Síntese Evolutiva Ampliada: revisão sem sustentação científica???

segunda-feira, julho 19, 2010

Há muito tempo neste blog eu denuncio que o neodarwinismo, oops, a Síntese Evolutiva Moderna é uma teoria morta que posa como ortodoxia científica somente nos livros didáticos de Biologia (obrigado Stephen Jay Gould, um evolucionista honesto), e que era iminente uma mudança paradigmática em biologia. O que temos na abordagem da teoria da evolução nos livros aprovados pelo MEC/SEMTEC/PNLEM é um verdadeiro 171 epistêmico. E nenhum dos autores desses livros, nem os mais famosos, me processa por danos morais. Sabe por que não fazem? É porque Darwin, o homem que teve a maior ideia que toda a humanidade já teve, vai junto comigo para os bancos dos réus...

A Nomenklatura científica e a Grande Mídia tupiniquins enfiaram a viola no saco. Não vimos e nem se vê em nenhuma publicação científica ou nos canais midiáticos um linha sequer sobre esta questão científica importante: a robustez epistêmica de uma teoria científica num contexto de justificação teórica. Tampouco vimos "sérias preocupações na comunidade científica e suscitando diversas manifestações no Brasil e no exterior" (Revisão sem sustentação científica, artigo de Fábio Castro, Fapesp). Também pudera, quando a questão é Darwin, a Grande Mídia vive uma relação incestuosa com a Nomenklatura científica. É tutti cosa nostra, capice?

Em Física, uma ciência dura que tem leis e constantes que podem ser medidas, as revisões teóricas ocorrem com velocidade e sem muita crise. A Biologia não é uma ciência dura porque não tem leis, tem somente um princípio: a seleção natural.


Eu anunciei aqui que a nova teoria da evolução estava sendo discutida -- os 16 de Altenberg, e que as opiniões deste cientistas seriam publicadas em um livro (Evolution: The Extended Synthesis), e que em 2010, após as comemorações beija-mão e beija-pé de Darwin, nós teríamos a nova teoria da evolução -- a SÍNTESE EVOLUTIVA AMPLIADA. Massimo Pigliucci, um dos editores, em artigo, frustrou as expectativas deste blogger ao anunciar que isso somente se dará em uma década.


Dez anos de espera? Em Física, uma ciência mais cientificamente corroborada do que a Biologia Evolutiva, as mudanças se dão vapt-vupt, por que esta demora? Não entendi. Há na literatura especializada uma montanha de evidências negativas sobre a capacidade da seleção natural explicar a origem e evolução da diversidade e complexidade dos seres vivos, que beira ao absurdo não promover já a revisão ou simplesmente o descarte da teoria da evolução através da seleção natural de Darwin. "As evidências? Ora, que se danem as evidências, o que vale é a teoria" (frase atribuída a Dobzhansky no Brasil, historicamente ainda não confirmada).




Fui, nem se por que, pensando nestas duas afirmações:

“Em ciência, um fenômeno ou uma hipótese podem se tornar tão familiar e a sua utilidade em fornecer como explanação, ou descrição consistente de um maior número de diversos fatos tão evidentes, que o mecanismo subjacente pode frequentemente ser deixado de ser estudado.”

“In science a phenomenon or a hypothesis can become so familiar and its utility in providing as explanation, or consistent description of a greater number of diverse facts so evident, that the underlying mechanism may often be left unstudied.”

Runcorn, S.K., 1980. “Some Comments on the Mechanism of Continental Drift”, In: Davis, P.A., Runcorn, F.R.S. (eds) Mechanisms of Continental Drift and Plate Tectonics, Academic Press, 1980.

“Nós somos céticos das afirmações da capacidade da mutação aleatória e da seleção natural explicarem a complexidade da vida. Um exame cuidadoso da evidência a favor da teoria darwinista deve ser encorajado.”

“We are skeptical of claims for the ability of random mutation and natural selection to account for the complexity of life. Careful examination of the evidence for Darwinian theory should be encouraged.” 

+++++

Vote neste blog para o prêmio TOPBLOG 2010.