Ecologia e economia

quinta-feira, janeiro 20, 2011

20/1/2011

Agência FAPESP – Em meio a incertezas na economia, modelos de redes biológicas podem oferecer pistas valiosas para tentar compreender o sistema financeiro e seus riscos, indica artigo publicado nesta quinta-feira (20/1) pela revista Nature.

Segundo os autores, Andrew Haldane, do Bank of England, e Robert May, da Universidade Oxford, na Inglaterra, os responsáveis pela definição de políticas públicas precisam se concentrar em avaliar os riscos e aumentar a estabilidade do sistema financeiro como um todo, em vez de focar apenas em bancos individuais com mais problemas.


Modelos biológicos podem ajudar a compreender o sistema financeiro e seus riscos, indica artigo publicado na Nature

O artigo explora a relação entre a complexidade e a estabilidade do sistema financeiro por meio do uso de modelos simplificados – semelhantes aos usados em estudos ecológicos e epidemiológicos – de modo a explicar como o fracasso em um único banco pode ter efeito em cascata por todo o sistema.

“Ao estabelecer analogias com as dinâmicas de teias alimentares e com as redes pelas quais as doenças infecciosas se espalham, nós exploramos a interrelação entre complexidade e estabilidade em modelos simplificados de redes financeiras”, dizem os autores.

Haldane e May oferecem sugestões, a partir do uso desses modelos, para se atingir a estabilidade no sistema bancário como um todo, ao mesmo tempo em que seus integrantes possam crescer individualmente. Ampliar a diversidade e o caráter modular do sistema são dois exemplos.

Outro ponto importante, apontam, são estabelecer regras eficientes para que os ativos e patrimônios líquidos dos bancos, bem como derivativos financeiros complexos – instrumentos considerados de papel importante na crise financeira –, possam ser conhecidos e compreendidos.

“Ao se regular o sistema financeiro, pouco esforço tem sido feito no sentido de se avaliar as características do sistema como um todo, como a diversidade de sua balança agregada e dos modelos de gerenciamento de risco”, apontam.

“Menos esforços ainda têm sido alocados para fornecer incentivos regulatórios de modo a promover a diversidade de estruturas de balanço, modelos de negócio e de gerenciamento de riscos. Para reconstruir e manter o sistema financeiro, esses objetivos deveriam receber muito mais atenção da comunidade reguladora”, afirmam.

Segundo os autores, os modelos ecológicos precisaram de um tempo para se adaptar e “o mesmo deve ocorrer para os sistemas bancário e financeiro”.

O artigo Systemic risk in banking ecosystems (doi:10.1038/nature09659), de Haldane e May, pode ser lido por assinantes da Nature em www.nature.com

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Systemic risk in banking ecosystems

Andrew G. Haldane & Robert M. May

Affiliations

Corresponding authorNature 469, 351–355 (20 January 2011)

doi:10.1038/nature09659Published online 19 January 2011

In the run-up to the recent financial crisis, an increasingly elaborate set of financial instruments emerged, intended to optimize returns to individual institutions with seemingly minimal risk. Essentially no attention was given to their possible effects on the stability of the system as a whole. Drawing analogies with the dynamics of ecological food webs and with networks within which infectious diseases spread, we explore the interplay between complexity and stability in deliberately simplified models of financial networks. We suggest some policy lessons that can be drawn from such models, with the explicit aim of minimizing systemic risk.

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Professores, pesquisadores e alunos de universidades públicas e privadas com acesso ao site CAPES/Periódicos podem ler gratuitamente este artigo da Nature e de mais 22.440 publicações científicas.