Pesquisa colaborativa reconhecida

segunda-feira, dezembro 06, 2010

6/12/2010

Agência FAPESP – A Natura anunciou nesta terça-feira (02/12), em São Paulo, os vencedores do Prêmio Natura Campus de Inovação Tecnológica 2010.

O primeiro lugar ficou com o projeto “Metodologia não invasiva do diagnóstico da pele”, coordenado pelo pesquisador Anderson Zanardi de Freitas no Instituto Nacional de Pesquisas Nucleares (Ipen). O projeto “Projeto de permeação cutânea”, coordenado pela professora Maria Vitoria Bentley na Faculdade de Ciências Farmacêuticas de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo (USP).


João Paulo Ferreira e Telma Sinicio (Natura) entregam o prêmio à pesquisadora Márcia Ortiz Mayo Marques (divulgação)


Os três vencedores do prêmio ganharam um curso na área de inovação tecnológica na Sloan School of Management do Instituto de Tecnologia de Massachussetts (MIT), em Cambridge, nos Estados Unidos.

Lançado em 2007, o prêmio é concedido a cada dois anos a projetos escolhidos entre os finalizados e desenvolvidos por universidades e instituições de pesquisa do Brasil e do exterior em parceria com a Natura.

Nesta edição, concorreram projetos realizados por pesquisadores da USP, IAC, Ipen, Universidade Estadual de Campinas, Universidade de Caxias do Sul, Instituto de Pesquisas Tecnológicas, Laboratório Nacional de Biociências e Universidad Tecnica Particular de Loja (Equador).

Os trabalhos foram avaliados por uma comissão formada por assessores internos e externos de órgãos de fomento à pesquisa e de reconhecidas instituições de ensino e pesquisa. Os critérios para seleção dos vencedores foram a qualidade dos resultados e objetivos do projeto, a consistência técnica e diferenciação e a intensidade da inovação.

Como reconhecimento pelo estímulo à parceria entre instituições de pesquisa e empresas em projetos colaborativos, a FAPESP também foi homenageada na cerimônia de anúncio dos ganhadores do prêmio, que ocorreu na sede da Natura, em Cajamar, como um órgão de fomento à inovação.

A homenagem foi feita na forma de um troféu, recebido pela assistente técnica da Diretoria Científica da FAPESP, Patricia Pereira Tedeschi, que representou a FAPESP no evento.

PITE e empresa

O projeto coordenado por Márcia Ortiz contou com financiamento do Programa de Apoio à Pesquisa em Parceria para Inovação Tecnológica (PITE) da FAPESP.

Desenvolvido ao longo de três anos, o objetivo do projeto multidisciplinar foi identificar no bioma da Mata Atlântica do Estado de São Paulo espécies de plantas aromáticas que podem ser fontes para o desenvolvimento de novos óleos essenciais para a indústria de cosméticos.

Para atingir esse objetivo, cerca de 25 pesquisadores envolvidos no projeto realizaram um levantamento da diversidade genética de espécies de plantas com potencial aromático existentes na Mata Atlântica por meio de avaliações da composição química, olfativa e da atividade antimicrobiana e antioxidante. E, após identificar e selecionar algumas espécies, iniciaram estudos sobre como cultivá-las em grande quantidade, sem comprometer suas matrizes, na mata.

“Foi a primeira vez que foi feito um levantamento de espécies com potencial aromático no bioma da Mata Atlântica. Por meio desse trabalho de bioprospecção também foi possível conhecer melhor a diversidade química dessas plantas que são encontradas em diferentes lugares no Estado de São Paulo”, disse Márcia.

A pesquisadora afirma que foi muito positiva a experiência de realizar um trabalho de pesquisa cooperativo e co-financiado com uma empresa. E avalia que programas como o PITE são fundamentais para estreitar as relações entre instituições de pesquisa e empresa

“A partir do momento que uma instituição de pesquisa trabalha em parceria com uma empresa, o processo de desenvolvimento de um produto é muito mais rápido e focado. O trabalho integrado possibilita o intercâmbio de ideias e o aprendizado de ambas as partes envolvidas”, afirmou.