Avanço da pós-graduação depende do equilíbrio regional na oferta de cursos

quinta-feira, novembro 26, 2009

JC e-mail 3898, de 26 de Novembro de 2009.

10. Avanço da pós-graduação depende do equilíbrio regional na oferta de cursos

Desigualdade influi diretamente na produção técnico-científica brasileira, afirma diretor da Capes

Um dos maiores desafios da educação superior brasileira é mudar o mapa da pós-graduação para superar as desigualdades regionais. Essa é uma das diretrizes para o avanço do setor apontadas na abertura do seminário Preparando a Avaliação, na quarta-feira, dia 25, em Brasília.

De acordo com o diretor de avaliação da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes), Lívio Amaral, enquanto São Paulo conta com 650 programas de pós-graduação, estados das regiões Norte e Nordeste não chegam a ter dez cursos. Isso influi diretamente na produção técnico-científica brasileira. "Mais cursos significam mais produção de conhecimento e de ciência e tecnologia", afirmou.

Em uma exposição sobre o sistema nacional de pós-graduação, Amaral mostrou como o Poder Público ainda é o principal responsável pela pós-graduação no país. As instituições federais e estaduais são responsáveis por mais de 80% da oferta de cursos de mestrado e doutorado.

Avaliação

"A avaliação tem apenas um critério: desempenho máximo. Curso bom tem autocobrança", afirma o presidente da Capes, Jorge Guimarães, ao definir o processo de aferição. "O curso deve formar bem os estudantes. Não adianta apenas um excelente grupo de pesquisa."

Para Guimarães, do encontro devem ser extraídos dados e informações que fundamentem um novo plano nacional de pós-graduação.

O seminário, que se estenderá até esta sexta-feira, 27, é composto por apresentações sobre áreas como ciências exatas, linguística, letras e artes. Em cada uma das apresentações é feita uma síntese da área, com o número de programas e a expectativa de crescimento para os próximos anos. Participam do encontro os coordenadores de todas as 46 áreas do conhecimento.

O encontro é visto por Lívio Amaral como uma oportunidade para debater e atualizar vários aspectos da avaliação trienal no próximo ano. "A avaliação só continuará sendo esse patrimônio construído coletivamente se tivermos a capacidade de realizá-lo com transparência", disse.

A cada três anos, a Capes avalia todos os cursos de pós-graduação stricto sensu do país. Em 2010, serão aferidos mais de quatro mil cursos de mestrado e doutorado. A avaliação abrange termos de proposta, corpos docente e discente, inserção social, teses, dissertações e produção intelectual.
(Informações da Assessoria de Imprensa da Capes)