A Explosão Cambriana: o maior estelionato intelectual nos livros-texto de Biologia do ensino médio brasileiro

sábado, novembro 17, 2007

Eu avisei aos meus leitores que não iria postar artigos mais freqüentemente aqui neste blog por razões acadêmicas: estou escrevendo uma dissertação sobre as críticas contra o papel da seleção natural na origem das espécies por um contemporâneo de Darwin em 1871.

Por que então estou de volta? Por duas razões. A primeira é que dois críticos ferrenhos estão na minha “cola” em blog de um amigo jornalista. Eles não são assim uma Brastemp em termos de atualização da literatura especializada. Já escrevi aqui que considero o blog uma conversa de botequim, i.e., não há muito rigor científico. A segunda é para mostrar a esses críticos que as “pérolas do Enézio” não são tiradas da cartola, mas são embasadas na literatura especializada, embora eu não seja biólogo. Darwin também não era.

Eu sou cético localizado (parece que eles não entendem o que é isso) da teoria geral da evolução. Critico daqui os autores de nossos melhores livros-texto de Biologia do ensino médio. Disseram que eu poderia ser processado por danos materiais e morais. Eu afirmei alto e bom som neste blog: eles não irão me processar, e se me processarem, Darwin vai junto comigo para o banco dos réus [aguardem 2008!!!] Eu os critico na mídia e em palestras Brasil afora desde 1998, e mais recentemente neste blog.

Por que esses autores não processam este “simples professorzinho do ensino médio”? Porque a ciência não pode andar de mãos dadas com a mentira. Declarada ou omitida intencionalmente nos livros didáticos. Este silêncio pétreo dos autores os incrimina, por isso não me processam porque sabem que as evidências encontradas na natureza sobre a questão estão mais a meu favor do que deles.

No texto onde dei as razões por que sou pós-darwinista, eu enumerei cinco razões. Tentei fazê-lo numa linguagem simples para atingir um universo maior – os leigos não especialistas. Aqui vai, em parte, uma resposta científica parcial a esses meus críticos daquilo que considero o maior estelionato intelectual cometido pelos autores de livros-texto do ensino médio.

Darwin chamou a sua teoria de “descendência com modificação.” Esta frase refletiu a crença de Darwin de que todos os organismos são descendentes modificados de um ancestral comum que viveu numa era distante. A única ilustração que aparece no livro de Darwin, Origem das Espécies (ed. de 1859), mostra o padrão da “árvore da vida” que alguém esperaria encontrar no registro fóssil se a sua teoria fosse verdadeira neste ponto. O ancestral comum viria primeiro, como uma espécie na base da árvore. As diferenças menores entre os indivíduos apareceriam primeiro, e essas diferenças eventualmente aumentariam até que uma espécie tivesse se tornado duas ou mais espécies distintas. Darwin disse que o registro fóssil deveria estar “enxameado” com esses fósseis.

A continuar esse processo evolutivo, as diferenças entre as espécies aumentariam até que algumas espécies se tornariam tão diferentes que elas seriam classificadas como gêneros separados; os gêneros divergiriam até se tornarem famílias separadas, as famílias divergiriam para se tornarem ordens separadas, e assim por diante. Eventualmente as diferenças se tornariam tão grande que, onde originalmente havia apenas uma divisão principal ou “filo”, agora haveria dois filos.

Hoje nós temos diversos filos de animais. Os principais incluem os nematódeos (lombrigas), anelídeos (minhocas e sanguessugas), moluscos (ostras e caramujos), artrópodes (lagostas e insetos), equinodermos (estrela-do-mar e ouriço-do-mar) e os cordados (peixes e mamíferos). Unidade V, O Reino Animal, Caps. 16 e 17 de Fundamentos da Biologia Moderna, Amabis e Martho, São Paulo, Moderna, 3ª. Ed., 2004, pp. 244-95

Se este aspecto teórico de Darwin estivesse correto, então a longa acumulação de pequenas diferenças deveria ter precedido as grandes diferenças que hoje nós vemos entre os filos animais. Foi o próprio Darwin escreveu que, antes de os filos diferentes terem aparecido, deve ter existido “vastos períodos” durante os quais “o mundo estava enxameado de criaturas vivas” (Citação, p. 83). Todavia, no registro fóssil a maioria dos principais filos de animais aparece plenamente formada no início do período geológico conhecido como Cambriano, sem nenhuma evidência fóssil de que eles divergiram de um ancestral comum.

