Troféu ‘Pinóquio’ para a jornalista Patrícia Campos Mello (Estado de S. Paulo)

segunda-feira, fevereiro 26, 2007

Aprendi com o meu pai que devemos tratar respeitosamente a todas as mulheres. Eu e o meu irmão convivemos boa parte de nossas vidas rodeado de mulheres: a nossa mãe e cinco irmãs. Somos gentlemen com todas as mulheres, mas há horas em que você precisa separar esse tratamento do dia-a-dia, e colocar o cavalheirismo de lado, especialmente quando a mulher é uma jornalista. Ela sabe que deve tão somente reportar o fato com objetividade jornalística.

E quando uma jornalista de um dos maiores jornais do Brasil – O Estado de São Paulo - é apanhada contando um punhado de lorotas? Isso foi destaque no JC e-mail. O que deve ser feito? Continuar ‘gentleman’, e deixar como está pra ver como é que fica? Não, é preciso colocar o dedo na ferida, e dizer, alto e bom: “A mentira tem pernas curtas e ultimamente anda e é apanhada na velocidade da luz.”

Patrícia Campos Mello escreveu de Washington para “O Estado de SP” (25/02/2007) várias mentiras históricas e sobre o Design Inteligente:

Mentira # 1

“Em 1925, o professor John T. Scopes foi preso porque ensinou as idéias básicas da teoria de Darwin em uma escola do Tennessee, naquele que foi celebrizado pelo escritor H.L. Mencken como o ‘Julgamento do Macaco’.”

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Scopes nunca foi preso e jamais ensinou ‘as idéias básicas da teoria de Darwin em uma escola do Tennessee’, pois nunca deu aula sobre o assunto. Scopes era professor de educação física, e substituiu o professor de biologia naquela ocasião. Patrícia, você está aí nos Estados Unidos, jornalista bem (mal?) informada que é, sabe da existência de um livro por Edward J. Larson, historiador, que abordou esta história mal contada por Hollywood – Summer for the Gods: The Scopes Trial and America’s Continuing Debate over Science and Religion, Nova York, Basic Books, 1997.

Scopes usou de um expediente sujo: aceitou ser processado por ensinar evolução (então proibida) em troca de ajuda financeira para estudar Geologia na Universidade de Chicago. Vide uma versão do processo Scopes aqui.

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Mentira # 2:

Recentemente, várias escolas no Kansas, Ohio e outros Estados adotaram o criacionismo, ou o “design inteligente”, como uma forma alternativa de se ensinar a origem da humanidade.

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Depois que a Suprema Corte americana considerou o ‘criacionismo científico’ como tendo intenções religiosas em 1987, nenhuma escola americana em Kansas, Ohio e outros Estados podem ‘adotar o criacionismo’ ou o ‘design inteligente’ em substituição às atuais teorias da origem e evolução da vida. Patrícia, aí nos Estados Unidos, vide Aguillar v. Edwards 482 U.S. 578.

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Mentira # 3:

Mas os criacionistas, na maioria das vezes, têm sido derrotados na Justiça americana. Uma escola da Pensilvânia teve de parar de ensinar design inteligente após um tribunal afirmar que se tratava de religião, não de ciência. No começo de fevereiro, o Kansas também foi obrigado a eliminar o criacionismo dos livros escolares.

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A escola em Dover, na Pensilvânia, ‘não teve de parar de ensinar design inteligente após um tribunal afirmar que se tratava de religião, não de ciência’. O design inteligente não seria ensinado naquela escola, mas uma citação seria lida para todos os alunos de biologia da existência de outras teorias alternativas à de Darwin – o design inteligente sendo uma delas.

Desde quando a ciência agora é definida em tribunais? O pior de tudo é que juiz Jones está sendo acusado de ter usado mais de 90% do material do advogado da ACLU na sua decisão, não levando em conta o testemunho e nem os depoimentos de outras testemunhas de defesa. Um péssimo exemplo de ativismo judicial. Confira.

Recentemente o Estado de Kansas não ‘obrigado a eliminar o criacionismo dos livros escolares’, mas adotou novos parâmetros curriculares rejeitando quaisquer críticas ao darwinismo. Haja objetividade científica!

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Várias mentiras ABCD:

A) Ao lado dos criacionistas estão os defensores do desenho inteligente, que atacam a teoria da evolução.

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Nós defensores e proponentes do Design Inteligente ao atacarmos a teoria da evolução nas suas insuficiências epistêmicas estamos do lado tanto de criacionistas e evolucionistas como Stephen Jay Gould, Lynn Margulis, William Provine, Massimo Pigliucci, entre muitos outros evolucionistas agnósticos, que já disseram: o neodarwinismo está morto e nós precisamos de outra teoria da evolução!

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B) Darwinismo: conjunto de teorias baseadas nos trabalhos de Charles Darwin e Alfred R. Wallace, que indica um ancestral comum a todos os seres da Terra e a seleção natural, com a manutenção dos seres mais adequados ao ambiente em que vivem.

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A hipótese da ancestralidade comum ainda não foi confirmada pela biologia. Há muita controvérsia entre os especialistas, e as pesquisas moleculares não confirmam isso. A teoria da seleção natural, coitada, desde o tempo de Darwin não consegue explicar os estágios iniciais de um ser vivo. Está mais furada do que queijo suíço.

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D) O embate: os criacionistas, e em especial os defensores do desenho inteligente, dizem que o darwinismo é cheio de falhas e que tudo não passa de uma “teoria”; contudo, até hoje não conseguiram provar que suas proposições – como uma idade de 10 mil anos para a Terra – estão corretas, enquanto a teoria da evolução já foi testada muitas vezes em cem anos.

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Se o darwinismo não é uma teoria, é o quê então? O darwinismo não está cheio de falhas? Então por que os darwinistas irão lançar brevemente a versão atualizada Darwin 3.0??? O design inteligente não propõe idade da Terra, como uma teoria científica minimalista, simplesmente afirmamos que certos eventos do Universo e da vida são melhor explicados através de causas inteligentes.

Mas, inteligência parece não ser o forte de Patrícia Campos Mello. É a mentira!