Serra critica a distribuição de livros de biologia com duas fraudes e distorções de evidências científicas
17/03/2009 - 23h40
REGINA MORAES
da Folha Online
O governador de São Paulo, José Serra (PSDB), criticou a Secretaria de Estado da Educação por ter distribuído livros de biologia para alunos do ensino médio com duas fraudes e diversas evidências científicas distorcidas a favor do fato da evolução. Nos livros, que levam o nome de “Biologia”, as mariposas de Manchester aparecem repousando em troncos de árvores (quando repousam nas copas), e os embriões de vertebrados aparecem semelhantes no desenvolvimento inicial (são diferentes). As duas fraudes e as distorções de evidências científicas a favor da evolução também acontecem no livro do professor.
“Essas duas fraudes e distorções não é algo de somenos importância que alguém possa ignorar. Ninguém acha que a ciência e a mentira podem andar de mãos dadas. Acho que houve algum problema ideológico, mas acho que o MEC/SEMTEC/PNLEM deveria vir a público reconhecer o erro e revisar os materiais”, afirmou o governador.
Nesta terça-feira, a pasta da Educação determinou o recolhimento dos 500 mil livros com as duas fraudes e distorções das evidências científicas distribuídos para alunos do ensino médio.
“É um erro gravíssimo, que já deveria ter sido corrigido há mais tempo. Material [escolar] não pode estar errado, não pode ter fraudes e nem distorções desse tipo. Ciência e mentira não podem andar de mãos dadas”, disse Serra.
A pasta do governo de José Serra (PSDB) determinou que a Secretaria de Educação faça a troca dos livros com erros. Não foi anunciado quem irá arcar com todos os gastos desta troca, incluindo impressão e distribuição.
Os livros já começaram a ser distribuídos na rede, mas não há informação se já chegou a todas as escolas do Estado. De acordo com a secretaria, os livros “Biologia” não é um material complementar, mas é utilizado em conjunto com os materiais destinados aos professores.
A correção foi disponibilizada na semana passada para os professores estaduais no site da secretaria ou também neste site. Estudantes e professores foram informados da correção nas páginas do governo na semana passada.
Procurado pela Folha de São Paulo, Fernando Haddad, atual ministro da Educação não quis se pronunciar a respeito deste imbróglio e nem comentar sobre o envio de uma análise crítica desses livros enviada e entregue ao MEC em 2003 e 2005 por "um simples professor do ensino médio" hoje historiador de ciência em formação.
Claudio Angelo, editor de ciências da FSP comentou: "Quem perde são os alunos que tiveram sua cidadania violentada no acesso a informações corretas e atualizadas, e perde muito mais o país com uma educação distorcida e fradulenta."
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NOTA DESTE BLOGGER:
Este texto é uma paródia. Como estilo literário, a paródia diz a verdade pelo avesso.
"A paródia é a recriação de um texto, geralmente célebre, conhecido, uma reescritura de caráter contestador, irônico, zombeteiro, crítico, satírico, humorístico, jocoso.
A paródia constrói, assim, um percurso de desvio em relação ao texto parodiado, numa espécie de insubordinação crítica, cômica."