O Darwin por detrás do mito

domingo, setembro 30, 2007

Carta ao leitor da revista VEJA (edição 2028), # 39, de 3 de outubro de 2007

A imagem de Charles Darwin que a Nomenklatura científica adora: há uma grande distância entre a figura do herói epistêmico revolucionário e o verdadeiro cientista de carne e osso.

No dia 24 de novembro de 1859, o teórico materialista Charles Darwin publicou o livro Origem das Espécies. Cento e cinqüenta anos depois, apesar da ruína parcial do darwinismo pelo avanço da ciência moderna, sua figura permanece intocada no panteão dos mitos científicos. Para os estudantes que querem aprender sobre a origem e a evolução da vida, o Darwin congelado na fotografia tirada em sua casa em Down − sem dúvida uma das imagens mais reproduzidas de todos os tempos − encarna os ideais de ousadia no pensar de idéias perigosas e de honestidade acadêmica. Para os renitentes ideólogos da KGB da Nomenklatura científica, o herói científico Darwin é um instrumento facilitador da doutrinação que continuam a fazer em escolas e universidades sem nenhuma contraposição. Mas quem era o homem a partir do qual se forjou o mito? Haveria uma correspondência exata entre o teórico supostamente revolucionário e aquele perenizado em exposições de louvaminhice beirando ao culto de personalidade como na recente Exposição-Darwin no MASP?

Os repórteres de VEJA tiveram a rara oportunidade (talvez a última) de conversar com historiadores que lidaram com aspectos dúbios da vida de Darwin em diferentes etapas da elaboração de sua teoria. Eles entrevistaram historiadores da ciência especialistas em Darwin que não rezam pela cartilha da historiografia “mainstream”. O trabalho da reportagem foi completado com a leitura de três biografias e de vários Notebooks escritos pelo atormentado evolucionista. Desse mergulho, emergiram dados curiosos. Um deles é que há registros históricos − a teoria da evolução pela seleção natural − não tenha saído originalmente do pensamento de Darwin. Quanto às indagações que moveram a reportagem − sola veritas − conclui-se que Darwin-mito esconde uma verdade pouco palatável que a Nomenklatura científica não queria que se tornasse amplamente divulgada para o leitor não especializado. Darwin foi um teórico visionário, decerto. Mas foi, sobretudo, um homem que não reconhecia a primazia de outros teóricos sobre a questão da evolução [reconheceu isso tão-somente na 3ª. edição do Origem das Espécies], que enxergava nesse atropelo de primazia um fim em si, e não apenas um meio para atingir seus objetivos: ser um nome famoso na ciência.

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P A R Ó D I A, mas que um dia será verdade noticiada pela Grande Mídia Tupiniquim.

EXTRA! EXTRA! Agentes do Design Inteligente infiltrados na revista VEJA conseguiram o sketch da verdadeira capa que será publicada em 2009 quando das comemorações dos 150 anos de publicação do “Origem das Espécies”.

IMPERDÌVEL!!!

As lorotas da Exposição Darwin-MASP endossadas agora pela Fiocruz?

sábado, setembro 29, 2007

Eu ainda estou devendo para os leitores deste blog a parte 4 da série sobre a “Exposição Darwin-MASP” onde apontamos as distorções e as inverdades históricas sobre Darwin e a teoria da evolução. Eu pensei que a minha abordagem iria fazer com que outros historiadores mais competentes e de longa trilha acadêmica se manifestassem repudiando a louvaminhice do evento, e o descompasso com a verdade histórica dos fatos sobre a Exposição Darwin-MASP.

Ledo engano e muita esperança de minha parte, embora eu tenha ouvido a boca pequena a insatisfação de alguns cientistas com a incúria da exposição, mas a maioria dos historiadores brasileiros simples e incompreensivelmente ficou muda.

O JC E-Mail noticia agora que a Fiocruz vai inaugurar uma exposição sobre Darwin. Eu tenho o maior respeito por esta instituição científica brasileira, mas será que a Fiocruz vai endossar as lorotas que a Exposição Darwin-MASP propalou impunemente?

JC E-Mail 3359, de 28 de Setembro de 2007

11. Fiocruz inaugura durante a Semana Nacional de C&T exposição sobre Darwin

Mostra para o público infanto-juvenil sobre Darwin e Galápagos e a história da teoria da evolução pela seleção natural ficará exposta em Duque de Caxias, RJ

Está para começar uma viagem de exploração às Ilhas Galápagos. Vamos acompanhar sete meninos e meninas e dois cientistas que, entre 28 de dezembro de 2006 e 9 de janeiro de 2007, seguiram as pegadas de Charles Darwin, o grande cientista que há quase 200 anos realizou uma viagem científica (1831-1836) ao redor do mundo com o navio inglês Beagle. A passagem pelas Ilhas Galápagos foi uma das etapas mais importantes de sua viagem.

Munidos com equipamentos dos verdadeiros exploradores, esse grupo de meninos e meninas observou a extraordinária natureza dessas ilhas, fez experimentos e atividades para tentar entender e “redescobrir” a teoria da seleção natural, que permitiu explicar a origem das espécies e a evolução da vida.

Ali eles se depararam com temas de grande atualidade: a conservação das espécies, a biodiversidade e a sustentabilidade. Com esta exposição você poderá reviver essa expedição através de fotografias, experimentos, vídeos e jogos.

A exposição traz informações sobre a vida de Charles Darwin (1809-1882), sua viagem no Beagle e sua estada no Brasil. Um painel tratará também das contribuições de Alfred Wallace (1823-1913), que formulou independentemente de Darwin a teoria da seleção natural, e de sua expedição científica à Amazônia (1848-1852).

Em 2008, serão festejados os 150 anos da teoria da seleção natural, proposta por Darwin e Wallace em 1858. Em 2009, serão comemorados os duzentos anos do nascimento de Darwin e os 150 anos de seu famoso livro A Origem das espécies. Como esta exposição, iniciamos as comemorações dessas datas importantes.

A exposição foi produzida na Itália pelo Medialab da SISSA (Scuola Internazionale Superiore di Studi Avanzati, Trieste) e pela empresa Prospero, Trieste. No Brasil está sendo montada pelo Museu da Vida/Casa de Oswaldo Cruz/Fiocruz, com apoio do Ministério da C&T.

A inauguração da exposição Nas pegadas de Darwin ocorrerá durante a Semana Nacional de C&T. Ela ficará exposta em Duque de Caxias, fazendo parte do projeto Ciência Móvel – Vida e Saúde para todos, do Museu da Vida/ Casa de Oswaldo Cruz/Fiocruz e Cecierj/RJ. Local: Praça do Pacificador – Duque de Caxias – RJ.

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Uma nota aberta para o Dr. Jaime Benchimol, da Fiocruz:

Infelizmente eu não vou poder assistir a esta exposição da Fiocruz sobre Darwin. Gostaria de ir para verificar a exatidão histórica dela. Não podendo ir, destaco para o Sr. e possíveis visitantes, os links dos blogs postados sobre as lorotas contadas sobre Darwin e a elaboração da teoria da seleção natural na Exposição Darwin-MASP.

Blog 1.

Blog 2.

Blog 3.

Ao contrário do enunciado na nota da Fiocruz, a seleção natural não explica a origem e a evolução das espécies. Quando muito, explica tão-somente as variações intra-espécies e que o mais apto sobrevive. Falta explicar como surgiu o mais apto e uma espécie se transformar noutra espécie.

Caso a exposição da Fiocruz repita as mesmas flagrantes distorções da Exposição Darwin-MASP, lamento dizer isso Dr. Benchimol, mas o nosso suado dinheirinho está sendo mal empregado na manutenção de distorções históricas e, pior de tudo, engabelando mentes infantis que ainda não sabem diferenciar o fato da ficção histórica, especialmente da ficção histórica que beira ao culto da personalidade.

Escritos de sábios orientais antigos dizem que a punição por engabelar crianças é amarrar uma pedra bem pesada nos pescoços desses mentirosos e lançá-los no mar profundo. Mas o que é uma, duas, três, quatro, cinco, seis mentiras em nome de Darwin, não é mesmo? As evidências, ora que se danem as evidências, o que vale é a história sancionada pela Nomenklatura científica.

Este tipo de louvaminhice, idolatria, e falta de ética, Dr. Benchimol, não cabem mais em ciência!

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Com a palavra o Ministro da Educação, caso se configure realmente o descompasso da exposição da Fiocruz com a verdade histórica sobre Darwin e a teoria da seleção natural.

Cadê o flagelo bacteriano que estava aqui?

Eu tive uma professora em renomada universidade privada brasileira que ensinava ser o riso uma forma de desconstruir a “verdade” dos poderosos de plantão, e mostrar que o rei está nu. Coisa que nós pensamos ser original em Hans Christian Andersen, mas não é. Dra. Vera Machline, por onde anda você?

Os meninos e meninas da galera de Darwin são useiros e vezeiros em dizer bobagens na internet. A bobagem maior que estão propalando por aí no webespaço é que todos os exemplos de complexidade irredutível de Behe foram “falsificados”, especialmente a complexidade irredutível de sistemas biológicos que pode ser explicada por etapas gradualistas darwinianas. Nada mais falso!

NOTA BENE: NADA MAIS FALSO! Se a tese de complexidade irredutível de Behe tivesse sido falsificada, nós da turma do Design Inteligente já tínhamos picado a mula faz tempo, e ido para Quixeramobim comer carne de sol com rapadura!

Uma das coisas boas que a internet proporcionou é a velocidade da comunicação. Democrática, diga-se de passagem. Hoje, quem quiser tapar o Sol das evidências contrárias a uma teoria científica com uma peneira furada de teorias ad hoc ou notas promissórias epistemológicas corre o risco de ser apanhado com as calças nas mãos, ou simplesmente em falta com a verdade das evidências.

Aqui neste blog, a gente mata a cobra e mostra o pau (bateu saudades do Macaco Simão, da minha querida Folha de São Paulo). Meninos e meninas da galera de Darwin, eu tenho más notícias para vocês: o flagelo bacteriano, a tese da complexidade irredutível de Behe, está mais forte do que nunca. Razão? Recente artigo publicado na Nature, uma publicação científica darwinista insuspeita, que meu amigo Tom Magnuson abordou em 28/09/2007:

O flagelo bacteriano ainda mais complexo do que antes imaginado

A revista Nature inclui uma nova pesquisa sobre sistemas de flagelos bacterianos que aborda a partir de uma perspectiva de rede de proteína. A primeira coisa que o artigo faz é demonstrar (novamente) que existem proteínas essenciais que são absolutamente necessárias para a mobilidade flagelar. Mas também diz algo bem impressionante: “Na verdade, permanece difícil dizer se todas os componentes de proteínas do aparato flagelar foram identificados.”



O artigo também afirma que os genes de mobilidade preditos usando seqüências de genomas precisam ser checados novamente em comparação a um background funcional (i.e. “relevância biológica”). Estes cientistas se deram ao trabalho de descobrir quais genes são necessários para mobilidade flagelar (mediante muitas pesquisas). Eles descobriram inúmeras novas proteínas de mobilidade que parecem ser específicas das espécies.

PDF do artigo gratuito aqui [607 KB] >>>

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Comentário impertinente deste blogger:

O que a galera dos meninos e meninas de Darwin propalava impunemente por aí era mais ou menos assim:

“Cadê o flagelo bacteriano que estava aqui?” “Darwin mus comeu!”.

Mas o artigo da revista Nature revela que a tese da complexidade irredutível de Behe está mais robusta do que antes. Eu queria ver a cara desses aborrecentes, oops, infantes, e perguntar:

“Cadê o Darwin mus?” “A ratoeira do Behe comeu!”

