Bolsistas da FAPESP são premiados

quinta-feira, dezembro 10, 2009

Bolsistas da FAPESP são premiados
10/12/2009

Por Fábio Reynol

Agência FAPESP – Os trabalhos de uma aluna de doutorado e de dois estudantes de mestrado do Instituto de Biologia (IB) da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) conquistaram os três primeiros lugares do 4º Simpósio Internacional de Biologia do Desenvolvimento, realizado em novembro em Taubaté (SP). Os três são bolsistas da FAPESP e orientandos do professor Marcelo Carnier Dornelas.


Pós-graduandos do IB da Unicamp conquistam os três primeiros lugares no Simpósio Internacional de Biologia do Desenvolvimento (foto: Unicamp)

A doutoranda Juliana Lacorte Cazoto ficou em primeiro lugar com pesquisa sobre o desenvolvimento embrionário do maracujá (Passiflora edulis). O objetivo é descrever todas as fases do desenvolvimento dessa espécie vegetal do zigoto até o embrião incluindo a identificação dos genes relacionados a cada transição. Isso inclui também os aspectos moleculares ativados por esses genes ao longo do processo.

“Um dos motivos do trabalho é que hoje se usa como planta modelo para estudos de desenvolvimento uma espécie de clima temperado, a Arabidopsis thaliana”, disse Juliana.

Essa herbácea foi a primeira planta a ter o genoma completamente sequenciado. Por esse motivo, as pesquisas tendem a tomar o desenvolvimento do embrião da Arabidopsis como padrão para todas as outras plantas.

“Mas podem existir algumas diferenças e é o que pretendemos averiguar com esse trabalho”, explicou Juliana. O estudo de um vegetal de clima tropical como o maracujá poderá representar um padrão mais próximo das espécies nacionais, segundo ela.

O segundo lugar do simpósio ficou com a mestranda Lívia Camilla Trevisan Scorza, que analisou os sistemas de polinização do maracujá e a sua evolução por meio da análise de flores de espécies diferentes da planta.

A bolsista explica que há partes na flor do maracujá que são diferentes das encontradas em outras espécies. É o caso da corona, que serve como “plataforma de pouso” para os insetos. Lívia se deteve na estrutura chamada androginóforo, que projeta as partes reprodutivas da planta e apresenta uma característica interessante.

“Ele faz um movimento na mesma direção do toque para facilitar a polinização”, disse. Essa movimentação peculiar, chamada tigmonastismo, aumenta o contato do pólen com o polinizador, seja ele um beija-flor ou um inseto. O estudo do androginóforo poderá dar pistas importantes sobre a evolução do sistema de polinização.

Pedro Araújo ficou na terceira colocação com trabalho sobre a análise da expressão de dois genes específicos presentes em frutos carnosos de citro. “Ao identificar na laranja onde o gene está sendo expresso, obtemos um forte indício de sua função”, disse o mestrando, que estudou a variedade valência da fruta desde a fase de abertura da flor até o amadurecimento do fruto.

O bolsista pretende agora fazer um estudo paralelo com as tangerinas poncãs. Se os genes estiverem relacionados à formação das cascas, eles poderiam explicar por que a poncã pode ser descascada com a mão e a valência não.