwin, então um jovem cientista mais ligado à geologia do que às espécies animais e vegetais, participou do carnaval baiano, ao lado dos amigos Bartholomew James Sullivan e Clements Wickham, ambos tenentes da Marinha Real.
Os três amigos chegaram à Bahia à bordo do navio Beagle, que permaneceu no Porto de Salvador até 18 de março. Foi tempo suficiente para um passeio carnavalesco, registrado no diário de Charles Darwin, da seguinte forma: “Hoje é o primeiro dia de Carnaval, mas Wickham, Sullivan e eu não nos intimidamos e estávamos determinados a encarar seus perigos. Estes perigos consistem principalmente em sermos, impiedosamente, fuzilados com bolas de cera cheias de água e molhados com esguichos de lata.”
(Com informações da Assessoria de Comunicação da Secti/BA)
Phil Skell, da National Academy of Science, ‘falou e disse’: a teoria da evolução é pior do que inútil
24 de fevereiro de 2009
Phil Skell escrevendo para a revista Forbes diz que a Teoria da Evolução é pior do que inútil
por DaveScot
Nada mais para acrescentar, pois eu concordo inteiramente com Skell. Eu destaco que os comentários que se seguiram ao artigo da Forbes fracassam em incluir qualquer disputa substantiva – apenas o costumeiro ad hominem e o acenar de mãos.
Os perigos de louvar demais a evolução
Philip S. Skell, 02.23.09, 01:47 PM EST
Focalizar em Darwin e na sua teoria não avança o progresso científico.
Semana passada, Jerry Coyne, biólogo da Universidade de Chicago criticou a revista Forbes (Vide “Why Evolution Is True” [Por que a evolução é verdade]) pela inclusão de opiniões de céticos da teoria da evolução de Charles Darwin no seu fórum sobre os 200 anos de seu aniversário. Como membro da National Academy of Sciences [Academia Nacional de Ciências dos Estados Unidos], eu discordo do Professor Coyne. [1]
Eu não penso que a ciência tem algo a temer de uma livre troca de idéias entre proponentes sérios de opiniões diferentes. Além disso, há muitos de nós na comunidade científica que, embora nós apreciemos as contribuições de Darwin, pensamos que a abordagem retórica de cientistas como Coyne, desnecessariamente polariza as discussões públicas e − ainda mais seriamente − exagera tanto na evidência a favor da teoria da biologia histórica de Darwin e os benefícios da teoria de Darwin para a prática efetiva da ciência experimental.
Coyne parece acreditar que a principal importância da ciência biológica são as suas especulações sobre questões que não podem ser observadas, testadas e verificadas, como a origem da vida, a especiação, as essências de nossos ancestrais fossilizados, as causas definitivas de suas mudanças, etc.
A biologia experimental tem aumentado dramaticamente nosso entendimento das operações complexas dentro dos organismos vivos que explicam a sua sobrevivência, mostrando como eles continuam a funcionar a despeito da miríade de agressões de seus ambientes contra eles. Esses avanços em conhecimento são atribuíveis ao desenvolvimento de novas metodologias e instrumentos, inimagináveis nos séculos anteriores, aplicados à investigação de organismos vivos.
Ao contrário das crenças do Professor Coyne e de alguns outros defensores de Darwin, esses avanços não são devidos aos estudos dos ancestrais de um organismo que são recuperados de depósitos fossilíferos. Aqueles artefatos raros – que tem sido preservados como fósseis – são impressões nas rochas que, mesmo quando examinados com os esforços heróicos dos paleontólogos, não podem revelar os detalhes que fizeram funcionar esses magníficos organismos vivos.
Combinar os estudos científicos contemporâneos de organismos existentes com aqueles que dos paleontólogos serve principalmente para desorientar o público e os professores dos jovens. Um exame dos artigos do principal journal da National Academy of Sciences [NAS], The Proceedings of the National Academy of Sciences(PNAS), bem como muitos outros journals, e os Prêmios Nobel para descobertas biológicas, apóiam a distinção crucial que eu estou fazendo.
Examinando os principais avanços em conhecimento biológico, uma pessoa fracassará em achar qualquer conexão verdadeira entre a biologia histórica e os designs experimentais que tem sido produzido na cornucópia de conhecimento de quão grande variedade de organismos vivos realizam suas funções. É o nosso conhecimento de como esses organismos funcionam realmente, e não especulações sobre como eles possam ter surgido há milhões de anos atrás, é que são essenciais para os médicos, veterinários, fazendeiros e outros que praticam a ciência biológica.
É amplamente aceito que o crescimento da ciência e da tecnologia no Ocidente, que é responsável pelos avanços extraordinários que hoje nós desfrutamos na medicina, agricultura, viagem, comunicações, etc., coincidiram com a separação, vários séculos atrás, das ciências experimentais do domínio de outras áreas importantes de filosofia, metafísica, teologia e história.
Ainda assim, muitos popularizadores da teoria de Darwin agora afirmam que sem o estudo da história biológica antiga, nossos estudantes não serão preparados para se envolverem na grande variedade de atividades experimentais modernas que se esperam deles. O público deveria ver com profundo alarme esta reintrodução desnecessária e desorientadora de idéias históricas especulativas, filosóficas e religiosas dentro dos domínios da ciência experimental.
É mais crucial considerar a história nas áreas de astrofísica e geologia do que em biologia. Por exemplo, as radiações eletromagnéticas que chegam aos nossos detectores nos informam de eventos contínuos que ocorreram há bilhões de anos atrás em partes distantes de nosso universo que viajaram todo este tempo até nos alcançarem. E as formações rochosas que dizem respeito aos geólogos tem permanecido grandemente intocadas desde suas formações.
Mas os fósseis falham em nos informar da natureza de nossos antigos antecedentes — porque eles foram transformados em pedras que nos dão somente uma minúscula impressão, mas frequentemente enganadora, de suas essências anteriores, e assim são bastante irrelevantes para as experiências da biologia moderna com os seres vivos.
Por exemplo, nós não podemos confiar nas ruminações sobre o registro fóssil para nos conduzir a uma predição da evolução do ambiente do vírus da gripe de modo que nós podemos preparar hoje a vacina para a cepa mais virulenta do próximo ano. Isso seria como depender nosso conhecimento na economia hitita antiga para entender a economia do século 21.
Em 1942, Ernst Chain, laureado com o prêmio Nobel, escreveu que a sua descoberta da penicilina (com Howard Florey e Alexander Fleming) e o desenvolvimento da resistência bacteriana àquele antibiótico em nada deveu às teorias evolucionárias de Darwin e Alfred Russel Wallace.
O mesmo pode ser dito sobre uma variedade de outras descobertas do século r 20: a descoberta da dupla hélice [do DNA]; a caracterização do ribossomo; o mapeamento do genoma; pesquisas sobre remédios e as reações às drogas; as melhoras na produção de alimentos e saúde pública; novas cirurgias; e outros desenvolvimentos.
Além disso, eu tenho inquirido biólogos que trabalham em áreas onde alguém poderia ter pensado que o paradigma darwinista poderia conduzir a pesquisa, como a emergência da resistência a antibióticos e pesticidas. Aqui, como em outras áreas, eu aprendi que a teoria da evolução não fornece direção nenhuma no que diz respeito à escolha do design das experiências. Antes, após as descobertas de ponta, a teoria da evolução é trazida como verniz narrativo.
A essência da teoria da evolução é a hipótese de que a diversidade histórica é a consequência da seleção natural agindo sobre as variações. Independente da verdade que tem para explicar a história da vida, ela não oferece nenhuma ajuda ao experimentador — que está preocupado, por exemplo, com o objetivo de encontrar ou sintetizar um novo antibiótico, ou como que isso pode tornar inócuo um organismo produtor de doença, quais dosagens são necessárias, e quais indivíduos não irão tolerá-las. Estudar a história da vida é, na melhor das hipóteses, um entretenimento distraindo dos objetivos de um biólogo em atividade [laboratorial].
É digno de nota que as teorias de evolução de Darwin e Wallace tem sido bastante elogiadas desde os anos 1850s. Através dos escritos dos biólogos neodarwinistas, eles incluíram muitas das descobertas de experiências biológicas do século 20. Isso é assim, apesar do fato dessas descobertas não terem sido preditas e nem terem sido heuristicamente guiadas pela teoria da evolução.
O exagero da louvação da teoria da evolução, por causa da incorporação dessas últimas descobertas, pode ter prestado um desserviço para os dois cientistas do século 19 e para a biologia moderna.
A diferença entre os avanços dos conhecimentos da química e da biologia do século 20, e a atmosfera contenciosa que prevalece atualmente só na biologia merece destaque.
Os químicos tem dependido muito das fontes geológicas, das quais eles isolaram as centenas ou mais de elementos da tábua periódica, e subsequentemente planejaram uma grande variedade de esquemas para sintetizar milhões de novas disposições complexas desses elementos, dando ao público remédios, fertilizantes, plásticos, etc., de grande utilidade.
Os biólogos, por outro lado, reconheceram que as fontes naturais que estudam são os organismos vivos, cada um deles um indivíduo único, cada um consistindo de combinações moleculares extraordinariamente complexas em configurações que conduzem a um funcionamento e reprodução coerentes. Não existem dois genomas idênticos no biocosmo. Bem, os biólogos modernos conduzem pesquisas experimentais que começaram a revelar os detalhes de como os organismos vivos funcionam e se reproduzem.
É inconveniente e cientificamente infrutífero que o principal foco em biologia tenha virado uma guerra — entre aqueles que defendem que a história desses organismos únicos é puramente uma questão de agregação ao acaso do mundo inorgânico e aqueles que defendem que a agregação deve ter sido planejada com um propósito.
Certamente que não é uma questão que deve ou pode ser resolvida dentro da área da biologia experimental. Acima de tudo, declamar ortodoxia para qualquer uma dessas proposições promove a incivilidade e tira energia e recursos do verdadeiro objetivo — avanços na ciência biológica experimental. Estas pesquisas, se não forem solapadas, indicam que mais avanços de grande utilidade podem ser esperados durante século 21.
Philip S. Skell é Professor de Química emérito, cadeira Evan Pugh, na Universidade Estadual da Pensilvânia e membro da National Academy of Sciences [Academia Nacional de Ciências dos Estados Unidos].
+++++
NOTA DO BLOGGER:
Este artigo é publicado em homenagem aos cientistas que trabalham no Instituto FIOCRUZ, não somente em reconhecimento do trabalho científico realizado, mas também pelas muitas visitas a este blog.
Phil Skell escrevendo para a revista Forbes diz que a Teoria da Evolução é pior do que inútil
por DaveScot
Nada mais para acrescentar, pois eu concordo inteiramente com Skell. Eu destaco que os comentários que se seguiram ao artigo da Forbes fracassam em incluir qualquer disputa substantiva – apenas o costumeiro ad hominem e o acenar de mãos.
Os perigos de louvar demais a evolução
Philip S. Skell, 02.23.09, 01:47 PM EST
Focalizar em Darwin e na sua teoria não avança o progresso científico.
Semana passada, Jerry Coyne, biólogo da Universidade de Chicago criticou a revista Forbes (Vide “Why Evolution Is True” [Por que a evolução é verdade]) pela inclusão de opiniões de céticos da teoria da evolução de Charles Darwin no seu fórum sobre os 200 anos de seu aniversário. Como membro da National Academy of Sciences [Academia Nacional de Ciências dos Estados Unidos], eu discordo do Professor Coyne. [1]
Eu não penso que a ciência tem algo a temer de uma livre troca de idéias entre proponentes sérios de opiniões diferentes. Além disso, há muitos de nós na comunidade científica que, embora nós apreciemos as contribuições de Darwin, pensamos que a abordagem retórica de cientistas como Coyne, desnecessariamente polariza as discussões públicas e − ainda mais seriamente − exagera tanto na evidência a favor da teoria da biologia histórica de Darwin e os benefícios da teoria de Darwin para a prática efetiva da ciência experimental.
Coyne parece acreditar que a principal importância da ciência biológica são as suas especulações sobre questões que não podem ser observadas, testadas e verificadas, como a origem da vida, a especiação, as essências de nossos ancestrais fossilizados, as causas definitivas de suas mudanças, etc.
A biologia experimental tem aumentado dramaticamente nosso entendimento das operações complexas dentro dos organismos vivos que explicam a sua sobrevivência, mostrando como eles continuam a funcionar a despeito da miríade de agressões de seus ambientes contra eles. Esses avanços em conhecimento são atribuíveis ao desenvolvimento de novas metodologias e instrumentos, inimagináveis nos séculos anteriores, aplicados à investigação de organismos vivos.
Ao contrário das crenças do Professor Coyne e de alguns outros defensores de Darwin, esses avanços não são devidos aos estudos dos ancestrais de um organismo que são recuperados de depósitos fossilíferos. Aqueles artefatos raros – que tem sido preservados como fósseis – são impressões nas rochas que, mesmo quando examinados com os esforços heróicos dos paleontólogos, não podem revelar os detalhes que fizeram funcionar esses magníficos organismos vivos.
Combinar os estudos científicos contemporâneos de organismos existentes com aqueles que dos paleontólogos serve principalmente para desorientar o público e os professores dos jovens. Um exame dos artigos do principal journal da National Academy of Sciences [NAS], The Proceedings of the National Academy of Sciences(PNAS), bem como muitos outros journals, e os Prêmios Nobel para descobertas biológicas, apóiam a distinção crucial que eu estou fazendo.
Examinando os principais avanços em conhecimento biológico, uma pessoa fracassará em achar qualquer conexão verdadeira entre a biologia histórica e os designs experimentais que tem sido produzido na cornucópia de conhecimento de quão grande variedade de organismos vivos realizam suas funções. É o nosso conhecimento de como esses organismos funcionam realmente, e não especulações sobre como eles possam ter surgido há milhões de anos atrás, é que são essenciais para os médicos, veterinários, fazendeiros e outros que praticam a ciência biológica.
É amplamente aceito que o crescimento da ciência e da tecnologia no Ocidente, que é responsável pelos avanços extraordinários que hoje nós desfrutamos na medicina, agricultura, viagem, comunicações, etc., coincidiram com a separação, vários séculos atrás, das ciências experimentais do domínio de outras áreas importantes de filosofia, metafísica, teologia e história.
Ainda assim, muitos popularizadores da teoria de Darwin agora afirmam que sem o estudo da história biológica antiga, nossos estudantes não serão preparados para se envolverem na grande variedade de atividades experimentais modernas que se esperam deles. O público deveria ver com profundo alarme esta reintrodução desnecessária e desorientadora de idéias históricas especulativas, filosóficas e religiosas dentro dos domínios da ciência experimental.
É mais crucial considerar a história nas áreas de astrofísica e geologia do que em biologia. Por exemplo, as radiações eletromagnéticas que chegam aos nossos detectores nos informam de eventos contínuos que ocorreram há bilhões de anos atrás em partes distantes de nosso universo que viajaram todo este tempo até nos alcançarem. E as formações rochosas que dizem respeito aos geólogos tem permanecido grandemente intocadas desde suas formações.
Mas os fósseis falham em nos informar da natureza de nossos antigos antecedentes — porque eles foram transformados em pedras que nos dão somente uma minúscula impressão, mas frequentemente enganadora, de suas essências anteriores, e assim são bastante irrelevantes para as experiências da biologia moderna com os seres vivos.
Por exemplo, nós não podemos confiar nas ruminações sobre o registro fóssil para nos conduzir a uma predição da evolução do ambiente do vírus da gripe de modo que nós podemos preparar hoje a vacina para a cepa mais virulenta do próximo ano. Isso seria como depender nosso conhecimento na economia hitita antiga para entender a economia do século 21.
Em 1942, Ernst Chain, laureado com o prêmio Nobel, escreveu que a sua descoberta da penicilina (com Howard Florey e Alexander Fleming) e o desenvolvimento da resistência bacteriana àquele antibiótico em nada deveu às teorias evolucionárias de Darwin e Alfred Russel Wallace.
O mesmo pode ser dito sobre uma variedade de outras descobertas do século r 20: a descoberta da dupla hélice [do DNA]; a caracterização do ribossomo; o mapeamento do genoma; pesquisas sobre remédios e as reações às drogas; as melhoras na produção de alimentos e saúde pública; novas cirurgias; e outros desenvolvimentos.
Além disso, eu tenho inquirido biólogos que trabalham em áreas onde alguém poderia ter pensado que o paradigma darwinista poderia conduzir a pesquisa, como a emergência da resistência a antibióticos e pesticidas. Aqui, como em outras áreas, eu aprendi que a teoria da evolução não fornece direção nenhuma no que diz respeito à escolha do design das experiências. Antes, após as descobertas de ponta, a teoria da evolução é trazida como verniz narrativo.
A essência da teoria da evolução é a hipótese de que a diversidade histórica é a consequência da seleção natural agindo sobre as variações. Independente da verdade que tem para explicar a história da vida, ela não oferece nenhuma ajuda ao experimentador — que está preocupado, por exemplo, com o objetivo de encontrar ou sintetizar um novo antibiótico, ou como que isso pode tornar inócuo um organismo produtor de doença, quais dosagens são necessárias, e quais indivíduos não irão tolerá-las. Estudar a história da vida é, na melhor das hipóteses, um entretenimento distraindo dos objetivos de um biólogo em atividade [laboratorial].
É digno de nota que as teorias de evolução de Darwin e Wallace tem sido bastante elogiadas desde os anos 1850s. Através dos escritos dos biólogos neodarwinistas, eles incluíram muitas das descobertas de experiências biológicas do século 20. Isso é assim, apesar do fato dessas descobertas não terem sido preditas e nem terem sido heuristicamente guiadas pela teoria da evolução.
O exagero da louvação da teoria da evolução, por causa da incorporação dessas últimas descobertas, pode ter prestado um desserviço para os dois cientistas do século 19 e para a biologia moderna.