Traduzido em graúdos: Han har ikke Noget paa!!!

Relógio molecular? Não forcem a barra que as evidências não corroboram a hipótese!

sexta-feira, setembro 28, 2007

É amplamente reconhecido pelos cientistas [Ué, por que a cara de espanto??? Eles sabem, mas não dizem...] que há um descompasso entre a datação molecular e o registro fóssil. É o que parece graficamente descrito neste estudo significante lidando com as seqüências de DNA antigos. Ele detona os princípios de datação molecular: os dados que nós temos sobre as taxas de substituição “são elevadas acima dos níveis filogenéticos de longos períodos”.

Esta descoberta é um achado sensato para os pesquisadores que trabalham minuciosamente para o fornecimento de pontos de calibração em suas filogenias moleculares.

Relógio molecular? Tá na hora de acertar os ponteiros com as evidências...

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Elevated substitution rates estimated from ancient DNA sequences Simon Y.W. Ho, Sergios-Orestis Kolokotronis, Robin G. Allaby Biology Letters, FirstCite, 4 September 2007 | doi 10.1098/rsbl.2007.0377

Abstract: Ancient DNA sequences are able to offer valuable insights into molecular evolutionary processes, which are not directly accessible via modern DNA. They are particularly suitable for the estimation of substitution rates because their ages provide calibrating information in phylogenetic analyses, circumventing the difficult task of choosing independent calibration points. The substitution rates obtained from such datasets have typically been high, falling between the rates estimated from pedigrees and species phylogenies. Many of these estimates have been made using a Bayesian phylogenetic method that explicitly accommodates heterochronous data. Stimulated by recent criticism of this method, we present a comprehensive simulation study that validates its performance.

For datasets of moderate size, it produces accurate estimates of rates, while appearing robust to assumptions about demographic history. We then analyse a large collection of 749 ancient and 727 modern DNA sequences from 19 species of animals, plants and bacteria. Our new estimates confirm that the substitution rates estimated from ancient DNA sequences are elevated above long-term phylogenetic level

Aviso aos navegantes, oops, darwinistas: não cometam o mesmo erro duas vezes!

Eu sou um iconoclasta epistêmico a la Feyerabend: há verdade nesta anarquia epistemológica, onde até as chamadas pseudociências podem apresentar uma parte essencial de verdade científica corrigindo os erros dos paradigmas vigentes. Não é uma questão de “vale tudo”, mas de considerar justamente aquelas que mais incomodam os nossos Guias de plantão da Nomenklatura científica e suas ideologias.

Nas minhas incursões de guerrilheiro epistemológico, eu uso da ironia e do riso para mostrar que Darwin está nu [não tem uma teoria macromutacionista] e que há algo de podre no reino da Nomenklatura científica: no contexto da justificação teórica há pelo menos duas décadas com o avanço da ciência tomou conhecimento das insuficiências epistêmicas fundamentais das atuais teorias da origem e evolução do universo e da vida, e reluta reconhecer essa nudez teórica demonizando críticos e oponentes.

Nós da teoria do Design Inteligente temos sofrido esse tratamento maquiavélico na mão dos agentes da KGB da Nomenklatura científica e da Grande Mídia internacional e tupiniquim. Eles dizem que é “teoria conspiratória”, mas nós temos sofrido isso na pele nos Estados Unidos e na Comunidade Européia.

Nós teóricos e proponentes da teoria do Design Inteligente há pelo menos uma década destacamos que o “DNA lixo” não era o “lixo” atribuído pelos darwinistas, mas tinha uma função. Outros cientistas também esposaram o mesmo ponto de vista. Como meninos birrentos, a turma do “DNA lixo”, pela sua caturrice ideológica em não querer ver design na Biologia, impediram o avanço da ciência em pelo menos três décadas. Agora é o RNA que está deixando os atuais Lysenkos de cabelo em pé.

Leia o artigo de Robert Crowther, do Discovery Institute, e amigo deste blogger:
Os darwinistas vão cometer o mesmo erro com o RNA que eles fizeram ao ignorar o tão-chamado DNA “Lixo”?

Ontem [24/09/2007] o jornal Boston Globe publicou um artigo interessante e iluminador sobre o DNA, e o que os cientistas estão aprendendo sobre as operações internas da célula. Como está se mostrando, quanto mais nós aprendemos, mais nós tomamos conhecimento de que há mais para se aprender.

“O quadro que está surgindo” de como as células vivas operam e evoluem de verdade “é tão imensamente mais complicado que alguém imaginou, é quase desanimador”, disse Rigoutsos.

Uma coisa interessante que me veio à mente enquanto eu lia este artigo, foi o fato que, enquanto muitos cientistas agora saibam que foi um erro tirarem conclusões precipitadas de que havia grande quantidade de “lixo” no DNA (porque eles tentando encaixar a pesquisa num modelo darwiniano), eles estão pertos de cometerem o mesmo erro novamente, desta vez com o RNA.

Ninguém sabe o que todo o RNA extra está fazendo. Pode ser a regulação de genes de maneiras absolutamente essenciais. Ou pode estar fazendo nada de muita importância: trabalho genético intenso servindo a nenhum propósito real.

Muitos pesquisadores acreditam que a verdade está no meio. “Metade do RNA pode estar fazendo algo muito útil”, disse Lander, que é também professor de Biologia no MIT [Massachusetts Institute of Technology]. “A outra parte pode se revelar ser, bem, apenas lixo − não fazendo nem um grande bem, e nem um grande mal”.

Sabendo que Jonathan Wells, pesquisador sênior [do Discovery Institute] está escrevendo um novo livro sobre genética intitulado “The End of the Genetic Paradigm” [O fim do paradigma genético], eu mandei um e-mail para ele perguntando o que ele achou do artigo. Eis aqui a sua resposta:

“De acordo com um artigo na edição de ontem do jornal Boston Globe, os biólogos descobriram que a pequena porcentagem de nosso DNA que codifica as proteínas não é tão importante quanto eles pensaram antes. Muitos processos celulares são devidos a extensões não-codificantes de DNA − ou do RNA, ou completamente de outra coisa. As descobertas precipitaram o que Francis Collins, diretor do National Human Genome Research Institute [Instituto Nacional de Pesquisa do Genoma Humano], chama de uma “revolução científica.”

Esta notícia parece revolucionária porque Collins e muitos outros cientistas acreditaram no neodarwinismo, que assume o desenvolvimento do embrião ser controlado por um “programa genético” no DNA. É esta suposição que justifica a crença neodarwinista de que as mutações do DNA fornecem a matéria prima para a evolução. E foi esta suposição que levou Francis Crick, quando ele e James Watson decifraram [Nota deste blogger: ou roubaram da Rosalind Franklin?] a estrutura do DNA em 1953, para anunciar que eles tinham “descoberto o segredo da vida.”

Mesmo em 1953, alguns biólogos eram céticos que o “DNA é o segredo da vida”, mas o ceticismo deles foi em grande parte enterrado pelo rolo compressor do neodarwinismo que vem nivelando a Biologia desde então. Agora fica demonstrado que os céticos estavam certos. Quanto mais nós aprendemos de seqüenciamento genômico, mais óbvio se torna de que há mais coisas nas células vivas do que é sonhado na filosofia neodarwinista.”

Postado por Robert Crowther 25 de setembro de 2007 12:15 PM − Permalink


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COMENTÁRIO IMPERTINENTE DESTE BLOGGER:

Eu ia comentar sobre este novo livro do meu grande amigo Jonathan Wells [um dia vou contar sobre isso] − o fim do paradigma genético, mas perdi a exclusividade para outro amigo, Robert Crowther. NOTA BENE: é um cientista, teórico e proponente da teoria do Design Inteligente que, pelas suas pesquisas, concluiu: O ATUAL PARADIGMA DO DNA MORREU!

Pano rápido, que eu vou seguir as evidências aonde elas forem dar... Design Inteligente!

Atitude antisemítica no Google

quarta-feira, setembro 26, 2007

Imagine um site que tenha tudo sobre judaísmo e judeus. Não, não é o que você pensou. Não se trata de um sobre o verdadeiro judaísmo e com judeus reais de carne e osso - com seus defeitos e acertos - com suas riquezas, curiosidade e cultura. Mas sim um com todos os tipos de conspirações possíveis e imagináveis, que culpe este povo por todos os males do mundo, de terremotos ao atentado de 11 de setembro, passando pelos genocídios de Darfur, Somália, Ruanda e outros, além obviamente da Guerra no Iraque...

Leia mais aqui.

EXTRA! EXTRA! A Comissão de Educação e Cultura discutirá os livros didáticos de Biologia do ensino médio

terça-feira, setembro 25, 2007

Em 2003 e 2005 eu entrei em contato por e-mail e protocolei pessoalmente junto ao MEC/SEMTEC e à CEC [Comissão de Educação e Cultura] da Câmara dos Deputados a análise crítica da abordagem das teorias da origem e evolução do universo e da vida em nossos melhores livros-texto de Biologia do ensino médio.

Eu aproveitei a repercussão da reprovação do livro Nova história crítica (Editora Nova Geração), por supostamente apresentar conceitos maniqueístas sobre socialismo e capitalismo, e enviei e-mail para o Dep. Gastão Vieira, presidente da Comissão de Educação e Cultura – CEC, da Câmara dos Deputados, com cópia para todos os deputados titulares e suplentes.

Naquele e-mail, eu pedia também audiência pública com a presença de um representante do MEC para explicar o não cumprimento do preconizado pela LDB 9394/96 e os atuais PCNs do ensino médio sobre o conteúdo distorcido da teoria da origem e evolução do universo e da vida em nossos melhores livros didáticos de Biologia do ensino médio.

Todos os e-mails voltaram. Pensei que era o sistema de anti-spam da Câmara. Retirei o anexo [a análise crítica], e reenviei os e-mails. Todos voltaram novamente. Eu resolvi então tornar público o e-mail endereçado ao presidente daquela comissão. Não percebi que no site há um sistema que permite uma comunicação direta.

Hoje à tarde recebi a resposta de meu e-mail público que, em decorrência do precedente, transcrevo abaixo:

De: Dep. Gastão Vieira [mailto:dep.gastaovieira@camara.gov.br]
Enviada em: terça-feira, 25 de setembro de 2007 17:41
Para: Enézio E. de Almeida Filho
Assunto: RES: O MEC e a CEC aprovam a abordagem distorcida de livros didáticos
Prioridade: Alta

Prezado Enézio,

Recebi com preocupação seu e-mail. Na audiência pública para tratar do assunto, os livros de biologia serão discutidos.

Atenciosamente,

GASTÃO VIEIRA
Deputado Federal

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NOTA DESTE BLOGGER:

Se me informarem a data desta audiência, eu terei o maior prazer de ir a Brasília, e ver as explicações que o representante do MEC dará para esta inusitada situação.

Dados sobre a evolução humana: uma tela “impressionista”

O Impressionismo: “escola de pintura surgida na França por volta de 1870, que visava captar, em princípio, a impressão visual produzida por cenas e formas derivadas da natureza, e as variações nelas ocasionadas pela incidência da luz, e que se baseava especialmente no emprego das cores e de suas relações e contrastes, a fim de obter efeitos plasticamente dinâmicos e objetivos”. (Aurélio)



Impression - Sunrise (Claude Monet - 1874) Musée Marmottan - Paris - França)

Traduzido em graúdos: ilusão de ótica. Traduzido epistemicamente: no contexto da justificação teórica, uma teoria ou hipótese não corroborada pelas evidências, mas interpretada “subjetivamente” pelos que dominam o paradigma. Traduzido em miúdos: “camisa-de-força epistêmica”. Traduzido sociologicamente: “síndrome do soldadinho-de-chumbo” − todo mundo pensando a mesma coisa e ninguém pensando em nada diferente. As evidências, ora que se danem as evidências, o que vale é a teoria [Dobzhansky no Brasil].

