O que seria necessário para falsificar o neodarwinismo?

quinta-feira, fevereiro 26, 2009

Um desafio aberto aos neodarwinistas: o que seria necessário para falsificar sua teoria?

22/02/2009

Thomas Cudworth

Uma crítica que os neodarwinistas tem feito frequentemente da Teoria do Design Inteligente é que ela não é uma “teoria científica”. O DI, eles dizem, explica o flagelo bacteriano dizendo “Foi Deus (sic) quem fez.”. Todavia, eles reclamam que a TDI não diz quando Deus fez, como que Deus fez, qual substrato material Deus estava agindo quando ele fez, etc. Portanto, a TDI não oferece nada para os cientistas prosseguirem, nada para trabalhar, nada sobre que eles possam basear experimentos que pudesse confirmar ou não a explicação.

Fazendo o contraste, eles acreditam, as explicações darwinianas dão aos cientistas algo com que trabalhar. A hipótese de que o flagelo evoluiu lentamente através de uma série de etapas intermediária e funcionais permitem o exame. Alguém pode procurar por possíveis etapas intermediárias, e.g., o sistema de secreção Tipo III, e confirmar se ou não elas existem na natureza. Alguém pode pesquisar as taxas de mutação e de reprodução da bactéria, e calcular quantas mutações provavelmente ocorreram ao longo de determinado espaço de tempo, para verificar se o tempo estava disponível para a evolução do flagelo, e assim por diante. Assim, em suas mentes, o darwinismo é uma teoria científica, enquanto que a TDI não é.

É claro que esta linha de argumento pressupõe um critério particular do que torna científica uma explicação. Para ser científica, a proposta, a hipótese ou teoria deve ser testável. Nós devemos ser capazes de encontrar evidência na natureza que a confirmaria ou não.

Alguns críticos da TDI estreitam isto ainda mais, e dizem que teorias científicas devem ser falseáveis. Isto é, a TDI não pode esperar ser considerada seriamente como uma teoria científica, a menos que queira especificar uma série de observações (tiradas diretamente da natureza ou resultantes de experimentos) que pudessem prová-la estar errada. A TDI deve dizer o que seria necessário para falsificar a existência do Designer Inteligente proposto.

Bem, tem ocorrido um longo debate sobre se a falseabilidade é um bom critério para se aplicar às teorias científicas. É claro que o campeão da falseabilidade mais frequentemente citado é Karl Popper, e como todo mundo aqui sabe, muitos filósofos de ciência tem colocado em cheque as afirmações de Popper. Aqui eu não proponho entrar nos argumentos. Eu somente direi que eu considero a falseabilidade, se não uma exigência absoluta de qualquer teoria científica, pelo menos um elemento altamente desejável numa teoria científica, e eu vou referir aos escritos de Popper para os leitores se eles quiserem uma justificação detalhada disto. Uma justificação sucinta, nas próprias palavras de Popper, está disponível on-line.

Contudo, para o propósito do um desafio aqui, a minha opinião de falsificação é irrelevante. Aqui, eu irei concordar, não por convicção pessoal, mas puramente por questão de argumento, com aqueles neodarwinistas que insistem que as teorias científicas devem ser falseáveis. Mas depois eu vou pedir que eles apliquem esse padrão em sua teoria. Eu vou perguntar a eles se o neodarwinismo em si mesmo é falsificável. Eu creio que não é, e que, portanto, pelo próprio critério deles, o neodarwinismo não qualifica como ciência.

Bem, eu sei que quando este argumento foi feito no passado, os neodarwinistas publicaram uma resposta padrão. Eles dizem que a evolução darwiniana é facilmente falsificável. Tudo o que alguém tem de fazer é encontrar um coelho cambriano, ou qualquer outro fóssil que esteja bem distante da sequência que a criatura em questão não pode ter evoluído por meios de etapas darwinianas. Isso, contudo, por razões dadas por outras pessoas, não é uma resposta adequada. Muitos proponentes da TDI não tem nenhum problema com a noção de ancestral comum. Eles não tem nenhum problema com a noção de que uma criatura foi usada como a base de uma criatura subseqüente e mais avançada. Portanto, eles não rejeitam a “evolução”, e não tem desejo de encontrar um coelho cambriano ou um macaco jurássico. O que eles rejeitam é a explicação de evolução darwiniana de “acaso mais seleção natural”.

Assim, o que os neodarwinistas estão sendo questionados, quando perguntam para eles sobre a falsificação, não é “O que falsificaria a ancestralidade comum?” É: “O que falsificaria a sua teoria de que pequenas etapas incrementais que ocorrem devido a acidentes genéticos, podem ser combinadas em novas estruturas úteis, até, e inclusive, a criação de novos planos corporais inteiramente funcionais?”

Esta é a pergunta que eu estou colocando hoje para os neodarwinistas. O que seria necessário para falsificar a sua crença, por exemplo, que criaturas terrestres são definitivamente peixes modificados, transformados através de etapas lentas, pequenas e totalmente fortuitas de animais que respiravam pelas guelras a animais que respiram por pulmões? Qual evidência genética, de desenvolvimento, ou outra evidência você aceitaria como uma demonstração de que tornar criaturas de habitação terrestre via meios puramente darwinianos? Qual evidência genética, de desenvolvimento ou outra evidência você aceitaria como uma demonstração de que o olho tipo câmera não poderia ter se desenvolvido através de meios puramente darwinianos?

Quando o pessoal do DI [inclusive este blogger tupiniquim] lê a literatura darwinista, nós ganhamos a forte impressão de que os darwinistas não perguntam se os meios darwinianos são capazes de produzir tais efeitos alegados. Eles parecem estar perguntando somente como os meios darwinianos fizeram isso. E quando um possível caminho evolutivo se mostra impossível em bases científicas, outro caminho, sempre dentro das pressuposições darwinistas, é colocado para substituí-lo. Em nenhum ponto, até nós podemos ver, jamais os darwinistas dizem: “Bem, talvez nós estivéssemos errados o tempo todo. Talvez a explicação darwiniana não explique a mudança evolutiva.” E assim, quando nós lemos na polêmica darwiniana que a TDI “não é científica” porque ela não se compromete com nenhum modelo da ação específica do designer o suficiente para ser falsificada, nós estamos bem irritados pelo aparente padrão duplo, porque nós não temos visto este modelo falsificável na literatura darwinista literatura.

Deste modo, novamente, eis aqui o desafio aos neodarwinistas: O que levaria a você conceder, não apenas que este ou aquele caminho evolutivo proposto está errado, mas que toda a explicação darwinista de mudança evolutiva está errada? Qual evidência levaria a você conceder que mudanças pequenas, aleatórias e por etapas não podem produzir os efeitos macroevolutivos que o registro fóssil parece registrar? E a pergunta corolária é: se você não quer especificar de antemão o que levaria para falsificar os mecanismos neodarwinistas, se você quer, aqui e agora, ou admitir que o neodarwinismo não seja uma teoria científica, ou deixar de lado a exigência de falseabilidade que vocês impuseram sobre a TDI?