Água em profusão
22/5/2009
Agência FAPESP – Para os cientistas que estudam o vizinho da Terra, não há mais dúvidas de que Marte teve, em um passado distante, água fluindo por sua superfície. As evidências são cada vez mais claras, como a apresentada por um estudo publicado na edição desta sexta-feira (22/5) da revista Science.
Por meio de dados colhidos pelo jipe robotizado Opportunity na cratera Vitória, próxima ao equador marciano, um grupo internacional de pesquisadores identificou uma região inteira no planeta que foi formada pela água.
Segundo o estudo, o padrão de camadas sedimentares na cratera é característico da formação pela ação da água e é semelhante ao encontrado em outras crateras a cerca de 6 quilômetros ao norte. Isso implicaria que a água ajudou a formar toda a região que envolve as crateras.
Steven Squyres, do Departamento de Astronomia da Universidade Cornell, nos Estados Unidos, e colegas analisaram as paredes da cratera Vitória, que tem cerca de 750 metros de diâmetro e 75 metros de profundidade, e caracterizaram o impacto do asteroide que a criou.
De acordo com os pesquisadores, as camadas nas paredes da cratera apontam evidências de antigas dunas, algumas das quais seriam comparáveis em escala com as depositadas no oeste dos Estados Unidos entre 200 milhões e 146 milhões de anos atrás, durante o período Jurássico.
Para os autores do estudo, a principal constatação é que o mesmo fluxo de água que formou as crateras ao norte também foi responsável pela cratera Vitória. Ou seja, a água cobriu toda uma extensa área, não apenas partes dela.
O artigo An entire region of Mars, shaped by water, de Steven Squyres e outros, pode ser lido por assinantes da Science em www.sciencemag.org.
NOTA DESTE BLOGGER:
Professores, pesquisadores e alunos em universidades públicas e privadas, com acesso ao site CAPES/Periódicos, podem ler gratuitamente a Science bem como outras publicações científicas.
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