18% dos brasileiros acreditam na mídia
Por Tiago Severino em 22/6/2010
Uma pesquisa da Secretaria de Comunicação da Presidência da República mostra como está o consumo de notícias do público no Brasil. Os números trouxeram informações curiosas, como, por exemplo, que as pessoas lêem mais a revista Caras do que a CartaCapital; há uma preferência pela Record do que o SBT; os sites de relacionamentos são os campeões em acesso; o sul do país não conhece a TV Brasil e as pessoas acreditam em Wiliam Bonner. Curiosidades à parte, há também um descrédito das pessoas em relação à imprensa. Quase 72% dos brasileiros acreditam muito pouco naquilo que é veiculado nos meios de comunicação e apenas 18% atribuem credibilidade à mídia.
Para chegar a essas conclusões, o levantamento avaliou a preferência do brasileiro em relação ao impresso, à televisão, ao rádio e à internet. Também foi observado como ele recebe as notícias sobre o governo federal, o nível de conhecimento sobre as emissoras públicas de TV e a formação de opinião.
No primeiro quesito, os números mostram que 46% dos brasileiros lêem jornais. Segundo o levantamento, 24,7% fazem isso diariamente; outros 34,7% uma vez por semana. O dia preferido para ler é aos domingos (42,3%). Quanto ao nível de consumo das notícias, os jovens, com idade entre 16 e 24 anos, não ficam muito distantes dos mais velhos. Dos entrevistados, 44,6% admitem acompanhar as notícias regularmente pela mídia impressa. A margem é de 50% para aqueles que têm entre 25 e 39 anos.
O ranking das revistas mais lidas é formado por Veja (50,4%), Época (16,5%), IstoÉ(16,3%), Caras (15,5%), Contigo (13,9%), Nova (3,4%) e CartaCapital (1,5%).
Confiança e identificação
Entre as emissoras preferidas, a líder absoluta é a Globo (69,8%). Em segundo lugar, a Record (13%). O SBT aparece em terceiro (4,7%). Em quarto está a Band (2,9%). Não constam na lista a Rede TV e a Gazeta.
O telejornal mais assistido é o Jornal Nacional, da Rede Globo (56,4%), seguido peloJornal da Record (7,4%). Segundo o relatório da pesquisa, "a confiança na emissora foi apontada como o principal motivo para assistir ao Jornal Nacional por 27,8% dos entrevistados. No caso do Jornal da Record, a preferência foi motivada, principalmente, pela identificação com as notícias veiculadas (26,6%) e pela confiança na emissora (26,5%)".
Ouvir rádio nos celulares
O rádio é ouvido por 80,3% dos brasileiros, sendo que 60,9% ouvem em média quatro horas por dia. Em relação à programação foi verificado que a preferência é pela programação musical (68,9%). Apenas 19,2% citaram a programação jornalística como preferida. Como consequência, 73,5% dos entrevistados citaram ouvir mais FM do que AM.
"A internet e os aparelhos celulares têm se tornado importantes meios de recepção de rádio: 9,6% dos entrevistados que costumam ouvir rádio disseram utilizar internet para esse fim. Ainda 17,6% afirmaram ouvir rádio em seus aparelhos celulares. Esses percentuais são ainda maiores entre os entrevistados mais jovens, de 16 a 24 anos. Nessa faixa etária 19,0% dos entrevistados costumam ouvir rádio na internet, e 33,7% utilizam seus celulares", diz o relatório.
Internet é lazer
"A internet se consolidou como um dos principais responsáveis pela chamada revolução na comunicação mundial. Atualmente, devido ao constante aumento de usuários de computadores em todo o mundo, é considerada um meio de comunicação de massa", afirma o relatório da pesquisa. 53,9% dos entrevistados acessam a rede mundial de computadores. A preferência dos usuários é pelos sites de relacionamento (64,7%). Porém, a disposição não é a mesma na busca de notícias sobre política. Apenas 32,5% disseram procurar esse tipo de informação na web.
Entre todos os usuários, 52,3% afirmaram quem não costumam ler jornais, blogs ou notícias pela internet. Para jovens, entre 16 e 24 anos, a principal finalidade da web é o lazer.