A diferença entre os avanços dos conhecimentos da química e da biologia do século 20, e a atmosfera contenciosa que prevalece atualmente só na biologia merece destaque.
Os químicos tem dependido muito das fontes geológicas, das quais eles isolaram as centenas ou mais de elementos da tábua periódica, e subsequentemente planejaram uma grande variedade de esquemas para sintetizar milhões de novas disposições complexas desses elementos, dando ao público remédios, fertilizantes, plásticos, etc., de grande utilidade.
Os biólogos, por outro lado, reconheceram que as fontes naturais que estudam são os organismos vivos, cada um deles um indivíduo único, cada um consistindo de combinações moleculares extraordinariamente complexas em configurações que conduzem a um funcionamento e reprodução coerentes. Não existem dois genomas idênticos no biocosmo. Bem, os biólogos modernos conduzem pesquisas experimentais que começaram a revelar os detalhes de como os organismos vivos funcionam e se reproduzem.
É inconveniente e cientificamente infrutífero que o principal foco em biologia tenha virado uma guerra — entre aqueles que defendem que a história desses organismos únicos é puramente uma questão de agregação ao acaso do mundo inorgânico e aqueles que defendem que a agregação deve ter sido planejada com um propósito.
Certamente que não é uma questão que deve ou pode ser resolvida dentro da área da biologia experimental. Acima de tudo, declamar ortodoxia para qualquer uma dessas proposições promove a incivilidade e tira energia e recursos do verdadeiro objetivo — avanços na ciência biológica experimental. Estas pesquisas, se não forem solapadas, indicam que mais avanços de grande utilidade podem ser esperados durante século 21.
Philip S. Skell é Professor de Química emérito, cadeira Evan Pugh, na Universidade Estadual da Pensilvânia e membro da National Academy of Sciences [Academia Nacional de Ciências dos Estados Unidos].
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NOTA DO BLOGGER:
Este artigo é publicado em homenagem aos cientistas que trabalham no Instituto FIOCRUZ, não somente em reconhecimento do trabalho científico realizado, mas também pelas muitas visitas a este blog.
Caio Fábio e o samba epistemológico do pastor crioulo doido sobre a evolução
Com pastores assim como o Caio Fábio, os criacionistas brasileiros não precisam se importar mais com a Galera dos meninos e meninas de Darwin.
O texto é lindo poeticamente, tem até o “Darwin Nihil Obstat”, mas é logica e epistemologicamente incorreto. Doravante será mais um argumento do tipo “inocente útil” a la Francis Collins e Kenneth Miller para a Nomenklatura científica usar de duas maneiras:
1. Tentar cooptar os de concepções religiosas a aceitarem os relatos de criação de suas tradições religiosas com os relatos de Darwin sem nenhum problema ou desconforto espiritual ou intelectual. É a famosa estratégia “Cavalo de Tróia”.
2. No caso desta estratégia falhar, usá-los como porretes contra os de concepções religiosas que não aceitarem o relato de criação de Darwin com os seus relatos religiosos. É o famoso “Big Stick” epistêmico.
Eu vou faltar com a ‘caridade evangélica’ aqui, mas vou seguir al compañero Che Guevara – “Hay que endurecerse pero com ternura”, porque se faz necessário: ainda bem que o Caio Fábio não tem mais o carisma e a influência como líder religioso que teve entre os evangélicos brasileiros.
+++++
Via Pavazine [Newsletter com mais de 150 mil assinantes]
Site do Caio Fábio
CRIAÇÃO POR EVOLUÇÃO E POR REDENÇÃO!
Comemoram-se os duzentos anos de Charles Darwin e de sua Teoria da Evolução das Espécies. Até ele a criação era vista como algo fixo, sem mudança desde o 6º Dia da Criação.
Em momento algum, todavia, a Bíblia diz que o Pai já não cria e nem trabalha...
Ao contrário, Jesus disse: “Meu Pai trabalha até agora...”
Os cristãos querem um Deus que Intervenha na vida, mas não querem um Deus que continue criando...
Sim! Querem um Deus de milagres para o homem, de criações novas para o homem; mas que não seja milagroso na criação.
E mais: fazem diferença entre Jesus curando e criando um olho em um cego de nascença e Jesus criando um órgão em um peixe no fundo do mar...
Assim, se são informados que animais estão ainda mudando e evoluindo, ganhando novos membros ou órgãos de adequação à vida, acham que isto seja blasfêmia.
Deus criou em Dias Eras de tempo e de não tempo.
Cada dia do Dia de Deus é feito de bilhões de anos humanos?... Por que não? Quem declarou tal impedimento?
Deus não sofre o tempo; posto que o tempo exista Nele.
Entretanto, se crê que o Deus dos crentes, o Criador, não tinha nada a fazer antes do homem.
Assim, agora, depois do homem, somente o homem interessa a Deus, pensam eles.
Deus, no entanto, assim como redime desde antes da fundação do mundo, também cria desde sempre; e assim como nunca deixou de redimir, também nunca deixou de criar.
O Gênesis diz Quem criou.
A ciência tenta dizer como foi criado.
Uma coisa é o Autor. Outra a Obra.
A fé lida com o Autor. A ciência lida com as Obras.
Qual é o problema?
Até no quintal de minha casa vejo as coisas mudando, se adaptando...
O Salmo 104 nos diz que tais Obras de Renovação da Natureza é trabalho do Espírito Santo, o qual, sendo enviado sobre a Terra, renova toda a criação... sempre.
Mas a pressa e a presunção do homem querem dizer quanto tempo Deus tem que ter levado para criar...
E mais:
A Bíblia não quer dizer como Deus criou. Apenas nos diz que Ele falou e assim se fez.
O Deus de Jesus criou, cria e continuará criando!...
Ora, o que é que existe entre o Gênesis e o Apocalipse senão Evolução?
Sim! O que existe entre o Jardim e a Cidade Santa senão evolução?
Evolução como evolução é; ou seja: cheia de “catástrofes”.
Entretanto, eu pergunto: E qual é o problema?
Darwin não é meu inimigo.
Celebro sua ousadia e fé.
Todavia, lamento que os crentes tenham endiabrado o homem, exceto os crentes ingleses, os quais, pela via de gente boa de Deus como C.S. Lewis e outros, logo entenderam que ali não havia conflito entre a Bíblia e a ciência.
Na América, porém, Darwin virou o diabo!
Ora, Darwin nunca esteve em briga com Deus. Apenas, como um homem de ciência, desejava entender a criação.
Mas a insegurança dos crentes, que tenta fazer da Bíblia um manual de “Ciências”, comete o crime de tornar anátema aquilo que não entende e nem tem cabeça isenta para refletir em paz a fim de compreender.
Ao fim da vida, tendo sido visto lendo a Bíblia por um crente que trabalhava no jardim onde estava meditando, Darwin ouviu o homem perguntar como ele lia a Bíblia se não cria nem na Bíblia e nem em Deus. Darwin assustou-se e disse: “Ah! Não! Eu creio tanto em Deus quanto na Bíblia. O que eu digo é uma teoria de como Deus criou, mas não uma negação de que Ele tenha criado”.
Muito assustará os crentes quando e se virem, no Reino de Deus, Charles Darwin, Einstein, Newton, Copérnico, entre outros... — enquanto muitos bispos estarão de fora...
Enquanto isto... o obscurantismo perdura.
Já imaginou se Deus está interessado na briga entre criacionistas e evolucionistas?
Ah, meus amigos, sem medo eu lhes digo que Ele não está.
Assisto documentários sobre a Evolução das Espécies e me deleito no amor de Deus!
Todavia, para mim, não há diferença se os 6 dias foram dias pequenos, mínimos de tempo ou se foram bilhões de dias e anos...
Entretanto, e se um Dia se tornasse um Dia apenas quando cada processo estivesse parcialmente concluído a fim de iniciar um outro...Dia?
Qual o problema?
Você está com pressa?
Não estou pedindo a sua opinião.
Apenas expresso a minha.
Afinal, quem pensa que cheguei aqui sem milhões de horas de oração e reflexão?
Nele, que trabalha até agora e continua criando sempre, ainda que não vejamos,
Caio
25 de fevereiro de 2009
Lago Norte
Brasília
DF
+++++
Biodata de Caio Fábio.
O texto é lindo poeticamente, tem até o “Darwin Nihil Obstat”, mas é logica e epistemologicamente incorreto. Doravante será mais um argumento do tipo “inocente útil” a la Francis Collins e Kenneth Miller para a Nomenklatura científica usar de duas maneiras:
1. Tentar cooptar os de concepções religiosas a aceitarem os relatos de criação de suas tradições religiosas com os relatos de Darwin sem nenhum problema ou desconforto espiritual ou intelectual. É a famosa estratégia “Cavalo de Tróia”.
2. No caso desta estratégia falhar, usá-los como porretes contra os de concepções religiosas que não aceitarem o relato de criação de Darwin com os seus relatos religiosos. É o famoso “Big Stick” epistêmico.
Eu vou faltar com a ‘caridade evangélica’ aqui, mas vou seguir al compañero Che Guevara – “Hay que endurecerse pero com ternura”, porque se faz necessário: ainda bem que o Caio Fábio não tem mais o carisma e a influência como líder religioso que teve entre os evangélicos brasileiros.
+++++
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Site do Caio Fábio
CRIAÇÃO POR EVOLUÇÃO E POR REDENÇÃO!
Comemoram-se os duzentos anos de Charles Darwin e de sua Teoria da Evolução das Espécies. Até ele a criação era vista como algo fixo, sem mudança desde o 6º Dia da Criação.
Em momento algum, todavia, a Bíblia diz que o Pai já não cria e nem trabalha...
Ao contrário, Jesus disse: “Meu Pai trabalha até agora...”
Os cristãos querem um Deus que Intervenha na vida, mas não querem um Deus que continue criando...
Sim! Querem um Deus de milagres para o homem, de criações novas para o homem; mas que não seja milagroso na criação.
E mais: fazem diferença entre Jesus curando e criando um olho em um cego de nascença e Jesus criando um órgão em um peixe no fundo do mar...
Assim, se são informados que animais estão ainda mudando e evoluindo, ganhando novos membros ou órgãos de adequação à vida, acham que isto seja blasfêmia.
Deus criou em Dias Eras de tempo e de não tempo.
Cada dia do Dia de Deus é feito de bilhões de anos humanos?... Por que não? Quem declarou tal impedimento?
Deus não sofre o tempo; posto que o tempo exista Nele.
Entretanto, se crê que o Deus dos crentes, o Criador, não tinha nada a fazer antes do homem.
Assim, agora, depois do homem, somente o homem interessa a Deus, pensam eles.
Deus, no entanto, assim como redime desde antes da fundação do mundo, também cria desde sempre; e assim como nunca deixou de redimir, também nunca deixou de criar.
O Gênesis diz Quem criou.
A ciência tenta dizer como foi criado.
Uma coisa é o Autor. Outra a Obra.
A fé lida com o Autor. A ciência lida com as Obras.
Qual é o problema?
Até no quintal de minha casa vejo as coisas mudando, se adaptando...
O Salmo 104 nos diz que tais Obras de Renovação da Natureza é trabalho do Espírito Santo, o qual, sendo enviado sobre a Terra, renova toda a criação... sempre.
Mas a pressa e a presunção do homem querem dizer quanto tempo Deus tem que ter levado para criar...
E mais:
A Bíblia não quer dizer como Deus criou. Apenas nos diz que Ele falou e assim se fez.
O Deus de Jesus criou, cria e continuará criando!...
Ora, o que é que existe entre o Gênesis e o Apocalipse senão Evolução?
Sim! O que existe entre o Jardim e a Cidade Santa senão evolução?
Evolução como evolução é; ou seja: cheia de “catástrofes”.
Entretanto, eu pergunto: E qual é o problema?
Darwin não é meu inimigo.
Celebro sua ousadia e fé.
Todavia, lamento que os crentes tenham endiabrado o homem, exceto os crentes ingleses, os quais, pela via de gente boa de Deus como C.S. Lewis e outros, logo entenderam que ali não havia conflito entre a Bíblia e a ciência.
Na América, porém, Darwin virou o diabo!
Ora, Darwin nunca esteve em briga com Deus. Apenas, como um homem de ciência, desejava entender a criação.
Mas a insegurança dos crentes, que tenta fazer da Bíblia um manual de “Ciências”, comete o crime de tornar anátema aquilo que não entende e nem tem cabeça isenta para refletir em paz a fim de compreender.
Ao fim da vida, tendo sido visto lendo a Bíblia por um crente que trabalhava no jardim onde estava meditando, Darwin ouviu o homem perguntar como ele lia a Bíblia se não cria nem na Bíblia e nem em Deus. Darwin assustou-se e disse: “Ah! Não! Eu creio tanto em Deus quanto na Bíblia. O que eu digo é uma teoria de como Deus criou, mas não uma negação de que Ele tenha criado”.
Muito assustará os crentes quando e se virem, no Reino de Deus, Charles Darwin, Einstein, Newton, Copérnico, entre outros... — enquanto muitos bispos estarão de fora...
Enquanto isto... o obscurantismo perdura.
Já imaginou se Deus está interessado na briga entre criacionistas e evolucionistas?
Ah, meus amigos, sem medo eu lhes digo que Ele não está.
Assisto documentários sobre a Evolução das Espécies e me deleito no amor de Deus!
Todavia, para mim, não há diferença se os 6 dias foram dias pequenos, mínimos de tempo ou se foram bilhões de dias e anos...
Entretanto, e se um Dia se tornasse um Dia apenas quando cada processo estivesse parcialmente concluído a fim de iniciar um outro...Dia?
Qual o problema?
Você está com pressa?
Não estou pedindo a sua opinião.
Apenas expresso a minha.
Afinal, quem pensa que cheguei aqui sem milhões de horas de oração e reflexão?
Nele, que trabalha até agora e continua criando sempre, ainda que não vejamos,
Caio
25 de fevereiro de 2009
Lago Norte
Brasília
DF
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Biodata de Caio Fábio.
Impacto da vizinhança genômica na evolução do transcriptoma humano-chimpanzé
quinta-feira, fevereiro 26, 2009
The impact of genomic neighborhood on the evolution of human and chimpanzee transcriptome
1.Subhajyoti De,
2. Sarah A Teichmann and
3. M. Madan Babu1
Abstract
Divergence of gene expression can result in phenotypic variation, which contributes to the evolution of new species. Although the influence of trans- andcis-regulatory mutations is well known, the genome-wide impact of changes in genomic neighborhood of genes on expression divergence between species remains largely unexplored. Here, we compare the neighborhood of orthologous genes (within a window of 2Mb) in human and chimpanzee with the expression levels of their transcripts from several equivalent tissues and demonstrate that genes with altered neighborhood are more likely to undergo expression divergence than genes with conserved neighborhood. We observe the same trend when expression divergence data was analyzed from six different brain parts that are equivalent between human and chimpanzee. Additionally, we find an enrichment for genes with altered neighbourhood to be expressed in a tissue-specific manner in the human brain. These results suggest that expression divergence induced by this mechanism could have contributed to the phenotypic differences between humans and chimpanzee. We propose that, in addition to other molecular mechanisms, change in genomic neighborhood is an important factor that drives transcriptome evolution.
Footnotes
Received September 4, 2008.
Accepted January 14, 2009.
This manuscript is Open Access. [PDF gratuito aqui]
Copyright © 2009, Cold Spring Harbor Laboratory Press
1.Subhajyoti De,
2. Sarah A Teichmann and
3. M. Madan Babu1
Abstract
Divergence of gene expression can result in phenotypic variation, which contributes to the evolution of new species. Although the influence of trans- andcis-regulatory mutations is well known, the genome-wide impact of changes in genomic neighborhood of genes on expression divergence between species remains largely unexplored. Here, we compare the neighborhood of orthologous genes (within a window of 2Mb) in human and chimpanzee with the expression levels of their transcripts from several equivalent tissues and demonstrate that genes with altered neighborhood are more likely to undergo expression divergence than genes with conserved neighborhood. We observe the same trend when expression divergence data was analyzed from six different brain parts that are equivalent between human and chimpanzee. Additionally, we find an enrichment for genes with altered neighbourhood to be expressed in a tissue-specific manner in the human brain. These results suggest that expression divergence induced by this mechanism could have contributed to the phenotypic differences between humans and chimpanzee. We propose that, in addition to other molecular mechanisms, change in genomic neighborhood is an important factor that drives transcriptome evolution.
Footnotes
Received September 4, 2008.
Accepted January 14, 2009.
This manuscript is Open Access. [PDF gratuito aqui]
Copyright © 2009, Cold Spring Harbor Laboratory Press
Darwin & The Naked Apes / Children of Evolution
Da Alemanha com amor para Darwin no Dia Darwin 200 anos!
O que seria necessário para falsificar o neodarwinismo?
Um desafio aberto aos neodarwinistas: o que seria necessário para falsificar sua teoria?
22/02/2009
Thomas Cudworth
Uma crítica que os neodarwinistas tem feito frequentemente da Teoria do Design Inteligente é que ela não é uma “teoria científica”. O DI, eles dizem, explica o flagelo bacteriano dizendo “Foi Deus (sic) quem fez.”. Todavia, eles reclamam que a TDI não diz quando Deus fez, como que Deus fez, qual substrato material Deus estava agindo quando ele fez, etc. Portanto, a TDI não oferece nada para os cientistas prosseguirem, nada para trabalhar, nada sobre que eles possam basear experimentos que pudesse confirmar ou não a explicação.
Fazendo o contraste, eles acreditam, as explicações darwinianas dão aos cientistas algo com que trabalhar. A hipótese de que o flagelo evoluiu lentamente através de uma série de etapas intermediária e funcionais permitem o exame. Alguém pode procurar por possíveis etapas intermediárias, e.g., o sistema de secreção Tipo III, e confirmar se ou não elas existem na natureza. Alguém pode pesquisar as taxas de mutação e de reprodução da bactéria, e calcular quantas mutações provavelmente ocorreram ao longo de determinado espaço de tempo, para verificar se o tempo estava disponível para a evolução do flagelo, e assim por diante. Assim, em suas mentes, o darwinismo é uma teoria científica, enquanto que a TDI não é.
