CONTRA A FOLHA
O inimigo da hora
Por Carlos Brickmann em 22/12/2009
Blogs, blogueiros, ativistas da internet estão mobilizados: o alvo é a Folha de S.Paulo, acusada de ter colaborado com a repressão nos tempos da ditadura militar. Há ataques pessoais ao diretor de Redação (que, na época, tinha seus dez anos de idade) e a jornalistas que lá trabalham hoje, como se fossem responsáveis por fatos ocorridos quando lá não estavam – e nem idade para isso tinham.
É um fenômeno curioso: os fatos de que o jornal é acusado são conhecidos há muito tempo, e isso não impediu boa parte dos blogueiros e ativistas anti-Folha da internet de trabalhar lá, até mesmo de ocupar altos cargos na empresa, em funções de direção. Parece que, depois que estes importantes funcionários deixaram o jornal, o passado da empresa piorou muito. Aqueles fatos que eram conhecidos mas esquecidos enquanto trabalhavam lá, de repente se tornaram intoleráveis.
Gostar da Folha ou não, gostar de seus concorrentes ou não, isso faz parte do jogo: é uma decisão tomada pelos consumidores de informação. Mas uma campanha sistemática como a que está sendo movida neste momento deve ser vista com reservas: que é que está por trás dela? A quem interessa tentar desmoralizar um jornal que, entre suas iniciativas políticas, deu firme apoio à campanha das Diretas-Já, apontou fraudes como a da licitação da Ferrovia Norte-Sul, no governo Sarney, abriu suas portas a pessoas malvistas pelo regime militar, como Oswaldo Peralva, Tarso de Castro, Samuel Wainer, Janio de Freitas?
Papel, internet, rádio, TV, twitter, há espaço para todos. Como dizia um antigo anúncio do candidato Eduardo Suplicy, acenda sua estrela, em vez de tentar apagar a dele. Que o consumidor de informação escolha o que for melhor para si.
Fonte: Observatório da Imprensa
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UMA NOTA DESTE BLOGGER PARA CARLOS BRICKMANN:
Este blog é contra a Folha de São Paulo porque é um veículo que violenta a cidadania dos seus leitores no seu direito à informação, pela sua seletividade em 'ouvir o outro lado', e por não praticar o jornalismo que seu Manual da Redação propõe: moderno, objetivo e apartidário. Quando a questão é Darwin, a FSP sofre da síndrome ricuperiana: "O que Darwin tem de bom, a gente mostra; o que Darwin tem de ruim, a gente esconde".
Marcelo Leite, da FSP, no encerramento de conferência sobre a evolução na Fac. de Medicina da USP, em 2006, sobre o avanço do criacionismo (por tabela a teoria do Design Inteligente) no Brasil, disse: "NÃO DAMOS ESPAÇO!"
E aqui neste blog a FSP leva chumbo grosso, sem dó nem piedade!!!