O Darwin por detrás do mito

domingo, setembro 30, 2007

Carta ao leitor da revista VEJA (edição 2028), # 39, de 3 de outubro de 2007

A imagem de Charles Darwin que a Nomenklatura científica adora: há uma grande distância entre a figura do herói epistêmico revolucionário e o verdadeiro cientista de carne e osso.

No dia 24 de novembro de 1859, o teórico materialista Charles Darwin publicou o livro Origem das Espécies. Cento e cinqüenta anos depois, apesar da ruína parcial do darwinismo pelo avanço da ciência moderna, sua figura permanece intocada no panteão dos mitos científicos. Para os estudantes que querem aprender sobre a origem e a evolução da vida, o Darwin congelado na fotografia tirada em sua casa em Down − sem dúvida uma das imagens mais reproduzidas de todos os tempos − encarna os ideais de ousadia no pensar de idéias perigosas e de honestidade acadêmica. Para os renitentes ideólogos da KGB da Nomenklatura científica, o herói científico Darwin é um instrumento facilitador da doutrinação que continuam a fazer em escolas e universidades sem nenhuma contraposição. Mas quem era o homem a partir do qual se forjou o mito? Haveria uma correspondência exata entre o teórico supostamente revolucionário e aquele perenizado em exposições de louvaminhice beirando ao culto de personalidade como na recente Exposição-Darwin no MASP?

Os repórteres de VEJA tiveram a rara oportunidade (talvez a última) de conversar com historiadores que lidaram com aspectos dúbios da vida de Darwin em diferentes etapas da elaboração de sua teoria. Eles entrevistaram historiadores da ciência especialistas em Darwin que não rezam pela cartilha da historiografia “mainstream”. O trabalho da reportagem foi completado com a leitura de três biografias e de vários Notebooks escritos pelo atormentado evolucionista. Desse mergulho, emergiram dados curiosos. Um deles é que há registros históricos − a teoria da evolução pela seleção natural − não tenha saído originalmente do pensamento de Darwin. Quanto às indagações que moveram a reportagem − sola veritas − conclui-se que Darwin-mito esconde uma verdade pouco palatável que a Nomenklatura científica não queria que se tornasse amplamente divulgada para o leitor não especializado. Darwin foi um teórico visionário, decerto. Mas foi, sobretudo, um homem que não reconhecia a primazia de outros teóricos sobre a questão da evolução [reconheceu isso tão-somente na 3ª. edição do Origem das Espécies], que enxergava nesse atropelo de primazia um fim em si, e não apenas um meio para atingir seus objetivos: ser um nome famoso na ciência.

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P A R Ó D I A, mas que um dia será verdade noticiada pela Grande Mídia Tupiniquim.

EXTRA! EXTRA! Agentes do Design Inteligente infiltrados na revista VEJA conseguiram o sketch da verdadeira capa que será publicada em 2009 quando das comemorações dos 150 anos de publicação do “Origem das Espécies”.

IMPERDÌVEL!!!