Este blogger não tem papas na língua, e aqui e ali desvela que a Nomenklatura científica é antropofágica e destruidora de carreiras acadêmicas dos cientistas que se opõem ao paradigma consensual da origem e evolução do universo e da vida. Consenso? Procure logo por sua carteira epistêmica, pois você está sendo tungado. Surrupiado. Todo mundo pensando a mesma coisa, e ninguém pensando em nada. Catatonia intelectual.
De vez em quando também afirmo que cientistas não são pessoas honestas como o imaginário coletivo tem em conta e que é reforçado pela Grande Mídia tupiniquim. Muitos cientistas são desonestos sim, tem muita fraude nas pesquisas, passar a rasteira para derrubar outros pesquisadores. A história da ciência registra isso num passado distante e presente. Bem-vindo ao mundo real dos cientistas!
Não tenho procuração dos crentes de concepções religiosas, pois defendo uma teoria científica – a teoria do Design Inteligente. Contudo, há muito venho denunciando a estratégia sórdida de cooptação dos crentes de concepções religiosas pela Nomenklatura científica: você pode acreditar no que diz a ciência e a religião, e tutti vá molto bene, capice? Nada mais falso do que uma nota de R$ 3,00.
Isso é uma tremenda hipocrisia da parte da Nomenklatura científica. Descompasso com a verdade dos fatos por detrás dos bastidores. Eu sei do que estou falando. Convivo neste meio. Leio muito a literatura sobre a relação ciência e religião, e não é nada disso não. Descompasso com a verdade é uma maneira elegante de chamar alguém de mentiroso. E é justamente isso que a Nomenklatura científica vem fazendo neste diálogo: omitindo a verdade aos crentes de concepções religiosas sobre o que realmente está em jogo.
Aqui e ali neste blog eu digo que fico sempre feliz em ser corroborado pelos darwinistas nas minhas predições ou afirmações. Quem corrobora esta minha afirmação de descompasso com a verdade pela Nomenklatura científica nesta questão é ninguém nada menos do que Jerry Coyne, professor de ecologia e evolução na Universidade de Chicago. Ele admite que as declarações ao contrário tem sido “um segredo sujo nos círculos científicos. Está em nosso interesse pessoal e profissional proclamar que a ciência e a religião são perfeitamente harmoniosas.”
Como está seu coração? Está de bem com a vida? E o colesterol? A pressão alta? Está sentado? Eis a razão pragmática para este despudorado descompasso com a verdade:
“Afinal de contas, nós queremos que os recursos de pesquisas sejam patrocinados pelo governo, e que as nossas crianças em idade escolar sejam expostas à verdadeira ciência em vez do criacionismo. Pessoas religiosas liberais tem sido aliadas importantes em nossa luta contra o criacionismo, e não agradável aliená-las declarando como que nós sentimos. É por isso, como uma questão tática [SIC ULTRA PLUS CARA DE PAU], grupos como a National Academy of Sciences [Academia Nacional de Ciências dos Estados Unidos] afirmam que a religião e a ciência não entram em conflito. Mas a sua principal evidência — a existência de cientistas religiosos — está ficando fina à medida em que os cientistas ficam cada vez mais vocais sobre sua falta de fé.”
Coyne prossegue falando a verdade do que está ocorrendo neste período de louvaminhice, beija-mão e beija-pé de Darwin em 2009:
“Agora o Ano Darwin está entre nós, e nós podemos esperar mais livros como esses de Kenneth Miller e Karl Giberson. Tentativa de reconciliar Deus e a evolução continua saindo da linha de produção intelectual. Ela nunca para, porque a reconciliação não funciona.”
Eu gosto do Jerry Coyne por causa disso: ele também não tem papas na língua e diz a verdade, somente a verdade, nada mais do que a verdade sobre esta questão. Ele diz que existe uma Kulturkampf irremediável, e que é mentira dizer o contrário, e que a Nomenklatura científica usa de expedientes fraudulentos para enganar os crentes de concepções religiosas, bem como a sociedade e o governo para a obtenção de recursos financeiros para suas pesquisas.
E agora Galera dos meninos e meninas de Darwin? A Nomenklatura científica se mostra mais suja do que pau de galinheiro, e prostitutas são mais honestas no ganhar da vida. Podem dizer que isso é falta de colegialidade. Falta de colegialidade uma pinóia. Eu somente me rendo à verdade das evidências e aonde elas me levarem. A verdade do Coyne é esta: a Nomenklatura científica mentiu, mente e continuará mentindo nesta questão.
Mas o que é mesmo uma, duas, três, quatro, cinco, seis fraudes, mentiras em nome de Darwin, não é mesmo? O que vale é que Darwin locuta, evolutio finita. O que vale é o naturalismo filosófico posando como se fosse ciência. E ninguém ousa dizer o contrário. Síndrome dos soldadinhos de chumbo: todo mundo pensando igual, e ninguém pensando em nada.
Mesmo que seja uma sórdida mentira, oops, elegante descompasso com a verdade!
Fonte [Artigo de Jerry Coyne em 6 partes. Sorry, periferia, mas está em inglês]