O pescoço da evolução

quarta-feira, julho 28, 2010


28/7/2010

Agência FAPESP – Aquele pequeno pedaço do corpo entre a cabeça e os ombros foi mais importante para a evolução humana do que se pensava. Segundo um novo estudo, o pescoço deu ao homem tamanha liberdade de movimentos que teve papel fundamental na evolução.

A conclusão deriva da análise genética do homem e de peixes e foi publicada nesta terça-feira na revista on-line Nature Communications, em artigo com acesso livre.

Cientistas achavam que as nadadeiras peitorais em peixes e os membros superiores (braços e mãos) em humanos fossem inervados (recebessem nervos) a partir dos mesmos neurônios. Afinal, nadadeiras e braços parecem estar no mesmo local no corpo.


Estudo afirma que surgimento do pescoço deu ao homem e a outros mamíferos tamanha liberdade de movimentos que teve papel fundamental na evolução

Não exatamente. De acordo com a pesquisa, durante a transição ocorrida entre peixes e animais que passaram a caminhar sobre a terra – que deu origem aos mamíferos –, a fonte dos neurônios que controlam diretamente os membros superiores se deslocou do cérebro para a medula espinhal, à medida que o tronco se distanciou da cabeça e entrou em cena o pescoço.

Os braços no homem, assim como as asas de aves e morcegos, separaram-se da cabeça e ficaram posicionados no tronco, abaixo do pescoço, indica o estudo feito por Andrew Bass, da Universidade Cornell, nos Estados Unidos, e colegas.

“O pescoço possibilitou o avanço em movimentos e na destreza em ambientes terrestres e aéreos. Essa inovação em biomecânica ocorreu simultaneamente a mudanças no modo em que o sistema nervoso controla os membros”, disse Bass.

De acordo com o pesquisador, o surgimento desse nível de plasticidade evolutiva provavelmente é responsável pela grande variedade de funções dos membros superiores, do voo em aves e do nadar em baleias e golfinhos às habilidades humanas.

O artigo Ancestry of motor innervation to pectoral fin and forelimb (doi:10.1038/ncomms1045), de Andrew Bass e outros, pode ser lido na Nature Communications em

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COMENTÁRIO IMPERTINENTE DESTE BLOGGER:

A hipótese dos autores sobre como o pescoço evoluiu é plausível. Falta encontrar no registro fóssil as evidências para a ginástica epistêmica que eles fizeram. Até onde estou atualizado na literatura especializada, eu ainda não vi nenhum desses pré-pescoços fossilizados. E a questão do custo e benefício evolutivo não foi levada em conta por que?

Gente, já não bastava a potoca de como evoluiu o pescoço da girafa que enfiam goela abaixo nos livros didáticos aprovados pelo MEC/SEMTEC/PNLEM???

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