Esforços integrados
6/10/2009
Por Fábio de Castro
Agência FAPESP – Durante os últimos três anos, 133 pesquisadores do Estado de São Paulo e da região do sul da França designada como PACA (sigla para Provence, Alpes e Côte D’Azur) participaram de intensos intercâmbios científicos que integraram o Programa Arcus –um projeto financiado pelo Ministério dos Negócios Estrangeiros e Europeus (MAEE) francês com o objetivo de integrar esforços científicos regionais na França e em países emergentes.
Depois de estimular, por três anos, o intercâmbio científico entre instituições de pesquisa do Estado de São Paulo e do sul da França, Programa Arcus faz balanço de suas atividades em reunião na sede da FAPESP
Em reunião realizada nesta segunda-feira (5/10) na sede da FAPESP, em São Paulo, participantes do Programa Arcus PACA-Brasil apresentaram um balanço das atividades, encerradas em 2009, e discutiram os rumos para uma futura edição do projeto.
De acordo com o coordenador do programa, Stefano Caldarelli, professor da Universidade de Aix-Marseille, o Arcus PACA-Brasil consistiu em um consórcio de seis universidades francesas e diversas instituições brasileiras de pesquisa.
“O principal objetivo do programa é impulsionar o avanço da pesquisa, na França, em nível regional, em parceria com regiões de países emergentes. A região do PACA tem uma relação muito forte com o Estado de São Paulo, contando com muitos convênios assinados e uma intensa troca de missões científicas”, disse Caldarelli à Agência FAPESP.
Segundo Caldarelli, participaram do programa as três universidades de Aix-Marseille, a Universidade do Sul de Toulon, a Universidade de Avignon e a Universidade de Nice Sophia Antipolis, além da Escola Generalista de Engenheiros de Marselha e do Centro Nacional de Pesquisas Científicas (CNRS, na sigla em francês).
No Brasil, de acordo com ele, participaram dezenas de instituições, entre elas a Universidade de São Paulo (USP), Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), Pontifícia Universidade Católica (PUC-SP), Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) e Laboratório Nacional de Luz Síncrotron (LNLS).
“O projeto teve orçamento de cerca de 400 mil euros, sendo metade dos recursos financiados pelo MAEE e metade pelo PACA. Conseguimos um nível de intercâmbio muito bom, com participação de 133 pesquisadores. A integração científica, além disso, envolveu muitos projetos brasileiros, incluindo alguns financiados pela FAPESP. Foi uma excelente oportunidade para desenvolver a proximidade entre cientistas de São Paulo e do PACA”, declarou.
Segundo Caldarelli, o projeto tem perspectivas de retomada, em um futuro próximo. “Queremos lançar uma outra edição do programa, abordando temáticas diferentes, abrindo caminho para perenizar a troca, que foi um sucesso, entre São Paulo e o PACA”, disse.
O programa que se encerrou nesta segunda-feira, segundo Caldarelli, compreendia três eixos principais de pesquisas: riscos, fotônica e caracterização de materiais. Além disso, na área da formação, trabalhou-se a implementação progressiva de cursos em comum, o incentivo a estágios de longa duração no Brasil e articulações com o Colégio Doutoral Franco-Brasileiro.
“Os temas dentro dos três eixos de pesquisa foram muito diversificados, incluindo análise de riscos em meios urbanos, gestão sustentável dos rejeitos antrópicos, óptica astrofísica, óptica dos materiais nanoestruturados, sensores ópticos, prevenção de riscos ambientais ligados à qualidade do ar, caracterização de materiais nanoestruturados e metodologia e caracterização da biodiversidade brasileira, por exemplo”, afirmou.