Mas o quê tem o Impressionismo a ver com os dados sobre a evolução humana? Tem muito a ver − cientistas darwinistas honestos às vezes se esquecem da máxima de Wittgenstein [o que não pode ser dito deve ser consignado ao silêncio] e dizem o que não pode ser dito. Foi o que aconteceu aqui em relação aos dados pertinentes à evolução humana.

Leia cum granum salis este pequeno artigo do meu amigo David Tyler sobre os ossos de Dmanisi [há três décadas sendo estudados]:

Os dados da evolução humana podem ser comparados com uma pintura impressionista

por David Tyler 23/09/07 06:52:37

Os ossos de Homo erectus de Dmanisi, Geórgia, foram identificados como sendo “os ‘hominins’ mais antigos conhecidos como tendo vivido fora da África nas zonas temperadas da Eurásia.” As diferenças entre eles outros representantes de H. erectus foi cuidadosamente examinada. Alguns cientistas comentaram que as diferenças sugerem que os ossos de Dmanisi são ossos transicionais entre o habilis e o erectus, mas outros cientistas enfatizam a natureza altamente variável do material fóssil de erectus antigo.

Num artigo News & Views, Daniel Lieberman escreveu: “Quando observada de perto, contudo, a transição Australopithecus-Homo tem sido sempre obscura. Um problema é que nós não sabemos o suficiente sobre Homo habilis, o ancestral putativo de H. erectus.” [SIC ULTRA PLUS 1: Não sabemos o suficiente sobre a questão, mas Darwin locuta causa finita! Putativo não é palavra feia não, significa “suposto”. Ah, ainda bem que é “putativo”!].

Também, “em algumas relações, o H. habilis parece um bom candidato a ser o ancestral do H. erectus; ele tem uma face vertical, dentes de tamanhos intermediários entre os de australopithecus e H. erectus, e um cérebro de tamanho intermediário. Mas os fósseis definitivamente atribuídos a H. habilis datam de 1.9 milhões de anos, e assim não são mais velhos do que os fósseis mais velhos de H. erectus.

Além disso, Spoor et al também relatam uma nova mandíbula superior de H. habilis datada em 1.44 milhões de anos atrás, estendendo a sobreposição temporal das espécies com o H. erectus. (Mais sobre Spoor et al., aqui).

Lieberman introduziu o seu artigo com estas palavras: “O registro fóssil da evolução humana é como uma pintura impressionista: alguém vê uma foto close up diferente daquela quando se distancia.” Na verdade esta analogia é muito útil. Normalmente em ciência, obtendo-se mais dados ajuda a preencher o quadro de maneira que os detalhes podem ser vistos mais nitidamente. Todavia, isso não ocorre assim na evolução humana. Obtendo-se mais dados freqüentemente leva a manchetes que sugerem um repensar radical de “conhecimento” prévio. Neste caso, nós temos mais dados implicando num mosaico de caracteres e de variabilidade muito maior. Dando um zoom no quadro não está revelando os detalhes da história de uma transformação.

Como uma pintura impressionista, a evolução é somente aparente de um ponto vantajoso de distância. Uma visão mais próxima, nós vemos quantidades de dados, mas nenhum quadro coerente. Em situações como esta [SIC ULTRA PLUS 2: os ossos de Dmanisi vêm sendo pesquisados há três décadas] é particularmente importante não impor a teoria (de transformação evolutiva) sobre os dados.

Bibliografia:

Postcranial evidence from early Homo from Dmanisi, Georgia
David Lordkipanidze, Tea Jashashvili, Abesalom Vekua, Marcia S. Ponce de Leon, Christoph P. E. Zollikofer, G. Philip Rightmire, Herman Pontzer, Reid Ferring, Oriol Oms, Martha Tappen, Maia Bukhsianidze, Jordi Agusti, Ralf Kahlke, Gocha Kiladze, Bienvenido Martinez-Navarro, Alexander Mouskhelishvili, Medea Nioradze & Lorenzo Rook.

Nature, 449, 305-310 (20 September 2007) | doi:10.1038/nature06134

Abstract: The Plio-Pleistocene site of Dmanisi, Georgia, has yielded a rich fossil and archaeological record documenting an early presence of the genus Homo outside Africa. Although the craniomandibular morphology of early Homo is well known as a result of finds from Dmanisi and African localities, data about its postcranial morphology are still relatively scarce.

Here we describe newly excavated postcranial material from Dmanisi comprising a partial skeleton of an adolescent individual, associated with skull D2700/D2735, and the remains from three adult individuals.

This material shows that the postcranial anatomy of the Dmanisi hominins has a surprising mosaic of primitive and derived features. The primitive features include a small body size, a low encephalization quotient and absence of humeral torsion; the derived features include modern-human-like body proportions and lower limb morphology indicative of the capability for long-distance travel.

Thus, the earliest known hominins to have lived outside of Africa in the temperate zones of Eurasia did not yet display the full set of derived skeletal features.

Vide também:

Dalton, R., Treasure trove of Homo erectus found,news@nature.com: 19 September 2007; | doi:10.1038/news070917-6
Lieberman, D.E., Homing in on early Homo, Nature, 449, 291 - 292 (20 September 2007) | doi:10.1038/449291a

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Comentário impertinente deste blogger: o fato, Fato, FATO da teoria geral da evolução tem sido empurrado goela abaixo aos nossos estudantes através de “estórias da carochinha”, oops “just-so-stories” [obrigado Stephen Jay Gould, darwinista honesto] nos livros didáticos de biologia do ensino médio e superior, e aos nossos leitores leigos sem nenhum ceticismo localizado saudável. Pior é o jornalismo científico da Grande Mídia Internacional e Tupiniquim que sequer questionam “as vacas sagradas de Down”...

A complexidade emergente do genoma − vem “chumbo grosso” contra a teoria geral da evolução

segunda-feira, setembro 24, 2007

A complexidade emergente do genoma

Paul Nelson

Recentemente, um amigo que pensa (e tem publicado sobre) a natureza do genoma eucariótico me disse, “Paul, ninguém mais sabe realmente o que é o genoma.” Ele passou a explicar que o quadro que a maioria dos biólogos carrega em suas mentes, da relação dos genes à forma e função dos organismos — na verdade, o próprio conceito de “gene” — tem sido seriamente desafiado por descobertas em genômica comparativa e biologia molecular dentro dos últimos anos. Como tudo isso irá se normalizar, disse ele, é adivinhação de alguém. Mas a teoria [geral] da evolução, concluiu ele, não pode escapar da turbulência vindoura.



Para um resumo de algumas das descobertas que o meu amigo tinha em mente, vide este artigo na edição de hoje do jornal Boston Globe. [Talvez seja necessário registrar-se.]

E bem-vindos à Idade de Ouro da Biologia. Indubitavelmente, é a ciência mais excitante que está acontecendo agora. Revelando vistas surpreendentes de dados enigmáticos, nenhuma teoria à vista, é necessário pensamento criativo rigoroso.

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Comentário impertinente deste blogger:

Por que a Nomenklatura cientifica e a Grande Mídia tupiniquins “relutam” em reconhecer e lidar publicamente com a “crise paradigmática” em biologia evolutiva? Já chega de “Darwin das lacunas”, oops teorias ad hoc para salvar o combalido arcabouço teórico do século 19, recauchutado às pressas no século 20, e que não responde mais às anomalias reveladas pelas descobertas científicas?

Por que “demonizar” os críticos e proponentes de novas teorias?

Alô MEC/SEMTEC/PNLEM − por que “esconder” dos estudantes que o neodarwinismo está morto desde os anos 1980s, mas persiste como ortodoxia em nossos livros didáticos de Biologia do ensino médio???

Às evidências, senhores, aonde elas forem dar!

Um e-mail aberto à Comissão de Educação e Cultura – CEC da Câmara dos Deputados

Hoje de manhã, enviei e-mail para o Dep. Gastão Vieira, Presidente da Comissão de Educação e Cultura – CEC, Câmara dos Deputados, com cópia para todos os deputados titulares e suplentes daquela comissão, anexando a análise crítica da abordagem da teoria da evolução protocolada no MEC/SEMTEC e na CEC em 2005.

Infelizmente os e-mails retornaram talvez devido ao serviço de anti-spam da Câmara que não deve permitir a recepção de e-mails com anexos. Resolvi reenviar o e-mail sem o anexo. Todos eles retornaram. Não sabendo a que atribuir isso, resolvi tornar público o e-mail enviado para o presidente daquela comissão. Abaixo relacionados os deputados que deveriam receber este documento e seus respectivos e-mails.

Quem sabe se você enviar um e-mail “cobrando” seu deputado federal para a realização de uma “audiência pública” sobre esta inusitada situação de nossos livros didáticos em Biologia denunciada em 2003 e 2005 ocorra “com a presença de um representante do MEC” para as devidas explicações?

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Exmo. Sr. Dep. Gastão Vieira dep.gastaovieira@camara.gov.br

Presidente da Comissão de Educação e Cultura – CEC

Câmara dos Deputados

Brasília – DF

Exmo. Sr. Deputado Gastão Vieira:

O que me leva escrever a V. Excia. é a repercussão que teve a notícia veiculada no jornal “O Globo” (20/09/2007) trazendo a declaração do Exmo. Sr. Ministro de Educação, Fernando Haddad defendendo o atual sistema de avaliação do MEC, e a reação dos deputados Otávio Leite (PSDB-RJ) e Lobbe Neto (PSDB-SP) que apresentaram requerimentos solicitando audiência pública com a presença de um representante do MEC para dar explicações sobre a reprovação do livro Nova história crítica (Editora Nova Geração), por supostamente apresentar conceitos maniqueístas sobre socialismo e capitalismo.

Em setembro de 2005 protocolei pessoalmente no MEC/SEMTEC, e também nesta Comissão de Educação, uma análise crítica da abordagem da teoria da evolução em nossos melhores livros-texto de biologia do ensino médio: duas fraudes e várias evidências científicas distorcidas a favor do fato da teoria da evolução. Do MEC obtive a seguinte resposta: não dispunha de uma comissão de especialistas para analisar o conteúdo dos livros-texto do ensino médio. Desta Comissão de Educação da Câmara não recebi resposta nenhuma até hoje, a não ser presumir que os Srs. interpelaram o MEC sobre a questão, pois a partir de 2005 foi estabelecida uma comissão para esta finalidade.

Eu enviei e entreguei pessoalmente cópias desta análise a diversos deputados membros desta Comissão e não vi nenhuma solicitação de audiência pública com a presença de um representante do MEC para explicar o não cumprimento do preconizado pela LDB 9394/96 e os atuais PCNs do ensino médio: o aprimoramento do educando como pessoa humana, incluindo a formação ética e o desenvolvimento da autonomia intelectual e do pensamento crítico; o desenvolvimento das competências para continuar aprendendo, de forma autônoma e crítica, em níveis mais complexos de estudos, e que o aprendizado da Biologia deve permitir a compreensão da natureza viva e dos limites dos diferentes sistemas explicativos, a contraposição entre os mesmos e a compreensão de que a ciência não tem respostas definitivas para tudo, sendo uma de suas características a possibilidade de ser questionada e de se transformar.

