A Nomenklatura científica se queixa de que o público tem uma noção errônea sobre a evolução humana: nós teríamos vindo dos macacos, e de vez em quando corrige que as idéias transformistas de Darwin apontam somente para um ancestral comum às duas espécies. Mas com uma capa e uma chamada dessas para o livro 99% Ape: How Evolution Adds Up [99% macaco: como que a evolução faz sentido] feita pelo Museu de História Natural de Londres, fica difícil ‘desconstruir’ a ignorância da plebe ignara que ‘nada entende de ciência’.
Como não podia deixar de ser, oia nois na fita outra vez, o livro promete ‘revelar as falhas do design inteligente’.
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Com o uso de ilustrações coloridas e diagramas claros por todo o livro, esta é uma introdução completa à evolução e ao pensamento mais recente sobre o assunto.
Charles Darwin foi ridicularizado ao sugerir que os humanos têm macacos por ancestrais, mas cada avanço científico no estudo da vida nos últimos 150 anos tem confirmado a realidade da evolução.
No livro '99% Ape: How evolution adds up' [99% Macaco: Como que a evolução faz sentido] eminente especialistas explicam este assunto fundamental, mas ainda freqüentemente complexo e guia o leitor comum através da mais recente evidência. Eles exploram as nossas origens e a genealogia das coisas vivas, bem como salientando alguns dos pontos chaves que marcaram na história evolucionária.
Leia a pesquisa mais recente sobre os tentilhões de Darwi e como que novas espécies evoluem, descubra as falhas no ‘design inteligente’, descubra o que a evolução tem a dizer sobre a psicologia, o desenvolvimento da mente humana e da moralidade, e como que nós ainda estamos evoluindo.
Por que sou ‘pós-darwinista’? Porque já fui evolucionista de carteirinha. Hoje, sou cético da teoria macroevolutiva como verdade científica. Contudo, meu ceticismo ao ‘dogma central’ darwinista não é baseado em relatos da criação de textos sagrados. Foi a séria e conflituosa consideração do debate que ocorre intramuros e nas publicações científicas há muitos anos sobre a insuficiência epistêmica da teoria geral da evolução. Eu fui ateu marxista-leninista. Hoje, não tenho mais fé cega no ateísmo. Não creio mais na interpretação literal dos dogmas de Darwin aceitos ‘a priori’ e defendidos ideologicamente com unhas e dentes pela Nomenklatura científica. A Ciência me deu esta convicção. Aprendi na universidade: quando uma teoria científica não é apoiada pelas evidências, ela deve ser revista ou simplesmente descartada. Sou pós-darwinista me antecipando à iminente e eminente ruptura paradigmática em biologia evolutiva. Chegou a hora de dizer adeus a Darwin. Mestre em História da Ciência – PUC-SP. CV Plataforma Lattes: http://lattes.cnpq.br/6602620537249723