Darwin sabia disso, e reconheceu no Origem das Espécies que “diversas das principais divisões do reino animal aparecem subitamente nas rochas fossilíferas mais antigas.” Ele chamou isso de um problema “sério” que “no presente deve permanecer inexplicável; podendo ser usado como argumento de peso contras as idéias que aqui defendemos” (Citação A pp. 82, 85).

Amabis e Martho, bem como os demais autores de livros didáticos de Biologia do ensino médio, simplesmente ignoraram as implicações negativas que a explosão de vida cambriana tem para a hipótese do ancestral comum no contexto da justificação teórica: apenas quatro parágrafos sucintos de uma história de pelo menos 570 milhões de anos atrás (op. cit., p. 477). Segundo Darwin, uma evidência de peso contra suas especulações transformistas.

(A) Charles Darwin, The Origin of Species, 6ª. ed., Nova York, D. Appleton, 1890, Capítulo X.

Apesar da evidência contra suas especulações, Darwin permaneceu convencido de que sua teoria era verdadeira. Ele especulou que os ancestrais de filos diferentes não tinham sido encontrados porque o registro fóssil era imperfeito. Se, como pareceu, as rochas antes do Cambriano tivessem sido deformadas pelo calor e pressão, ou erodidas, então os fósseis ancestrais nunca poderiam ser encontrados. Contudo, ele reconheceu que realmente ele “não tinha uma resposta satisfatória” para o problema (Citação A, p. 84).

É, mas o mundo da ciência deu muitas voltas desde 1859, e a coleta de fósseis tem trazido a lume muitos fósseis de organismos que viveram antes do período Cambriano. Depósitos fossilíferos no Canadá (o folhelho de Burgess) e na China (a fauna de Chengjiang) têm produzido coleções mais ricas de fósseis cambrianos do que os que estavam disponíveis para Darwin e seus contemporâneos. Revisando a evidência em 1991, James Valentine, paleontólogo de Berkeley, e seus colegas, destacaram: “Durante os últimos 40 anos, rochas mais antigas das que tinham sido consideradas como sendo a base do Cambriano têm produzido sem dúvida fósseis que permitem agora avaliações mais detalhadas da “evolução” dos metazoários primitivos [i.e., animais multicelulares] (Citação B, p. 280).

Valentine e seus colegas descobriram que “não tem sido possível reconstituir vestígios de transições” entre os filos, e a evidência aponta para uma “explosão” Cambriana que “foi até mais abrupta e extensiva do que anteriormente considerada.” (Citação B, pp. 281, 294). Os autores concluíram que “a explosão metazoária é real; é muito grande para ser mascarada pelas falhas no registro fóssil.” (Citação B, p. 318). Um ataque frontal às especulações transformistas e desculpas esfarrapadas de Darwin de que o registro fóssil é incompleto!!!

Alguns cientistas sugeriram que os fósseis de ancestrais para os filos de animais estão faltando não porque as rochas foram deformadas ou erodidas, mas porque os animais antes do Cambriano não tinham partes duras, e por isso nunca fossilizaram. De acordo com esta hipótese, a Explosão Cambriana representa meramente o surgimento abrupto de carapaças e esqueletos em animais que evoluíram muito antes. Contudo, a evidência fóssil não apóia esta hipótese.

Em primeiro lugar, como os respectivos paleontólogos de Harvard e Cambridge Stephen Jay Gould e Simon Conway Morris destacaram, a maioria dos fósseis da Explosão Cambriana é de animais de corpos moles (Stephen Jay Gould, Wonderful Life, Nova York, Norton, 1989; Simon Conway Morris, The Crucible of Creation, Oxford, Oxford University Press, 1998).