Os atuais livros-texto de Biologia, Exmo. Sr. Presidente da Comissão de Educação e Cultura, não suscitam o debate que encontramos entre os especialistas nas publicações científicas. A educação cidadã de nossos estudantes está sendo violentada nos seus direitos ao acesso à informação científica de quase duas décadas!!!

Como cidadão e educador, reitero a V. Excia. − faça isso também em relação ao conteúdo atuais dos livros-texto de Biologia do ensino médio: convoque uma audiência pública sobre o tema com a presença de um representante do MEC para dar explicações do porque desse descumprimento da LDB e dos atuais PCNs. Se isso não for feito, tanto o MEC quanto esta Comissão de Educação da Câmara endossam a atual abordagem fraudulenta e distorcida da teoria da evolução em livros de Biologia em detrimento de uma educação cidadã que, segundo os deputados Otávio Leite (PSDB-RJ) e Lobbe Neto (PSDB-SP), é incompatível com a práxis educacional democrática. Segundo o atual ministro da Educação, os livros devem suscitar o debate.

Eu vou além deles: é pura desonestidade acadêmica escancarada não abordar objetivamente o ensino da teoria da evolução com suas evidências a favor e contra!

Atenciosamente,

Enézio E. de Almeida Filho

Cc: Deputados titulares e suplentes desta Comissão e outros parlamentares.

Cc: Dep. Maria do Rosário dep.mariadorosario@camara.gov.br

Dep. Frank Aguiar dep.frankaguiar@camara.gov.br

Dep. Osvaldo Reis dep.osvaldoreis@camara.gov.br

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NOTA DE ESCLARECIMENTO:

Estes deputados podem ser contatados através desta página:

http://www2.camara.gov.br/internet/comissoes/cec/faleConosco

Favor desconsiderar a lista de emails abaixo.

EEAF 25/09/2007

Lista dos deputados titulares e suplentes da Comissão de Educação e Cultura:

Alice Portugal dep.aliceportugal@camara.gov.br

Andréia Zito dep.andreiazito@camara.gov.br

Ângela Amin dep.angelaamin@camara.gov.br

Ângela Portela dep.angelaportela@camara.gov.br

Aristo Holanda dep.ariostoholanda@camara.gov.br

Beto Mansur dep.betomansur@camara.gov.br

Bonifácio de Andrada dep.bonifaciodeandrada@camara.gov.br

Clodovil Hernandes dep.clodovilhernandes@camara.gov.br

Clovis Fecury dep.clovisfecury@camara.gov.br

Eduardo Lopes dep.eduardolopes@camara.gov.br

Elcione Barbalho dep.elcionebarbalho@camara.gov.br

Eliene Lima dep.elienelima@camara.gov.br

Elismar Prado dep.elismarprado@camara.gov.br

Flavio Bezerra dep.flaviobezerra@camara.gov.br

Gilmar Machado dep.gilmarmachado@camara.gov.br

Ivan Leite dep.ivanvalente@camara.gov.br

Jilmar Tatto dep.jilmartatto@camara.gov.br

João Oliveira dep.joaooliveira@camara.gov.br

Jorginho Maluly dep.jorginhomaluly@camara.gov.br

Lira Maia dep.liramaia@camara.gov.br

Luiza Erundina dep.luizaerundina@camara.gov.br

Marcelo Ortiz dep.marceloortiz@camara.gov.br

Marcio Reinaldo Moreira dep.marcioreinaldomoreira@camara.gov.br

Mauro Benevides dep.maurobenevides@camara.gov.br

Marco Aurélio Ubiali dep.drubiali@camara.gov.br

Mauro Lopes dep.maurolopes@camara.gov.br

Neilton Mulim dep.neiltonmulim@camara.gov.br

Nice Lobão dep.nicelobao@camara.gov.br

Nilmar Ruiz dep.nilmarruiz@camara.gov.br

Paulo Bornhausen dep.paulobornhausen@camara.gov.br

Paulo Magalhães dep.paulomagalhaes@camara.gov.br

Paulo Renato Souza dep.paulorenatosouza@camara.gov.br

Pedro Wilson dep.pedrowilson@camara.gov.br

Prof. Ruy Pauletti dep.professorruypauletti@camara.gov.br

Profa. Raquel Teixeira dep.professoraraquelteixeira@camara.gov.br

Raimundo Gomes de Matos dep.raimundogomesdematos@camara.gov.br

Ribamar Alves dep.ribamaralves@camara.gov.br

Ricardo Izar dep.ricardoizar@camara.gov.br

Reginaldo Lopes dep.reginaldolopes@camara.gov.br

Ronaldo Cunha Lima dep.ronaldocunhalima@camara.gov.br

Severiano Alves dep.severianoalves@camara.gov.br

Saraiva Felipe dep.saraivafelipe@camara.gov.br

Solange Almeida dep.solangealmeida@camara.gov.br

Waldir Maranhão dep.waldirmaranhao@camara.gov.br

O MEC e a Comissão de Educação da Câmara endossam abordagem distorcida sobre a teoria da evolução nos livros de Biologia do ensino médio

sexta-feira, setembro 21, 2007

Destaco aqui neste blog duas notícias sobre o sistema de avaliação de livros didáticos do MEC publicados no jornal O Globo de 20/09/2007. A primeira destaca que o MEC não pode adotar postura de censor, e a segunda sobre a reação da Comissão de Educação da Câmara quanto à reprovação de um livro com conteúdos maniqueístas sobre o socialismo e capitalismo.

O MEC não pode adotar postura de censor


O Globo - 20/09/2007 - por Demétrio Weber
O ministro da Educação, Fernando Haddad, defendeu ontem (19/09) o sistema de avaliação do livro didático, mas admitiu que cogita tornar pública a lista de obras reprovadas. Hoje a lista é mantida em sigilo. Haddad ressalvou que teme arranhar a imagem dos autores.

Ao comentar a distribuição pelo governo do livro Nova história crítica (Editora Nova Geração), que apresenta conceitos maniqueístas sobre socialismo e capitalismo - como mostrou artigo do jornalista Ali Kamel anteontem - e ficará fora da lista de compras de 2008, o ministro disse que a avaliação pode conter imperfeições. Mas afirmou que o atual sistema é responsável pela melhoria das obras didáticas no país. Para Haddad, os livros devem suscitar o debate. Leia mais.

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Meu comentário: O ministro da Educação deve sim tornar pública a lista de obras reprovadas sem temer arranhar “a imagem dos autores”. Quem está na chuva é para se queimar, já dizia Vicente Matheus, saudoso presidente do Corinthians quando era Timão. Se os autores são informados do porquê sua obra foi reprovada, o ministro da Educação, através da comissão examinadora do MEC, presta um grande serviço à sociedade: educação com qualidade! Aos autores cabe aceitar a reprovação (se justa, é claro), e corrigir os erros numa futura edição.

A avaliação da comissão examinadora dos conteúdos dos livros didáticos do ensino fundamental e médio pode conter imperfeições, mas isso pode ser ajustado e corrigido. Embora o atual sistema tenha sido “responsável pela melhoria das obras didáticas no país”, ainda falta muito Exmo. Sr. Ministro, pois no caso dos livros-texto de Biologia do ensino fundamental e médio, os livros que deveriam “suscitar o debate”, apresentam uma visão uniforme das teorias da origem e evolução do universo e da vida, com fraudes e distorções científicas.

Debates sobre as insuficiências fundamentais das teorias da origem e evolução do universo e da vida? Nenhum. Ensino objetivo e crítico dessas teorias com a apresentação de evidências a favor e contra? Nenhum, e em flagrante descumprimento das orientações da LDB 9394/96 e dos PCNs que preconizam o aprimoramento do educando como pessoa humana, incluindo a formação ética e o desenvolvimento da autonomia intelectual e do pensamento crítico; o desenvolvimento das competências para continuar aprendendo, de forma autônoma e crítica, em níveis mais complexos de estudos, e que o aprendizado da Biologia deve permitir a compreensão da natureza viva e dos limites dos diferentes sistemas explicativos, a contraposição entre os mesmos e a compreensão de que a ciência não tem respostas definitivas para tudo, sendo uma de suas características a possibilidade de ser questionada e de se transformar.

Os atuais livros-texto de Biologia, Exmo. Sr. Ministro da Educação, não suscitam o debate que encontramos entre os especialistas nas publicações científicas. A educação cidadã de nossos estudantes está sendo violentada nos seus direitos ao acesso à informação científica de quase duas décadas!!!

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Câmara vai cobrar esclarecimentos ao MEC

O Globo - 20/09/2007
A Comissão de Educação da Câmara vai pedir esclarecimentos ao Ministério da Educação (MEC) sobre a distribuição, para escolas públicas, do livro Nova história crítica - 8ª série, de Mario Schmidt (Editora Nova Geração). A obra foi reprovada este ano por falhas de conteúdo e deixará de ser comprada em 2008.

Os deputados Otávio Leite (PSDB-RJ) e Lobbe Neto (PSDB-SP) apresentaram requerimentos ontem solicitando audiência pública sobre o tema. Eles querem a presença de um representante do MEC para dar explicações. "É a expressão mais pura do dogmatismo incompatível com a práxis educacional democrática", disse Leite. Leia mais.

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Meus comentários impertinentes: Exmos. Srs. Deputados Otávio Leite e Lobbe Neto, o requerimento dos Srs. solicitando audiência pública sobre o tema com a presença de um representante do MEC para dar explicações sobre a reprovação do livro Nova história crítica, considerada pelos Srs. como “a expressão mais pura do dogmatismo” e que isso é “incompatível com a práxis educacional democrática”, me remete à análise crítica da abordagem das teorias da origem e evolução do universo e da vida que protocolei junto ao MEC/SEMTEC e esta Comissão em 2005.

A única coisa boa que isso pode ter provocado foi que o MEC até então não tinha uma comissão que avaliasse o conteúdo dos livros didáticos do ensino médio. Passou a ter em 2006. A então Comissão de Educação da Câmara não solicitou “audiência pública sobre o tema com a presença de um representante do MEC para dar explicações”. Como cidadão e educador, reitero a V. Excias. que façam isso agora em relação ao conteúdo atual dos livros-texto de Biologia do ensino médio: convoquem uma audiência pública sobre o tema com a presença de um representante do MEC para dar explicações do porque desse descumprimento da LDB e dos atuais PCNs.

Se isso não for feito, tanto o MEC quanto essa Comissão de Educação da Câmara endossam a atual abordagem fraudulenta e distorcida da teoria da evolução em livros de Biologia em detrimento de uma educação cidadã e compatível com a práxis educacional democrática.

Quem tem QI [Quem Indica] é outra coisa...

Eu pouco tenho postado neste blog porque estou ocupado escrevendo uma dissertação sobre um crítico de Darwin indicado por ninguém menos do que Huxley para o “círculo íntimo de Darwin”, e como Huxley, Hooker e Lyell, achava que a seleção natural não era assim uma Brastemp como vera causa dos processos evolutivos. NOTA BENE: Os principais céticos do mecanismo evolutivo de Darwin, a seleção natural, foram os seus amigos mais próximos, e por razões estritamente científicas e não religiosas. Darwin assinou a indicação dele para se tornar um FRS [Fellow of Royal Society]. Um crítico científico com tonalidades religiosas, mais tarde expulso da “confraria darwiniana” por criticar as teses transformistas de Darwin-ídolo.

Na muita leitura que devo fazer, eu encontrei esta pérola de uma biógrafa de Darwin:

“No entanto, foi para os amigos de Darwin que a primeira onda de reações positivas deve ser atribuída. Pois foi óbvio que as teorias de Darwin foram úteis para eles assim como eles foram para as suas teorias. Ao longo das décadas seguintes, os defensores de Darwin vieram a ocupar os nichos influentes na vida intelectual britânica e americana. Juntos, esses controlariam também a mídia científica da época, especialmente as importantes publicações científicas especializadas... Os oponentes de Darwin falharam em atingir qualquer coisa como o comando da mídia ou a penetração de instituições significantes” (Janet Browne, Charles Darwin: The Power of Place [Princeton, 2002], p. 129).

