Em 1998 eu enviei e-mail para algumas editoras de livros didáticos como a Editora Moderna, Ática, Saraiva e Scipione, expressando minhas preocupações sobre a abordagem das atuais teorias da origem e evolução da vida, e pedi que repassassem meu e-mail para os autores como Amabis e Martho, Gewandsznajder e Linhares, César e Sezar, e José Arnaldo Favaretto.
Todas as editoras confirmaram a recepção do meu e-mail, e que tinham repassado as minhas críticas para os autores, mas eu nunca recebi resposta de todos eles. Amabis e Martho se encontram nesta categoria.
Alguns desses autores responderam, e iniciamos um diálogo. Uns bem simpáticos, e outros bem ofendidos com as insuficiências fundamentais da atual teoria da evolução apresentadas por este “simples professorzinho do ensino médio” [eu sinto o maior orgulho de ser um desses educadores], e que eu estava simplesmente querendo “destruir um trabalho de vários anos”.
Um deles me escreveu dizendo que os biólogos e os autores de livros-texto se comunicam entre si, e que eles sabiam das questões que eu levantava há uma década atrás. Bem, se sabiam, por que alguns continuaram com as duas fraudes – os desenhos dos embriões de vertebrados (forjados por Haeckel) e o melanismo industrial (as mariposas de Manchester), uma para provar o fato, Fato, FATO da ancestralidade comum, e o outro para demonstrar o fato, Fato, FATO da evolução ocorrendo diante de nossos olhos. Nada mais falso, Falso, FALSO!
Bem, pior a emenda do que o soneto, pois se eles se comunicam entre si, então eles deveriam saber desde 1998 que a fraude centenária de Haeckel não podia e nem pode mais aparecer nos livros didáticos do ensino médio e superior. Por quê? Porque se este “simples professorzinho do ensino médio” tinha na época informações sobre as dificuldades fundamentais da atual teoria da evolução através de amigos cientistas e pesquisadores interessados na abordagem objetiva e honesta da evolução, eles também sabiam.
Aspectos verdadeiros dos estágios dos embriões - Richardson et al, Science (1998)280:983-986
O MEC/SEMTEC/PNLEM tem acesso à literatura especializada através do site da CAPES Periódicos. Nem todos aqueles autores tinham ou têm acesso a elas, mas eu não estou convencido de que Amabis e Martho não tinham acesso a estas publicações na USP. Prova evidente disso, é que Amabis e Martho foram os únicos autores que deixaram de usá-las, mas sem as devidas explicações necessárias aos novos e antigos alunos do porque usaram e deixaram de usá-las.
Aqui neste blog, a gente mata a cobra e mostra o pau. A fraude de Haeckel não devia e nem deve mais aparecer em nossos livros-texto de Biologia por causa desta pesquisa com revisão por pares em 1997:
1: Anat Embryol (Berl). 1997 Aug; 196(2):91-106.
There is no highly conserved embryonic stage in the vertebrates: implications for current theories of evolution and development.
Richardson MK, Hanken J, Gooneratne ML, Pieau C, Raynaud A, Selwood L, Wright GM.
Department of Anatomy and Developmental Biology, St. George's Hospital Medical School, London, UK. m.richardson@sghms.ac.uk
Embryos of different species of vertebrate share a common organisation and often look similar. Adult differences among species become more apparent through divergence at later stages. Some authors have suggested that members of most or all vertebrate clades pass through a virtually identical, conserved stage. This idea was promoted by Haeckel, and has recently been revived in the context of claims regarding the universality of developmental mechanisms. Thus embryonic resemblance at the tailbud stage has been linked with a conserved pattern of developmental gene expression - the zootype. Haeckel's drawings of the external morphology of various vertebrates remain the most comprehensive comparative data purporting to show a conserved stage. However, their accuracy has been questioned and only a narrow range of species was illustrated. In view of the current widespread interest in evolutionary developmental biology, and especially in the conservation of developmental mechanisms, re-examination of the extent of variation in vertebrate embryos is long overdue. We present here the first review of the external morphology of tailbud embryos, illustrated with original specimens from a wide range of vertebrate groups. We find that embryos at the tailbud stage - thought to correspond to a conserved stage - show variations in form due to allometry, heterochrony, and differences in body plan and somite number. These variations foreshadow important differences in adult body form. Contrary to recent claims that all vertebrate embryos pass through a stage when they are the same size, we find a greater than 10-fold variation in greatest length at the tailbud stage. Our survey seriously undermines the credibility of Haeckel's drawings, which depict not a conserved stage for vertebrates, but a stylised amniote embryo. In fact, the taxonomic level of greatest resemblance among vertebrate embryos is below the subphylum. The wide variation in morphology among vertebrate embryos is difficult to reconcile with the idea of a phyogenetically-conserved tailbud stage, and suggests that at least some developmental mechanisms are not highly constrained by the zootype. Our study also highlights the dangers of drawing general conclusions about vertebrate development from studies of gene expression in a small number of laboratory species.
PMID: 9278154 [PubMed - indexed for MEDLINE]