Ayala concorda com Gould e Margulis: o neodarwinismo está morto mesmo!

segunda-feira, março 16, 2009


Francisco Ayala, um ex-padre dominicano, biólogo evolucionista, deu palestra sobre o mecanismo evolutivo em recente conferência sobre evolução em Roma (patrocinada pela Pontifícia Universidade Gregoriana e a Universidade de Notre Dame, Indiana, Estados Unidos).

Em entrevista concedida a Suzan Mazur, Lynn Margulis mencionou uma pequena conversa que teve com Ayala durante uma conferência com o filósofo whiteheadiano John Cobb. Naquela conferência, Ayala concordou com ela que “o neodarwinismo está morto.”

Aqui neste blog eu tenho mencionado que os avanços de várias áreas científicas demandam uma revisão ou simples descarte do neodarwinismo. Eu me baseara em Stephen Jay Gould que em 1980 (quase 30 anos atrás!!!) já afirmava que esta teoria científica estava morta epistemicamente e teimava ser ortodoxia somente nos livros didáticos de biologia. A Academia não me levou muito a sério.

Eu apresentei um pôster sobre uma iminente mudança paradigmática em biologia evolutiva na USP em 2006. O Dr. Aldo Mellender de Araújo foi o único palestrante que conversou comigo sobre as implicações teóricas do pôster. Ele me perguntou seriamente: “Tu tens outra teoria para por no lugar, tchê?” Respondi que, como historiador da ciência em formação, esta não era a minha função, mas dele e de outros biólogos. A Galera dos meninos e meninas de Darwin então, ria da cara deste “simples professorzinho do ensino médio”.




Bem, deixemos Margulis falar sobre o que levou Ayala afirmar que o neodarwinismo está epistemicamente morto: “Ele praticava o neodarwinismo, mas avanços em genética molecular, evolução, ecologia, bioquímica, e outras notícias fizeram com que ele concordasse que agora o neodarwinismo está morto.”



Alô MEC/SEMTEC/PNLEM, há três décadas os autores de livros didáticos de Biologia do ensino médio vem engabelando nossos alunos. Em 2003 e 2005 enviei e entreguei pessoalmente no MEC em Brasília, uma análise crítica da abordagem da evolução em alguns de nossos melhores autores de livros-texto como Amabis e Martho. Esses autores não estavam assim tão cientificamente desinformados a ponto de não saberem que em 1980 o neodarwinismo já era uma teoria científica morta.

Eu aprendi na universidade que a ciência e a mentira não podem andar de mãos dadas. Se o neodarwinismo é uma teoria científica morta em 1980, e é ensinado como heurística em evolução, o nome disso é desonestidade científica. Um grave descompasso com a verdade científica.

Alô MEC/SEMTEC/PNLEM, está mais do que na hora de se ensinar a teoria da evolução honestamente. Objetivamente. Com evidências a favor e contra. Não existe Theoria perennis em ciência. Afinal de contas, vem aí a Síntese Evolutiva Ampliada, nova teoria da evolução que não será selecionista.

Fonte.

+++++

CONCLAMAÇÃO AOS ESTUDANTES DO ENSINO MÉDIO PARA UMA REVOLUÇÃO EDUCACIONAL:

Alô alunos do ensino médio: se ainda ensinarem o neodarwinismo em aulas de ciência na sua escola, informem aos seus professores que o neodarwinismo é uma teoria científica que não tem a robustez epistêmica como apresentada nos seus livros didáticos: ela já morreu em 1980, e que estão usando uma teoria científica morta para explicar as coisas vivas.

Hay que endurecerse pero con ternura! Y viva la revolución de los estudiantes!!!