É claro que esta linha de argumento pressupõe um critério particular do que torna científica uma explicação. Para ser científica, a proposta, a hipótese ou teoria deve ser testável. Nós devemos ser capazes de encontrar evidência na natureza que a confirmaria ou não.
Alguns críticos da TDI estreitam isto ainda mais, e dizem que teorias científicas devem ser falseáveis. Isto é, a TDI não pode esperar ser considerada seriamente como uma teoria científica, a menos que queira especificar uma série de observações (tiradas diretamente da natureza ou resultantes de experimentos) que pudessem prová-la estar errada. A TDI deve dizer o que seria necessário para falsificar a existência do Designer Inteligente proposto.
Bem, tem ocorrido um longo debate sobre se a falseabilidade é um bom critério para se aplicar às teorias científicas. É claro que o campeão da falseabilidade mais frequentemente citado é Karl Popper, e como todo mundo aqui sabe, muitos filósofos de ciência tem colocado em cheque as afirmações de Popper. Aqui eu não proponho entrar nos argumentos. Eu somente direi que eu considero a falseabilidade, se não uma exigência absoluta de qualquer teoria científica, pelo menos um elemento altamente desejável numa teoria científica, e eu vou referir aos escritos de Popper para os leitores se eles quiserem uma justificação detalhada disto. Uma justificação sucinta, nas próprias palavras de Popper, está disponível on-line.
Contudo, para o propósito do um desafio aqui, a minha opinião de falsificação é irrelevante. Aqui, eu irei concordar, não por convicção pessoal, mas puramente por questão de argumento, com aqueles neodarwinistas que insistem que as teorias científicas devem ser falseáveis. Mas depois eu vou pedir que eles apliquem esse padrão em sua teoria. Eu vou perguntar a eles se o neodarwinismo em si mesmo é falsificável. Eu creio que não é, e que, portanto, pelo próprio critério deles, o neodarwinismo não qualifica como ciência.
Bem, eu sei que quando este argumento foi feito no passado, os neodarwinistas publicaram uma resposta padrão. Eles dizem que a evolução darwiniana é facilmente falsificável. Tudo o que alguém tem de fazer é encontrar um coelho cambriano, ou qualquer outro fóssil que esteja bem distante da sequência que a criatura em questão não pode ter evoluído por meios de etapas darwinianas. Isso, contudo, por razões dadas por outras pessoas, não é uma resposta adequada. Muitos proponentes da TDI não tem nenhum problema com a noção de ancestral comum. Eles não tem nenhum problema com a noção de que uma criatura foi usada como a base de uma criatura subseqüente e mais avançada. Portanto, eles não rejeitam a “evolução”, e não tem desejo de encontrar um coelho cambriano ou um macaco jurássico. O que eles rejeitam é a explicação de evolução darwiniana de “acaso mais seleção natural”.
Assim, o que os neodarwinistas estão sendo questionados, quando perguntam para eles sobre a falsificação, não é “O que falsificaria a ancestralidade comum?” É: “O que falsificaria a sua teoria de que pequenas etapas incrementais que ocorrem devido a acidentes genéticos, podem ser combinadas em novas estruturas úteis, até, e inclusive, a criação de novos planos corporais inteiramente funcionais?”
Esta é a pergunta que eu estou colocando hoje para os neodarwinistas. O que seria necessário para falsificar a sua crença, por exemplo, que criaturas terrestres são definitivamente peixes modificados, transformados através de etapas lentas, pequenas e totalmente fortuitas de animais que respiravam pelas guelras a animais que respiram por pulmões? Qual evidência genética, de desenvolvimento, ou outra evidência você aceitaria como uma demonstração de que tornar criaturas de habitação terrestre via meios puramente darwinianos? Qual evidência genética, de desenvolvimento ou outra evidência você aceitaria como uma demonstração de que o olho tipo câmera não poderia ter se desenvolvido através de meios puramente darwinianos?
Quando o pessoal do DI [inclusive este blogger tupiniquim] lê a literatura darwinista, nós ganhamos a forte impressão de que os darwinistas não perguntam se os meios darwinianos são capazes de produzir tais efeitos alegados. Eles parecem estar perguntando somente como os meios darwinianos fizeram isso. E quando um possível caminho evolutivo se mostra impossível em bases científicas, outro caminho, sempre dentro das pressuposições darwinistas, é colocado para substituí-lo. Em nenhum ponto, até nós podemos ver, jamais os darwinistas dizem: “Bem, talvez nós estivéssemos errados o tempo todo. Talvez a explicação darwiniana não explique a mudança evolutiva.” E assim, quando nós lemos na polêmica darwiniana que a TDI “não é científica” porque ela não se compromete com nenhum modelo da ação específica do designer o suficiente para ser falsificada, nós estamos bem irritados pelo aparente padrão duplo, porque nós não temos visto este modelo falsificável na literatura darwinista literatura.
Deste modo, novamente, eis aqui o desafio aos neodarwinistas: O que levaria a você conceder, não apenas que este ou aquele caminho evolutivo proposto está errado, mas que toda a explicação darwinista de mudança evolutiva está errada? Qual evidência levaria a você conceder que mudanças pequenas, aleatórias e por etapas não podem produzir os efeitos macroevolutivos que o registro fóssil parece registrar? E a pergunta corolária é: se você não quer especificar de antemão o que levaria para falsificar os mecanismos neodarwinistas, se você quer, aqui e agora, ou admitir que o neodarwinismo não seja uma teoria científica, ou deixar de lado a exigência de falseabilidade que vocês impuseram sobre a TDI?
22/02/2009
Thomas Cudworth
Uma crítica que os neodarwinistas tem feito frequentemente da Teoria do Design Inteligente é que ela não é uma “teoria científica”. O DI, eles dizem, explica o flagelo bacteriano dizendo “Foi Deus (sic) quem fez.”. Todavia, eles reclamam que a TDI não diz quando Deus fez, como que Deus fez, qual substrato material Deus estava agindo quando ele fez, etc. Portanto, a TDI não oferece nada para os cientistas prosseguirem, nada para trabalhar, nada sobre que eles possam basear experimentos que pudesse confirmar ou não a explicação.
Fazendo o contraste, eles acreditam, as explicações darwinianas dão aos cientistas algo com que trabalhar. A hipótese de que o flagelo evoluiu lentamente através de uma série de etapas intermediária e funcionais permitem o exame. Alguém pode procurar por possíveis etapas intermediárias, e.g., o sistema de secreção Tipo III, e confirmar se ou não elas existem na natureza. Alguém pode pesquisar as taxas de mutação e de reprodução da bactéria, e calcular quantas mutações provavelmente ocorreram ao longo de determinado espaço de tempo, para verificar se o tempo estava disponível para a evolução do flagelo, e assim por diante. Assim, em suas mentes, o darwinismo é uma teoria científica, enquanto que a TDI não é.
É claro que esta linha de argumento pressupõe um critério particular do que torna científica uma explicação. Para ser científica, a proposta, a hipótese ou teoria deve ser testável. Nós devemos ser capazes de encontrar evidência na natureza que a confirmaria ou não.
Alguns críticos da TDI estreitam isto ainda mais, e dizem que teorias científicas devem ser falseáveis. Isto é, a TDI não pode esperar ser considerada seriamente como uma teoria científica, a menos que queira especificar uma série de observações (tiradas diretamente da natureza ou resultantes de experimentos) que pudessem prová-la estar errada. A TDI deve dizer o que seria necessário para falsificar a existência do Designer Inteligente proposto.
Bem, tem ocorrido um longo debate sobre se a falseabilidade é um bom critério para se aplicar às teorias científicas. É claro que o campeão da falseabilidade mais frequentemente citado é Karl Popper, e como todo mundo aqui sabe, muitos filósofos de ciência tem colocado em cheque as afirmações de Popper. Aqui eu não proponho entrar nos argumentos. Eu somente direi que eu considero a falseabilidade, se não uma exigência absoluta de qualquer teoria científica, pelo menos um elemento altamente desejável numa teoria científica, e eu vou referir aos escritos de Popper para os leitores se eles quiserem uma justificação detalhada disto. Uma justificação sucinta, nas próprias palavras de Popper, está disponível on-line.
Contudo, para o propósito do um desafio aqui, a minha opinião de falsificação é irrelevante. Aqui, eu irei concordar, não por convicção pessoal, mas puramente por questão de argumento, com aqueles neodarwinistas que insistem que as teorias científicas devem ser falseáveis. Mas depois eu vou pedir que eles apliquem esse padrão em sua teoria. Eu vou perguntar a eles se o neodarwinismo em si mesmo é falsificável. Eu creio que não é, e que, portanto, pelo próprio critério deles, o neodarwinismo não qualifica como ciência.
Bem, eu sei que quando este argumento foi feito no passado, os neodarwinistas publicaram uma resposta padrão. Eles dizem que a evolução darwiniana é facilmente falsificável. Tudo o que alguém tem de fazer é encontrar um coelho cambriano, ou qualquer outro fóssil que esteja bem distante da sequência que a criatura em questão não pode ter evoluído por meios de etapas darwinianas. Isso, contudo, por razões dadas por outras pessoas, não é uma resposta adequada. Muitos proponentes da TDI não tem nenhum problema com a noção de ancestral comum. Eles não tem nenhum problema com a noção de que uma criatura foi usada como a base de uma criatura subseqüente e mais avançada. Portanto, eles não rejeitam a “evolução”, e não tem desejo de encontrar um coelho cambriano ou um macaco jurássico. O que eles rejeitam é a explicação de evolução darwiniana de “acaso mais seleção natural”.
Assim, o que os neodarwinistas estão sendo questionados, quando perguntam para eles sobre a falsificação, não é “O que falsificaria a ancestralidade comum?” É: “O que falsificaria a sua teoria de que pequenas etapas incrementais que ocorrem devido a acidentes genéticos, podem ser combinadas em novas estruturas úteis, até, e inclusive, a criação de novos planos corporais inteiramente funcionais?”
Esta é a pergunta que eu estou colocando hoje para os neodarwinistas. O que seria necessário para falsificar a sua crença, por exemplo, que criaturas terrestres são definitivamente peixes modificados, transformados através de etapas lentas, pequenas e totalmente fortuitas de animais que respiravam pelas guelras a animais que respiram por pulmões? Qual evidência genética, de desenvolvimento, ou outra evidência você aceitaria como uma demonstração de que tornar criaturas de habitação terrestre via meios puramente darwinianos? Qual evidência genética, de desenvolvimento ou outra evidência você aceitaria como uma demonstração de que o olho tipo câmera não poderia ter se desenvolvido através de meios puramente darwinianos?
Quando o pessoal do DI [inclusive este blogger tupiniquim] lê a literatura darwinista, nós ganhamos a forte impressão de que os darwinistas não perguntam se os meios darwinianos são capazes de produzir tais efeitos alegados. Eles parecem estar perguntando somente como os meios darwinianos fizeram isso. E quando um possível caminho evolutivo se mostra impossível em bases científicas, outro caminho, sempre dentro das pressuposições darwinistas, é colocado para substituí-lo. Em nenhum ponto, até nós podemos ver, jamais os darwinistas dizem: “Bem, talvez nós estivéssemos errados o tempo todo. Talvez a explicação darwiniana não explique a mudança evolutiva.” E assim, quando nós lemos na polêmica darwiniana que a TDI “não é científica” porque ela não se compromete com nenhum modelo da ação específica do designer o suficiente para ser falsificada, nós estamos bem irritados pelo aparente padrão duplo, porque nós não temos visto este modelo falsificável na literatura darwinista literatura.
Deste modo, novamente, eis aqui o desafio aos neodarwinistas: O que levaria a você conceder, não apenas que este ou aquele caminho evolutivo proposto está errado, mas que toda a explicação darwinista de mudança evolutiva está errada? Qual evidência levaria a você conceder que mudanças pequenas, aleatórias e por etapas não podem produzir os efeitos macroevolutivos que o registro fóssil parece registrar? E a pergunta corolária é: se você não quer especificar de antemão o que levaria para falsificar os mecanismos neodarwinistas, se você quer, aqui e agora, ou admitir que o neodarwinismo não seja uma teoria científica, ou deixar de lado a exigência de falseabilidade que vocês impuseram sobre a TDI?
Uma bibliografia substanciando artigo publicado no Observatório da Imprensa
Bibliografia do artigo “O debate científico que ainda não ocorreu”, publicado no Observatório da Imprensa em 23 de fevereiro de 2009.
Ao longo de minha jornada com os darwinistas ortodoxos eu aprendi uma lição: os darwinistas não pessoas boas nem más, eles simplesmente são incorrigíveis. Por mais que sejam apresentadas dificuldades teóricas fundamentais em um contexto de justificação teórica, até mesmo por evolucionistas, eles não lidam com as críticas, não as replicam e reagem retoricamente demonizando os críticos.
Como o espaço para comentários no OI não me permitia a publicação da bibliografia in toto, apenas 1.400 toques, deixei um comentário lá que iria postá-la aqui neste blog.
Bibliografia:
1. O mecanismo neodarwinista de seleção natural agindo sobre as mutações aleatórias parece não ser suficiente para produzir:
a) Nova informação genética especificada.
MOORHEAD, Paul S. and KAPLAN, Martin M., Eds. Mathematical Challenges to the Neo-darwinian Interpretation of Evolution. New York, A. Liss, 1967.
MEYER, Stephen C., “DNA and the Origin of Life: Information, Specification and Explanation”, in Darwinism, Design and Public Education, p. 223-286. East Lansing. Michigan, Michigan State University Press, 2003.
MEYER, Stephen C., ROSS, Marcus, NELSON, Paul and CHIEN, Paul. “The Cambrian Explosion: Biology’s Big Bang”, in Darwinism, Design and Public Education, p.323-402. East Lansing. Michigan, Michigan State University Press, 2003.
b) A “complexidade irredutível”, a “funcionalidade integrada”, as máquinas e sistemas moleculares como os motores bacterianos, os circuitos de transdução de sinal de sistemas de coagulação sanguínea.
BEHE, A caixa preta de Darwin. Rio de Janeiro, Zahar, 1997.
c) Novos órgãos e novas estruturas morfológicas como asas, penas, olhos, ecolocalização, o ovo amniótico, a pele, sistemas nervosos e a multicelularidade.
JOHN, Bernard and MIKLOS, George L. Gabor. The Eukaryotic Genome in Development and Evolution, Boston, Allen and Unwin, 1988.
BRUSH, A. H. “On the Origin of Feathers”, Journal of Evolutionary Biology 9 (1996):131-42.
ORR, H. Allen and COYNE, Jerry A. “The Genetics of Adaptation: A Reassessment”, American Naturalist 140 (1992): 725-42.
d) Novos planos corporais.
CAMPBELL, K. S. W and MARSHALL, C. R., “Rate of Evolution”, Rates of Evolution. K. S. W. Campbell and M. R. Day, Eds., Boston, Allen and Unwin, 1987, p. 61, 66-100.
MIKLOS, George L. Gabor. “Emergence of Organizatiuonal Complexities during Metazoan Evolution: Perspectives from Molecular Biology, Paleontology and Neo-Darwinism”, Memoirs of the Association of Australasian Palaeontologists 15 (1993):7-41.
GILBERT, Scott F. et al. “Resynthesizing Evolutionary and Developmental Biology”, Developmental Biology 173 (1996):357-72.
2. Muitos mecanismos de mudança evolutiva não dependem das mutações aleatórias como exige o mecanismo neodarwinista, mas em vez disso parecem ser dirigidos por respostas pré-programadas aos estímulos ambientais.
SHAPIRO, James A. “Genome Organization, Natural Genetic Engineering and Adaptive Mutation”, Trends in Genetics 13 (1997):98-104.
_____. “Natural Genetic Engineering in Evolution”, Genetica 86 (1992):99-111.
STERNBERG, Richard von. “Genome Self-Modification and Cellular Control of Genome Reorganization”, Rivista di Biologia/Biology Forum 89 (1996): 424-53.
3. O padrão de surgimento súbito, formas transicionais em falta, e “estase” no registro fóssil – conforme visto na Explosão Cambriana, a “revolução marinha mesozóica”, o “grande desabrochar” da vida das plantas angiospermas, por exemplo – não se harmonizam com as expectativas neodarwinistas sobre a história evolutiva da vida.
GOULD, Stephen Jay. “Evolution’s Erratic Pace”, Natural History [May 1977]: 12, 14. “The extreme rarity of transitional forms in the fossil record persists as the trade secret of paleontology. The evolutionary trees that adorn our textbooks have data only at the tips and nodes of their branches; the rest is inference, however reasonable, not the evidence of fossils.”
ELDREDGE, Niles. Reinventing Darwin: The Great Debate ath the High Table of Evolutionary Theory, New York, Wiley, 1995.
RAUP, D. “Conflicts Between Darwin and Paleontology”, Field Museum of Natural History Bulletin 50 (Jan. 1979): 22-29.
SCHWARTZ, Jeffrey H., “Homeobox Genes, Fossils, and the Origin of Species”, Anatomical Record 257 (1999): 15-31 [New Anat.].
4. Evidência da biologia do desenvolvimento sugere limites claros para a quantidade de mudança evolutiva que o organismo pode sofrer, lançando dúvidas sobre a teoria darwinista de ancestralidade comum, e sugerindo a razão da estase morfológica no registro fóssil.
BRADSHAW, A. D., “Genostasis and the Limits to Evolution”, Transactions Royal Society London 333 Series B (1991): 289-305.