Quem tem QI é outra coisa!

Ué, e eu pensei que o QI [Quem Indica] fosse uma coisa exclusivamente tupiniquim...

NOTA

1. “Nevertheless, it was to Darwin’s friends that the first wave of positive responses must be attributed. For it was obvious that Darwin’s theories were as useful to them as they were to his theories. Over the following decades, Darwin’s defenders came to occupy influential niches in British and American intellectual life. Together, these men would also control the scientific media of the day, especially the important journals.... Darwin’s opponents failed to achieve anything like the same command of the media or penetration of significant institutions” (Janet Browne, Charles Darwin: The Power of Place [Princeton, 2002], p. 129).

Pra que esses ouvidos "avançados" em amniotas permianos?

quarta-feira, setembro 19, 2007

Na estória do Chapeuzinho Vermelho, tem uma hora que a menina pergunta à sua avozinha (nós sabemos que era o Lobo Mau): “Vovó, pra que essas orelhas tão grandes?” A avô (na verdade o Lobo Mau) respondeu: “São pra te ouvir melhor!” Eu não sei por que, mas ao ler este artigo do meu bom amigo David Tyler, eu me lembrei justamente desta estória da carochinha...

Percepção sensorial avançada em amniotas permianos 18/09/2007

“Há vários anos atrás, Jennifer Clack, paleontóloga da Universidade de Cambridge, no Reino Unido, propôs que a audição evoluiu [no Mesozóico] para ajudar os vertebrados a apanharem os insetos zunidores que estavam passando por uma explosão evolutiva naquele tempo.” Todavia, um relatório acabou de ser publicado demonstrando a presença de verdadeiros ouvidos timpânicos em répteis do período Permiano, reputados como sendo 60 milhões de anos mais antigos, quando “os insetos zunidores não eram tão predominantes.”



“Os pesquisadores foram capazes de identificar seis espécies aparentemente proximamente relacionadas, todas elas mostram evidência nítida de grandes estruturas tipo tímpano cobrindo muito de suas faces. Nos espécimes melhor preservados, foram encontrados ossos do ouvido interno semelhantes àqueles de ouvidos modernos, inclusive um estribo.”



Os pesquisadores “examinaram o desempenho funcional desta única e inesperada disposição auditiva, e descobriram que esses pequenos répteis foram capazes de ouvir pelo menos tão bem quanto um moderno lagarto.” Novos dados como este é um estímulo para novas hipóteses, e os autores sugeriram “que o sentido auditivo pode ter surgido entre os vertebrados que viveram em nichos pouco iluminados.”

Em vez de discutirem a tendência darwinista de explicar as origens via seleção para funcionalidade (ouvir insetos zunidores aumenta a sobrevivência/ouvir permite caçar à noite, e aumenta a sobrevivência), eu quero chamar a atenção para o aparecimento bem cedo de todos os órgãos complexos importantes: “Lá pelo final do Paleozóico muitas das importantes características adaptivas caracterizando a evolução dos amniotas tinham evoluído; exemplos importantes incluem a capacidade de voar, um estilo de vida aquático secundário, e a alta alimentação herbívora.

A descoberta de um aparato auditivo altamente evoluído em para-répteis do Permiano médio enfatiza ainda mais que todo o projeto fundamental para a impressionante história evolutiva dos amniotas já estava amplamente situado no final do Paleozóico; e o que se seguiu foi, na verdade, somente uma bricolagem subseqüente de invenções antigas.”

O darwinismo precisa de tempo, mas o registro fóssil não fornece mais. A complexidade surge abruptamente e a maioria das variações subseqüentes são adaptações. Seja bem-vindo o dia em que os teóricos evolucionistas considerarem que a origem da complexidade e da “bricolagem subseqüente” são duas questões distintas a serem consideradas.

Impedance-Matching Hearing in Paleozoic Reptiles: Evidence of Advanced Sensory Perception at an Early Stage of Amniote Evolution [Download gratuito: ± 400KB]
Johannes Muller, Linda A. Tsuji
PLoS ONE, 2007, 2(9): e889. doi:10.1371/journal.pone.0000889

Background: Insights into the onset of evolutionary novelties are key to the understanding of amniote origins and diversification. The possession of an impedance-matching tympanic middle ear is characteristic of all terrestrial vertebrates with a sophisticated hearing sense and an adaptively important feature of many modern terrestrial vertebrates. Whereas tympanic ears seem to have evolved multiple times within tetrapods, especially among crown-group members such as frogs, mammals, squamates, turtles, crocodiles, and birds, the presence of true tympanic ears has never been recorded in a Paleozoic amniote, suggesting they evolved fairly recently in amniote history.

Conclusions/Significance: Using modern amniotes as analogues, the possession of an impedance-matching middle ear in these parareptiles suggests unique ecological adaptations potentially related to living in dim-light environments. More importantly, our results demonstrate that already at an early stage of amniote diversification, and prior to the Permo-Triassic extinction event, the complexity of terrestrial vertebrate ecosystems had reached a level that proved advanced sensory perception to be of notable adaptive significance.

Vide também:

Balter, M., Let's Hear It for the First Ears, ScienceNOW Daily News, 12 September 2007.

Prehistoric Reptiles From Russia Possessed The First Modern Ears, Science Daily, September 12, 2007.

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Reflexões céticas cum granum salis deste artigo:

O ponto principal deste artigo da PLoS ONE é de que os ouvidos modernos não são “tão modernos” assim — eles datam de 260 milhões de anos. A equipe de pesquisadores ficou surpresa em descobrir que este fóssil de réptil encontrado na Rússia, tinha ouvidos funcionais com impedância, uma novidade que segundo o paradigma darwinista deveria ter evoluído 50 milhões de anos depois.

O que é impressionante, e o leitor leigo não se apercebe disso: os jornalistas científicos da Grande Mídia científica tupiniquim e internacional não destacam como que, de algum modo esta inovação sobreviveu a um dos maiores eventos de extinção na escala evolutiva: a extinção Permo-Triássica. Nem questionaram os pesquisadores, como que esta inovação foi reinventada mais tarde, quatro vezes, e em quatro grupos diferentes.

Exemplo desse jornalismo científico fajuta foi o resumo feito pela National Geographic News.

Sobre a significância de sua descoberta os autores disseram:

“Usando amniotas modernos como análogos, a posse de um ouvido médio que detecta impedância nesses para-répteis sugere adaptações ecológicas únicas potencialmente relacionadas à vida em ambientes de pouca luz. Mais importante, os nossos resultados demonstram que já num estágio anterior de diversificação amniota, e antes do evento da extinção Permo-Triássica, a complexidade dos ecossistemas de vertebrados terrestres tinha alcançado um nível que provou que a percepção sensorial avançada foi de notável significância adaptiva.”

Mano, o que é estranho em toda esta história, é que o comunicado é sobre evolução, mas onde está a “vera causa” da evolução? Uma lida en passant do artigo mostra que a palavra “evoluiu” aparece em formas lingüísticas interessantes: “parecem ter evoluído”, “sugerindo que eles evoluíram”, “alguma indicação de que um ouvido timpânico tinha evoluído”, “não era considerado como tendo evoluído até o Mesozóico”, “uma novidade evolutiva que era crida como tendo evoluído até esse ponto”, “assumida como não tendo evoluído até o Mesozóico”, etc.

Caracas meu, em nenhuma instância do artigo os autores explicaram COMO um sistema de ouvido médio com reconhecimento de impedância evoluiu. Eles simplesmente assumiram que foi assim, isto é, Abracadabra, Alakazam, presto: evoluiu. Eles se mostraram “surpresos” que isso “evoluiu” tão cedo.

Vamos ver agora como os “procedimentos” dos autores nos ajudam a entender a “vera causa” dos processos que demonstram o fato, Fato, FATO da evolução:

“A evolução de um ouvido médio com reconhecimento de impedância dentro dos Amniota tem sido interpretada como tendo ocorrido junto com a diversificação dos insetos modernos, que atingiu o seu pico no Mesozóico, indicando que o som zunidor dos insetos voadores teria favorecido a evolução de um sentido auditivo avançado...
A descoberta de um aparato auditivo altamente evoluído em para-répteis do Permiano médio enfatiza ainda mais que todo o projeto fundamental para a impressionante história evolutiva dos amniotas já estava amplamente situado no final do Paleozóico; e o que se seguiu foi, na verdade, somente uma bricolagem subseqüente de invenções antigas.”

Não contente com as declarações dos autores desta pesquisa, o artigo da National Geographic citou a Robert Reisz, da Universidade de Toronto: “O aspecto mais interessante aqui é que esta é a evidência mais nítida de um sistema auditivo altamente evoluído.” Evoluiu de uma vez? Repare que o artigo da National Geographic fez uma afirmação ainda mais atordoante: o ouvido avançado apareceu múltiplas vezes independentemente: “Muller, o principal autor da pesquisa acredita que os para-répteis foram extintos, e que os ouvidos modernos evoluíram independentemente em mamíferos, aves, lagartos, e sapos.”

“Pra que servem esses ouvidos tão modernos em amniotas do Permiano?” Para ouvir, pois a evolução é mais inteligente do que você, idiota!

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Sobre os ombros de dois gigantes.

Mill, Feyerabend “expulsos” da I Jornada em Defesa do Pensamento Científico na USP

segunda-feira, setembro 17, 2007

No dia 18 de setembro de 2007, o Instituto de Geociências da USP e a SBCR (Sociedade Brasileira de Céticos e Racionalistas) vão realizar a I Jornada em Defesa do Pensamento Científico. Eu não sei por que me lembrei do pensamento de dois pensadores gigantes: John Stuart Mill e Paul Feyerabend. Vou “ressuscitá-los” e “dar voz” a eles para saudarem este grande evento em suposta defesa da ciência.

John Stuart Mill (1806-1873), um pensador inglês que escreveu sobre economia, e teve uma grande influência sobre a economia, política e pensamento modernos. O seu livro On Liberty (1859 – êta data cabalística, sô!!!) argumenta que as pessoas deveriam ser livres para fazer o que quisessem desde que não prejudicassem as outras.

Paul Feyerabend (1924-1994), sim, ele mesmo, o “famigerado” e odiado autor de Contra o Método [São Paulo, UNESP] e do How to Defend Society Against Science [Como defender a sociedade contra a ciência]. Sou fã da epistemologia anárquica de Feyerabend porque ela “desnuda” a “arrogância epistêmica luciferiana” dos naturalistas filosóficos que seqüestram o bom naturalismo metodológico para avançarem uma agenda materialista, atéia, e cética globalizada.

Você já percebeu que quando alguns aspectos de determinadas teorias são questionados (mesmo cientificamente), a KGB da Nomenklatura científica traz à baila o tal de “método científico” para intimidar e demonizar os oponentes? Nada mais pueril cientificamente. Para Feyerabend, em graúdos, não existe um método especial, racional e científico, e que a ciência não merece o status exaltado que desfruta na sociedade moderna.

Na verdade, essa ciência, segundo Feyerabend, pode ser vista como uma ameaça contra a qual a sociedade deveria ser protegida. NOTA BENE: O Ministério da Saúde informa — a ciência livre para fazer o que bem entender [não é Mayana Zatz?] faz mal à saúde, oops, à sociedade! E precisa ser protegida contra esta “falsa ciência”!

