Monólogo darwinista ex-cathedra no IEA da USP

segunda-feira, março 12, 2007

O JC E-Mail 3218, de 08 de março de 2007 destaca o Ciclo Temático Evolução Darwiniana e Ciências Sociais, realização do Núcleo de Economia Socioambiental (Nessa) da Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade (FEA) da USP e do IEA.

O primeiro seminário será dado pelo biólogo Ricardo Waizbort (Fiocruz) e do sociólogo Carlos Alberto Dória (Unicamp), com a coordenação de José Eli da Veiga (FEA/USP).

Este ciclo temático será constituído de seminários mensais ao longo de todo o ano, e as mesas sempre contarão com um pesquisador das ciências naturais e outro das sociais.

O segundo seminário será no dia 19 de abril (data que marca os 125 anos da morte de Darwin) e terá a participação de Cristina Possas (Programa DST/Aids do Ministério da Saúde) e Eleutério Prado (FFA/USP).

Os seminários serão apresentados no Auditório Alberto Carvalho da Silva, sede do IEA. Maiores informações podem ser obtidas com Sandra Sedini (sedini@usp.br) ou pelo fone 0-xx-11-3091-1684. O evento será transmitido ao vivo pela internet em http://www.iea.usp.br/aovivo

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COMENTÁRIO IMPERTINENTE:

Por que com o dinheiro público suado dos contribuintes está acontecendo toda essa louvaminhice a Darwin? Cientistas que deram muito maiores contribuições de fato para a ciência não têm esse abominável culto à personalidade. Vou citar apenas um − James Clerk Maxwell, e citações sobre este verdadeiro cientista:

“A importância de Maxwell na história do pensamento científico é comparável à de Einstein (a quem ele inspirou) e a Newton (cuja influência ele diminuiu).” Ivan Tolstoy, biógrafo de Maxwell.

Ah, dirão, mas Tolstoy como biógrafo de Maxwell é suspeito para falar, pois pode ter se ‘apaixonado’ pelo sujeito de sua pesquisa histórica.

Vou convocar aqui alguém altamente insuspeito. Um respeitável cientista laureado com o prêmio Nobel em Física, pelos seus trabalhos fundamentais em eletrodinâmica quântica com profundas conseqüências para a física das partículas elementares em 1965:

“Mr. Feynman, o que o sr. tem a dizer para os leitores deste blog sobre Maxwell?”

“De uma longa visão da história da humanidade − vista desde, digamos, daqui a dez mil anos, há pouca dúvida que o evento mais significativo do século 19 será julgado como sendo a descoberta de Maxwell das leis da eletrodinâmica.”

Uau!!! Daqui a 10 mil anos e a descoberta de Maxwell, segundo Richard Feynman, é ‘o evento mais significativo do século 19’!!!

Alguém viu uma festa de arromba sendo celebrada para Maxwell pela Nomenklatura científica tupiniquim? Eu não me lembro. Por que será que não vimos um Ciclo Temático do Evento Mais Significativo do Século 19 − As leis da Eletrodinâmica de Maxwell - celebrado com destaque no IEA/USP? Alguém poderia me dizer a razão subjetiva de Maxwell não ser celebrado ostensivamente quanto Darwin??? Eu sei, mas não vou dizer. Vide http://www.maxwellyear2006.org/

Entre Darwin e Maxwell, eu fico com Maxwell, o cientista. Minha preferência se dá em função de as equações de Maxwell terem dado contribuições profundas e fundamentais em ciência e tecnologia. Enquanto as não-equações transformistas de Darwin ficaram somente no ‘just-so-stories’ − estórias da carochinha.

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