Geralmente em debates quando se levanta a questão da origem da vida, os darwinistas ortodoxos fundamentalistas xiitas dizem que isto é irrelevante na questão da evolução. Não é irrelevante. Se fosse, nossos melhores autores de livros-texto de Biologia do ensino médio como Amabis & Martho e outros autores abalizados, não trariam mais a evolução química precedendo a evolução biológica nos seus livros didáticos.
Que a origem da vida é uma questão relevante na temática da origem e evolução da vida fica bem patente nesta pérola de citação por um escritor científico:
“Eu acho falso argumentar que a origem da vida é irrelevante para a evolução. Ela não é menos relevante do que o Big Bang é para a física ou a cosmologia. A evolução deveria ser capaz de explicar, em teoria pelo menos, desde o começo até o primeiro organismo que podia se replicar através de processos biológicos ou químicos. E compreender completamente aquele organismo, nós simplesmente teríamos que saber o que veio antes dele. E agora mesmo nós nem estamos próximo disso. Eu creio que uma explicação material será encontrada, mas aquela confiança vem da minha fé que a ciência é suficiente para a tarefa de explicação, em termos puramente material ou naturalista, toda a história da vida. A minha fé está bem fundamentada, mas ainda é fé.” [1]
Uau! Fé na ciência? Mas que contra-senso, seu Slack? Você não foi um pouco “descuidado”, “negligente”, “lerdo”, “relaxado”, “desmazelado”, “frouxo demais”, “relapso”, “frouxo” [2] nesta sua “declaração de fé” na descrição aproximada da realidade fugaz e extremamente complexa dos fenômenos naturais que se deixam conhecer tão-somente em parte? Sr. Slack, felizmente, ainda bem, apesar da sua infeliz declaração, o máximo que a Nomenklatura científica irá fazer é puxar o seu “slack”, mas ela é antropofágica e destruidora de carreiras acadêmicas dos oponentes e críticos dos paradigmas dominantes. Dos que ousam criticá-la, capice?
Paradigmas são pipas, papagaios, pandorgas, maranhões que os ventos epistêmicos atuais favorecem e alçam vôos magistrais e embelezam o céu acadêmico, até que surgem os ventos contrários das evidências no contexto de justificação teórica, e outros moleques vão empinar suas novas pipas, papagaios, pandorgas e maranhões.
Sr. Slack, a ciência é isso: empinar pipas enquanto os ventos são favoráveis.
Rubem Alves, filósofo e educador (Unicamp), diz que paradigmas são redes de pescar...
“Fé” na evolução? Parem imediatamente a ciência que eu quero descer! Aliás, eu já desci faz tempo. Em Piracicaba, 1998, após ler o livro “A caixa preta de Darwin”, de Michael Behe (Rio de Janeiro, Zahar, 1997)... este livro pode ser comprado na Livraria Cultura.
NOTA:
1. “I think it is disingenuous to argue that the origin of life is irrelevant to evolution. It is no less relevant than the Big Bang is to physics or cosmology. Evolution should be able to explain, in theory at least, all the way back to the very first organism that could replicate itself through biological or chemical processes. And to understand that organism fully, we would simply have to know what came before it. And right now we are nowhere close. I believe a material explanation will be found, but that confidence comes from my faith that science is up to the task of explaining, in purely material or naturalistic terms, the whole history of life. My faith is well founded, but it is still faith.” — Gordy Slack, um escritor de ciência, evolucionista.
2. Todos os termos entre aspas são significados da palavra “slack” em inglês.