O medo é uma coisa muito boa. Até os mais corajosos e bravos devem sentir um pouco de medo. O medo sinaliza que um perigo ou uma ameaça REAL está diante de nós, e que não temos como escapar a não ser enfrentá-lo. Questão de sobrevivência. Até do mais apto!
Desde 1998 este ‘simples professorzinho do ensino médio’ [com muita honra, será que é somente isso???], ‘tradutor científico’, o ‘jeguÉZIO’, o ‘anta do Enézio’, o ‘autonomeado coordenador do NBDI’, e otras cositas mais, vem denunciando a relação incestuosa da Nomenklatura científica e a Grande Mídia tupiniquins sobre as insuficiências fundamentais das atuais teorias da origem e evolução da vida (química e orgânica).
Apresentei pôster “Uma iminente mudança paradigmática em biologia evolutiva?” abordando estas questões na V Sao Paulo Research Conference, nos dias 18 a 20 de maio de 2006. Para desagrado de muitos cientistas ali presentes, que meneavam a cabeça diante de tamanha ousadia. Ali na USP, questionar Darwin? Mas que ousadia! Obrigado, comissão científica, por aprovar corajosamente o meu pôster ‘heterodoxo’, mas que, sem falsa modéstia, contribuirá muito para o avanço da ciência em Pindorama!
Os mandarins epistêmicos e midiáticos tupiniquins usaram várias estratégias ─ primeiro, ignoraram os dissidentes de Darwin, depois afirmaram que ‘não há crise na teoria da evolução’, em seguida salientaram veementemente que ‘a evolução é um fato, Fato, FATO’ científico inconteste, assim como a esfericidade da Terra e a lei da gravidade’, depois esqueceram os dissidentes de Darwin por um tempo, e depois distorceram a teoria do design inteligente como sendo pseudociência e ‘criacionismo disfarçado’ , finalmente [dá para perceber no silêncio pétreo das editorias de ciência da GMT] mergulharam num silêncio bastante comprometedor diante da montanha de evidências contrárias à suficiência epistêmica do neodarwinismo. Eu queria ver a cara do Claudio Angelo, da FSP.
É, mas a ciência e a mentira não podem andar de mãos dadas [obrigado, Shimon Peres, em entrevista na VEJA]. Há uma crescente insatisfação entre muitos cientistas evolucionistas com a insuficiência epistêmica do neodarwinismo desde 1980 [Stephen Jay Gould], [1] os historiadores da ciência [aqueles não comprometidos com a ‘hagiografia darwinista’] como D. Collingridge e M. Earthy descreveram o neodarwinismo como sendo um paradigma que perdeu a sua capacidade de resolver problemas científicos importantes, [2] e mais recentemente Lynn Margulis, William Provine e Massimo Pigliucci, nada simpáticos e nem defensores da teoria do Design Inteligente, foram unânimes: NÓS PRECISAMOS DE OUTRA TEORIA DA EVOLUÇÃO! Quando será lançado o DARWIN 3.0?
Aqui neste blog, nós matamos a cobra e mostramos o pau. A Grande Mídia Tupiniquim está numa situação melindrosa ─ ‘Nós não damos espaço’, não é mesmo Marcelo Leite? (Folha de São Paulo), mas teve que enfiar o rabo entre as pernas porque não deu crédito às denúncias de um leitor não-especializado (será???), confiou exageradamente na palavra dos cientistas e editores tupiniquins de que não havia nenhuma crise epistêmica nas teorias da origem e evolução da vida, e as verdades dos fatos, a lebre levantada por este blogger é REAL: Darwin 3.0 já está sendo preparado intramuros pela Nomenklatura científica, mas ainda não foi liberado para não enodoar as celebrações festivas do aniversário de Darwin e ‘a grande festa ecumênica’ em 2009 celebrando os 150 anos de Origem das Espécies.
Uma tremenda batata quente nas mãos do Marcelo Beraba, ombudsman da FSP, que já se cansou de mandar meus comentários para a editoria de MAIS! e de ciência.
É, mas tem evolucionista apressadinho querendo dar uma resposta aos críticos dissidentes de Darwin. Aqui e ali aparecem com nova teoria da evolução. Michael Ruse, onde é que foi parar o seu bordão ‘a evolução é um fato, Fato, FATO’??? Dobzhansky, acho melhor mudarem o seu bordão para ‘nada em evolução faz sentido a não ser à luz das evidências encontradas na natureza’!!!
Pois é, um professor de biologia teme que o silêncio da Nomenklatura científica sobre as críticas à teoria da evolução pela seleção natural vá encorajar esses criacionistas e proponentes da teoria do Design Inteligente. Eles não entendem nada de ciência, são crentes da Terra plana (mito criado por eles mesmos, um dia eu conto aqui, só pra contrariá-los!), fundamentalistas, e otras cositas mais!
