Gente, a cada dia que passa eu fico pensando: eu apostei no cavalo certo após comprar e ler o livro “A Caixa Preta de Darwin” em Piracicaba em 1997. Eu me lembro como se fosse hoje. Fui a um supermercado e, para minha surpresa logo na entrada eu deparei com uma livraria. Isso mesmo, uma livraria. Lembrei-me da frase de Monteiro Lobato: “Um país se faz com homens e livros”.
Ainda darwinista de carteirinha, fiquei surpreso de ver o livro de Michael Behe em destaque: “A Caixa Preta de Darwin: o desafio da Bioquímica à teoria da evolução”, Rio de Janeiro, Jorge Zahar Editor, 1997. Peguei um exemplar, disse para mim mesmo: “Mais um livro desses criacionistas fundamentalistas que não sabem o que é ciência”. Preconceitos à parte, comecei a folhear o livro e vi que era completamente diferente do que imaginara.
Comprei um exemplar, e fui para casa meio “nocauteado” com os argumentos científicos apresentados. O resto é história. É de Piracicaba que surgiu o NBDI, este pequeno, mas crescente núcleo de professores e alunos de universidades públicas e privadas promovendo a teoria do Design Inteligente. Até aqui em Pindorama apenas uma vez a TDI foi apresentada numa universidade: no V Encontro de Filosofia e História da Biologia, em agosto de 2007 na Universidade Presbiteriana Mackenzie em São Paulo.
Um dos palestrantes, professor de renomada universidade pública pediu para eu abandonar o barco do DI. Respondi que não faria isso porque sei de uma iminente e eminente mudança paradigmática biologia evolutiva. Muito mais agora fiquei convicto do DI ao saber de um debate que ocorrerá na Universidade Cornell entre o meu amigo Dr. Paul Nelson (guarde bem este nome) e o Dr. William Provine no próximo dia 12 de novembro: “Do Problems with the Evolutionary Synthesis support Intelligent Design?” [Os problemas com a síntese evolutiva apóiam o Design Inteligente?]
Provine e Nelson na Universidade Cornell, 12 de novembro: Se o neodarwinismo falha, então o quê?
por Paul Nelson
Como estudante universitário estudando biologia evolutiva — como muitos outros estudantes, eu suponho — eu li o livro clássico de Will Provine "The Origin of Theoretical Population Genetics" [A origem teórica da genética de população] (University of Chicago Press, 1971), uma história padrão do assentamento das fundações matemático-conceituais na obra de Fisher, Haldane, e Wright, do que mais tarde viria ser conhecido como a Síntese Evolutiva (i.e., o neodarwinismo dos livros-texto).
Quando a editora da University of Chicago reeditou o livro em 2001, Provine adicionou um extraordinário posfácio. Com sinceridade característica ele escreveu que “minhas opiniões mudaram dramaticamente.” A seleção natural, por exemplo, Provine não considerava mais como uma “força” ou “mecanismo” de qualquer tipo:
“A seleção natural não age sobre nada, não seleciona (a favor ou contra), não força, não maximiza, não cria, não modifica, não modela, não opera, não conduz, não favorece, não mantém, não empurra e nem ajusta. A seleção natural não faz nada... Conceber que a seleção natural seleciona é uma observação inteligente porque desculpa a necessidade de se falar sobre a causação verdadeira da seleção natural. Tal conversa era desculpável para Charles Darwin, mas inescusável para os evolucionistas agora. Os criacionistas descobriram a nossa linguagem vazia da “seleção natural”, e as “ações” da seleção natural fazem grandes alvos vulneráveis.” (pp. 199-200)
No dia 12 de novembro, Provine está patrocinando um debate (comigo) na Cornell University, onde a questão sobre a mesa é esta: Se o neodarwinismo dos livros-texto — a Síntese Evolutiva — falhar, o que se segue? Eu irei argumentar que o DI ganha apoio; Will disse-me que argumentará que o DI ganha favas. Mas nós iremos começar resumindo onde nós concordamos sobre as insuficiências da teoria padrão. O debate será moderado por Allen MacNeill, vai ser na sala B45 do Warren Hall, às 4:30 PM segunda-feira, 12 de novembro. Depois haverá um jantar na Hans Bethe House.
NOTA DESTE BLOGGER: Provine já disse certa vez numa conferência sobre evolução nas ilhas Galápagos que o neodarwinismo está morto. Antes dele, Stephen Jay Gould e Lynn Margulis afirmaram a mesma coisa. Por que ainda consta em nossos livros didáticos de Biologia? Com a palavra o MEC/SEMTEC/PNLEM e a CEC - Comissão de Educação e Cultura da Câmara dos Deputados.