HALL, Brian K. “Baupläne, Phylotypic Stages, and Constraint: Why There Are So Few Types of Animals”, Evolutionary Biology 29 (1996): 215-61.
KAWANO, Kazuo. “How Far Can the Neo-Darwinism Be Extended? A Consideration from the History of Higher Taxa in Coleoptera”, Rivista di Biologia/Biology Forum 91 (1998): 31-52.
5. Muitas estruturas homólogas (e até algumas proteínas) derivam de genes não-homólogos, enquanto que muitas estruturas dessemelhantes derivam de genes similares, contradizendo as expectativas neodarwinistas nos dois casos.
DE BEER, Gavin. Homology: An Unsolved Problem, London, Oxford University Press, 1971.
DENTON, Michael. Evolution: a Theory in Crisis, Bethesda, MD, Adler and Adler, 1986, p. 142-56.
GERHART, John and KIRSCHNER, Marc. Cells, Embryos, and Evolution. Malden, Mass., Blackwell Science, 1997, p. 125-46.
DAVISON, John A., “Semi-Meiosis as an Evolutionary Mechanism”, Journal of Theoretical Biology 111 (1984): 725-35.
DICKINSON, W. J., “Molecules and Morphology: Where’s the Homology?”, Trends in Genetics 11 (1995): 119-21.
GAUNT, Stephen J., “Chick Limbs, Fly Wings, and Homology at the Fringe”. Nature 386 (1997): 324-25.
WRAY, Gregory A. and ABOUHEIF, Ehab. “When is Homology Not Homology?”, Current Opinion in Genetics and Development 8 (1998): 675-80.
6. Os programas (inferidos) de desenvolvimento entre os animais metazoários do período Cambriano são dessemelhantes (ou “não conservados”), contrário às expectativas neodarwinistas.
ARTHUR, Wallace. The Origin of Animal Body Plans: A Study in Evolutionary Developmental Biology, New York, Cambridge University Press, 1997.
RAFF, Rudolf A., The Shape of Life. Chciago, University of Chicago Press, 1996.
ARENAS-MENA, César et al., “Expression of the Hox Gene Complex in the Indirect Development of a Sea Urchin”, Proceedings of the National Academy of Sciences, USA PNAS 95 (1998): 13062-67.
BOYER, Barbara C and HENRY, Jonathan Q., “Evolutionary Modifications of the Spiralian Developmental Program”, American Zoologist 38 (1998): 621-33.
BUDD, Graham E., “Does Evolution in Body Patterning Genes Drive Morphological Change – or Vice Versa?”, BioEssays 21 (1999): 326-32.
DAVIDSON, Eric H., “How Embryos Work: A Comparative View of Diverse Modes of Cell Fate Specification”, Development 108 (1990): 365-89.
GELLON, Gabriel and McGINNIS, William. “Shaping Animal Body Plans in Development and Evolution by Modulation of Hox Expression Patterns”, BioEssays 20 (1998): 116-25.
GRBIC, Miodrag et al. “Development of Polyembryonic Insects: A Major Departure from Typical Insect Embryogenesis”, Development, Genes, and Evolution 208 (1998): 69-81.
7. O código genético não tem sido comprovado como sendo “universal”, contrário às expectativas neodarwinistas baseadas na teoria do ancestral comum.
OSAWA, Syozo. Evolution of the Genetic Code, New York, Oxford University Press, 1995.
OSAWA, Syozo and JUKES, T. “Recent Evidence for Evolution of the Genetic Code”, in Evolution of Life, S. Osawa and T. Honjo, Eds., New York, Springer-Verlag, 1991, p. 79-95.
OSAWA, Syozo et al. “Recent evidence for Evolution of the Genetic Code”, Microbiological Reviews 56 (1992): 229-64.
KEELING, Patrick J. and DOOLITTLE, W. Ford. “A Non-Canonical Genetic Code in an Early diverging Eukaryotic Lineage”, Embo Journal 15 (1996): 2285-90.
_____. “Widespread and Ancient Distribution of a Noncanonical Genetic Code in Diplomonads”, Molecular Biology and Evolution 14 (1997): 895-901.
TOURANCHEAU, Anee Baroin, et al. “Genetic Code Deviations in the Ciliates: evidence for Multiple and Independent events”, Embo Journal 14 (1995): 3262-67.
+++++
Time is money, and I have no time for trifling! especialmente fazendo agora um doutorado em História da Ciência.
Ao longo de minha jornada com os darwinistas ortodoxos eu aprendi uma lição: os darwinistas não pessoas boas nem más, eles simplesmente são incorrigíveis. Por mais que sejam apresentadas dificuldades teóricas fundamentais em um contexto de justificação teórica, até mesmo por evolucionistas, eles não lidam com as críticas, não as replicam e reagem retoricamente demonizando os críticos.
Como o espaço para comentários no OI não me permitia a publicação da bibliografia in toto, apenas 1.400 toques, deixei um comentário lá que iria postá-la aqui neste blog.
Bibliografia:
1. O mecanismo neodarwinista de seleção natural agindo sobre as mutações aleatórias parece não ser suficiente para produzir:
a) Nova informação genética especificada.
MOORHEAD, Paul S. and KAPLAN, Martin M., Eds. Mathematical Challenges to the Neo-darwinian Interpretation of Evolution. New York, A. Liss, 1967.
MEYER, Stephen C., “DNA and the Origin of Life: Information, Specification and Explanation”, in Darwinism, Design and Public Education, p. 223-286. East Lansing. Michigan, Michigan State University Press, 2003.
MEYER, Stephen C., ROSS, Marcus, NELSON, Paul and CHIEN, Paul. “The Cambrian Explosion: Biology’s Big Bang”, in Darwinism, Design and Public Education, p.323-402. East Lansing. Michigan, Michigan State University Press, 2003.
b) A “complexidade irredutível”, a “funcionalidade integrada”, as máquinas e sistemas moleculares como os motores bacterianos, os circuitos de transdução de sinal de sistemas de coagulação sanguínea.
BEHE, A caixa preta de Darwin. Rio de Janeiro, Zahar, 1997.
c) Novos órgãos e novas estruturas morfológicas como asas, penas, olhos, ecolocalização, o ovo amniótico, a pele, sistemas nervosos e a multicelularidade.
JOHN, Bernard and MIKLOS, George L. Gabor. The Eukaryotic Genome in Development and Evolution, Boston, Allen and Unwin, 1988.
BRUSH, A. H. “On the Origin of Feathers”, Journal of Evolutionary Biology 9 (1996):131-42.
ORR, H. Allen and COYNE, Jerry A. “The Genetics of Adaptation: A Reassessment”, American Naturalist 140 (1992): 725-42.
d) Novos planos corporais.
CAMPBELL, K. S. W and MARSHALL, C. R., “Rate of Evolution”, Rates of Evolution. K. S. W. Campbell and M. R. Day, Eds., Boston, Allen and Unwin, 1987, p. 61, 66-100.
MIKLOS, George L. Gabor. “Emergence of Organizatiuonal Complexities during Metazoan Evolution: Perspectives from Molecular Biology, Paleontology and Neo-Darwinism”, Memoirs of the Association of Australasian Palaeontologists 15 (1993):7-41.
GILBERT, Scott F. et al. “Resynthesizing Evolutionary and Developmental Biology”, Developmental Biology 173 (1996):357-72.
2. Muitos mecanismos de mudança evolutiva não dependem das mutações aleatórias como exige o mecanismo neodarwinista, mas em vez disso parecem ser dirigidos por respostas pré-programadas aos estímulos ambientais.
SHAPIRO, James A. “Genome Organization, Natural Genetic Engineering and Adaptive Mutation”, Trends in Genetics 13 (1997):98-104.
_____. “Natural Genetic Engineering in Evolution”, Genetica 86 (1992):99-111.
STERNBERG, Richard von. “Genome Self-Modification and Cellular Control of Genome Reorganization”, Rivista di Biologia/Biology Forum 89 (1996): 424-53.
3. O padrão de surgimento súbito, formas transicionais em falta, e “estase” no registro fóssil – conforme visto na Explosão Cambriana, a “revolução marinha mesozóica”, o “grande desabrochar” da vida das plantas angiospermas, por exemplo – não se harmonizam com as expectativas neodarwinistas sobre a história evolutiva da vida.
GOULD, Stephen Jay. “Evolution’s Erratic Pace”, Natural History [May 1977]: 12, 14. “The extreme rarity of transitional forms in the fossil record persists as the trade secret of paleontology. The evolutionary trees that adorn our textbooks have data only at the tips and nodes of their branches; the rest is inference, however reasonable, not the evidence of fossils.”
ELDREDGE, Niles. Reinventing Darwin: The Great Debate ath the High Table of Evolutionary Theory, New York, Wiley, 1995.
RAUP, D. “Conflicts Between Darwin and Paleontology”, Field Museum of Natural History Bulletin 50 (Jan. 1979): 22-29.
SCHWARTZ, Jeffrey H., “Homeobox Genes, Fossils, and the Origin of Species”, Anatomical Record 257 (1999): 15-31 [New Anat.].
4. Evidência da biologia do desenvolvimento sugere limites claros para a quantidade de mudança evolutiva que o organismo pode sofrer, lançando dúvidas sobre a teoria darwinista de ancestralidade comum, e sugerindo a razão da estase morfológica no registro fóssil.
BRADSHAW, A. D., “Genostasis and the Limits to Evolution”, Transactions Royal Society London 333 Series B (1991): 289-305.
HALL, Brian K. “Baupläne, Phylotypic Stages, and Constraint: Why There Are So Few Types of Animals”, Evolutionary Biology 29 (1996): 215-61.
KAWANO, Kazuo. “How Far Can the Neo-Darwinism Be Extended? A Consideration from the History of Higher Taxa in Coleoptera”, Rivista di Biologia/Biology Forum 91 (1998): 31-52.
5. Muitas estruturas homólogas (e até algumas proteínas) derivam de genes não-homólogos, enquanto que muitas estruturas dessemelhantes derivam de genes similares, contradizendo as expectativas neodarwinistas nos dois casos.
DE BEER, Gavin. Homology: An Unsolved Problem, London, Oxford University Press, 1971.
DENTON, Michael. Evolution: a Theory in Crisis, Bethesda, MD, Adler and Adler, 1986, p. 142-56.
GERHART, John and KIRSCHNER, Marc. Cells, Embryos, and Evolution. Malden, Mass., Blackwell Science, 1997, p. 125-46.
DAVISON, John A., “Semi-Meiosis as an Evolutionary Mechanism”, Journal of Theoretical Biology 111 (1984): 725-35.
DICKINSON, W. J., “Molecules and Morphology: Where’s the Homology?”, Trends in Genetics 11 (1995): 119-21.
GAUNT, Stephen J., “Chick Limbs, Fly Wings, and Homology at the Fringe”. Nature 386 (1997): 324-25.
WRAY, Gregory A. and ABOUHEIF, Ehab. “When is Homology Not Homology?”, Current Opinion in Genetics and Development 8 (1998): 675-80.
6. Os programas (inferidos) de desenvolvimento entre os animais metazoários do período Cambriano são dessemelhantes (ou “não conservados”), contrário às expectativas neodarwinistas.
ARTHUR, Wallace. The Origin of Animal Body Plans: A Study in Evolutionary Developmental Biology, New York, Cambridge University Press, 1997.
RAFF, Rudolf A., The Shape of Life. Chciago, University of Chicago Press, 1996.
ARENAS-MENA, César et al., “Expression of the Hox Gene Complex in the Indirect Development of a Sea Urchin”, Proceedings of the National Academy of Sciences, USA PNAS 95 (1998): 13062-67.
BOYER, Barbara C and HENRY, Jonathan Q., “Evolutionary Modifications of the Spiralian Developmental Program”, American Zoologist 38 (1998): 621-33.
BUDD, Graham E., “Does Evolution in Body Patterning Genes Drive Morphological Change – or Vice Versa?”, BioEssays 21 (1999): 326-32.
DAVIDSON, Eric H., “How Embryos Work: A Comparative View of Diverse Modes of Cell Fate Specification”, Development 108 (1990): 365-89.
GELLON, Gabriel and McGINNIS, William. “Shaping Animal Body Plans in Development and Evolution by Modulation of Hox Expression Patterns”, BioEssays 20 (1998): 116-25.
GRBIC, Miodrag et al. “Development of Polyembryonic Insects: A Major Departure from Typical Insect Embryogenesis”, Development, Genes, and Evolution 208 (1998): 69-81.
7. O código genético não tem sido comprovado como sendo “universal”, contrário às expectativas neodarwinistas baseadas na teoria do ancestral comum.
OSAWA, Syozo. Evolution of the Genetic Code, New York, Oxford University Press, 1995.
OSAWA, Syozo and JUKES, T. “Recent Evidence for Evolution of the Genetic Code”, in Evolution of Life, S. Osawa and T. Honjo, Eds., New York, Springer-Verlag, 1991, p. 79-95.
OSAWA, Syozo et al. “Recent evidence for Evolution of the Genetic Code”, Microbiological Reviews 56 (1992): 229-64.
KEELING, Patrick J. and DOOLITTLE, W. Ford. “A Non-Canonical Genetic Code in an Early diverging Eukaryotic Lineage”, Embo Journal 15 (1996): 2285-90.
_____. “Widespread and Ancient Distribution of a Noncanonical Genetic Code in Diplomonads”, Molecular Biology and Evolution 14 (1997): 895-901.
TOURANCHEAU, Anee Baroin, et al. “Genetic Code Deviations in the Ciliates: evidence for Multiple and Independent events”, Embo Journal 14 (1995): 3262-67.
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Time is money, and I have no time for trifling! especialmente fazendo agora um doutorado em História da Ciência.
Debate acadêmico sobre o status do darwinismo hoje - Mackenzie
quarta-feira, fevereiro 25, 2009
Programação do Evento
13/04/2009 (Segunda-Feira)
10h – 18h
Auditório Rui Barbosa
Credenciais
19h – 20h
Auditório Rui Barbosa
Abertura Oficial
Dr. Adilson Vieira / Dr. Manasses Claudino Fontelles
20h – 21h30m
Auditório Rui Barbosa
Conferência 1
Dr. John Lennox
“A Origem da Vida e os Novos Ateus”
14/04/2009 (Terça-Feira)
8h – 10h
Credenciais do Congresso
10h – 12h
Auditório Rui Barbosa
Conferência 2
Dr. Aldo Mellender de Araujo
“Darwin Ontem e Hoje – 150 anos de Origem das espécies”
15h – 17h
Auditório Rui Barbosa
Mini-Curso
Ms. Adauto J. B. Lourenço – “Criacionismo”
Dr. Gustavo Caponi – “Evolucionismo”
19h – 21h
Auditório Rui Barbosa
Conferência 3
Dr. Paul Nelson
“A Árvore da Vida de Darwin”
15/04/2009 (Quarta-Feira)
8h – 9h
Credenciais do Congresso
9h – 10h
Auditório Rui Barbosa
Conferência 4
Dr. Gustavo Caponi
“A Origem das Espécies – O livro”
10h – 10h30min
Coffee-break
10h30min – 12h
Auditório Rui Barbosa
Conferência 5
Dr. John Lennox
“Fundamentos da Moralidade”
13h – 18h
Credenciais do Congresso
14h – 16h
Oficinas
Dr. Aldo Mellender de Araújo – ”Correntes dentro do Darwinismo”
Dr. Marcos Eberlin – “Design Inteligente”
19h – 22h
Auditório Rui Barbosa
Conferência 6
Dr. Marcos Eberlin
“Fomos Planejados – A maior descoberta de todos os tempos”
16/04/2009 (Quinta-Feira)
8h – 9h
Credenciais do Congresso
9h – 11h
Auditório Rui Barbosa
Conferência 7
Dr. Paul Nelson
“Implicações Morais e Intelectuais do Naturalismo Filosófico”
14h – 16h
Oficina
Jornalista Maurício Tuffani
“Tendências da Mídia quanto ao ensino de Design Inteligente nas Escolas e Universidades Públicas e Privadas”.
19h – 22h
Auditório Rui Barbosa
Mesa Redonda
Moderador: Dr. Augustus Nicodemus Gomes Lopes
Dr. Aldo Mellender de Araújo
Dr. Gustavo Caponi
Dr. John Lennox
Dr. Marcos Nogueira Eberlin
Encerramento
Dr. Augustus Nicodemus Gomes Lopes
Maiores informações aqui.
13/04/2009 (Segunda-Feira)
10h – 18h
Auditório Rui Barbosa
Credenciais
19h – 20h
Auditório Rui Barbosa
Abertura Oficial
Dr. Adilson Vieira / Dr. Manasses Claudino Fontelles
20h – 21h30m
Auditório Rui Barbosa
Conferência 1
Dr. John Lennox
“A Origem da Vida e os Novos Ateus”
14/04/2009 (Terça-Feira)
8h – 10h
Credenciais do Congresso
10h – 12h
Auditório Rui Barbosa
Conferência 2
Dr. Aldo Mellender de Araujo
“Darwin Ontem e Hoje – 150 anos de Origem das espécies”
15h – 17h
Auditório Rui Barbosa
Mini-Curso
Ms. Adauto J. B. Lourenço – “Criacionismo”
Dr. Gustavo Caponi – “Evolucionismo”
19h – 21h
Auditório Rui Barbosa
Conferência 3
Dr. Paul Nelson
“A Árvore da Vida de Darwin”
15/04/2009 (Quarta-Feira)
8h – 9h
Credenciais do Congresso
9h – 10h
Auditório Rui Barbosa
Conferência 4
Dr. Gustavo Caponi
“A Origem das Espécies – O livro”
10h – 10h30min
Coffee-break
10h30min – 12h
Auditório Rui Barbosa
Conferência 5
Dr. John Lennox
“Fundamentos da Moralidade”
13h – 18h
Credenciais do Congresso
14h – 16h
Oficinas
Dr. Aldo Mellender de Araújo – ”Correntes dentro do Darwinismo”
Dr. Marcos Eberlin – “Design Inteligente”
19h – 22h
Auditório Rui Barbosa
Conferência 6
Dr. Marcos Eberlin
“Fomos Planejados – A maior descoberta de todos os tempos”
16/04/2009 (Quinta-Feira)
8h – 9h
Credenciais do Congresso
9h – 11h
Auditório Rui Barbosa
Conferência 7
Dr. Paul Nelson
“Implicações Morais e Intelectuais do Naturalismo Filosófico”
14h – 16h
Oficina
Jornalista Maurício Tuffani
“Tendências da Mídia quanto ao ensino de Design Inteligente nas Escolas e Universidades Públicas e Privadas”.