Em segundo lugar, a evidência fóssil aponta para o surgimento de muitos novos planos corporais no Cambriano, não apenas a aquisição de partes duras pelos filos existentes. De acordo com James Valentine, paleontólogo de Berkeley, a Explosão Cambriana “envolveu muito mais grupos de animais do que apenas os filos de animais de esqueletos duros.” Foram “novos tipos de organismos, e não velhas linhagens, novos esqueletos-armaduras colocados que surgiram” (Citação C, p. 533). Valentine concluiu: “o registro que nós temos não apóia muito os modelos que postulam um longo período da evolução do filo dos metazoários” antes do Cambriano (Citação C, p. 547).

(B) James W. Valentine et al., “The Biological Explosion at the Precambrian-Cambrian Boundary,” Evolutionary Biology 25 (1991): 279-356.

(C) James W. Valentine, “The Macroevolution of Phyla,” pp. 525-553 in Jere H. Lipps & Philip W. Signor (editors), Origin and Early Evolution of the Metazoa, Nova York, Plenum Press, 1992.

Recentes pesquisas também têm enfatizado o caráter repentino da Explosão Cambriana. Após reverem a datação geológica de rochas próximas do limite do Pré-cambriano-Cambriano, Bowring e seus colegas relataram em 1993 que a explosão cambriana de filos animais deve “ter provavelmente excedido aos 10 milhões de anos” (Citação D, p. 1297). Conforme Valentine, Jablonski e Erwin salientaram em 1999, isso é “menos do que 2% do tempo desde a base do Cambriano até a data presente.” (Citação E, p. 852). Desde que o tempo desde o Cambriano até o presente é somente cerca de um sétimo do tempo desde a origem da vida na Terra, isto significa que a Explosão Cambriana foi, geologicamente, sem dúvida, muito abrupta.

De acordo com Valentine, Jablonski e Erwin, novos dados extensivos “não silenciam a explosão, que continua se sobressaindo como uma característica principal na história dos antigos metazoários” (Citação E, p. 851).

(D) Samuel A. Bowring et al., “Calibrating Rates of Early Cambrian Evolution,” Science 261 (1993): 1293-1298.

(E) James W. Valentine, David Jablonski & Douglas H. Erwin, “Fossils, molecules and embryos: new perspectives on the Cambrian explosion,” Development 126 (1999): 851-859.

Qual é a significância que a Explosão Cambriana tem para avaliar a teoria de Darwin de que todos os animais são descendentes modificados de um ancestral comum? Como vimos acima, o próprio Darwin a considerava um sério problema (Citação A). Embora a teoria de Darwin prediga que a evolução animal deva proceder de “baixo para cima”, com as maiores diferenças surgindo por último, James Valentine e seus colegas escreveram em 1991 que o padrão da Explosão Cambriana “cria a impressão de que a evolução dos metazoários tem procedido de um modo geral de “cima para baixo”. (Citação B, p. 294).

Harry Whittington, um especialista dos fósseis cambrianos do folhelho de Burgess escreveu em 1985: “Pode até ser que os animais metazoários surgiram independentemente em áreas diferentes. “Eu olho ceticamente para os diagramas que mostram a diversidade ramificada da vida animal ao longo do tempo, e vai até embaixo na base a um tipo único de animal” (Citação F, p. 131). O biólogo evolucionista Jeffrey Levinton, embora convencido da ancestralidade comum dos animais, reconheceu em 1992 que a Explosão Cambriana – “o Big Bang da vida”, como ele a chamou – permanece “o paradoxo mais profundo da biologia evolutiva” (Citação G, p. 84).

Embora “os planos corporais que evoluíram no Cambriano, de um modo geral, serviram como as plantas [de construção] para aquelas vistas hoje.” Levinton não viu “razão para pensar que a taxa de evolução fosse muito mais devagar ou mais rápida do que é agora. Mas aquela conclusão ainda deixa não respondido o paradoxo colocado pela Explosão Cambriana, e a misteriosa persistência daqueles planos corporais antigos” (Citação G, pp. 84, 90).

Em 1999, Malcolm Gordon, biólogo da Universidade da Califórnia escreveu: “Recentes resultados de pesquisas fazem parecer improvável que pudesse haver formas básicas únicas para muitas das categorias superiores de diferenciação evolutivas (reinos, filos, e classe)” (Citação H, p. 331). Gordon concluiu: “A versão tradicional da teoria do ancestral comum aparentemente não se aplica aos reinos [i.e., plantas, animais, fungos, bactérias] como é presentemente reconhecida. Provavelmente não se aplica a muitos, se não todos, os filos, e possivelmente não se aplica também a muitas classes dentro do filo” (Citação H, p. 335).

