Centenas de pesquisas sobre a seleção natural podem estar erradas

terça-feira, março 31, 2009

Cientistas da Universidade Estadual da Pensilvânia e do Japão afirmam que centenas de pesquisas mostrando a seleção natural podem estar erradas. O PhysOrg [1] relatou que “diversos métodos estatísticos comumente utilizados por biólogos para detectar a seleção natural no nível molecular tendem a produzir resultados incorretos.”

SIC ULTRA PLUS 1:
A maioria das pesquisas sobre a evolução humana se apoiou nesses métodos passíveis de erros.

SIC ULTRA PLUS 2:
Se os métodos estão errados, nós não podemos confiar naquelas conclusões.

PROTEGENDO-SE CONTRA SANÇÕES DA NOMENKLATURA CIENTÍFICA:
“É claro, nós nunca diríamos que a seleção natural não está acontecendo, mas nós estamos afirmando que estes métodos estatísticos podem induzir os cientistas a fazerem inferências errôneas,” disse Masatoshi Nei (Universidade Estadual da Pensilvânia), o líder do grupo desta pesquisa.

SIC ULTRA PLUS 3:
Fazer associação da seleção natural com mudanças genéticas resultando em um aminoácido sendo substituído por uma proteína é uma pressuposição dúbia. “Na verdade, a maioria das substituições de aminoácidos não resulta em mudanças funcionais, e a mudança adaptiva de uma proteína frequentemente ocorre através de uma substituição rara de aminoácido... Por esta razão, os métodos estatísticos podem dar conclusões erradas”, disse Nei.

O grupo de pesquisadores dirigidos por Nei reexaminou um artigo de 2007 por Yokoyama et al [2] que Austin Hughes [3] (Universidade da Carolina do Sul) tinha elogiado ano passado como representando a maneira correta de inferir seleção positiva. Naquele artigo, Hughes tinha excluído a validade da estatística para deduzir a seleção:

“Milhares de pesquisas são publicadas a cada ano afirmando a evidência de evolução adaptiva baseadas somente em análise computacional, sem nenhuma evidência sequer concernente aos efeitos fenotípicos das alegadas mutações adaptivas.” Hughes destacou que a pesquisa de Yokoyama et al como uma exceção — uma pesquisa “solidamente baseada na biologia.”

SIC ULTRA PLUS 4:
Bem, os cientistas dirgidos por Nei, aparentemente demonstraram que até aquele caso estava errado. Razão? Eles afirmaram que não havia nenhuma correlação entre os sítios de seleção preditos e aqueles determinados pelos experimentos.

QED: Yokoyama et al tinham encontrado falsos positivos.

SIC ULTRA PLUS 5:
O que seria necessário para se testar a seleção natural mais acuradamente? O grupo de pesquisadores comandados por Nei disse que os cientistas devem colocar lado a lado os dados estatísticos com os dados experimentais sempre que possível. Mas isso é difícil de ser feito e é muito caro: “Os cientistas geralmente não usam os dados experimentais porque tais experiências podem ser muito difíceis de serem conduzidas e porque elas gastam muito tempo.”

Fui, nem sei por que, pensando: o que fazer daqueles artigos e pesquisas sobre a evolução humana baseadas em estatísticas? Pior ainda: o que fazer dos mestrados e doutorados sobre a evolução humana obtidos em cima do erro estatístico?

Cruz, credo! Pereça tal pensamento! Argh! É quase como cometer um assassinato!


NOTAS

1. PhysOrg. March 30, 2009.

2. Elucidation of phenotypic adaptations: Molecular analyses of dim-light vision proteins in vertebrates Shozo Yokoyama*†, Takashi Tada*, Huan Zhang‡, and Lyle Britt§ *Department of Biology, Emory University, Atlanta, GA 30322; ‡Department of Marine Sciences, University of Connecticut, Groton, CT 06340;
and §Alaska Fisheries Science Center, National Marine Fisheries Service, National Oceanic and Atmospheric Administration, Seattle, WA 98195. Edited by Masatoshi Nei, Pennsylvania State University, University Park, PA, and approved July 14, 2008 (received for review March 12, 2008).

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3. The origin of adaptive phenotypes, Austin L. Hughes* Department of Biological Sciences, University of South Carolina, Columbia, SC 29208.

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