19h – 22h
Auditório Rui Barbosa
Mesa Redonda
Moderador: Dr. Augustus Nicodemus Gomes Lopes
Dr. Aldo Mellender de Araújo
Dr. Gustavo Caponi
Dr. John Lennox
Dr. Marcos Nogueira Eberlin
Encerramento
Dr. Augustus Nicodemus Gomes Lopes
Maiores informações aqui.
Oia nóis na fita do OI: O debate científico que ainda não ocorreu
terça-feira, fevereiro 24, 2009
MÍDIA & CRIACIONISMO
O debate científico que ainda não ocorreu
Por Enézio Eugênio de Almeida Filho em 23/2/2009
O Observatório da Imprensa é um dos poucos veículos que praticam jornalismo pluralista aqui no Brasil. Não podia ser diferente: é dever do OI observar objetivamente (em tese) a prática jornalística no Brasil, louvá-la ou criticá-la. Depois das comemorações dos 200 anos de Darwin, o OI vem concedendo espaço nunca antes concedido aos criacionistas para expressarem suas idéias:
"Rivalidade ou mal entendido?", da jornalista Ágatha Lemos
"A Darwin o que é de Deus", do pastor Douglas Reis
"Endeusando Darwin em clima de guerra", do jornalista Michelson Borges
O que a Grande Mídia Tupiniquim (GMT) publicou no Brasil celebrando os 200 anos de Darwin é simplesmente abominável como prática de jornalismo, enquanto jornalismo científico. Os artigos foram ideologicamente motivados por um positivismo e demarcacionismo epistemológico há muito superados. Polarizaram novamente a questão como sendo apenas ciência (racional) versus religião (irracional).
Leitura nas entrelinhas
Essa controvérsia é resíduo do ranço materialista do século 19. A controvérsia no século 21 não é se as especulações transformistas de Darwin contrariam relatos de criação das concepções religiosas, mas se as evidências corroboram Darwin. Elas não corroboram, e aí está o ponto científico que deveria ser abordado ouvindo-se os dois lados publicamente. Elas apontam em outra direção: design inteligente.
Mesmo demonizando e desvirtuando o criacionismo e as teses do design inteligente, a GMT não seguiu a máxima de Marcelo Leite de não dar espaço aos críticos de Darwin. Os criacionistas, então, ficaram extasiados com o espaço amplo que lhes foi concedido, algo impensável há alguns anos. Mas deixaram de ler nas entrelinhas:
1. A nomenklatura científica e a GMT instalaram uma kulturkampf no Brasil que não existia e estão blindando Darwin de quaisquer críticas, mesmo as científicas, sobre a robustez epistêmica de sua teoria em um contexto de justificação teórica;
2. Os criacionistas se tornaram "inocentes úteis" nas mãos da GMT e da nomenklatura científica. Repare que a GMT não convidou nenhum proponente da teoria do design inteligente aqui no Brasil. Olha que nós temos gente que é membro da Academia de Ciências...
3. Toda a crítica à teoria da evolução de Darwin é uma crítica à ciência.
Que a louvaminhice, o beija-mão e beija-pé de Darwin iriam à beira do êxtase naturalista ninguém discute. Que a nomenklatura científica e a GMT iriam "ressuscitar" e "instalar" uma kulturkampf no Brasil ninguém esperava.
Respostas pré-programadas
Eu vou jogar uma ducha de água fria nos criacionistas para que eles saiam de seu estado de êxtase, torpor de visões do terceiro céu midiático. Vocês estão sendo inocentemente usados pela GMT como escudo protetor de Darwin contra as críticas científicas robustas daquilo que ele se propôs explicar: a origem das espécies através da seleção natural.
Eu não me lembro de ter lido na Veja, Época, Scientific American Brasil, Folha de S. Paulo, O Estado de S. Paulo, O Globo, Superinteressante ou Galileu e nem assistido, no Fantástico, alguns destes questionamentos teóricos:
1. O mecanismo neodarwinista de seleção natural agindo sobre as variações aleatórias não parece ser suficiente para produzir: (a) nova informação genética especificada; (b) sistemas e máquinas moleculares "irredutivelmente complexos", "funcionalmente integrados" (como os motores bacterianos, circuitos de transdução de sinal ou o sistema de coagulação sanguínea; (c) novos órgãos e novas estruturas morfológicas (tais como as asas, penas, os olhos, a ecolocação, o ovo amniótico, a pele, os sistemas nervosos e a multicelularidade; (d) novos planos corporais.
2. Muitos mecanismos de mudanças evolutivas significantes não dependem de mutações aleatórias, como exige o mecanismo neodarwinista, mas parecem ser dirigidos por respostas pré-programadas aos estímulos ambientais.
Teoria do ancestral comum
3. O padrão de surgimento abrupto das espécies, a falta de elos no registro fóssil (como visto na explosão cambriana), a revolução marinha no mesozóico e o grande desabrochar de vida das plantas angiospermas não se conformam com as expectativas neodarwinistas sobre a história evolutiva da vida.
4. Evidências da biologia do desenvolvimento sugerem limites nítidos para a quantidade de mudança evolutiva que as coisas bióticas podem sofrer, lançando dúvidas sobre a teoria darwinista do ancestral comum e sugerindo uma razão para a estase morfológica no registro fóssil.
5. Muitas estruturas homólogas (e até algumas proteínas) derivam de genes não-homólogos, enquanto que muitas estruturas dessemelhantes derivam de genes similares, contradizendo as expectativas do neodarwinismo nos dois casos.
6. Os programas de desenvolvimentos (inferidos) entre os animais metazoários do período cambriano são dessemelhantes (ou não conservados), contrariando as expectativas neodarwinistas.
7. O código genético não tem sido "provado" universal, contrariando as expectativas neodarwinistas baseadas na teoria do ancestral comum [todos esses questionamentos teóricos estão baseados na literatura científica recente e de livre acesso aos professores e alunos de universidades brasileiras públicas e privadas através do site http://www.capes.gov.br(clique em Periódicos)].
Falta de liberdade acadêmica
Essas são algumas das evidências que contrariam a robustez epistêmica da teoria geral da evolução de Darwin que a nomenklatura científica não quer que venham à tona, muito menos sendo abordadas em veículos midiáticos da Grande Mídia brasileira.
Ciência versus religião? O debate que precisa ser debatido é este: a teoria da evolução de Darwin passa por uma crise epistêmica em um contexto de justificação teórica? Passa, tanto é que a nova teoria geral da evolução, a Síntese Evolutiva Ampliada, não será selecionista. A teoria do design inteligente, como teoria de informação complexa e especificada, será academicamente discutida?
Esse é o tipo de debate que Darwin, sem dúvida, aprovaria: as controvérsias científicas ajudam no desenvolvimento da ciência porque em ciência não existe theoria perennis. Nem a teoria da evolução de Darwin.
Infelizmente, esse debate não ocorre livremente nas universidades brasileiras públicas e privadas, e não é abordado francamente pela Grande Mídia. Isso é falta de liberdade acadêmica e flagrante violação da nossa cidadania em ter acesso a informações científicas atuais sobre o status da teoria geral da evolução em um contexto de justificação teórica.
Esse é o debate que ainda não correu no Brasil.
O debate científico que ainda não ocorreu
Por Enézio Eugênio de Almeida Filho em 23/2/2009
O Observatório da Imprensa é um dos poucos veículos que praticam jornalismo pluralista aqui no Brasil. Não podia ser diferente: é dever do OI observar objetivamente (em tese) a prática jornalística no Brasil, louvá-la ou criticá-la. Depois das comemorações dos 200 anos de Darwin, o OI vem concedendo espaço nunca antes concedido aos criacionistas para expressarem suas idéias:
"Rivalidade ou mal entendido?", da jornalista Ágatha Lemos
"A Darwin o que é de Deus", do pastor Douglas Reis
"Endeusando Darwin em clima de guerra", do jornalista Michelson Borges
O que a Grande Mídia Tupiniquim (GMT) publicou no Brasil celebrando os 200 anos de Darwin é simplesmente abominável como prática de jornalismo, enquanto jornalismo científico. Os artigos foram ideologicamente motivados por um positivismo e demarcacionismo epistemológico há muito superados. Polarizaram novamente a questão como sendo apenas ciência (racional) versus religião (irracional).
Leitura nas entrelinhas
Essa controvérsia é resíduo do ranço materialista do século 19. A controvérsia no século 21 não é se as especulações transformistas de Darwin contrariam relatos de criação das concepções religiosas, mas se as evidências corroboram Darwin. Elas não corroboram, e aí está o ponto científico que deveria ser abordado ouvindo-se os dois lados publicamente. Elas apontam em outra direção: design inteligente.
Mesmo demonizando e desvirtuando o criacionismo e as teses do design inteligente, a GMT não seguiu a máxima de Marcelo Leite de não dar espaço aos críticos de Darwin. Os criacionistas, então, ficaram extasiados com o espaço amplo que lhes foi concedido, algo impensável há alguns anos. Mas deixaram de ler nas entrelinhas:
1. A nomenklatura científica e a GMT instalaram uma kulturkampf no Brasil que não existia e estão blindando Darwin de quaisquer críticas, mesmo as científicas, sobre a robustez epistêmica de sua teoria em um contexto de justificação teórica;
2. Os criacionistas se tornaram "inocentes úteis" nas mãos da GMT e da nomenklatura científica. Repare que a GMT não convidou nenhum proponente da teoria do design inteligente aqui no Brasil. Olha que nós temos gente que é membro da Academia de Ciências...
3. Toda a crítica à teoria da evolução de Darwin é uma crítica à ciência.
Que a louvaminhice, o beija-mão e beija-pé de Darwin iriam à beira do êxtase naturalista ninguém discute. Que a nomenklatura científica e a GMT iriam "ressuscitar" e "instalar" uma kulturkampf no Brasil ninguém esperava.
Respostas pré-programadas
Eu vou jogar uma ducha de água fria nos criacionistas para que eles saiam de seu estado de êxtase, torpor de visões do terceiro céu midiático. Vocês estão sendo inocentemente usados pela GMT como escudo protetor de Darwin contra as críticas científicas robustas daquilo que ele se propôs explicar: a origem das espécies através da seleção natural.
Eu não me lembro de ter lido na Veja, Época, Scientific American Brasil, Folha de S. Paulo, O Estado de S. Paulo, O Globo, Superinteressante ou Galileu e nem assistido, no Fantástico, alguns destes questionamentos teóricos:
1. O mecanismo neodarwinista de seleção natural agindo sobre as variações aleatórias não parece ser suficiente para produzir: (a) nova informação genética especificada; (b) sistemas e máquinas moleculares "irredutivelmente complexos", "funcionalmente integrados" (como os motores bacterianos, circuitos de transdução de sinal ou o sistema de coagulação sanguínea; (c) novos órgãos e novas estruturas morfológicas (tais como as asas, penas, os olhos, a ecolocação, o ovo amniótico, a pele, os sistemas nervosos e a multicelularidade; (d) novos planos corporais.
2. Muitos mecanismos de mudanças evolutivas significantes não dependem de mutações aleatórias, como exige o mecanismo neodarwinista, mas parecem ser dirigidos por respostas pré-programadas aos estímulos ambientais.
Teoria do ancestral comum
3. O padrão de surgimento abrupto das espécies, a falta de elos no registro fóssil (como visto na explosão cambriana), a revolução marinha no mesozóico e o grande desabrochar de vida das plantas angiospermas não se conformam com as expectativas neodarwinistas sobre a história evolutiva da vida.
4. Evidências da biologia do desenvolvimento sugerem limites nítidos para a quantidade de mudança evolutiva que as coisas bióticas podem sofrer, lançando dúvidas sobre a teoria darwinista do ancestral comum e sugerindo uma razão para a estase morfológica no registro fóssil.
5. Muitas estruturas homólogas (e até algumas proteínas) derivam de genes não-homólogos, enquanto que muitas estruturas dessemelhantes derivam de genes similares, contradizendo as expectativas do neodarwinismo nos dois casos.
6. Os programas de desenvolvimentos (inferidos) entre os animais metazoários do período cambriano são dessemelhantes (ou não conservados), contrariando as expectativas neodarwinistas.
7. O código genético não tem sido "provado" universal, contrariando as expectativas neodarwinistas baseadas na teoria do ancestral comum [todos esses questionamentos teóricos estão baseados na literatura científica recente e de livre acesso aos professores e alunos de universidades brasileiras públicas e privadas através do site http://www.capes.gov.br(clique em Periódicos)].
Falta de liberdade acadêmica
Essas são algumas das evidências que contrariam a robustez epistêmica da teoria geral da evolução de Darwin que a nomenklatura científica não quer que venham à tona, muito menos sendo abordadas em veículos midiáticos da Grande Mídia brasileira.
Ciência versus religião? O debate que precisa ser debatido é este: a teoria da evolução de Darwin passa por uma crise epistêmica em um contexto de justificação teórica? Passa, tanto é que a nova teoria geral da evolução, a Síntese Evolutiva Ampliada, não será selecionista. A teoria do design inteligente, como teoria de informação complexa e especificada, será academicamente discutida?
Esse é o tipo de debate que Darwin, sem dúvida, aprovaria: as controvérsias científicas ajudam no desenvolvimento da ciência porque em ciência não existe theoria perennis. Nem a teoria da evolução de Darwin.
Infelizmente, esse debate não ocorre livremente nas universidades brasileiras públicas e privadas, e não é abordado francamente pela Grande Mídia. Isso é falta de liberdade acadêmica e flagrante violação da nossa cidadania em ter acesso a informações científicas atuais sobre o status da teoria geral da evolução em um contexto de justificação teórica.
Esse é o debate que ainda não correu no Brasil.
Teste pipoca (não vale colar!)
segunda-feira, fevereiro 23, 2009
Teste pipoca (não vale colar!)
Paul Nelson
Para fazer o teste — ou brincar com ele — eis aqui a sua informação de background, e não vale colar olhando em livros-texto de biologia celular ou usar as bases de dados do Google ou PubMed.
1. Topoisomerases são enzimas essenciais encontradas em todos os organismos, que solucionam problemas topológicos que surgem da estrutura de dupla hélice do DNA.
Bem, vamos presumir que:
2. Todos os organismos na Terra compartilham de um ancestral comum, o LUCA (Last Universal Common Ancestor – Último Ancestral Comum Universal).
OK — hora de fazer o teste. Considerando-se (1) e (2), o que nós deveríamos esperar encontrar no que diz respeito à homologia das topoisomerases quando nós examinamos os organismos que descenderam do LUCA em partes diferentes da Árvore da Vida?
Múltipla escolha:
A) Topoisomerases homólogas
B) Topoisomerases não-homólogas
C) Eu não posso dizer.
Faça suas melhores tentativas, e depois vá aqui.
[Este artigo é Open Access.]
Não perca o comentário dos autores, 12 linhas abaixo. Na coluna do lado direito, na primeira página.
Concorda ou discorda?
+++++
Nucleic Acids Research Advance Access published online on February 9, 2009
Nucleic Acids Research, doi:10.1093/nar/gkp032
Survey and Summary
Phylogenomics of DNA topoisomerases: their origin and putative roles in the emergence of modern organisms
Patrick Forterre and Danièle Gadelle*
Institut de Génétique et Microbiologie, Univ Paris-Sud, 91405 Orsay Cedex, France CNRS UMR 8621 and Institut Pasteur, 75015 Paris, France
*To whom correspondence should be addressed. Tel: +0033169156445; Fax: +0033169157808; Email: daniele.gadelle@igmors.u-psud.fr
Received October 31, 2008. Revised January 12, 2009. Accepted January 12, 2009.
ABSTRACT
Topoisomerases are essential enzymes that solve topological problems arising from the double-helical structure of DNA. As a consequence, one should have naively expected to find homologous topoisomerases in all cellular organisms, dating back to their last common ancestor. However, as observed for other enzymes working with DNA, this is not the case. Phylogenomics analysesindicate that different sets of topoisomerases were present in the most recent common ancestors of each of the three cellular domains of life (some of them being common to two or three domains), whereas other topoisomerases families or subfamilies were acquired in a particular domain, or even a particular lineage, by horizontal gene transfers. Interestingly, two groups of viruses encode topoisomerases that are only distantly related to their cellular counterparts. To explain these observations, we suggest that topoisomerases originated in an ancestral virosphere, and that various subfamilies were later on transferred independently to different ancient cellular lineages. We also proposed that topoisomerases have played a critical role in the origin of modern genomes and in the emergence of the three cellular domains.