(F) Harry B. Whittington, The Burgess Shale, New Haven, CT, Yale University Press, 1985.

(G) Jeffrey S. Levinton, “The Big Bang of Animal Evolution,” Scientific American 267 (November, 1992): 84-91.

(H) Malcolm S. Gordon, “The Concept of Monophyly: A Speculative Essay,” Biology and Philosophy 14 (1999):331-348.

Assim, a Explosão Cambriana é real, e para alguns biólogos é pelo menos paradoxal e misteriosa da perspectiva da teoria de Darwin. Para outros biólogos, ela na verdade se constitui em evidência contra a hipótese de Darwin de que todos os animais evoluíram de um único ancestral comum. Mesmo assim, alguns biólogos continuam a defender a teoria de Darwin argumentando que a Explosão Cambriana é perfeitamente consistente com a teoria darwinista.

Um deles é Alan Gishlick do National Center for Science Education [NCSE], uma ONG que se opõe a quaisquer críticas da evolução darwiniana em aulas de biologia. Em comentários escritos submetidos ao Conselho Estadual de Educação do Texas na sua audiência para adoção de livros-texto em 9 de julho de 2003, Gishlick criticou um livro pelo biólogo Jonathan Wells, Icons of Evolution [sendo traduzido para o português, e adaptado para abordar os livros-texto de biologia brasileiros], Washington, DC, Regnery Publishing, 2000.

Nos seus comentários, Gishlick escreveu que a Explosão Cambriana ocorreu de verdade “ao longo de um período de 15-20 milhões de anos”, e que “a aparência de ‘cima para baixo’ dos planos corporais é, ao contrário de Wells, compatível com as predições da evolução” (Citação I, p. 15). Todavia, a afirmação de Gishlick sobre a duração da Explosão Cambriana está em desacordo com os pontos de vista publicados de James Valentine e seus colegas (Citação B, p. 279; Citação E, pp. 851-853), e Samuel Bowring e seus colegas (Citação D).

Além disso, se por “evolução” Gishlick quis dizer “evolução darwiniana”, então a sua afirmação de que um padrão “de cima para baixo” é consistente com a evolução conflita com os pontos de vista publicados de Harry Whittington (Citação F) e Malcolm Gordon (Citação H). Claramente, as discordâncias de Gishlick não são apenas com Wells. Gishlick também argumentou que as principais diferenças entre os filos de animais não são assim tão principais. Ele escreveu: “O cordado mais primitivo vivo, o Amphioxus é muito semelhante ao fóssil do cordado cambriano, o Pikia [sic, na verdade Pikaia]. Os dois são basicamente lombrigas com um bastão firme e flexível (a notocorda) neles. A quantidade de mudança entre uma lombriga e uma lombriga com um bastão firme e flexível é relativamente pequena, mas a presença de uma notocorda é uma distinção principal de ‘plano corporal’ de um cordado. Além disso, é apenas outra pequena etapa de uma lombriga com um bastão firme e flexível para uma lombriga com um bastão firme e flexível e uma cabeça (e.g., Haikouella; Chen et al., 1999) ou uma lombriga com um bastão firme, flexível e segmentado (vértebras), uma cabeça e dobras natatórias (e.g., Haikouichthyes; Shu et al., 1999).

Finalmente, adicione um corpo fusiforme, diferenciação de nadadeiras, e escamas; o resultado é algo aparentando a um ‘peixe’ (Citação I, p. 15). Mesmo assim os cenários fantasiosos de Gishlick ignoram a maior parte daquilo que os biólogos conhecem sobre lombrigas e cordados. Há diversas diferenças anatômicas fundamentais entre lombrigas e cordados, que podem ser encontradas em qualquer bom livro-texto de Biologia; a posse de uma notocorda é apenas uma delas. Se os cordados fossem simples lombrigas com um bastão firme e flexível, eles poderiam até nem ser classificados como um filo separado. Além disso, de uma perspectiva evolutiva, as lombrigas e os cordados não são proximamente relacionados. Em árvores evolutivas padrões (como as reproduzidas na 6ª. edição do livro-texto Biology de Campbell & Reece. Amabis e Martho usaram a 5ª. ed., op. cit. p. 516), os cordados (seta verde no alto das páginas 636 & 640 na Citação J) são considerados mais próximos aos equinodermos (estrela-do-mar e ouriço-do-mar) do que eles estão para quaisquer filos de lombrigas (dois dos quais são indicados pelas setas roxa e laranja no alto dos mesmo diagramas na Citação J).

