por David Tyler 26/03/2007 10:33:48 am
A filogenômica utiliza “grandes quantidades de dados genéticos (não apenas genomas inteiros) para construir árvores evolutivas, ou filogenias.” A nova disciplina faz grandes afirmações, pois objetiva “remodelar a sistemática” usando as séries de dados extensivos surgindo dos projetos de mapeamento de genoma. Um pesquisador explica o seu escopo: “Os genomas estão fornecendo uma visão muito melhor da árvore da vida na Terra” e “A revolução está apenas começando ― cada novo genoma está causando um repensar.”
Isso pode surpreender alguns, mas Lineu não foi o pioneiro da sistemática tendo a árvore da vida em mente. Não é necessário pressupor um ancestral para todas as coisas vivas para ser um scholar trabalhando nesta área.
O mais importante de tudo, erguer “a bandeira da filogenômica” não deve ser confundido com a entrega de resultados. Porque algumas pessoas dizem que a revolução está apenas começando, isso não significa que elas estejam certas. “O que também tem se tornado claro é que muitos problemas não podem simplesmente serem submetidos a submissão com mais dados.”
Para ilustrar um problema: “Talvez a gafe mais proeminente foi a declaração pelo Projeto do Genoma Humano em 2001 que de 100 a 200 genes nos humanos vieram diretamente das bactérias.” A transferência lateral de gene (TLG) foi invocada para explicar os dados. Isso foi contestado por vários “biólogos evolucionistas espantados, [que] rapidamente derrubaram a afirmação, mostrando que os genes em questão teriam, mais provavelmente, estado presentes no ancestral comum dos humanos e bactérias, mas depois perdidos em outras linhagens.”
O que é surpreendente é que não tem ocorrido uma resposta semelhante para a nova explicação: pois isso implica que os genes relevantes estavam presentes nos descendentes evolutivos e foram perdidos sistematicamente em cada ramo e galho da árvore da vida exceto aquele que resultou nos humanos. Esta explicação é tão inventada quanto a TLG!
De acordo com um especialista citado: “você não pode fazer boa análise de genoma sem análise evolutiva.” Lineu não teria concordado com isso. Ele teria advertido para os perigos de encaixar forçadamente os dados num molde predeterminado. Se você pressupor a árvore da vida, como que os pesquisadores poderiam alguma vez concluir que o que eles estavam estudando era uma floresta e não uma árvore?
Linnaeus at 300: We are family John Whitfield Nature 446, 247-249, (15 March 2007) | doi:10.1038/446247a Atualizando a árvore da vida precisa tanto das habilidades dos biólogos evolucionistas e os dados dos decifradores de genomas ― os dois se ignoram por sua própria conta.