JC e-mail 3918, de 28 de Dezembro de 2009.
27. Cientistas e jornalistas
Livros relançados mostram como pensam profissionais de imprensa e ciência sobre o desenvolvimento em educação e C&T
Julio Abramczyk escreve para a "Folha de SP":
Uma das diferenças entre cientistas e jornalistas é a linguagem. O cientista usa o vocabulário próprio da sua área, e o jornalista transmite informações compreensíveis sobre ciência. É a imprensa que sedimenta e forma a opinião pública sobre os problemas da comunidade, entre eles a importância da educação para a população e a da compreensão da ciência para o desenvolvimento de uma nação.
Organizadas pelos professores Jorge Wertheimer e Célio da Cunha, foram recentemente lançadas, em segunda edição, "O que Pensam os Cientistas sobre Ensino de Ciências e Desenvolvimento" e "O que Pensam os Jornalistas sobre Investimentos em Educação, Ciência e Tecnologia".
As obras, editadas pela Unesco com o patrocínio do Instituto Sangari, mostram estreita convergência de ideias de 28 profissionais de imprensa e de 26 cientistas.
Enquanto o jornalista Carlos Eduardo Lins da Silva mostra que o bom jornalismo ajuda a criar o ambiente social necessário para que educação e ciência consigam ser fatores capazes de alavancar o progresso econômico, o matemático Marco Antonio Raupp, presidente da SBPC, insiste na mobilização da sociedade para um ensino de qualidade, especialmente no nível fundamental, que é o que mais afeta a cidadania.
O microbiologista Isaac Roitman pergunta por que foi tão curta a experiência da Funbec na década de 1960 e o jornalista Janio de Freitas explica: se os problemas educacionais persistem no país que construiu Brasília, a conclusão é que a classe dominante jamais desejou, realmente, resolver o problema educacional no Brasil.
(Folha de SP, 27/12)