INTRODUCTION
DNA topoisomerases (hereafter referred to as topoisomerases) are molecular magicians that are absolutely essential to solve topological problems arising from the double-helical structure of DNA (1,2). Type I topoisomerases (Topo I) introduce transient DNA single-stranded breaks in order to change the topological linking number of a double-stranded DNA molecule by steps ofone, whereas type II topoisomerases (Topo II) introduce transient double-stranded breaks and change the linking number by steps of two. Although topological problems are obvious with circular DNA genomes, they also occur with linear DNA, as indicated by the requirement of topoisomerases in eukaryotes, and in viruses with long linear genomes (from around 100 kb to 1 Mb). From such consideration, one should have naively expected to find in all cells two homologous topoisomerases descendant from two ancestral topoisomerases present in the Last Universal Common Ancestor (LUCA), which was usually assumed to contain a DNA genome (3). An intelligent designer would have probably invented only one ubiquitous Topo I and one ubiquitous Topo II to facilitate the task of future biochemists. The reality turned out to be quite different, and more interesting. As in the case of otherenzymes working with DNA, such as DNA polymerases, the distribution of topoisomerases families and sub-families among modern organisms is not congruent with the universal tree of life based on 16S rRNA sequence comparison (with the trinity Archaea, Bacteria and Eukarya). This is a challenging observation, since the phylogenies of many other important cellular proteins (universal ribosomal proteins, large RNA polymerase subunits, components of the protein-secretion system, ATP syntheses), as well as whole genome phylogenies (based on various methods) follow the tripartite rule.
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PDF do artigo gratuito aqui.
Respostas em inglês para Paul Nelson no site UD.
Paul Nelson
Para fazer o teste — ou brincar com ele — eis aqui a sua informação de background, e não vale colar olhando em livros-texto de biologia celular ou usar as bases de dados do Google ou PubMed.
1. Topoisomerases são enzimas essenciais encontradas em todos os organismos, que solucionam problemas topológicos que surgem da estrutura de dupla hélice do DNA.
Bem, vamos presumir que:
2. Todos os organismos na Terra compartilham de um ancestral comum, o LUCA (Last Universal Common Ancestor – Último Ancestral Comum Universal).
OK — hora de fazer o teste. Considerando-se (1) e (2), o que nós deveríamos esperar encontrar no que diz respeito à homologia das topoisomerases quando nós examinamos os organismos que descenderam do LUCA em partes diferentes da Árvore da Vida?
Múltipla escolha:
A) Topoisomerases homólogas
B) Topoisomerases não-homólogas
C) Eu não posso dizer.
Faça suas melhores tentativas, e depois vá aqui.
[Este artigo é Open Access.]
Não perca o comentário dos autores, 12 linhas abaixo. Na coluna do lado direito, na primeira página.
Concorda ou discorda?
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Nucleic Acids Research Advance Access published online on February 9, 2009
Nucleic Acids Research, doi:10.1093/nar/gkp032
Survey and Summary
Phylogenomics of DNA topoisomerases: their origin and putative roles in the emergence of modern organisms
Patrick Forterre and Danièle Gadelle*
Institut de Génétique et Microbiologie, Univ Paris-Sud, 91405 Orsay Cedex, France CNRS UMR 8621 and Institut Pasteur, 75015 Paris, France
*To whom correspondence should be addressed. Tel: +0033169156445; Fax: +0033169157808; Email: daniele.gadelle@igmors.u-psud.fr
Received October 31, 2008. Revised January 12, 2009. Accepted January 12, 2009.
ABSTRACT
Topoisomerases are essential enzymes that solve topological problems arising from the double-helical structure of DNA. As a consequence, one should have naively expected to find homologous topoisomerases in all cellular organisms, dating back to their last common ancestor. However, as observed for other enzymes working with DNA, this is not the case. Phylogenomics analysesindicate that different sets of topoisomerases were present in the most recent common ancestors of each of the three cellular domains of life (some of them being common to two or three domains), whereas other topoisomerases families or subfamilies were acquired in a particular domain, or even a particular lineage, by horizontal gene transfers. Interestingly, two groups of viruses encode topoisomerases that are only distantly related to their cellular counterparts. To explain these observations, we suggest that topoisomerases originated in an ancestral virosphere, and that various subfamilies were later on transferred independently to different ancient cellular lineages. We also proposed that topoisomerases have played a critical role in the origin of modern genomes and in the emergence of the three cellular domains.
INTRODUCTION
DNA topoisomerases (hereafter referred to as topoisomerases) are molecular magicians that are absolutely essential to solve topological problems arising from the double-helical structure of DNA (1,2). Type I topoisomerases (Topo I) introduce transient DNA single-stranded breaks in order to change the topological linking number of a double-stranded DNA molecule by steps ofone, whereas type II topoisomerases (Topo II) introduce transient double-stranded breaks and change the linking number by steps of two. Although topological problems are obvious with circular DNA genomes, they also occur with linear DNA, as indicated by the requirement of topoisomerases in eukaryotes, and in viruses with long linear genomes (from around 100 kb to 1 Mb). From such consideration, one should have naively expected to find in all cells two homologous topoisomerases descendant from two ancestral topoisomerases present in the Last Universal Common Ancestor (LUCA), which was usually assumed to contain a DNA genome (3). An intelligent designer would have probably invented only one ubiquitous Topo I and one ubiquitous Topo II to facilitate the task of future biochemists. The reality turned out to be quite different, and more interesting. As in the case of otherenzymes working with DNA, such as DNA polymerases, the distribution of topoisomerases families and sub-families among modern organisms is not congruent with the universal tree of life based on 16S rRNA sequence comparison (with the trinity Archaea, Bacteria and Eukarya). This is a challenging observation, since the phylogenies of many other important cellular proteins (universal ribosomal proteins, large RNA polymerase subunits, components of the protein-secretion system, ATP syntheses), as well as whole genome phylogenies (based on various methods) follow the tripartite rule.
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Respostas em inglês para Paul Nelson no site UD.
Para a galera dos meninos e meninas de Darwin: quem pode aprender coisas que são difíceis é sábio!
domingo, fevereiro 22, 2009
"He Who Can Learn Things that are Difficult, and Not Easy for Man to Know, is Wise" An Address to the Students in MIT 10-250, Caltech 201 E. Bridge, and Similar Lecture Halls: Minds that are the Greatest Natural Resource in the World
Edward H. Sisson
affiliation not provided to SSRN
January 15, 2009
Abstract:
How human beings came to exist in this physical world is a question that has preoccupied mankind for as long as history records; every religion offers an answer, and so too have philosophers of natural history from Aristotle and before. The year 2009 will see celebrations of the 200th anniversary of the birth of Charles Darwin, progenitor of the theory - or fact, as its adherents see it - that gives the secular scientific world the "creation story" dominant today. Social status in every society flows to the people who persuade the mass that they offer the true and accurate explanation of how we humans came to be; but the social and financial benefits that flow to the "truth pronouncers" of society produce sociological and psychological motivations that bias and impair the independent logical assessment of whether the data supports, or contradicts, the story whose wide acceptance produces so many tangible benefits. The discoveries of molecular biology and DNA over the years since 1950 raise, in the minds of a dissident minority of scientists, substantial possibilities that the theory of evolution cannot be considered complete without the operation of some force or element in the material world that we can only conceive of as being akin to the intelligence with which we ourselves address the world. In this paper, the author, holder of an MIT bachelor of science (in architecture) and the latest in a family of seven generations of physicians, scientists, and engineers, from the 1700s to the 2000s, relates lessons learned not only about evolution, molecular biology, and "intelligent design," but also about the accumulated "bad habits" that have developed and encrusted the conduct of science in the 130 years since the foundation of the research-oriented universities in the 1870s.
Keywords: science, education, innovation, dissent, evolution, intelligent design, history of science, sociology of science, psychology of science, education, religion
JEL Classifications: D71, D73, H52, I20, I28, J44, L31, L32, O00, O30, O31, O32, O38
Working Paper Series
PDF da palestra gratuito aqui.
Tirando o chapéu para William Dembski.
Edward H. Sisson
affiliation not provided to SSRN
January 15, 2009
Abstract:
How human beings came to exist in this physical world is a question that has preoccupied mankind for as long as history records; every religion offers an answer, and so too have philosophers of natural history from Aristotle and before. The year 2009 will see celebrations of the 200th anniversary of the birth of Charles Darwin, progenitor of the theory - or fact, as its adherents see it - that gives the secular scientific world the "creation story" dominant today. Social status in every society flows to the people who persuade the mass that they offer the true and accurate explanation of how we humans came to be; but the social and financial benefits that flow to the "truth pronouncers" of society produce sociological and psychological motivations that bias and impair the independent logical assessment of whether the data supports, or contradicts, the story whose wide acceptance produces so many tangible benefits. The discoveries of molecular biology and DNA over the years since 1950 raise, in the minds of a dissident minority of scientists, substantial possibilities that the theory of evolution cannot be considered complete without the operation of some force or element in the material world that we can only conceive of as being akin to the intelligence with which we ourselves address the world. In this paper, the author, holder of an MIT bachelor of science (in architecture) and the latest in a family of seven generations of physicians, scientists, and engineers, from the 1700s to the 2000s, relates lessons learned not only about evolution, molecular biology, and "intelligent design," but also about the accumulated "bad habits" that have developed and encrusted the conduct of science in the 130 years since the foundation of the research-oriented universities in the 1870s.
Keywords: science, education, innovation, dissent, evolution, intelligent design, history of science, sociology of science, psychology of science, education, religion
JEL Classifications: D71, D73, H52, I20, I28, J44, L31, L32, O00, O30, O31, O32, O38
Working Paper Series
PDF da palestra gratuito aqui.
Tirando o chapéu para William Dembski.
Marcello Geiger e as facções da ciência e das religiões
+Marcello Geiger
As facções da ciência e as religiões
Forçar a rigidez teórica é condenar a ciência a viver em profunda ignorância epistêmica
Como escrevi em colunas recentes, neste ano celebramos dois grandes aniversários. O primeiro, a louvaminhice, o beija-mão e beija-pé do bicentenário do nascimento de Charles Darwin e o sesquicentenário da publicação do "A Origem das Espécies" (não foi assim tão revolucionário na sua época como alardeado falsamente pelos colunistas e jornalistas científicos que não conhecem História da Ciência [“The Non-Darwinian Revolution – Reinterpreting a Historical Myth”, Peter J. Bowler, John Hopkins University Press, 1988). O segundo aniversário de livro, este sim revolucionário, os quatrocentos anos da publicação do livro "Astronomia Nova", em que Johannes Kepler mostrou que a órbita de Marte é elíptica, inferindo que todas as outras seriam também.
No mesmo ano, 1609, Galileu Galilei apontou o seu telescópio para os céus mudando a astronomia para sempre. E não foi só por causa disso, mas por inveja dos seus pares, foi entregue ardilosamente de mão beijada pela Nomenklatura científica do seu tempo para que a Igreja Católica, detentora do poder temporal da época realizasse o trabalho sujo — “A solução final” dos dissidentes da ortodoxia paradigmática. Persiste no século 21 sem a ajuda da religião teísta, mas com ajuda da religião ateísta.
Em ambos os casos, as descobertas científicas criaram sérios atritos não só com as autoridades religiosas, mas com a Nomenklatura científica que é antropofágica e destruidora de carreiras acadêmicas. Atritos que, infelizmente, sobrevivem de alguma forma até hoje, não só principalmente com as religiões monoteístas que dominam o mundo ocidental e o Oriente Médio: judaísmo, cristianismo e islamismo, mas com a Nomenklatura científica mesmerizada pelo naturalismo filosófico. O momento é oportuno para iniciarmos uma reavaliação das suas causas e apontar, talvez, resoluções. A verdade não está com a religião e nem com a ciência. A verdade está na verdade.
Simplificando, o problema maior não começa no embate entre a ciência e a religião. Começa no embate entre as religiões e nas muitas facções científicas. Existe uma polarização cada vez maior já dentro das religiões entre correntes mais ortodoxas e aquelas mais liberais, polarização esta cada vez maior também dentro das facções científicas. As diferenças são enormes tanto nas religiões como na ciência. Por exemplo, no caso do judaísmo, podemos hoje encontrar rabinas liderando congregações, algo que enfureceria ao meu avô e a seus amigos. Na ciência existem correntes que privilegiam mais as evidências e outras que privilegiam a teoria em detrimento das evidências contrárias. Ciências exatas e ciências humanas. Tem até ciência sem sujeito de pesquisa: a exobiologia.
Nos EUA, algumas correntes protestantes, como os episcopélicos [SIC ULTRA PLUS: episcopais], têm pastores e bispos abertamente homossexuais. Nessas correntes mais liberais dentre as religiões se vê também uma relação completamente diferente com a ciência. Não só nos EUA, mas também no Brasil, como há cientistas abertamente homossexuais diretores de departamentos de universidades públicas e privadas. A preferência e prática sexuais desses cientistas não depõem contra sua preferência e prática de ciência normal. O que depõe são alguns casos de “favores sexuais” solicitados para que o(a) aluno(a) avance na graduação, pós-graduação, y otras cositas mais. Nós sabemos do que estamos falando...
Há colunistas científicos que enxergam nesta liberalidade sexual das religiões uma coisa boa. “Em vez do radicalismo imposto por uma interpretação liberal [SIC: não seria literal?] da Bíblia, as correntes mais liberais tendem a ver o texto bíblico de forma simbólica, como uma representação metafórica de acontecimentos e fatos passados com o intuito — dentre outros — de fornecer uma orientação moral para a população. E ficam de comentar a questão da necessidade de um código moral de origem religiosa para outro dia, demonstrando profunda ignorância de que este assunto não é científico.
Que existem pastores e rabinos afirmando ser absurdo insistir que a Terra tenha menos de 10 mil anos ou que Adão e Eva surgiram da terra, não se discute. O que se discute, e aqui cabe a pergunta marota deste advogado do Diabo: e o resto do texto sagrado das concepções religiosas, também é absurdo? Como fazer essa distinção hermenêutica? Através do Urim e Tumim, de runas, búzios, tarô, uni, duni, tê? Vale tudo? O que é mito? O que é verdade? O que é a realidade? O que é ciência? Conheço mais de 15 definições...
Realmente, para um número cada vez maior de congregações, é fútil fechar os olhos para os avanços da ciência, mas muito mais fútil para elas é fechar os olhos para as insuficiências teóricas fundamentais de determinadas teorias científicas da origem e evolução da vida em um contexto de justificação teórica. Elas rendem sua capacidade de pensar, seus cérebros, no altar da uniformidade do discurso epistemológico em detrimentos das evidências.
Para eles, não basta somente a preservação dos valores religiosos, da coesão de suas congregações depende de uma modernização de suas posições de modo que possam refletir o mundo em que vivemos hoje e não aquele em que pessoas viviam há dois mil anos. Muito mais importante para eles é mostrar que a Nomenklatura científica se recusa modernizar suas posições de modo a refletir o mundo das evidências que encontramos no século 21 e não aquele em que os cientistas viviam no século 19.
O mundo mudou, a sociedade mudou, a ciência também precisa e deve mudar. Do jeito que está não é ciência, é naturalismo filosófico. É ideologia.
Insistir na rigidez da ortodoxia é condenar a ciência a viver em profunda ignorância epistêmica, numa realidade incompatível com as evidências encontradas na natureza. Se o pastor ou rabino ortodoxo tem câncer e recebe terapia de radiação, ele deve saber que é essa mesma radiação que permite a datação de fósseis com centenas de milhões de anos. É hipocrisia aceitar a cura da radiação nuclear e ainda assim negar os seus outros usos. Por outro lado, muito mais hipocrisia está do lado do cientista, que descobriu a terapia de radiação posteriormente, mas lançou primeiro duas bombas atômicas em Hiroshima e Nagasaki, e diz, simploriamente, que este foi um uso indevido da ciência, e tentam assim eximir-se da culpa de genocídio. Genocidas!!!
Indiscutível — fechar os olhos para os avanços da ciência é escolher um retorno ao obscurantismo medieval, quando homens viviam suas vidas assombrados por espíritos e demônios, subjugados pelo medo a aceitar a proteção de Deus. Um colunista científico foi mais longe e pregou com ardor evangélico: “A escolha por uma devoção religiosa — se é essa a sua escolha — não deveria ser produto do medo.”
Deveria ser produto do quê? Nosso colunista científico não explica. Dos milhões de anos de evolução? Nas populações humanas existiria alguma vantagem devido a pressão seletiva de uma “crença” no Invisível/Inexistente? Se foi pressão seletiva que favoreceu a espécie humana sobreviver e evoluir, o que vemos hoje é a “solução final”, o extermínio dessas populações evolutivas infligidas por outro grupo cultural mais poderoso: os “Homo sapiens sapiens dawkinsiensis” que afirmam ser Deus uma ilusão. Todos nos seus guetos e catacumbas sabáticos ou dominicais. Alijados da construção da realidade cultural. “Darwin über alles!!!” "Darwin locuta, causa finita!!!"
Na catedral de São Paulo em Melbourne, Austrália, aconteceu um simpósio sobre Darwin. Nos EUA, cerca de 800 pastores e rabinos se reuniram para discutir modos de reconciliação entre ciência e religião. Parece que finalmente um novo diálogo está começando. Já era tempo. Mas dois grupos ficaram de fora dessas discussões: os crentes de concepções religiosas conservadoras e os cientistas mesmerizados pelo naturalismo filosófico como se fosse a própria ciência. Sem essas espécies, não ocorre o diálogo.
Caveat (cuidado) Nomenklatura científica, em ciência o que vale são as evidências, que se danem as teorias. Tentar cooptar os fiéis de concepções religiosas para discursos que a ciência não diz (quem diz são os cientistas influenciados por sua Weltanschauung) não é hipocrisia, é desonestidade acadêmica e descompasso com a verdade científica, pois a ciência nada diz sobre Deus.
MARCELLO GEIGER é professor de metafísica quântica no Darwinmouth College, em Hanover (EUA), e autor do livro “A Desarmonia da Ciência”.
+++++
Baseado em +Marcelo Gleiser
A ciência e as religiões [Via Jornal da Ciência em 25/02/2009]
Forçar a rigidez é condenar a congregação a viver no passado.
Como escrevi em posts recentes, neste ano celebramos dois grandes aniversários. O primeiro, o bicentenário do nascimento de Charles Darwin e o sesquicentenário da publicação de seu revolucionário "A Origem das Espécies". O segundo, os quatrocentos anos da publicação do livro "Astronomia Nova", em que Johannes Kepler mostrou que a órbita de Marte é elíptica, inferindo que todas as outras seriam também.