Gishlick cita dois artigos científicos para apoiar seu argumento: O primeiro salienta que os cordados mais primitivos podem ter tido cérebros rudimentares, e assim seriam mais próximos dos cordados com cabeças do que previamente considerados, mas isso não lida com o problema de como o primeiro cordado se originou (Citação K, p. 522). O segundo artigo, na verdade, contradisse a sugestão de Gishlick de que assim que uma lombriga possui um bastão firme e flexível ela poderia evoluir facilmente num vertebrado. De acordo com Shu e seus colegas, “a derivação dos primeiros vertebrados dos cefalocordados [i.e., os cordados mais primitivos] deve ter acarretado necessariamente um grande reorganização corporal” (Citação L, p. 46). Mais uma vez, as discordâncias de Gishlick não são apenas com Wells.

(I) Alan Gishlick, “Comments on the Discovery Institute’s ‘Analysis of the Treatment of Evolution in Biology Textbooks’,” submitted to the Texas Education Agency in connection with their July 9, 2003 public hearing on textbook adoption.

(J) Neil A. Campbell & Jane B. Reece, Biology, 6ª. ed., San Francisco, Benjamin Cummings, 2002.

(K) J.-Y. Chen, Di-ying Huang & Chia-Wei Li, “An early Cambrian craniate-like chordate,” Nature 402 (1999):
518-522.

(L) D.-G. Shu et al., “Lower Cambrian vertebrates from South China,” Nature 402 (1999): 42-46.

Quase todas essas publicações podem ser acessadas gratuitamente pelos professores e alunos nas universidades públicas e privadas no site do CAPES. Clique em Periódicos.

Uma vez que o caráter abrupto e da grande extensão da Explosão Cambriana estão tão bem documentados, não há desculpas para Amabis e Martho e os demais autores de livros-texto de Biologia do ensino médio lidarem com a Explosão Cambriana en passant.

Além disso, já que alguns biólogos sustentam que a Explosão Cambriana apresenta um desafio – ou pelo menos um “paradoxo” – para um dos princípios fundamentais da teoria de Darwin, qualquer livro-texto que não discuta este desafio está falhando no seu propósito educacional de fornecer aos alunos o que é previsto na LDB 9394/96 de fornecer aos estudantes a capacidade de pensar criticamente sobre a explicação científica mais amplamente ensinada a favor da evolução: a hipótese do ancestral comum.

Conheço outros darwinistas mais academicamente honestos que reconhecem a falência parcial do paradigma neodarwinista e da inexatidão teórica de nossos livros didáticos! Todavia, reitero o que tenho escrito e dito Brasil afora: a atual abordagem da Explosão Cambriana em nossos melhores livros-texto de Biologia do ensino médio constitui-se em flagrante estelionato intelectual. Em ciência, apesar da capacidade heurística de uma teoria, o que vale são as evidências. No contexto da justificação teórica, Darwin foi encontrado em falta epistêmica numa grande explosão de vida empírica.

Alô MEC/SEMTEC/PNLEM, e Comissão de Educação e Cultura da Câmara dos Deputados: os Srs. não podem ser mais coniventes com esta flagrante violação da cidadania dos alunos do ensino médio: o direito à informação científica correta sobre a Explosão Cambriana e o que isso significa para quaisquer teorias da evolução no contexto de justificação teórica está sendo escamoteada de nossos alunos há mais de uma década! Do jeito que está é ESTELIONATO INTELECTUAL!

Uma “pérola” do Enézio sobre os ombros de vários gigantes evolucionistas academicamente honestos e do Design Inteligente