JC E-MAIL 3388 de 12 de novembro de 2007
Mostra abrasileirada de “Darwin” visitará o país.
Exposição será aberta em fevereiro no RJ
Uma versão abrasileirada da exposição “Darwin”, que levou 175 mil pessoas ao Masp entre maio e julho deste ano, será montada em algumas capitais do Brasil a partir de fevereiro.
A informação foi confirmada à Folha nesta semana por Niles Eldredge, diretor do Museu Americano de História Natural, de Nova York, curador da primeira exibição.
Eldredge disse que recebeu no início do mês um telefonema do Instituto Sangari, que produziu a primeira exposição, confirmando o patrocínio para o novo evento sobre o naturalista Charles Darwin, autor da teoria da evolução.
“A nova exposição vai enfatizar alguns temas relacionados ao fato de Darwin ter estado aqui no Brasil. A história dele na América do Sul é maravilhosa, então vamos torná-la mais sul-americana agora”, disse.
Segundo a assessoria de imprensa do Instituto Sangari, a exposição será aberta no Rio de Janeiro. Depois, durante ainda o ano de 2008, ela será montada, pela ordem, nas cidades de Brasília, Goiânia e Curitiba. As datas de cada uma dessas outras mostras ainda não foram definidas pela organização.
O paleontólogo americano esteve nesta semana em Porto Alegre, no Rio Grande do Sul, para participar de um workshop internacional sobre biologia e evolução.
Durante a passagem do navio HMS Beagle pelo Brasil em 1832, Darwin visitou florestas costeiras na Bahia e também no Rio de Janeiro.
Segundo Eldredge, a nova exposição sobre o naturalista britânico deve ter agora mais ênfase no lado histórico. “Vamos incluir alguma coisa sobre as idéias sociais de Darwin no Brasil, como o repúdio à escravidão e coisas assim”, disse o pesquisador. (Rafael Garcia)
(Folha de SP, 10/11)
NOTA IMPERTINENTE DESTE BLOGGER:
1. Eu espero que esta exposição faça como a Folha de São Paulo faz com a sua seção “Erramos”: façam uma seção especial corrigindo os erros da exposição “Darwin”, e façam um pedido de desculpas às 175 mil pessoas que foram à exposição no Masp entre maio e julho de 2007, e foram lesadas historicamente conforme destacado aqui neste blog em três artigos:
Artigo 1
Artigo 2
Artigo 3
2. Eldredge vai mostrar tão-somente o lado bom das idéias sociais de Darwin, mas por que ele não apresenta também a banda podre das “idéias sociais” de Darwin? Por que elas são intencionalmente omitidas nessas exposições de louvaminhice?
Embora Darwin se opusesse à escravidão, ele acreditava piamente que o processo evolutivo tinha criado raças superiores e inferiores. No seu livro The Descent of Man ele manteve que o desenvolvimento intelectual humano era produto da seleção natural e que ela tinha produzido diferenças significantes nas faculdades mentais de “homens de distintas raças” [Coitado do Watson, seguiu o líder e se ferrou!] Vide The Descent of Man (1871), vol. I, pp.109-110, 160, 201, 216.
Naquele livro, Darwin depreciou aos negros, e destacou que a interrupção na história evolutiva entre os macacos-antropóides e humanos caiu justamente “entre o negro ou australiano, e o gorila”, dando a entender que ele considerava os negros como sendo os humanos mais parecidos com os macacos-antropóides. Ibid, p. 201.
Além disso, Darwin predisse que “em algum período futuro, não muito distante se medido pelos séculos, as raças civilizadas do homem [europeus brancos] irão quase que certamente exterminar e substituir as raças selvagens por todo o mundo.” Ibid, p. 201. Darwin era racista, Eldredge e os darwinistas com esta nova exposição não podem negar.
Exposições como esta envergonham a ciência com esta omissão intencional do lado cinzento do Grande Timoneiro do pensamento evolutivo.
Fui, pensando que Watson foi injustamente condenado pela Nomenklatura científica quando despudoramente absolve Darwin de seus pecadilhos...
Pensar que Eldredge é editor de uma nova publicação científica voltada para a abordagem da evolução nas escolas públicas. Durma-se com um barulho desses, pois é a mesma coisa que colocar um cabrito para tomar conta de uma horta...