No mesmo ano, 1609, Galileu Galilei apontou o seu telescópio para os céus mudando a astronomia para sempre.
Em ambos os casos, as descobertas científicas criaram sérios atritos com as autoridades religiosas. Atritos que, infelizmente, sobrevivem de alguma forma até hoje, principalmente com as religiões monoteístas que dominam o mundo ocidental e o Oriente Médio: judaísmo, cristianismo e islamismo. O momento é oportuno para iniciarmos uma reavaliação das suas causas e apontar, talvez, resoluções.
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As facções da ciência e as religiões
Forçar a rigidez teórica é condenar a ciência a viver em profunda ignorância epistêmica
Como escrevi em colunas recentes, neste ano celebramos dois grandes aniversários. O primeiro, a louvaminhice, o beija-mão e beija-pé do bicentenário do nascimento de Charles Darwin e o sesquicentenário da publicação do "A Origem das Espécies" (não foi assim tão revolucionário na sua época como alardeado falsamente pelos colunistas e jornalistas científicos que não conhecem História da Ciência [“The Non-Darwinian Revolution – Reinterpreting a Historical Myth”, Peter J. Bowler, John Hopkins University Press, 1988). O segundo aniversário de livro, este sim revolucionário, os quatrocentos anos da publicação do livro "Astronomia Nova", em que Johannes Kepler mostrou que a órbita de Marte é elíptica, inferindo que todas as outras seriam também.
No mesmo ano, 1609, Galileu Galilei apontou o seu telescópio para os céus mudando a astronomia para sempre. E não foi só por causa disso, mas por inveja dos seus pares, foi entregue ardilosamente de mão beijada pela Nomenklatura científica do seu tempo para que a Igreja Católica, detentora do poder temporal da época realizasse o trabalho sujo — “A solução final” dos dissidentes da ortodoxia paradigmática. Persiste no século 21 sem a ajuda da religião teísta, mas com ajuda da religião ateísta.
Em ambos os casos, as descobertas científicas criaram sérios atritos não só com as autoridades religiosas, mas com a Nomenklatura científica que é antropofágica e destruidora de carreiras acadêmicas. Atritos que, infelizmente, sobrevivem de alguma forma até hoje, não só principalmente com as religiões monoteístas que dominam o mundo ocidental e o Oriente Médio: judaísmo, cristianismo e islamismo, mas com a Nomenklatura científica mesmerizada pelo naturalismo filosófico. O momento é oportuno para iniciarmos uma reavaliação das suas causas e apontar, talvez, resoluções. A verdade não está com a religião e nem com a ciência. A verdade está na verdade.
Simplificando, o problema maior não começa no embate entre a ciência e a religião. Começa no embate entre as religiões e nas muitas facções científicas. Existe uma polarização cada vez maior já dentro das religiões entre correntes mais ortodoxas e aquelas mais liberais, polarização esta cada vez maior também dentro das facções científicas. As diferenças são enormes tanto nas religiões como na ciência. Por exemplo, no caso do judaísmo, podemos hoje encontrar rabinas liderando congregações, algo que enfureceria ao meu avô e a seus amigos. Na ciência existem correntes que privilegiam mais as evidências e outras que privilegiam a teoria em detrimento das evidências contrárias. Ciências exatas e ciências humanas. Tem até ciência sem sujeito de pesquisa: a exobiologia.
Nos EUA, algumas correntes protestantes, como os episcopélicos [SIC ULTRA PLUS: episcopais], têm pastores e bispos abertamente homossexuais. Nessas correntes mais liberais dentre as religiões se vê também uma relação completamente diferente com a ciência. Não só nos EUA, mas também no Brasil, como há cientistas abertamente homossexuais diretores de departamentos de universidades públicas e privadas. A preferência e prática sexuais desses cientistas não depõem contra sua preferência e prática de ciência normal. O que depõe são alguns casos de “favores sexuais” solicitados para que o(a) aluno(a) avance na graduação, pós-graduação, y otras cositas mais. Nós sabemos do que estamos falando...
Há colunistas científicos que enxergam nesta liberalidade sexual das religiões uma coisa boa. “Em vez do radicalismo imposto por uma interpretação liberal [SIC: não seria literal?] da Bíblia, as correntes mais liberais tendem a ver o texto bíblico de forma simbólica, como uma representação metafórica de acontecimentos e fatos passados com o intuito — dentre outros — de fornecer uma orientação moral para a população. E ficam de comentar a questão da necessidade de um código moral de origem religiosa para outro dia, demonstrando profunda ignorância de que este assunto não é científico.
Que existem pastores e rabinos afirmando ser absurdo insistir que a Terra tenha menos de 10 mil anos ou que Adão e Eva surgiram da terra, não se discute. O que se discute, e aqui cabe a pergunta marota deste advogado do Diabo: e o resto do texto sagrado das concepções religiosas, também é absurdo? Como fazer essa distinção hermenêutica? Através do Urim e Tumim, de runas, búzios, tarô, uni, duni, tê? Vale tudo? O que é mito? O que é verdade? O que é a realidade? O que é ciência? Conheço mais de 15 definições...
Realmente, para um número cada vez maior de congregações, é fútil fechar os olhos para os avanços da ciência, mas muito mais fútil para elas é fechar os olhos para as insuficiências teóricas fundamentais de determinadas teorias científicas da origem e evolução da vida em um contexto de justificação teórica. Elas rendem sua capacidade de pensar, seus cérebros, no altar da uniformidade do discurso epistemológico em detrimentos das evidências.
Para eles, não basta somente a preservação dos valores religiosos, da coesão de suas congregações depende de uma modernização de suas posições de modo que possam refletir o mundo em que vivemos hoje e não aquele em que pessoas viviam há dois mil anos. Muito mais importante para eles é mostrar que a Nomenklatura científica se recusa modernizar suas posições de modo a refletir o mundo das evidências que encontramos no século 21 e não aquele em que os cientistas viviam no século 19.
O mundo mudou, a sociedade mudou, a ciência também precisa e deve mudar. Do jeito que está não é ciência, é naturalismo filosófico. É ideologia.
Insistir na rigidez da ortodoxia é condenar a ciência a viver em profunda ignorância epistêmica, numa realidade incompatível com as evidências encontradas na natureza. Se o pastor ou rabino ortodoxo tem câncer e recebe terapia de radiação, ele deve saber que é essa mesma radiação que permite a datação de fósseis com centenas de milhões de anos. É hipocrisia aceitar a cura da radiação nuclear e ainda assim negar os seus outros usos. Por outro lado, muito mais hipocrisia está do lado do cientista, que descobriu a terapia de radiação posteriormente, mas lançou primeiro duas bombas atômicas em Hiroshima e Nagasaki, e diz, simploriamente, que este foi um uso indevido da ciência, e tentam assim eximir-se da culpa de genocídio. Genocidas!!!
Indiscutível — fechar os olhos para os avanços da ciência é escolher um retorno ao obscurantismo medieval, quando homens viviam suas vidas assombrados por espíritos e demônios, subjugados pelo medo a aceitar a proteção de Deus. Um colunista científico foi mais longe e pregou com ardor evangélico: “A escolha por uma devoção religiosa — se é essa a sua escolha — não deveria ser produto do medo.”
Deveria ser produto do quê? Nosso colunista científico não explica. Dos milhões de anos de evolução? Nas populações humanas existiria alguma vantagem devido a pressão seletiva de uma “crença” no Invisível/Inexistente? Se foi pressão seletiva que favoreceu a espécie humana sobreviver e evoluir, o que vemos hoje é a “solução final”, o extermínio dessas populações evolutivas infligidas por outro grupo cultural mais poderoso: os “Homo sapiens sapiens dawkinsiensis” que afirmam ser Deus uma ilusão. Todos nos seus guetos e catacumbas sabáticos ou dominicais. Alijados da construção da realidade cultural. “Darwin über alles!!!” "Darwin locuta, causa finita!!!"
Na catedral de São Paulo em Melbourne, Austrália, aconteceu um simpósio sobre Darwin. Nos EUA, cerca de 800 pastores e rabinos se reuniram para discutir modos de reconciliação entre ciência e religião. Parece que finalmente um novo diálogo está começando. Já era tempo. Mas dois grupos ficaram de fora dessas discussões: os crentes de concepções religiosas conservadoras e os cientistas mesmerizados pelo naturalismo filosófico como se fosse a própria ciência. Sem essas espécies, não ocorre o diálogo.
Caveat (cuidado) Nomenklatura científica, em ciência o que vale são as evidências, que se danem as teorias. Tentar cooptar os fiéis de concepções religiosas para discursos que a ciência não diz (quem diz são os cientistas influenciados por sua Weltanschauung) não é hipocrisia, é desonestidade acadêmica e descompasso com a verdade científica, pois a ciência nada diz sobre Deus.
MARCELLO GEIGER é professor de metafísica quântica no Darwinmouth College, em Hanover (EUA), e autor do livro “A Desarmonia da Ciência”.
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Baseado em +Marcelo Gleiser
A ciência e as religiões [Via Jornal da Ciência em 25/02/2009]
Forçar a rigidez é condenar a congregação a viver no passado.
Como escrevi em posts recentes, neste ano celebramos dois grandes aniversários. O primeiro, o bicentenário do nascimento de Charles Darwin e o sesquicentenário da publicação de seu revolucionário "A Origem das Espécies". O segundo, os quatrocentos anos da publicação do livro "Astronomia Nova", em que Johannes Kepler mostrou que a órbita de Marte é elíptica, inferindo que todas as outras seriam também.
No mesmo ano, 1609, Galileu Galilei apontou o seu telescópio para os céus mudando a astronomia para sempre.
Em ambos os casos, as descobertas científicas criaram sérios atritos com as autoridades religiosas. Atritos que, infelizmente, sobrevivem de alguma forma até hoje, principalmente com as religiões monoteístas que dominam o mundo ocidental e o Oriente Médio: judaísmo, cristianismo e islamismo. O momento é oportuno para iniciarmos uma reavaliação das suas causas e apontar, talvez, resoluções.
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Os valentões da NET: a síndrome da Galera dos meninos e meninas de Darwin
sábado, fevereiro 21, 2009
VALENTÕES DA NET
Blogueiros viram saco de pancada
Por Juliana Carpanez em 17/2/2009
Reproduzido do G1, 12/2/2009; título original "Blogueiros viram `saco de pancada´ e reclamam de valentões da internet"
O dono do terceiro blog mais lido do mundo cansou. Depois de três anos escrevendo sobre novas empresas e serviços de tecnologia, uma ameaça de morte e uma cuspida na cara, Michael Arrington, co-fundador do TechCrunch, decidiu dar um tempo do site.
"Escrevemos sobre tecnologia e empreendedorismo. São coisas importantes, mas não tão importantes para nos fazerem temer pela nossa segurança e a de nossas famílias", afirmou o blogueiro em nome de todos os contribuintes da página. Apesar de seu afastamento, o TechCrunch continuará sendo atualizado.
O fato de alguém desistir da blogosfera depois de chegar ao topo do Technorati, um site com a lista dos blogs mais acessados, indica que a pressão para quem está lá em cima não é pouca. E, como mostra o desabafo de Arrington, ela vem principalmente dos leitores: pessoas que muitas vezes não economizam na agressividade e apelam até para ameaças quando discordam do blogueiro -- esteja ele envolvido com temas polêmicos ou com amenidades.
Arrington afirmou ter se tornado alvo de empresas iniciantes que não recebem a atenção desejada, além de jornalistas e blogueiros concorrentes que acusam o TechCrunch "das coisas mais ridículas". "Responder a essas acusações não vale nosso tempo: sempre achei que nosso trabalho e integridade iriam dar a resposta para tudo isso. Mas conforme crescemos e conquistamos mais sucesso, os ataques também cresceram", contou.
No início de fevereiro, o autor de novelas Aguinaldo Silva fez um desabafo nesse mesmo tom em seu blog. "Dou aqui o meu melhor. Procuro não apenas agradar a quem me lê, mas dar informações, provocar debates, fazer pensar (...). E o meu modo de pensar, limpo e cristalino, está exposto aqui. Em troca dessa exposição, dessa sinceridade toda, o que recebo? Chutes na bunda. Agressões as mais deslavadas, e o que é pior: de pessoas que nem sequer existem! Pois em geral, todos os que entram aqui com propósitos deletérios tratam antes de resguardar com o maior cuidado suas identidades: são todas falsas."
No post, o coautor de Roque Santeiro, Vale Tudo e autor de Duas Caras afirma ter questionado se valia a pena manter a página, recebendo resposta negativa de seus amigos. Depois, ele concluiu: "Vou desistir do blog? Pra deixar esse bando de zé ruelas feliz da vida? Mas nem morto!"
Ciberbullying
Erick Itakura, pesquisador do Núcleo de Pesquisa da Psicologia em Informática da Pontifícia Universidade Católica (PUC), classifica a agressão na blogosfera como um tipo de ciberbullying – o termo define um comportamento agressivo e repetitivo adotado contra alguém no universo virtual, mesmo sem motivação aparente.
"O blogueiro exerce o direito dele de liberdade de expressão. Mas muitos leitores se incomodam e acabam querendo impor outras verdades", afirmou o especialista, lembrando que a sensação de anonimato existente na internet facilita esse tipo de ação.
Segundo Itakura, as reações extremas na blogosfera acontecem quando alguém tem dificuldades em lidar com os sentimentos provocados pelo conteúdo postado - seja ele raiva, frustração, inveja ou admiração. "A agressão mostra que, de alguma forma, as informações tocaram a pessoa e ela não soube lidar com isso. Às vezes é mais fácil o leitor enxergar um defeito no blogueiro, que se expõe, do que nele mesmo."
Ameaça
Rosana Hermann, 51, passou por uma situação parecida com a relatada pelo co-fundador do TechCrunch. Hoje dona do Querido Leitor, ela já chegou a fechar um blog e sair do país com a família, depois de receber uma ameaça no estilo "sei onde seus filhos estudam".
Em outra ocasião, pagou um advogado até conseguir quebrar na Justiça o sigilo de um leitor definido por ela como "o clássico covarde na vida real, que se torna o bam-bam-bam atrevido sob o manto do anonimato".
No segundo caso, após quebra de sigilo, ela acabou conversando com esse leitor pelo telefone – ao identificar seu perfil, Rosana acabou desistindo do processo. O homem tinha 42 anos, era um administrador de empresas desempregado, morava com os pais, era separado e justificou os meses de perseguição à blogueira dizendo que queria ser como ela.
Depois de quase dez anos na blogosfera, Rosana diz que sua reação à agressão dos leitores depende de seu estado de espírito. "Quando vejo que a pessoa realmente só quer atenção, ignoro. Quando acho que existe alguma chance de trazê-la para a `luz´, comento no blog. Mas aí os outros leitores reclamam, dizendo que só dou atenção para quem me ofende", contou em entrevista ao G1.
Se o comentário feito pelo internauta for mais "pesado, patológico ou perigoso", ela o repassa a seu advogado, para que ele tome medidas legais.
O advogado Marcel Leonardi, especialista em direito digital, não vê problemas quando as críticas feitas em um blog são dirigidas ao conteúdo postado, e não à pessoa – nestes casos, ele diz que o debate é válido e está dentro dos limites da liberdade de manifestação de pensamento. No entanto, quando o leitor passa a ofender o blogueiro pessoalmente e vice-versa, pode-se cogitar os crimes de calúnia, injúria ou difamação.
Se isso acontecer e o blogueiro quiser entrar com uma ação judicial, Leonardi aconselha a não apagar o comentário. A informação preservada permite descobrir, com auxílio da Justiça, o endereço IP de quem publicou o texto. Assim, é possível identificar o responsável pela ofensa e tomar as medidas cabíveis.
Opinião
O jornalista Vitor Birner, 40, diz ser diariamente agredido nos comentários postados no Blog do Birner, uma página para fãs de futebol. "Há várias formar de agressão. O leitor mente a meu respeito, diz que falei o que não falei, fiz o que não fiz, penso o que não penso. E eu aprovo os comentários na gigantesca maiorias das vezes, por achar que as pessoas devem mostrar quem são", contou ao G1. Segundo ele, também há muitas colocações interessantes, de pessoas inteligentes em sua página. "O blog é um local de informação e opinião. Ter de tudo faz parte."
No mesmo endereço virtual desde 2007, Birner geralmente releva as agressões. No entanto, confessa que vez ou outra tem "seus dias" e responde às provocações deixadas na página. "Quando dizem que manipulo as informações, recomendo que não voltem ao meu blog. Se não acreditam no que escrevo, não devem perder seu tempo precioso de vida comigo."
A estratégia de Renê Fraga, 25 anos, é tentar entender os leitores do Google Discovery – mesmo aqueles mais agressivos. Ele diz sempre tentar oferecer um espaço para que o usuário da página expresse suas idéias.
"O trabalho do blogueiro é público e estamos envolvidos com diferentes tipos de pessoas. Por isso, é sempre importante manter uma conversação entre todos os envolvidos na blogosfera, respeitando suas opiniões", defende.
Sem comentários
Já o Te Dou Um Dado?, com informações sobre o universo das celebridades, adota a direção oposta. A página criada por três blogueiros em abril de 2007 era aberta para comentários, mas com o tempo eles foram fechados. "Como a voz do povo definitivamente não é a voz de Deus, acabamos com essa história", contou Ana Paula Barbi, a Polly, uma das criadoras do site.
A falta de espaço para comentários não impede, no entanto, que pessoas dispostas a agredir mandem e-mails para os blogueiros, muitas vezes com endereços falsos. "Quando ficaram sabendo que sofri uma parada respiratória, choveram mensagens. Mas o número de e-mails desejando melhoras foi infinitamente maior do que os xingando e celebrando minha quase-morte."
