O 6º Congresso Brasileiro de Jornalismo Científico, realizado em Florianópolis, SC, de 2 a 5 de maio de 2000 no Hotel Praiatur, foi assistido por quase 250 pessoas e contou com a participação de mais de 40 palestrantes, entre jornalistas e pesquisadores. [1]
Jornalista da TV Cultura de SP diz que jornalismo brasileiro é uma droga
A entrevistadora da TV Cultura de São Paulo e professora de telejornalismo, Mônica Teixeira, disse que o jornalismo brasileiro em geral é uma droga... Com o jornalismo científico não é diferente e ela exemplifica com o caso do projeto genoma, que é mostrado como descobertas de genes que causam doenças, quando na verdade é muito mais amplo que isto.
Segundo Mônica, os profissionais também entraram no esquema e não buscam coisas novas em cada matéria. Eles apenas repetem uma estrutura já existente ... Mônica acha que, no jornal o leitor pode reler uma matéria mais complexa e na TV isso não é possível, mas se o repórter repetir os conceitos e questionar o pesquisador quando tiver dúvidas, a matéria poderá ser boa. Mônica não acha que o jornalista deve ser um especialista em determinadas áreas. Ela disse que antes de tudo, ele deve ser jornalista e pode se interessar por alguns temas e conhecê-los mais que os outros.
Zé Hamilton e André Singer dizem que o segredo do bom jornalismo é muito trabalho
Os jornalistas José Hamilton Ribeiro, diretor do programa Globo Rural e André Singer, [então] editor da revista Superinteressante, disseram que o jornalismo caminha para a especialização e que os profissionais terão que conhecer mais as áreas que pretendem seguir. Ribeiro é um dos organizadores do 6º. Congresso Brasileiro de Jornalismo Científico e André Singer está participando de um debate hoje à tarde sobre os problemas na organização da ciência.
José Hamilton Ribeiro acha que o jornalismo científico e a ciência feitos no Brasil são muito ruins. Ele disse que, para melhorar o jornalismo, "só fazendo jornalismo", ou seja, o profissional deve trabalhar muito, errar até acertar. Segundo José Hamilton, a ciência pode avançar com investimentos e mudança de postura dos pesquisadores. Na opinião dele, os cientistas brasileiros não são comprometidos com a sociedade e não se vêem na obrigação de divulgar seus trabalhos. Os jornalistas, por sua vez, devem estudar mais e trabalhar mais.
O editor da Superinteressante, André Singer, falou das dificuldades de fazer a revista por ser direcionada a um público muito amplo. A Superinteressante precisa usar uma linguagem simples, o que muitas vezes não é entendido pelos pesquisadores brasileiros. André disse que em outros países mais desenvolvidos isso não acontece.
Qualquer semelhança com a Nomenklatura científica e o jornalismo científico praticado atualmente pela Grande Mídia tupiniquim não é mera coincidência, é fato, Fato, FATO!
Há quem sinta “pruridos evangélicos” pela minha catilinária dura e às vezes irônica, mas o que faço é somente “desconstruir” esta realidade apontando a versão do “outro lado” que não tem espaço nem vez na GMT e na Academia.
Foram eles mesmos que “falaram e disseram” o que eu digo aqui em outras palavras...
Ai de quem ousar discordar do paradigma vigente. Eu sei do que estou falando...
[1] Inclusive este blogger que, por razões pessoais não pôde participar, mas teve seu trabalho sobre a relação entre o jornalismo científico e a Nomenklatura científica apresentado no último dia daquele evento na sala dois. Vide: http://www.abjc.org.br