A teoria da evolução através da seleção natural de Darwin recebeu o status de Theoria perennis pela Nomenklatura científica pela imposição do discurso epistemológico único: todo mundo pensando a mesma coisa e ninguém pensando em nada. A síndrome dos soldadinhos-de-chumbo. Isso também vale para a Grande Mídia internacional e tupiniquim: eles não ousam divergir nenhum nanomilímetro de Darwin. Caso ousem, isso não é considerado apenas crime de “lesè majesté epistemologique”, mas é “ir contra a própria ciência” segundo Amabis (USP) pela segunda vez em recente evento na Bahia. A primeira foi em 2006, na USP. Nada mais falso, Amabis, o estado normal da ciência são as controvérsias (Marcelo Dascal, Universidade de Tel-Aviv, Israel).
Leiam o artigo da New Scientist sobre Darwin não ter mencionado que se deveria evitar passar por debaixo de escadas, mas que a teoria do homem que teve a maior idéia que a humanidade já teve, preconiza justamente isso. Sorry, periferia, mas está em inglês.
O mais interessante de tudo foi a declaração de Wolfgang Forstmeier, biólogo evolucionista no Max Planck Institute of Ornithology em Starnberg, Germany. Ele argumenta que ao associarmos causa e efeito – frequëntemente falso – a ciência é simplesmente uma forma dogmática de superstição. Uau! NOTA BENE, a ciência é uma forma dogmática de superstição! Aviso ao Forstmeier: fique aí na Alemanha, não venha para o Brasil onde é perigoso ousar pensar diferente na Akademia.
"Você tem de descobrir a vantagem entre ser supersticioso e ser ignorante", ele disse. Ao ignorarem a evidência crescente que contradiz suas idéias defendidas há muito tempo, “um punhado de cientistas tende ser ignorante com freqüência", afirmou Forstmeier.
Uau! Eu acho que o Forstmeier lê este blog lá na Alemanha!
Este pesquisa mencionada no artigo na New Scientist merece o prêmio de quê mesmo? Acho que vou ter que inventar um para tamanha asneira. Taí, asneira lembra burro, burrice.
Ficamos assim: o primeiro prêmio “Jegue epistemicus” vai para esta pesquisa que atribui status de Theoria perennis para a teoria da evolução (com mecanismos evolutivos sugeridos mas nunca definidos como vera causa desde 1859).
Por que sou ‘pós-darwinista’? Porque já fui evolucionista de carteirinha. Hoje, sou cético da teoria macroevolutiva como verdade científica. Contudo, meu ceticismo ao ‘dogma central’ darwinista não é baseado em relatos da criação de textos sagrados. Foi a séria e conflituosa consideração do debate que ocorre intramuros e nas publicações científicas há muitos anos sobre a insuficiência epistêmica da teoria geral da evolução. Eu fui ateu marxista-leninista. Hoje, não tenho mais fé cega no ateísmo. Não creio mais na interpretação literal dos dogmas de Darwin aceitos ‘a priori’ e defendidos ideologicamente com unhas e dentes pela Nomenklatura científica. A Ciência me deu esta convicção. Aprendi na universidade: quando uma teoria científica não é apoiada pelas evidências, ela deve ser revista ou simplesmente descartada. Sou pós-darwinista me antecipando à iminente e eminente ruptura paradigmática em biologia evolutiva. Chegou a hora de dizer adeus a Darwin. Mestre em História da Ciência – PUC-SP. CV Plataforma Lattes: http://lattes.cnpq.br/6602620537249723