Polly garante nunca se ofender com esse tipo de agressão, alegando que as pessoas não sabem xingar direito. "Elas não são criativas. É sempre aquela história de ‘você é gorda’. Poxa, jura? Valeu o toque, nunca tinha reparado", ironizou a blogueira. "Grande parte desse recalque vem de uma vontade enorme de ser igual a nós. A pessoa queria muito ter um blog legal, mas não consegue e então apela para a agressão", continuou, ecoando a explicação do psicólogo Erick Itakura.
+++++
NOTA DO BLOGGER:
Aqui e ali neste blog eu peço aos leitores que façam uma busca no Google pelo meu nome ou por "design inteligente", e vocês verão a realidade deste "cyberbullying" que este blogger sofre na mão da Galera dos meninos e meninas de Darwin. Sem contar os e-mails mal-educados remetidos com endereços eletrônicos falsos. Um deles afirmou que era mal-educado desde nenezinho!
Eu não me importo, pois como bem dizia o saudoso presidente do glorioso Corinthíans, Vicente Matheus: "Quem está na chuva, é pra se queimar". Ao contrário dos que desistiram do ciberspaço, este blogger vai continuar. Quem viver, verá!
Blogueiros viram saco de pancada
Por Juliana Carpanez em 17/2/2009
Reproduzido do G1, 12/2/2009; título original "Blogueiros viram `saco de pancada´ e reclamam de valentões da internet"
O dono do terceiro blog mais lido do mundo cansou. Depois de três anos escrevendo sobre novas empresas e serviços de tecnologia, uma ameaça de morte e uma cuspida na cara, Michael Arrington, co-fundador do TechCrunch, decidiu dar um tempo do site.
"Escrevemos sobre tecnologia e empreendedorismo. São coisas importantes, mas não tão importantes para nos fazerem temer pela nossa segurança e a de nossas famílias", afirmou o blogueiro em nome de todos os contribuintes da página. Apesar de seu afastamento, o TechCrunch continuará sendo atualizado.
O fato de alguém desistir da blogosfera depois de chegar ao topo do Technorati, um site com a lista dos blogs mais acessados, indica que a pressão para quem está lá em cima não é pouca. E, como mostra o desabafo de Arrington, ela vem principalmente dos leitores: pessoas que muitas vezes não economizam na agressividade e apelam até para ameaças quando discordam do blogueiro -- esteja ele envolvido com temas polêmicos ou com amenidades.
Arrington afirmou ter se tornado alvo de empresas iniciantes que não recebem a atenção desejada, além de jornalistas e blogueiros concorrentes que acusam o TechCrunch "das coisas mais ridículas". "Responder a essas acusações não vale nosso tempo: sempre achei que nosso trabalho e integridade iriam dar a resposta para tudo isso. Mas conforme crescemos e conquistamos mais sucesso, os ataques também cresceram", contou.
No início de fevereiro, o autor de novelas Aguinaldo Silva fez um desabafo nesse mesmo tom em seu blog. "Dou aqui o meu melhor. Procuro não apenas agradar a quem me lê, mas dar informações, provocar debates, fazer pensar (...). E o meu modo de pensar, limpo e cristalino, está exposto aqui. Em troca dessa exposição, dessa sinceridade toda, o que recebo? Chutes na bunda. Agressões as mais deslavadas, e o que é pior: de pessoas que nem sequer existem! Pois em geral, todos os que entram aqui com propósitos deletérios tratam antes de resguardar com o maior cuidado suas identidades: são todas falsas."
No post, o coautor de Roque Santeiro, Vale Tudo e autor de Duas Caras afirma ter questionado se valia a pena manter a página, recebendo resposta negativa de seus amigos. Depois, ele concluiu: "Vou desistir do blog? Pra deixar esse bando de zé ruelas feliz da vida? Mas nem morto!"
Ciberbullying
Erick Itakura, pesquisador do Núcleo de Pesquisa da Psicologia em Informática da Pontifícia Universidade Católica (PUC), classifica a agressão na blogosfera como um tipo de ciberbullying – o termo define um comportamento agressivo e repetitivo adotado contra alguém no universo virtual, mesmo sem motivação aparente.
"O blogueiro exerce o direito dele de liberdade de expressão. Mas muitos leitores se incomodam e acabam querendo impor outras verdades", afirmou o especialista, lembrando que a sensação de anonimato existente na internet facilita esse tipo de ação.
Segundo Itakura, as reações extremas na blogosfera acontecem quando alguém tem dificuldades em lidar com os sentimentos provocados pelo conteúdo postado - seja ele raiva, frustração, inveja ou admiração. "A agressão mostra que, de alguma forma, as informações tocaram a pessoa e ela não soube lidar com isso. Às vezes é mais fácil o leitor enxergar um defeito no blogueiro, que se expõe, do que nele mesmo."
Ameaça
Rosana Hermann, 51, passou por uma situação parecida com a relatada pelo co-fundador do TechCrunch. Hoje dona do Querido Leitor, ela já chegou a fechar um blog e sair do país com a família, depois de receber uma ameaça no estilo "sei onde seus filhos estudam".
Em outra ocasião, pagou um advogado até conseguir quebrar na Justiça o sigilo de um leitor definido por ela como "o clássico covarde na vida real, que se torna o bam-bam-bam atrevido sob o manto do anonimato".
No segundo caso, após quebra de sigilo, ela acabou conversando com esse leitor pelo telefone – ao identificar seu perfil, Rosana acabou desistindo do processo. O homem tinha 42 anos, era um administrador de empresas desempregado, morava com os pais, era separado e justificou os meses de perseguição à blogueira dizendo que queria ser como ela.
Depois de quase dez anos na blogosfera, Rosana diz que sua reação à agressão dos leitores depende de seu estado de espírito. "Quando vejo que a pessoa realmente só quer atenção, ignoro. Quando acho que existe alguma chance de trazê-la para a `luz´, comento no blog. Mas aí os outros leitores reclamam, dizendo que só dou atenção para quem me ofende", contou em entrevista ao G1.
Se o comentário feito pelo internauta for mais "pesado, patológico ou perigoso", ela o repassa a seu advogado, para que ele tome medidas legais.
O advogado Marcel Leonardi, especialista em direito digital, não vê problemas quando as críticas feitas em um blog são dirigidas ao conteúdo postado, e não à pessoa – nestes casos, ele diz que o debate é válido e está dentro dos limites da liberdade de manifestação de pensamento. No entanto, quando o leitor passa a ofender o blogueiro pessoalmente e vice-versa, pode-se cogitar os crimes de calúnia, injúria ou difamação.
Se isso acontecer e o blogueiro quiser entrar com uma ação judicial, Leonardi aconselha a não apagar o comentário. A informação preservada permite descobrir, com auxílio da Justiça, o endereço IP de quem publicou o texto. Assim, é possível identificar o responsável pela ofensa e tomar as medidas cabíveis.
Opinião
O jornalista Vitor Birner, 40, diz ser diariamente agredido nos comentários postados no Blog do Birner, uma página para fãs de futebol. "Há várias formar de agressão. O leitor mente a meu respeito, diz que falei o que não falei, fiz o que não fiz, penso o que não penso. E eu aprovo os comentários na gigantesca maiorias das vezes, por achar que as pessoas devem mostrar quem são", contou ao G1. Segundo ele, também há muitas colocações interessantes, de pessoas inteligentes em sua página. "O blog é um local de informação e opinião. Ter de tudo faz parte."
No mesmo endereço virtual desde 2007, Birner geralmente releva as agressões. No entanto, confessa que vez ou outra tem "seus dias" e responde às provocações deixadas na página. "Quando dizem que manipulo as informações, recomendo que não voltem ao meu blog. Se não acreditam no que escrevo, não devem perder seu tempo precioso de vida comigo."
A estratégia de Renê Fraga, 25 anos, é tentar entender os leitores do Google Discovery – mesmo aqueles mais agressivos. Ele diz sempre tentar oferecer um espaço para que o usuário da página expresse suas idéias.
"O trabalho do blogueiro é público e estamos envolvidos com diferentes tipos de pessoas. Por isso, é sempre importante manter uma conversação entre todos os envolvidos na blogosfera, respeitando suas opiniões", defende.
Sem comentários
Já o Te Dou Um Dado?, com informações sobre o universo das celebridades, adota a direção oposta. A página criada por três blogueiros em abril de 2007 era aberta para comentários, mas com o tempo eles foram fechados. "Como a voz do povo definitivamente não é a voz de Deus, acabamos com essa história", contou Ana Paula Barbi, a Polly, uma das criadoras do site.
A falta de espaço para comentários não impede, no entanto, que pessoas dispostas a agredir mandem e-mails para os blogueiros, muitas vezes com endereços falsos. "Quando ficaram sabendo que sofri uma parada respiratória, choveram mensagens. Mas o número de e-mails desejando melhoras foi infinitamente maior do que os xingando e celebrando minha quase-morte."
Polly garante nunca se ofender com esse tipo de agressão, alegando que as pessoas não sabem xingar direito. "Elas não são criativas. É sempre aquela história de ‘você é gorda’. Poxa, jura? Valeu o toque, nunca tinha reparado", ironizou a blogueira. "Grande parte desse recalque vem de uma vontade enorme de ser igual a nós. A pessoa queria muito ter um blog legal, mas não consegue e então apela para a agressão", continuou, ecoando a explicação do psicólogo Erick Itakura.
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NOTA DO BLOGGER:
Aqui e ali neste blog eu peço aos leitores que façam uma busca no Google pelo meu nome ou por "design inteligente", e vocês verão a realidade deste "cyberbullying" que este blogger sofre na mão da Galera dos meninos e meninas de Darwin. Sem contar os e-mails mal-educados remetidos com endereços eletrônicos falsos. Um deles afirmou que era mal-educado desde nenezinho!
Eu não me importo, pois como bem dizia o saudoso presidente do glorioso Corinthíans, Vicente Matheus: "Quem está na chuva, é pra se queimar". Ao contrário dos que desistiram do ciberspaço, este blogger vai continuar. Quem viver, verá!
O PNAS celebrou os 200 anos de Darwin
O PNAS celebrou os 200 anos de Darwin com um artigo de Francisco J. Ayala e John C. Avise.
Charles Robert Darwin was born on February 12, 1809 (the same day as President Abraham Lincoln). In 1859 Darwin published On the Origin of Species by Means of Natural Selection (1), his most important book and the one by which he has become best known to posterity. Thus, 2009 is a double anniversary: the 200th of Darwin’s birth and the sesquicentenary of Origin.
Darwin is deservedly credited as the originator of the modern theory of evolution. In Origin he gathered the best available evidence for evolution: 2 chapters dedicated to the geological record, 2 chapters to biogeography, and 1 chapter to comparative anatomy and embryology. The other 9 chapters (I–VIII and XIII) are mostly dedicated to natural selection, the process that accounts for the adaptation, common descent, and diversity of organisms. He explains how natural selection works, discusses the role of hereditary variation (the mechanics of which were not well understood in Darwin’s time), and considers possible objections to his theory.
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PDF do artigo gratuito aqui.
Charles Robert Darwin was born on February 12, 1809 (the same day as President Abraham Lincoln). In 1859 Darwin published On the Origin of Species by Means of Natural Selection (1), his most important book and the one by which he has become best known to posterity. Thus, 2009 is a double anniversary: the 200th of Darwin’s birth and the sesquicentenary of Origin.
Darwin is deservedly credited as the originator of the modern theory of evolution. In Origin he gathered the best available evidence for evolution: 2 chapters dedicated to the geological record, 2 chapters to biogeography, and 1 chapter to comparative anatomy and embryology. The other 9 chapters (I–VIII and XIII) are mostly dedicated to natural selection, the process that accounts for the adaptation, common descent, and diversity of organisms. He explains how natural selection works, discusses the role of hereditary variation (the mechanics of which were not well understood in Darwin’s time), and considers possible objections to his theory.
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PDF do artigo gratuito aqui.
Star Spangled Banner - Whitney Houston – SuperBowl 25
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NOTA DO BLOGGER: Depois do hino do Brasil, de Israel, este é o hino que muitas vezes me pego cantando.
Yankee Doodle (Dandy)
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NOTA DO BLOGGER: Esta aqui me faz lembrar dos anos em que vivi e estudei nos Estados Unidos.
Shenandoah by Sissel
Oh, Shenandoah, I long to hear you
Look away, you rollin' river
Oh, Shenandoah, I long to hear you
Look away. We're bound away
Across the wide Missouri
Now the Missouri is a mighty river
Look away, you rollin' river.
Indians camp along her border
Look away. We're bound away
Across the wide Missouri
Well a white man loved an Indian maiden
Look away, you rollin' river
With notions his canoe was laden
Look away, we're bound away
Across the wide Missouri
Oh Shenandoah, I love your daughter
Look away, you rollin' river
It was for her I'd cross the water.
Look away, we're bound away
Across the wide Missouri
For seven long years I courted Sally
Look away, you rollin' river
Seven more years I longed to have her
Look away, we're bound away
Across the wide Missouri
Well, it's fare-thee-well, my dear,
I'm bound to leave you
Look away you rollin' river
Shenandoah, I will not deceive you
Look away, we're bound away
Across the wide Missouri
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NOTA DO BLOGGER: Esta é música que para mim reflete a alma americana.
Olha o flagelo bacteriano de novo aí na fita, gente!
Dynamics of the bacterial flagellar motor with multiple stators
1. Giovanni Meacci and
2. Yuhai Tu
Edited by Howard C. Berg, Harvard University, Cambridge, MA, and approved January 2, 2009 (received for review October 3, 2008)
Abstract
The bacterial flagellar motor drives the rotation of flagellar filaments and enables many species of bacteria to swim. Torque is generated by interaction of stator units, anchored to the peptidoglycan cell wall, with the rotor. Recent experiments [Yuan J, Berg H.C (2008) Proc Natl Acad Sci USA 105:1182–1185] show that at near-zero load the speed of the motor is independent of the number of stators. Here, we introduce a mathematical model of the motor dynamics that explains this behavior based on a general assumption that the stepping rate of a stator depends on the torque exerted by the stator on the rotor. We find that the motor dynamics can be characterized by two timescales: the moving-time interval for the mechanical rotation of the rotor and the waiting-time interval determined by the chemical transitions of the stators. We show that these two timescales depend differently on the load, and that their cross-over provides the microscopic explanation for the existence of two regimes in the torque-speed curves observed experimentally. We also analyze the speed fluctuation for a single motor by using our model. We show that the motion is smoothed by having more stator units. However, the mechanism for such fluctuation reduction is different depending on the load. We predict that the speed fluctuation is determined by the number of steps per revolution only at low load and is controlled by external noise for high load. Our model can be generalized to study other molecular motor systems with multiple power-generating units.
Keywords: torque-speed - relationship – model – rotary - stepping statistics – speed fluctuation
Footnotes
1 To whom correspondence should be addressed. E-mail: yuhai@us.ibm.com
Author contributions: G.M. and Y.T. designed research, performed research, and wrote the paper.
The authors declare no conflict of interest.
This article is a PNAS Direct Submission.
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PDF do artigo gratuito no PNAS.
NOTA IMPERTINENTE DO BLOGGER:
Pela insistência do Berg em pesquisar o flagelo bacteriano, ele ainda vai se juntar ao Behe na questão da complexidade irredutível em sistemas biológicos. Meacci e Tu precisam aprender uma regra básica em pesquisas científicas: rever a literatura especializada e mencionar cientistas que têm visões diferentes sobre a questão. Eles não mencionam Behe. Razão? Alguém sabe a razão? Não dar credibilidade científica à tese do Behe.
1. Giovanni Meacci and
2. Yuhai Tu
Edited by Howard C. Berg, Harvard University, Cambridge, MA, and approved January 2, 2009 (received for review October 3, 2008)
Abstract
The bacterial flagellar motor drives the rotation of flagellar filaments and enables many species of bacteria to swim. Torque is generated by interaction of stator units, anchored to the peptidoglycan cell wall, with the rotor. Recent experiments [Yuan J, Berg H.C (2008) Proc Natl Acad Sci USA 105:1182–1185] show that at near-zero load the speed of the motor is independent of the number of stators. Here, we introduce a mathematical model of the motor dynamics that explains this behavior based on a general assumption that the stepping rate of a stator depends on the torque exerted by the stator on the rotor. We find that the motor dynamics can be characterized by two timescales: the moving-time interval for the mechanical rotation of the rotor and the waiting-time interval determined by the chemical transitions of the stators. We show that these two timescales depend differently on the load, and that their cross-over provides the microscopic explanation for the existence of two regimes in the torque-speed curves observed experimentally. We also analyze the speed fluctuation for a single motor by using our model. We show that the motion is smoothed by having more stator units. However, the mechanism for such fluctuation reduction is different depending on the load. We predict that the speed fluctuation is determined by the number of steps per revolution only at low load and is controlled by external noise for high load. Our model can be generalized to study other molecular motor systems with multiple power-generating units.
Keywords: torque-speed - relationship – model – rotary - stepping statistics – speed fluctuation
Footnotes
1 To whom correspondence should be addressed. E-mail: yuhai@us.ibm.com
Author contributions: G.M. and Y.T. designed research, performed research, and wrote the paper.
The authors declare no conflict of interest.
This article is a PNAS Direct Submission.
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PDF do artigo gratuito no PNAS.
NOTA IMPERTINENTE DO BLOGGER:
Pela insistência do Berg em pesquisar o flagelo bacteriano, ele ainda vai se juntar ao Behe na questão da complexidade irredutível em sistemas biológicos. Meacci e Tu precisam aprender uma regra básica em pesquisas científicas: rever a literatura especializada e mencionar cientistas que têm visões diferentes sobre a questão. Eles não mencionam Behe. Razão? Alguém sabe a razão? Não dar credibilidade científica à tese do Behe.
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