Governo e política
Para 56,7% dos brasileiros, as notícias veiculadas pela imprensa sobre o governo são favoráveis. Ao mesmo tempo, 61,2% consideram incompletas essa informações. Nos programas do governo federal, o mais lembrado foi o "Minha Casa, Minha Vida".
"Já ouviram falar da TV Brasil 36,8%, dos quais 17,8% costumam assistir; 16,7% dos entrevistados já ouviram falar da TV NBR, dos quais 10,1% costumam assistir a alguma programação desse canal", aponta a pesquisa. O público do sul do país é o que menos conhece esses canais. 68% nunca ouviram falar da TV Brasil e 86,2% da TVNBR.
Segundo a pesquisa, 42,8% dos brasileiros costumam conversar sobre governo ou política. Depois dos debates, apenas 26,7% admitem mudar de opinião. "O nível de informação e acompanhamento de notícias apresenta diferenças entre as classes de renda da população. Enquanto na faixa de renda mais baixa, até dois salários mínimos, apenas 4,9% dos entrevistados se consideram muito informados, e 15,6% afirmaram que acompanham muito as notícias em geral, na faixa de renda mais alta, mais de dez salários mínimos, 14,4% se consideram muito informados, e 34,3% afirmam que acompanham muito as notícias em geral", registrou a pesquisa.
O ranking dos comunicadores
A maioria, 57,3%, considera as notícias veiculadas na mídia como tendenciosas, apenas 24,3% como isentas ou imparciais. O nível de credibilidade na imprensa também é baixo 72,1% dizem acreditar muito pouco nos meios de comunicação.
"Mesmo percebendo as notícias veiculadas pela mídia como sendo parciais e tendenciosas, e atribuindo pouca credibilidade aos meios de comunicação, a maioria dos entrevistados (82,9%) utiliza no cotidiano as informações obtidas junto aos meios de comunicação e 62,9% admitiram que, algumas vezes, mudam seus pontos de vista a partir de informações transmitidas pelos meios de comunicação. Por outro lado, 26,5% nunca mudam seus pontos de vista em função das informações transmitidas pelos meios de comunicação", afirma os dados da Secom.
Os apresentadores do Jornal Nacional, da Globo, lideram o ranking de comunicadores mais confiáveis. Para 33,7% dos entrevistados William Bonner é o apresentador mais confiável. Outros 18,1% consideram Fátima Bernardes mais confiável. Em terceiro lugar encontram-se Boris Casoy, da Bandeirantes, com 4,0% das indicações.
A pesquisa foi realizada no período de 31 de janeiro a cinco de fevereiro, nas cinco regiões do País em 639 cidades. Segundo a Secom, o objetivo era saber sobre os hábitos da população em relação ao consumo de informação. "A pesquisa serve também como subsídio para toda a sociedade: estudantes, pesquisadores, comunicadores e todos os interessados em entender como se dá o processo de informação da sociedade brasileira", informa uma nota no site da instituição.
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NOTA IMPERTINENTE DESTE BLOGGER:
A Grande Mídia Tupiniquim violenta os direitos de cidadania dos seus leitores ao negar-lhes informações científicas sobre o status das atuais teorias da origem e evolução do universo e da vida. Quando a questão é Darwin é tutti cosa nostra, capice? O que Darwin tem de bom, a GMT mostra; o que Darwin tem de ruim a GMT esconde.
Mas o povo não é bobo não. Ainda mais agora com a Internet onde as informações estão disponíveis a um toque no teclado. Já está mais do que na hora de a Grande Mídia Tupiniquim romper a relação incestuosa que mantém com a Nomenklatura científica denunciada por este blogger no OI em 1998.
Fui, nem sei por que, querendo ver a cara de vários editores de ciência, especialmente da Folha de São Paulo que, desavergonhadamente, nada publicaram sobre as insuficiências epistêmicas fundamentais na teoria da evolução através da seleção natural notificadas por este blogger por uma década.
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Vote neste blog para o prêmio TOPBLOG 2010.
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