O novo livro de Robert Reid, Biological Emergences: Evolution by Natural Experiment [Emergências biológicas: a evolução por experimentação natural], a ser lançado em março de 2007, US$38.00, pela famosa e insuspeita editora MIT Press. Ele é professor emérito de Biologia na University of Victoria, British Columbia, Canadá, e autor de outro livro interessante ─ Evolutionary Theory: The Unfinished Synthesis.
Eis o que a MIT Press divulgou online sobre o livro:
A seleção natural é comumente interpretada como o mecanismo fundamental da evolução. As perguntas sobre como a teoria da seleção pode afirmar ser a explicação toda-suficiente da evolução freqüentemente ficam sem serem respondidas pelos neodarwinistas de hoje, talvez por temerem que qualquer crítica do paradigma evolutivo vá encorajar os criacionistas e proponentes do design inteligente.
No livro Biological Emergences, Robert Reid argumenta que a seleção natural não é a causa da evolução. Ele escreve que as causas das variações, que ele se refere como experimentos naturais, são independentes da seleção natural; na verdade, ele sugere, a seleção natural pode entrar no caminho da evolução. Reid propõe uma teoria alternativa [SIC ULTRA PLUS 1] que possa vencer a resistência à seleção natural. Ele sugere que o que causa a variação inovadora causa a evolução, e que esses fenômenos são ambientais como também organismais.
Após uma crítica extensa ao selecionismo, Reid constrói uma teoria da evolução de emergência, primeiro examinando a evidência em três arenas causativas de evolução emergente: simbiose/associação, fisiologia evolutiva/comportamento, e a evolução do desenvolvimento. Baseado nesta evidência de causação, ele propõe algumas hipóteses funcionais, examinando os mecanismos e processos comuns a todas as três arenas, e chega a um quadro teórico que explica os mecanismos geradores e as qualidades emergentes. Sem o selecionismo, Reid argumenta, a inovação evolutiva pode mais facilmente ser integrada numa tese geral. Finalmente, Reid propõe uma síntese biológica de fases evolutivas de rápida emergência, e as fases prolongadas, dinamicante estáveis e não evolutivas impostas pela seleção natural [SIC ULTRA PLUS 2].
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Endosso
“Este livro é uma grande síntese do evolucionismo histórico e da biologia moderna de um autor com grande experiência no ensino, pesquisa, reflexão, e argumento sobre o assunto. A sua posição é inclusiva, o seu estilo é cândido e envolvente. Biological Emergences tem pleno êxito em delinear uma [teoria] alternativa ao selecionismo natural [SIC ULTRA PLUS 3], uma teoria viável sobre a origem das coisas em vez da sua sobrevivência ou extinção finais. Este livro pode ─ não, deve ser uma leitura proveitosa para qualquer pessoa interessada na evolução e o seu sentido dentro da compreensão humana.” ─ Gareth Nelson, School of Botany, University of Melbourne
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Um acapachante e sonoro cala-boca nos meninos e meninas de Darwin na blogosfera tupiniquim, mas também nos meus mais sérios, mas não civis, oponentes na UFMG, PUC-MG e USP. Agora, mais do que nunca, vocês vão ter que me engolir! [obrigado, Zagallo]
A seleção natural está morta! RIP [Requiescat in pace] em nossos livros-texto de biologia do ensino médio. Alô, MEC/SEMTEC/PNLEM, prestem bem atenção nisso: a seleção natural como mecanismo evolutivo está morta!
Fui, feliz da vida, porque este ‘simples professorzinho do ensino médio’ [será???] está sendo a cada dia vindicado, porque em ciência e em qualquer esfera da vida, nada podemos contra a verdade, a não ser a favor da verdade. A Nomenklatura científica e a Grande Mídia em Pindorama vão ganhar o ‘Troféu Pinóquio 2007’ por terem mentido descarada e intencionalmente aos alunos nas escolas e universidades públicas e privadas, bem como aos leitores não-especializados desde 1998, assegurando de pés juntos de que não havia nenhuma crise na teoria da evolução.
A mentira, tem pernas curtas, mas ultimamente viaja e é descoberta na velocidade da luz!
Thanks, Krauze for the tip!
(Veja o link)
NOTAS:
[1] GOULD, S. J., “Is a New Theory of Evolution Emerging?”, in Paleobiology 6: 119-130, 1980.
[2] COLLINGRIGDE, D. and EARTHY, M., “Science Under Stress: Crisis in Neo-Darwinism”, in History and Philosophy of the Life Sciences 12:3-26, 1990.