John Stuart Mill no segundo capítulo Of the Liberty of Thought and Discussion [Da Liberdade de Pensamento e Discussão] do seu livro On Liberty [Sobre a Liberdade] Mills propõe uma tese até hoje considerada avant-garde: nós não somente devemos permitir, mas encorajar a diversidade de opinião. Quando a questão é Darwin não é isso que encontramos hoje nos campi e na Grande Mídia tupiniquim.

NOTA BENE: DEVEMOS PERMITIR E ENCORAJAR A DIVERSIDADE DE OPINIÃO. Infelizmente o que temos hoje em Pindorama é a síndrome dos soldadinhos-de-chumbo. Todo o mundo pensando e escrevendo a mesma coisa, e ninguém pensando e escrevendo nada. Diversidade de opinião? Ora, que se dane a diversidade de opinião, o que vale é a ideologia!

Mill relacionou três razões principais para esta posição saudável. Em primeiro lugar, as opiniões não devem ser suprimidas baseadas no fato de que nós as consideramos falsas, porque nós não devemos presumir que somos juízes infalíveis. Até mesmo na ciência, onde o mundo real deve agir como um árbitro da opinião (ou teoria), isto é obviamente verdade.

Alguns considerariam a história da ciência como sendo um progresso na direção de “verdades maiores”, mas esta idéia é problemática quando descrita em todos os detalhes.

Certamente que nós ganhamos a impressão de progresso geral, particularmente no que diz respeito à tecnologia, e alguém pode razoavelmente supor que isso seja um reflexo de progresso para uma compreensão mais exata da realidade; mas por outro lado, NOTA BENE, a tendência mais forte na ciência tem sido a descoberta inevitável de falhas nas teorias titulares que resultam em sua revisão substancial ou substituição. A teoria titular pode, atualmente, ter o peso de evidência a seu favor, mas isso não a torna verdadeira e nem falsas as teorias alternativas.

O argumento de Mill, me parece, até aqui, totalmente aplicável à ciência qua ciência. Eu não sei por que tenho uma “teoria titular” em mente que está atravessando séria crise epistemológica, e será revisada em 2010 depois de certo “culto à personalidade” passar... Vocês são cruéis, como sabiam que eu tinha o neodarwinismo em mente?

Em segundo lugar, mesmo que nós, de algum modo, tivéssemos certeza da verdade de nossas opiniões (ou teorias, no caso da ciência), a falsidade (ou a inferioridade) das opiniões (ou teorias) alternativas, nós não deveríamos sufocar as opiniões (teorias) alternativas, pela seguinte razão:

“Por mais que uma pessoa que tenha uma opinião forte não queira admitir a possibilidade de que a sua opinião pode ser falsa, ela deveria ser instigada pela consideração, por mais que a sua opinião seja verdadeira, que se não for plena, freqüente, e destemidamente discutida, ela será defendida como um dogma morto, e não como uma verdade viva.” — John Stuart Mill, On Liberty

Feyerabend enfatiza este segundo ponto quando aborda as questões da educação, e por que ele fala da ciência em termos de dogma. Os que pensam que a ciência deve ocupar um lugar exaltado no panteão do conhecimento tipicamente defendem esta posição porque a ciência pode, de algum modo, ser distinguida do mero dogma. A epistemologia considera que a natureza desta distinção toma muitas formas, como “evidência empírica”, “falseabilidade”, “capacidade de predição”, e assim por diante. Talvez a idéia comum é algum tipo de base na realidade tangível.

O que Feyerabend está dizendo é que a ciência pode ser, e tem sido, ensinada como dogma, e este aspecto que Feyerabend citou como problemático na educação moderna:
“Quando nós ensinamos um mito, nós queremos aumentar a chance de que ele será compreendido (i.e. nenhuma dificuldade de entendimento de qualquer aspecto do mito), crido, e aceito. Isto não faz nenhum mal quando o mito é contrabalançado com outros mitos: até o mais dedicado (i.e. totalitário) instrutor numa certa versão de cristianismo não pode impedir seus alunos de entrarem em contato com budistas, judeus e outras pessoas mal-afamadas. Isto é muito diferente no caso da ciência, ou do racionalismo, onde o campo é quase completamente dominado pelos crentes.” — Paul Feyerabend, How to Defend Society Against Science (ênfase no original).

O problema que Feyerabend percebeu aqui (baseado em Mill), é que a ausência de opiniões contrárias necessariamente transforma a ciência (ou qualquer coisa) em dogma. Uma idéia não é dogma quando ela enfrenta os desafios vigorosos de idéias alternativas. Um defensor da ciência pode interpor-se aqui afirmando que é, antes, na base da realidade tangível que faz da ciência um empreendimento não dogmático, ao contrário dos dogmas das concepções religiosas.

Se eu li e entendi muito bem a Feyerabend, eu discordo em parte disso: sem dúvida que é na base da realidade tangível que a ciência é ciência (e outras coisas não-ciência), mas, é justamente aqui que o Diabo mora nos detalhes, e Feyerabend tem razão: a ciência corre sério perigo em dois sentidos.

O primeiro é — certas teorias científicas podem ser defendidas dogmaticamente, e nós podemos afirmar que os períodos chamados por Kuhn de “ciência normal” (entre as revoluções) são exatamente esses períodos em que um dogma científico particular prevalece. O segundo é — a idéia absurda de que “o conhecimento científico” merece um status especial. Este status em si mesmo é um dogma, a menos que seja defendido à luz de competição séria de visões oponentes.

Não sei por que eu pensei aqui nas teorias da evolução e do design inteligente como um exemplo bem pedestre que a Akademia tupiniquim se recusa considerar. Exemplo bem recente: esta I Jornada em Defesa do Pensamento Científico que não admite o “contraditório” e demoniza os críticos como quem “não entende o que é ciência”, e suas teorias consideradas como “pseudociências”.

Os nossos céticos globalizados (estão errados porque deveriam ser salutarmente céticos localizados) devem se espelhar neste argumento bem radical de Mill: a “dissensão” é um ingrediente vital no entendimento humano. E aqui eu vou puxar as orelhas da galera dos meninos e meninas de Darwin: não fiquem somente com o conhecimento de um lado de uma questão, pois assim vocês sabem menos dela do que deveriam saber, se familiarizassem mais com o outro lado da questão. Isso também vale para alguns da teoria do Design Inteligente.

Mill prossegue dizendo com uma clareza e percepção agudas, “Tão essencial é esta disciplina para um entendimento real da moral e dos sujeitos humanos, que se os oponentes de todas as verdades importantes não existissem, é indispensável imaginá-los, e lhes fornecer os argumentos mais fortes que o mais hábil dos advogados do Diabo pode imaginar.”

NOTA BENE: Se nós não temos dissensão na sociedade, nós devemos inventá-la! Estaria a ciência, como querem esses céticos tupiniquins, isenta disso? Feyerabend acha que não, e eu creio firmemente que esta idéia radical dele deveria fazer com os filósofos da ciência em Pindorama parassem e pensassem um pouco mais, pois a idéia de “inventar dissensão” vai completamente de encontro com todas as tentativas de formalizar o progresso científico.

O terceiro ponto que Mill levanta é menos controverso do que o que acabamos de considerar, mas também digno de nota: que raramente (se alguma vez) em debates humanos alguma posição pode ser dita como estando completamente certa ou completamente errada. Isso também pareceria ser verdade incontroversa das discussões científicas. A dualidade da luz (onda/partícula) nos fornece um exemplo bem simples: em tempos passados argumentava-se que a luz tinha uma natureza particular; isso foi derrubado pelas teorias de ondas; hoje nós reconhecemos que nenhum modelo está completo e correto.

Moral da história para a I Jornada em Defesa do Pensamento Científico da SBCR e do Instituto de Geociências da USP considerarem cum granum salis: nós não devemos considerar as teorias antigas como completamente corretas mais do que nós consideramos as novas teorias como completamente erradas. As teorias antigas podem até ter tido alguma evidência que as corroboraram no contexto de justificação epistêmica, e quando as evidências não apóiam as teorias, a ciência pode exibir alguns “ciclos de revolução” como conseqüência deste fato.

Lamentável a atitude do Instituto de Geociências da USP e da SBCR: nesta I Jornada em defesa do Pensamento Científico faltou PERMITIR e ENCORAJAR A DIVERSIDADE DE OPINIÃO!!!

É Mill e Feyerabend, suas idéias andam pra lá de esquecidas porque contrariam o “apparatchik” ideológico do naturalismo filosófico da Nomenklatura científica.

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Sobre os ombros de um gigante que se baseou nesses gigantes abaixo:

Feyerabend, Paul, How to Defend Society Against Science, Radical Philosophy #11, Summer 1975.

Kuhn, Thomas. A Estrutura das Revoluções Científicas, São Paulo, Perspectiva, 1998.

Mill, John Stuart, On Liberty, 1859.

O gene (dogma central genético) morreu! Viva o gene!!!

sexta-feira, setembro 14, 2007

Garanto para você que os jornalistas científicos tupiniquins não noticiaram sobre esta grande novidade científica. Razão? Eles operam sob o paradigma ricuperiano: “O que Darwin tem de bom, a gente mostra; o que Darwin tem de ruim, a gente esconde.”
Desde quando Watson e Crick determinaram a estrutura do DNA [1] o “dogma central” da genética é a informação genética flui numa só direção — do gene para a proteína.

Atenção MEC/SEMTEC/PNLEM, especialmente a comissão de análise dos livros-texto de Biologia do ensino médio: nossos livros didáticos hoje afirmam, baseados em conhecimentos atuais, que um gene deveria ser uma extensão finita de DNA que, quando lido pelo processo de tradução, produz o mRNA (o RNA mensageiro) que recrutava os RNAs de transferência para a formação de aminoácidos de uma proteína.

Bem, em ciência é assim: por ser um construto humano, é limitada e sujeita a modificações pelas novas descobertas. Nada como um dia atrás do outro em ciência, pois a verdade científica de hoje pode ser demonstrada falsa amanhã. Só que eu não vi isso destacado na Grande Mídia tupiniquim (saiu na Folha de São Paulo???), nem no JC E-Mail e tampouco no boletim Agência FAPESP. Você viu? Eu não vi: “O gene morreu... vida longa ao gene”, foi assim anunciado num artigo da Science News da semana passada.

Os geneticistas chegaram à uma conclusão surpreendente ao longo dos últimos anos: os genes não são as coisas mais importantes no DNA, mesmo que eles existam somente como um conceito. Patrick Barry descreveu no seu artigo que a situação nas células é muito mais complicada. “Montanhas de novos dados estão desafiando visões antigas” foi o anúncio do seu subtítulo, inclusive a “ortodoxia moderna” de que somente os genes são importantes.

“Os pesquisadores chegaram à conclusão aos poucos de que os genes ocupam somente cerca de 1.5% do genoma. Os outros 98.5%, chamado de “DNA lixo” foi considerado como sendo restos inúteis deixados para trás ao longo de bilhões de anos de mutações genéticas aleatórias. Na medida em que o conhecimento dos geneticistas progredia, este quadro básico permaneceu grandemente inquestionável...

Um exame mais detalhado de todo o genoma humano está forçando agora os cientistas a voltarem fazer algumas perguntas que eles pensaram ter resolvido. Só uma delas: os cientistas estão revisitando a própria noção do que seja um gene.”



