Os falsos brilhantes da Nature sobre o fato, Fato, FATO da evolução através da seleção natural 1/2

sexta-feira, janeiro 09, 2009

Esta postagem é uma reflexão feita após leitura do especial da Nature sobre o fato, Fato, FATO da evolução ser explicado pelo poder criativo da seleção natural.

Eu tive o privilégio e a honra de ter sido vendedor e depois gerente de uma das lojas da H. Stern no Brasil (Aeroporto Internacional de Manaus) nos final dos anos 1970s. Após treinamento em sua sede no Rio de Janeiro, eu aprendi muito sobre diamantes e pedras preciosas.



Todos os diamantes na H. Stern são vendidos com um certificado de garantia baseado no International Diamond Grading System do Gemological Institute of America. O cliente é informado sobre os 4 Cs de seu brilhante:


Carat (peso)

Na H. Stern, o cliente não leva ‘gato’ por ‘lebre’. Ele saí da loja sabendo que está levando um diamante verdadeiro e devidamente autenticado. A relação comercial exige mútua confiança, e a H. Stern sabe que o cliente entra em suas lojas com um misto de muita admiração e pouco conhecimento sobre os diamantes.

O Gemological Institute of America sabe que o cliente precisa saber a diferença entre maravilhar-se e conhecer algo a respeito de um diamante. Mas, o que isto tem a ver com a teoria da evolução através da seleção natural de Darwin? Tem muito a ver, e eu explico sem seguida.

A única teoria científica aceita e defendida com unhas e dentes pela Nomenklatura científica para explicar a origem e a evolução da complexidade e diversidade das coisas bióticas é a teoria da evolução de Darwin. São feitas afirmações retóricas de que a teoria de Darwin é a teoria científica mais corroborada assim como é certa a lei da gravidade e a Terra girar em torno do Sol.

Não há liberdade acadêmica de se questionar Darwin. Ai dos que ousarem. A Nomenklatura científica é essencialmente antropofágica e destruidora de carreiras acadêmicas desses oponentes, críticos e dissidentes. Não há lugar para a dúvida, nem para o ceticismo saudável quando a questão é Darwin.


Cor

Mas, o pior de tudo isso é que a Nomenklatura científica extrapola a esmagadora evidência do fato, Fato, FATO microevolução para a macroevolução. Os criacionistas e a turma do Design Inteligente sabem e aceitam a existência esmagadora de evidências sobre o fato da microevolução (intraespécies – será que eu grafei certo pelo novo acordo ortográfico?), mas não temos (a não ser circunstanciais, mas frágeis) evidências do fato, Fato, FATO da macroevolução (interespécies, um Australopithecus se transmutar em um antropólogo), que é o que Darwin se propôs explicar cientificamente.

A Nomenklatura científica é useira e vezeira em não fazer essa distinção fundamental para o entendimento da robustez epistêmica da teoria geral da evolução. A seleção natural é realmente o mecanismo evolutivo capaz de explicar a origem e evolução das espécies? Há controvérsia sobre esta capacidade criativa desde 1859. Darwin, Huxley, Hooker, Lyell, Wallace e Mivart acreditavam na seleção natural, pero no mucho, capice?

Apesar da reunião dos 16 de Altenberg sobre a necessidade de uma nova teoria geral da evolução, a Síntese Evolutiva Ampliada, que não será selecionista, o especial da revista Nature sobre o poder criativo da seleção natural, não respeitou a distinção entre o maravilhar-se da simplicidade e elegância da plausibilidade heurística de uma teoria e o conhecimento corroborado no contexto de justificação teórica.


Clareza

Traduzo em graúdos: “Darwin’s Gems” [As pedras preciosas de Darwin] não distinguiu entre microevolução e macroevolução, e extrapolou a ação daquela com a última. Os autores, Henry Gee (ex-editor da Nature), Rory Howlett e Philip Campbell “encorajaram a livre disseminação” de seu artigo. Por quê?

“Considerando-se que os conceitos e as realidades da evolução darwiniana ainda são desafiados, se bem que raramente por biólogos, um sucinto sumário sobre porque a evolução é um princípio empiricamente validado é útil para as pessoas terem à mão.” [1]

Segundo os autores, os vários exemplos de diversas áreas científicas, demonstram “a largura, a profundidade e o poder do pensamento evolutivo.” [2]

A lista das pedras preciosas de Gee, Howlett e Campbell [GHC] inclui 5 evidências da paleontologia, 6 da ecologia, e 4 da genética e biologia molecular, seguidas de argumentos resumidos de cada pedra preciosa de evidência a favor do fato, Fato, FATO da evolução darwinista.


Corte

Gente, alguém me belisque, por favor. Nem pude acreditar no que eu li. GHC não fizeram a distinção necessária entre microevolução e macroevolução, e o papel que cada uma tem no corpus heurístico da teoria da evolução através da seleção natural em um contexto de justificação teórica. Quem é que tem problemas com a microevolução? Quem não sabe que a microevolução é um fato corriqueiramente corroborado nas pesquisas científicas?

O que faltou no artigo foi demonstrar cientificamente se a seleção natural tem a capacidade de criar nova informação genética, novas estruturas e novas funções.

NOTAS

1. “Given that the concepts and realities of Darwinian evolution are still challenged, albeit rarely by biologists, a succinct briefing on why evolution by natural selection is an empirically validated principle is useful for people to have to hand.” p. 1
2. "the breadth, depth and power of evolutionary thinking", p. 1.