Ao contrário do dogma central da Nomenklatura científica mais protegido de críticas − o fato, Fato, FATO da evolução [obrigado, Michael Ruse], devido às limitações do método científico, as conclusões científicas serão sempre provisórias e contingentes:
“A ciência não se apóia em solo rochoso sólido. A estrutura confiante de suas teorias como se estivessem em cima de um pântano. É como um edifício construído sobre estacas de construção. As estacas são perfuradas de cima para baixo dentro do pântano, mas não para baixo de qualquer base natural ou um ‘dado’; e se nós pararmos de perfurar as estacas mais profundas, não é porque nós alcançamos solo firme. Nós simplesmente paramos quando nós ficamos satisfeitos que as estacas estão firmes o suficiente para suportar a estrutura, pelo menos por enquanto.” [1]
Alô, Popper. Nós precisamos de uma pitada de seu ceticismo salutar. Câmbio... Cambrio... Cambriano! Alô, Popper, do you read me? Over... Barulho de estática, incompreensível. O quê? Teoria do Equilíbrio Pontuado de Eldredge e Gould... Mais barulho de estática epistêmica. Alô, Gould e Eldredge, não dá para ‘suavizar’ um pouco e dizer que a teoria de vocês ainda é darwinismo? Mais barulho de estática, mas suportável. O quê? Não temos uma teoria geral da evolução? Mais interferência, desta vez de um radioamador da KGB da Nomenklatura científica: Alô, Schwartz, assim você dá motivos para os criacionistas e a turma do Design Inteligente ficarem mais ousados. Alô, Popper? O quê, você voltou atrás na sua afirmação de que o darwinismo é um projeto metafísico? Barulho de estática totalmente ensurdecedor. Não dá para continuar o diálogo.
Diálogo? Desde quando houve diálogo sobre as insuficiências fundamentais epistêmicas das atuais teorias da origem e evolução da vida???
Desligo, oops fui, mas a explosão de vida no período Cambriano continua sendo o tendão de Aquiles epistêmico da teoria geral da evolução de Darwin.
NOTA:
[1] “Science does not rest on solid bedrock. The bold structure of its theories rises, as it were, above a swamp. It is like a building erected on piles. The piles are driven down from above into the swamp, but not down to any natural or ‘given’ base; and if we stop driving the piles deeper, it is not because we have reached firm ground. We simply stop when we are satisfied that the piles are firm enough to carry the structure, at least for the time being.” POPPER, K. The Logic of Scientific Discovery, (Nova York, Routledge Classics, 1959, reprint of first English edition, 2002), 94.