Uau, é por isso que sou fanático pela ciência, de carteirinha: aqui e ali a galera dos meninos e meninas de Darwin caem do cavalo da “arrogância epistêmica luciferiana”. Vejam algumas das descobertas feitas na atual era genômica:

1. O genoma humano tem muito menos genes do que esperado.

2. Alguns animais “inferiores” têm o mesmo número de genes que os humanos.

3. A maior parte do genoma humano não codifica para os genes.

4. O código para proteínas pode ser dividido entre partes distantes do genoma — até em cromossomos diferentes.

5. O DNA não-codificante, há pouco tempo considerado pelos darwinistas como sendo “DNA lixo”, está na verdade altamente envolvido na regulação de gene.

6. A genética age mais como uma rede do que uma biblioteca estática de genes.

7. O RNA é muito mais do que um simples mensageiro na célula. Numerosas pequenas transcrições de microRNA estão fortemente envolvidos na regulação de expressão gênica, e superam as transcrições gênicas.

8. Alguns genes coincidem em parte com os códigos de microRNAs ou elementos de regulação.

9. Os genes podem ser lidos de múltiplas maneiras podem resultar em muito mais do que somente uma proteína (é o chamado “splicing alternativo”).

10. As transcrições do RNAm sofrem modificação e regulação significantes no núcleo.

11. O processo de tradução pode até resultar em transcrições do filamento oposto. O artigo de Barry fornece um bom resumo de numerosos artigos que vêm colocando sérias dúvidas sobre o Dogma Central, e até no próprio conceito de um gene.

Para quem já leu Popper, Kuhn, Feyerabend, e Lakatos percebe que isso se trata de um clássico exemplo de mudança paradigmática acontecendo diante de nossos olhos: mudança paradigmática em ação, para desespero dos materialistas que seqüestraram o naturalismo metodológico para promover a agenda do seu materialismo filosófico que posa como se fosse ciência. Nada mais falso!

E aí, gene, [não é GENTE, é GENE mesmo] como é que fica? Você existe? Você é uma realidade física? Ou é meramente uma figura que os humanos impuseram sobre uma realidade muito mais sutil do que a nossa vã filosofia e ciência podem explicar?

Eu não quero parecer iconoclasta demais do que sou, mas o Crick e o Watson vão quebrar a cara: parece haver mais processamento de informação numa célula do que a famosa dupla de ladrões de idéias, oops cientistas imaginou. Gente, nós estamos vivendo dias emocionantes para a ciência, e extremamente complicadores para os ultradarwinistas à la Dawkins, Dennett et caterva. Só um aviso: não espere essa turma sentir remorso por terem conduzido a humanidade numa ortodoxia epistemológica que a cada dia se mostra falsa.

Eu queria ver a cara do Dawkins, o biólogo do gene egoísta, oops zoólogo. A Companhia das Letras não vai mesmo fazer o recall do livro que o chama, falsamente, de biólogo? Razões? É preferível ter um comportamento aético com os leitores do que sofrer um baita prejuízo econômico. Schwarcz, você não sabe o prejuízo moral que a Companhia das Letras está sofrendo em termos de credibilidade pelo seu silêncio pétreo nesta questão. Por que sofrer isso pelo Dawkins? Cientista evolucionista brasileiro de renome me confidenciou outro dia numa conferência: “Enézio, o Dawkins está defasado em conhecimentos biológicos, e não reflete o consenso acadêmico sobre questões defendidas no seu último livro”.

Dawkins, a estória do “gene egoísta” era papo reducionista furado, não era???

[1] SPC — Só prá contrariar: fonte segura em história da ciência informa que vem chumbo grosso contra a dupla no “affair” (não foi roubo escancarado de idéias???) das pesquisas de Rosalind Franklin sobre o DNA.

EXTRA! EXTRA! 70.000 visitantes em menos de 2 anos!!!

Eu virei blogger por causa do desafio de dois amigos jornalistas. Já contei aqui esta história. Não sabia aonde tudo isso ia dar, mas resolvi ocupar um nicho interessante: um que desafia a Nomenklatura científica e desnuda a relação incestuosa da Grande Mídia tupiniquim quando a questão é Darwin. Além de propor as teses da teoria do Design Inteligente.

Taí no que deu, MB e MT: 70.000 visitantes em menos de dois anos.



Se você é cético globalizado das teses do DI, e do número de visitantes, clique aqui e veja: neste blog a gente mata a cobra e mostra o pau!

A SCBR, do Renato Sabattini, e a USP “defendem” tardiamente causa do movimento do Design Inteligente ma non forte

O boletim Agência FAPESP de 13/09/07 noticiou que o Instituto de Geociências da Universidade de São Paulo (USP) e a Sociedade Brasileira de Céticos e Racionalistas (SBCR) promovem, no dia 18 de setembro, na capital paulista, a 1ª Jornada em Defesa do Pensamento Científico.

Os palestrantes do evento discutirão temas como “Analfabetismo científico”, “Criacionismo”, “Pensamento Crítico” e “A defesa do pensamento científico nas universidades e centros de pesquisa”. O objetivo é defender o valor do pensamento científico na sociedade, principalmente o desenvolvimento do pensamento crítico na escola.

Mais informações aqui.

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Será que a Sociedade Brasileira de Céticos e Racionalistas (SBCR) defende realmente o “valor do pensamento científico na sociedade” e principalmente “o desenvolvimento do pensamento crítico na escola” que envolve uma das teses do movimento do Design Inteligente: “Ensinar a controvérsia” sobre o fato, Fato, FATO da evolução? Se assim for, e eu pretendo conferir, sugiro ao Dr. Renato Sabattini, presidente da SBCR, a elaboração de um documento em conjunto com o NBDI – Núcleo Brasileiro de Design Inteligente, para ser enviado ao MEC/SEMTEC/PNLEM sobre a abordagem da origem e evolução do universo e da vida em nossos livros didáticos de Biologia do ensino médio e superior com o ensino das evidências a favor e contra as atuais teorias conforme discutido pelos especialistas
nas publicações científicas.

O NBDI enviou ao MEC/SEMTEC uma análise crítica da abordagem das teorias da origem e evolução do universo e da vida em 2003 e 2005, denunciando duas fraudes (as mariposas de Manchester [melanismo industrial] e os embriões de Haeckel, e várias distorções de evidências para favorecer o fato, Fato, FATO da teoria geral da evolução) quando nem havia comissão de especialistas (PNLEM) que analisasse o conteúdo dos livros-texto do ensino médio. É tão-somente a partir de 2006 que esta comissão foi criada. Querer atribuir isso à “ONG de um homem só”, a “um simples professorzinho do ensino médio” é mera presunção deste blogger.

Eu duvido que o “ceticismo seletivo” da SBCR chegue a este ponto. Em que pese o destaque dado no boletim da FAPESP, o ceticismo desta conferência do Instituto de Geociências da USP e da SBCR é ideológico e direcionado contra a Weltanschauung dos de concepções religiosas. Ciência qua ciência não se prostitui com ideologias. Está cheirando mais uma confraternização de ateus, agnósticos, céticos seletivos e quejandos do que propriamente um encontro científico. Nem sei mais se devo ir lá...

O bê-á-bá da Teoria do Design Inteligente

1. Grande quantidade de informação (ou complexidade especificada) e complexidade irredutível constituem fortes indicadores ou marcas (passadas) de design inteligente.

2. Os sistemas biológicos têm grande quantidade de informação (ou complexidade especificada) e utilizam subsistemas que manifestam complexidade irredutível.

3. Os mecanismos naturalistas ou causas não-dirigidas não são suficientes para explicar a origem da informação (complexidade especificada) ou a complexidade irredutível.

4. Portanto, o design inteligente é a melhor explicação para a origem da informação e complexidade irredutível em sistemas biológicos.

A TDI é uma teoria científica simples e elegante.

Maiores informações:

BEHE, Michael J. “A Caixa Preta de Darwin”, Rio de Janeiro, Zahar, 1997.

DEMBSKI, William A. “The Design Inference: Eliminating Chance Through Small Probabilities”, Cambridge, Cambridge University Press, 2000.

Marcos Todeschini e Camila Antunes (revista VEJA) laureados com o 2º. prêmio “Pinóquio”

domingo, setembro 09, 2007

No dia 1º. de julho de 2007 foi instituído neste blog o prêmio “Pinóquio”. A láurea é concedida a todo acadêmico, intelectual, formador de opinião, editor e jornalista (especialmente editor e jornalista científico) que, no uso da sua especialidade acadêmica, mentir em nome de Darwin em qualquer espaço midiático.

Por que o prêmio foi instituído? Ele foi inspirado nas muitas lorotas que são descaradamente publicadas na Grande Mídia tupiniquim desde 1998, sem nenhuma sanção, desde quando os teóricos e proponentes da teoria do Design Inteligente começaram a apontar as insuficiências fundamentais das atuais teorias da origem e evolução da vida no contexto de justificação teórica.

É inadmissível que acadêmicos, intelectuais, formadores de opinião, editores e jornalistas, não saibam o que é contexto de justificação teórica. Em vez de lidarem com este sério questionamento apontado desde 1998, a Grande Mídia tupiniquim prefere demonizar os críticos e oponentes, colocando-os numa “zona cinzenta” como se não existissem, e pior a emenda do que o soneto — mentem descaradamente em nome de Darwin.

Para honrá-los mais uma vez por esta atitude aética, este blogger resolveu entregar o 2º. Prêmio “Pinóquio” a Marcos Todeschini e Camila Antunes da revista VEJA, com todas as honras e direitos que o prêmio confere pela reportagem enviesada “Graças a Deus — e não a Darwin”, edição # 2025, de 12/09/07, pelas seguintes lorotas em nome de Darwin:

“... teoria da evolução de Charles Darwin, que pela primeira vez esclareceu a origem dos seres vivos com base em evidências científicas.” p. 118.

Apesar de a teoria da evolução de Darwin ser aceita “a priori” entre os cientistas para explicação da origem e evolução da vida, ela não é assim uma Brastemp cientificamente. Darwin não esclareceu a contento “a origem dos seres vivos com base em evidências científicas”, tanto é discutimos desde 1859 até hoje a vera causa do mecanismo evolutivo. A evolução é um fato, Fato, FATO, mas não sabemos até hoje o que provoca este processo evolutivo.

Todeschini e Antunes nunca leram o “Origem das Espécies”. Se tivessem lido, saberiam que Darwin com as suas múltiplas especulações transformistas lidou mais com variações que o livro mereceria melhor o título de “Origem das Variações”. Segundo Ernst Mayr, o último Papa evolucionista, o livro é muito confuso e não explica o que se propôs: a origem das espécies.

Com relação às escolas de estados mais conservadores nos Estados Unidos, ainda hoje predomina o criacionismo a ponto de Darwin ser banido do currículo, Todeschini e Antunes, “generalizaram” demais, e não identificaram as escolas e nem tampouco os “estados conservadores”. Darwin continua sendo ensinado nas escolas americanas até nesses estados “mais conservadores” por força de decisão da Suprema Corte dos Estados Unidos no fim da década de 1980.

O que Todeschini e Antunes, e toda a Grande Mídia tupiniquim deveriam instigar é o ensino e a abordagem da teoria da evolução com uma “visão crítica” das evidências a favor e contra conforme discutidas pelos especialistas nas publicações científicas.

Minha mãe dizia que a mentira tem pernas curtas. Todeschini e Antunes, por fazerem parte da GMT deveriam estar melhor informados: “Darwin 3.0” está sendo preparado para ser lançado no ano de 2010 após o oba-oba do culto à personalidade de Darwin em 2009 ter passado.

Estamos de olho para as mentiras em nome de Darwin, e prazerosamente conferimos o 2º. Prêmio “Pinóquio” a Marcos Todeschini e Camila Antunes, da VEJA.

A revista VEJA continua VESGA quando a questão é Darwin!!!

