O neodarwinismo precisa, mas não tem uma teoria de forma

sábado, setembro 01, 2007

Desde 1998 destacamos para a Nomenklatura científica e a Grande Mídia tupiniquins que o darwinismo “não fecha a conta” epistemicamente [obrigado B-16], e que as suas muitas dificuldades no contexto da justificação teórica são fundamentais demais para não serem publica e amplamente debatidas. Os meninos e meninas da galera de Darwin “fingem” desconhecer essas dificuldades fundamentais, e demonizam de seus críticos e oponentes na internet como se fossem “fundamentalistas”, “crentes na Terra plana” [mito inventado pelos darwinistas], “não sabem o que é ciência”, y otras cositas mais.

Eu sou um pós-darwinista [entre muitos mundo a fora] desde 1998 após a leitura do livro “A caixa preta de Darwin”, de Michael Behe. Preconizei aqui neste blog que, devido a esta inusitada situação epistêmica, haverá uma revisão no neodarwinismo em 2010, justamente em função de o paradigma já ter sido considerado “morto” em 1980 pelo saudoso darwinista honesto Stephen Jay Gould, por não responder mais a muitas anomalias, e pelos avanços científicos em diversas áreas científicas como a genômica.

Vou deixar com vocês o texto do meu amigo David Tyler publicado em 31/08/07.

A síntese moderna não nos deu uma teoria de forma

Massimo Pigliucci parte para o ataque quando escreve: “Eu tenho pouca paciência para a pretensão de uma “opinião imparcial e equilibrada”, quando todos nós sabemos que o equilíbrio surge de discussões e discordâncias entre os pares, e não do ponto de vista de um só indivíduo”. Neste caso, o indivíduo é Michael Lynch, autor do livro “The Origins of Genome Architecture” [A origem da arquitetura do genoma], e Pigliucci está analisando o livro como um dos seus pares.

Lynch representa uma posição de “moderna síntese evoluída”. Ele aceita que a síntese moderna precisa de desenvolvimento: “Uma das teses centrais do livro é que a seleção natural não é necessariamente o mecanismo evolutivo central, pois um punhado de detalhes de estruturas genômicas e da evolução podem ser explicadas invocando-se os mecanismos neutros de mutação, recombinação, e deriva genética.” Com esta estrutura, as ferramentas explanatórias estão à mão, e a tarefa remanescente é usá-las a fim de sistematizar a informação genética que nós formos capazes de coletar. “A tese de Lynch [...] é que o aparato teórico da teoria evolutiva está completa e que as pessoas devem parar de lamentar sobre as peças em falta, e a necessidade de uma nova síntese: apenas estude a genética de populações e tudo vai dar certo.”

Pigliucci apresenta isto como sendo um “tema nada inspirador”. Além disso, “o que a síntese moderna não nos tem dado é uma teoria de forma, e aplicar a genética das populações à genômica − em si mesmo um exercício valioso − também não irá nos dar uma. O tanto quanto os genes são fundamentais para o processo evolutivo, há muito mais em biologia do genes e sua dinâmica.”

Este é território interessante de ser explorado, como os leitores de “Why is a Fly not a Horse?” [Por que uma mosca e não um cavalo?] concordarão.

A resenha termina com este parágrafo: “Finalmente, a razão principal por que nós precisamos de uma expansão da síntese moderna foi destacado por Popper muitos anos atrás: “[a teoria darwiniana] é estritamente uma teoria de genes, mas o fenômeno que tem de ser explicado é aquela da transmutação da forma.” A contribuição de Lynch no livro “The Origins of Genome Architecture” vai um longo caminho para completar a nossa explicação de como os genes (e genomas) mudam ao longo do tempo. Apesar disso, embora na verdade necessária, a genética das populações nem chega perto de ser suficiente na compreensão de como os fenótipos evoluíram. Há muito mais a fazer, e um imenso território não descoberto está lá. Vamos dar uma olhada.” Isto é o tipo de ênfase que os cientistas do Design Inteligente saúdam!

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Meditações pós-genômicas
Massimo Pigliucci
Science 317, 31 August 2007, 1172-1173. DOI: 10.1126/science.1146047
Livro resenhado:
The Origins of Genome Architecture, por Michael Lynch, US$ 59.95
Sinauer Associates, Sunderland, MA, 2007. 510 pp. ISBN 9780878934843.

Todo mundo em biologia fica predizendo que os próximos anos vão trazer respostas para algumas das principais questões abertas em biologia evolutiva, mas parece haver uma discordância sobre o que exatamente são essas questões. Entusiastas das várias “ômica” − (genômica, proteômica, transcriptômica, metabolômica, e até a fenômica) acreditam, como Michael Lynch coloca no capítulo final do livro “The Origins of Genome Architecture”, que “nós podemos estar confiantes de duas coisas: o maquinário teórico básico para a compreensão do processo evolutivo está bem estabelecido, e brevemente nós seremos efetivamente ilimitados pela disponibilidade de informação no nível do DNA.” [1]

NOTA:

1. Postgenomic Musings, Massimo Pigliucci. Science 317, 31 August 2007, 1172-1173. DOI: 10.1126/science.1146047. Book Reviewed: The Origins of Genome Architecture, by Michael Lynch Sinauer Associates, Sunderland, MA, 2007. 510 pp. ISBN 9780878934843.
Everyone in biology keeps predicting that the next few years will bring answers to some of the major open questions in evolutionary biology, but there seems to be disagreement on what, exactly, those questions are. Enthusiasts of the various “−omics” (genomics, proteomics, transcriptomics, metabolomics, and even phenomics) believe, as Michael Lynch puts it in the final chapter of The Origins of Genome Architecture, that “we can be confident of two things: the basic theoretical machinery for understanding the evolutionary process is well established, and we will soon be effectively unlimited by the availability of information at the DNA level.”

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É gente assim como o Michael Lynch, o Massimo Pigliuci, que me fazem ter esperança de que a teoria que se propôs explicar o Mistério dos mistérios — a origem e a evolução das espécies, venha a ser revisada, ampliada, ou simplesmente descartada.
Eu venho afirmando aqui neste blog que a biologia é uma ciência de informação. Assim sendo, os teóricos vão ter que acolher as teses de complexidade irredutível e informação complexa especificada [aspectos da teoria do Design Inteligente] ou “novo remendo epistêmico” será colocado em “pano velho do século 19”.

Remendo novo em pano velho não dá certo! Que venha o novo paradigma. Um que diga adeus a Darwin! Assim como demos adeus a Newton... E acolhemos a Einstein...
Esperando contra a esperança de que a teoria do Design Inteligente vai, pelo menos, ser considerada pelo seu valor epistêmico: certos eventos do universo e especialmente do mundo biótico são melhor explicados por causas inteligentes, e elas são empiricamente detectadas na natureza!

Meninos e meninas da galera de Darwin, cresçam e apareçam! Estudem mais biologia e sigam as evidências aonde elas forem dar. Grande Mídia tupiniquim, quando é que vocês vão ter a coragem de abordar temas assim? O jornalismo científico de vocês está por demais modorrento: “síndrome ricuperiana: o que Darwin tem de bom a gente mostra; o que Darwin tem de ruim, a gente esconde.”

Não dá mais para a Nomenklatura científica e a Grande Mídia tupiniquins taparem o Sol das insuficiências epistêmicas fundamentais do darwinismo com uma pequena peneira furada de fazer de conta que não existe nada disso.