Teoria da Abiogênese – Ciência ou Ideologia?
sexta-feira, julho 21, 2006
Por mais que a Nomenklatura científica diga e 'jure' de pés juntos que a teoria da abiogênese não faz parte da teoria da evolução (especial e geral – são 5!), a abordagem feita nos nossos melhores livros didáticos do ensino médio e superior demonstra o contrário.
Essa teoria está inclusa no seu sentido mais amplo neste 'pacote epistêmico' sobre a origem e a evolução da vida. Não se esqueçam, 'evolução' é termo muito elástico e pode significar o que você quiser em biologia evolutiva, menos design inteligente.
Segundo Amabis e Martho, 'até meados do século XIX, a população em geral e parte considerável dos cientistas recorriam à teoria da geração espontânea, também conhecida por abiogênese, para explicar a origem da vida na Terra'. [1]
Na verdade, o que há por trás de tudo isso é o reducionismo naturalista filosófico estendendo o princípio de 'ancestralidade comum', permitindo que uma ponte acaso/tempo [bilhões e bilhões de anos] seja plausivelmente construída ligando a matéria inanimada com a animada.
Esta hipótese de abiogênese não se limita unicamente na sua explicação da origem da vida na Terra. Ela não é modesta não, e sem muita fundamentação empírica ela pretende explicar a vida em qualquer parte do universo por acaso e sem uma intervenção de inteligência.
Nada como uma boa pitada de ceticismo localizado da parte de bons cientistas que resolveram 'falsear' está teoria científica:
"Discussões mais aprofundadas a respeito da origem da vida só passaram a despertar interesse quando a teoria da geração espontânea revelou-se inconsistente, o que ocorreu principalmente devido aos de dois importantes cientistas: Francesco Redi e Louis Pasteur". [2]
Com Redi e Pasteur KAPUT abiogênese?
Devagar com o andor, céticos de Darwin!
Apesar do trabalho de peso desses cientistas abalarem a hipótese da geração espontânea 'a ponto de tornar possível o surgimento de novas teorias para explicar a origem da vida em nosso planeta', [3] o consenso acadêmico [eu chamo carinhosamente de síndrome dos soldadinhos-de-chumbo do pensamento uniforme] considerou apenas como 'científica' a hipótese de que 'os primeiros seres vivos apareceram espontaneamente na superfície da Terra... há 3,6 bilhões de anos atrás'. [4].
A Nomenklatura científica ao aprovar a especulação de Urey-Miller considerou o trabalho de Redi e Pasteur KAPUT nesta área de origem da vida!
Existem somente duas opções (Andrew Rowell) para esta 'estória da carochinha':
1. A abiogênese provavelmente ocorreu de fato neste universo.
2. A abiogênese provavelmente não ocorreu neste universo, e, portanto deve haver múltiplos universos, e por acaso nós estamos num universo onde a vida floresceu.
A opção 2 é um frágil 'calcanhar de Aquiles' epistemológico para os naturalistas filosóficos, por que qual é a evidência da existência de outros universos? Há quem considere que esta opção deva ser excluída da ciência.
Restou somente a especulação número 1. Mas, o que os naturalistas filosóficos fariam se a opção 1 for falseada? A Nomenklatura científica permite o falseamento dela? Se permitir, como isso é possível? Se não permitir, a abiogênese parece não ser realmente ciência...
Apesar disso, a 'evolução pré-biológica' (O experimento de Miller-Urey) continua reinando onipresente em nossos melhores livros-texto de Biologia do ensino médio e superior...
Compromisso científico com a verdade das evidências ou compromisso com uma ideologia naturalista? Os cientistas devem seguir as evidências aonde elas forem dar...
Pobres estudantes, continuam sendo enganados. Pobre ciência, no 'cativeiro ideológico' do 'naturalismo filosófico'!
Notas
[1] AMABIS, J. M. e Gilberto Rodrigues Martho. Fundamentos da Biologia Moderna. 3ª. ed. São Paulo, Moderna, 2002, p. 6.
[2] Ibid. p. 6.
[3] Ibid. p. 6
[4] Ibid. p. 8