As mariposas de Manchester: quando a Nomenklatura científica vai reconhecer que cometeu erros???

Os nossos melhores autores de livros-texto de Biologia do ensino médio trazem as mariposas de Manchester (melanismo industrial) como “o melhor exemplo de evolução em ação diante de nossos olhos”. Nada mais falso, e os autores sabem disso, e quando não mais utilizaram o exemplo em edição posteriores (p. ex.: Amabis e Martho) não tiveram a ética suficiente para reconhecerem publicamente que utilizaram uma pesquisa questionável (fraude???) para fortalecer o fato, Fato, FATO da evolução.

Será que o MEC/SEMTEC/PNLEM observou isso nos livros didáticos aprovados para 2007??? Eu ainda não tive a oportunidade de verificar isso. Quando fizer, publico algo a respeito.

Volta e meia vem um cientista evolucionista tentando “ressuscitar” as mariposas de Manchester (melanismo industrial) no contexto de justificação teórica. Exemplo mais recente é do geneticista Michael Majerus. [Nota subjetiva deste blogger: Por que os nomes de eminentes cientistas nesta questão é sempre Michael???].

Eu traduzido e publico a seguir, o texto do meu bom amigo David Tyler sobre esta mais nova tentativa de “ressurreição” de um cavalo morto, oops ícone do darwinismo:

O geneticista Michael Majerus tem um interesse bem antigo no melanismo, e especificamente o exemplo das mariposas de Manchester do melanismo industrial. Num encontro recente da Sociedade Européia de Biologia evolutiva em Uppsala, Suécia, ele relatou os experimentos que desenvolveu desde 2000 que foram planejados com uma metodologia mais rigorosa do que a que foi usada por Bernard Kettlewell nos anos 1950s. “Ele colocou mariposas pretas ou brancas em gaiolas cilíndricas sobre galhos ao anoitecer. Antes do raiar do dia, ele retirou as gaiolas, e contou quantas mariposas tinham desaparecidos subseqüentemente de seu lugar de repouso. Ele demonstrou que a seleção agora favorece as mariposas pálidas, com 21% delas comidas pelas aves, comparados com os 29% das mariposas pretas.”

É possível olhar criticamente na metodologia e nas estatísticas que lidam com a significância, mas isto somente qualifica as conclusões. Eu estou contente em aceitar que a evidência agora é mais forte, que há um diferencial de predação pelas aves. E onde isso nos leva?

As palavras conclusivas da palestra de Majerus são estas: “Se a ascensão e a queda das mariposas de Manchester é um dos exemplos mais visualmente impactante e mais facilmente compreensível de evolução darwiniana em ação, ele deve ser ensinado. Afinal de contas, ele fonece: A Prova da Evolução.”

Esta citação explica por que a questão ainda é importante: os darwinistas têm sempre procurado usar a história [N. deste blogger: estória, não seria o termo melhor???] das mariposas de Manchester como uma prova da evolução darwinista. Este é um ônus que não pode ser levado pela evidência. Mesmo com a nova metodologia aperfeiçoada de Majerus, nós temos um exemplo de seleção natural dentro da população das mariposas de Manchester com um diferencial de predação sendo o mecanismo causal. É um salto mental extraordinário partir disso para a origem de novidade, complexidade e novos planos corporais — que ainda continuam sendo os desafios centrais para qualquer teoria de transformação evolutiva.

De acordo com o relato, Majerus disse que a nova pesquisa irá “refutar conclusivamente as afirmações criacionistas.” É triste que Majerus e o repórter da revista Science não vejam isso como uma questão que deve ser enfrentada pelos cientistas. É cientificamente defensável encontrar um exemplo de seleção natural dentro de uma população de animal, e depois usar isso como uma evidência para a transformação evolutiva desde a primeira célula até à diversidade extraordinária de vida que nós encontramos na biosfera? Quando esta pergunta simples é respondida com uma negativa, então nós podemos ter um diálogo mais construtivo.

Enquanto isso, vamos ensinar a história das mariposas de Manchester, mas sem exagerá-la com o dogma darwinista. Kettlewell cometeu erros, e Majerus fez progresso ao corrigí-los. Mas Majerus tem um longo caminho a percorrer antes que ele possa abordar os verdadeiros erros que ainda permeiam o nosso sistema educacional.

A Última Palavra em Mariposas
Amostras Aleatórias
Science, 317, 7 de setembro de 2007, 1301.

Um professor da Universidade Cambridge completou a experiência de 6 anos com mariposas almiscaradas que ele diz deve refutar conlusivamente as afirmações criacionistas. [snip].

Vide também:

Nelson P. Michael Majerus: Peppered Moths DO Rest On Tree Trunks, And Incidentally, God Doesn’t Exist Uncommon Descent, 28 August 2007

E para “enterrar” de vez essa história da carochinha das mariposas de Manchester:

Wells, J. Exhuming the Peppered Mummy, Discovery Institute, August 30, 2007

A teoria do Design Inteligente “contribui” cientificamente para a elaboração de uma nova teoria da evolução

sábado, setembro 08, 2007

Eu dei uma palestra na Universidade Presbiteriana Mackenzie no dia 10 de agosto passado, intitulada “Design Inteligente: Paley redivivus ou uma nova teoria cientificamente plausível?”. Foi a primeira palestra sobre o Design Inteligente apresentada numa universidade brasileira por um de seus proponentes.

Após a palestra, eu fui abordado respeitosamente por um notável cientista evolucionista brasileiro (havia estrangeiros também) na seção de perguntas e respostas e na saída do evento. Duas coisas ficaram patentes na sua fala: o reconhecimento de que o neodarwinismo precisa e está sendo revisado, mas a TDI não é uma teoria científica porque fala em design, mas se recusa em dizer o Nome.

Na sua confissão de que o neodarwinismo precisa ser revisado, ele disse que a evo-devo resolveria em parte essas dificuldades do neodarwinismo. Eu respondi que não era tão otimista em relação à evo-devo. Rebusquei em meu arquivo e achei um artigo sobre a evo-devo, e enviei para este cientista brasileiro. Eis a resposta dele:

“Obrigado pela mensagem. Não se limita a isso. Há uma nova teoria em construção na biologia evolutiva, que supera alguns problemas da teoria sintética (que, de sua parte, contribui muito para o crescimento do conhecimento científico, apenas foi superada como qq teoria e modelo científico). Esta nova teoria combina: evo-devo, teoria endossimbiótica, teoria de auto-organização, seleção natural etc.

Não é um campo só, como evo-devo, que define essa nova teoria e ela tem mostrado poder explicativo e heurístico, e ela explica naturalisticamente o design.

Sinto dizer, mas TDI não é alternativa viável e não é porque a comunidade científica tem uma resistência dogmática, como vc argumentou. É porque demonstrar design não implica designer. veja Godfrey-Smith sobre o problema do design como o problema do darwinismo, que o explicou naturalisticamente. É porque propor design sem identidade alguma não tem poder explicativo algum.

Sinceramente, TDI nada tem a contribuir para o crescimento do conhecimento científico, é uma teoria estéril.... E há alternativas muito melhores no cenário atual... Melhor pular fora desse barco, mais uma vez, falando sinceramente.

Abs

XYZ

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Por que não vou pular do barco da teoria do Design Inteligente?

Eu respondo aqui, pois eu sei que este notável cientista evolucionista brasileiro é um dos leitores deste blog.

XYZ, em primeiro lugar, e deixei isso bem claro em minha palestra, não é que a TDI se recusa em dizer o Nome. A TDI por ser uma teoria científica, não pode se aventurar em aspectos ontológicos (isso é para a filosofia considerar), mas uma teoria científica minimalista que afirma existir sinais de inteligência empiricamente detectados na natureza todas as vezes que encontrarmos “complexidade irredutível de sistemas biológicos” e “informação complexa especificada”.

Por que eu não vou “pular fora do barco” da TDI? Porque ela tem muito a contribuir e já está contribuindo para o crescimento do conhecimento científico. Na nova teoria da evolução que está sendo elaborada, os teóricos vão ter que lidar com a questão da informação: a Biologia é uma ciência da informação.

XYZ, em abril de 2007 a NSF (National Science Foundation dos Estados Unidos) publicou o seguinte anúncio de aporte financeiro para pesquisas. Traduzindo em graúdos: é uma confissão nítida de que o neodarwinismo (síntese moderna) não é mais uma teoria científica robusta para explicar a tese de complexidade irredutível de Behe em termos da evolução gradualista darwiniana.

NOTA BENE: NO CONTEXTO DE JUSTIFICAÇÃO TEÓRICA, O NEODARWINISMO NÃO É MAIS CIENTIFICAMENTE ADEQUADO PARA EXPLICAR A COMPLEXIDADE IRREDUTÍVEL DE SISTEMAS BIOLÓGICOS (TESE DE MICHAEL BEHE NO LIVRO “A CAIXA PRETA DE DARWIN”, RIO DE JANEIRO: ZAHAR, 1997).

Evidência de que a teoria do Design Inteligente já está contribuindo para o crescimento do conhecimento científico é esta proposta da NSF:

Título: Avançando a teoria em biologia (ATB) [Em inglês]

Data: 03/04/07 Sinopse do Programa:

O Diretorado das Ciências Biológicas conclama a submissão de propostas que avancem o nosso entendimento conceitual e teórico da dinâmica dos sistemas vivos. A emergência dos fenômenos biológicos complexos das interações dinâmicas entre os elementos menos complexos é um tema central na biologia moderna, e permeia pesquisas em todos os níveis de organização biológica de macromoléculas a ecossistemas. Tais interações são tipicamente não-lineares, distribuídas, e freqüentemente perpassam muitos níveis de organização biológica. Essas propriedades limitam o entendimento que pode ser obtido através das tradicionais análises experimentais. O programa está destinado a desenvolver novas conceituações e abordagens teóricas para identificar princípios fundamentais que perpassam níveis de complexidade biológica. As propostas podem variar em tamanho (até US$ $250.000,00 por ano) e duração (até três anos), no número dos pesquisadores envolvidos, e na natureza das colaborações. [1]

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A TDI vem sendo visceralmente atacada e resistida como “pseudociência”, “criacionismo disfarçado em smoking barato”, “não tem nada a oferecer à ciência”, que os nossos cientistas são “especialistas autoproclamados”, y otras cositas mais. No frigir dos ovos, contudo, eis aqui uma grande contribuição científica da TDI “forçando” a revisão teórica do neodarwinismo.
XYZ, é por isso que eu não vou pular fora do barco da TDI.

NOTA IMPERTINENTE DESTE BLOGGER: Apesar de o diretorado da NSF procurar explicar teoricamente a complexidade de sistemas bióticos, tese do Design Inteligente desde 1996, o presente edital da NSF não foi escrito por Michael Behe, nem por William Dembski, muito menos por qualquer outro teórico ou proponente da TDI.


NOTA:

1. Title: Advancing Theory in Biology (ATB), Date: 04/03/07, Synopsis of Program:

The Biological Sciences Directorate invites submission of proposals that advance our conceptual and theoretical understanding of the dynamics of living systems. The emergence of complex biological phenomena from dynamic interactions among less complex elements is a central theme in modern biology, and it permeates inquiries at all levels of biological organization from macromolecules to ecosystems. Such interactions are typically non-linear, distributed, and often span many levels of biological organization. These properties limit the understanding that can be gained by traditional experimental analyses. The program is designed to develop new conceptualizations and theoretical approaches to identify fundamental principles that traverse levels of biological complexity. Proposals may vary in size (up to $250,000 per year) and duration (up to three years), in the number of investigators involved, and in the nature of collaborations.