TWAS tem novos membros brasileiros
22/10/2009
Por Alex Sander Alcâncara
Agência FAPESP – A Academia de Ciências para o Mundo em Desenvolvimento (TWAS) anunciou a eleição de 50 novos membros. A escolha foi feita na terça-feira (20/10), durante o 20º Encontro Geral e a 11ª Conferência Geral da entidade internacional, realizados em Durban, na África do Sul.
Os principais objetivos da organização, que conta com quase mil renomados cientistas entre seus membros, é reconhecer, apoiar e promover a excelência em pesquisas em países subdesenvolvidos e em desenvolvimento.
Sete pesquisadores do Brasil são eleitos para a Academia de Ciências para o Mundo em Desenvolvimento (foto: TWAS)
Dos eleitos, sete são pesquisadores brasileiros: Alcides Nobrega Sial, Faruk José Nome Aguilera, Klaus Reichardt, Maria Manuela Ligeti Carneiro da Cunha, Paulo Eduardo Artaxo Neto, Nelson Francisco Ebechen e Vanderlei Salvador Bagnato. Os novos membros serão empossados no 21º Encontro Geral da TWAS, no ano que vem.
Sial é professor do Departamento de Geologia da Universidade Federal de Pernambuco, Aguilera é professor do Departamento de Química da Universidade Federal de Santa Catarina e Nelson Francisco Ebechen é professor da Universidade Federal do Rio de Janeiro.
O agrônomo Reichardt é professor titular da Universidade de São Paulo (USP), atuando no Centro de Energia Nuclear na Agricultura (Cena). Coordena o projeto “Eficiência da aplicação de ureia em fertirrigação de cafeeiros irrigados por pivô central, utilizando o traçador 15N”, apoiado pela FAPESP na modalidade Auxílio à Pesquisa – Regular. É membro da Academia Brasileira de Ciências (ABC).
Manuela é professora da Universidade de Chicago, nos Estados Unidos, tendo lecionado na USP e na Universidade Estadual de Campinas (Unicamp). É membro da ABC, recebeu a Ordem Nacional do Mérito Científico e foi presidente da Associação Brasileira de Antropologia.
Bagnato é professor titular no Instituto de Física de São Carlos da Universidade de São Paulo e membro da ABC. É coordenador do Centro de Pesquisa em Óptica e Fotônica (Cepof - São Carlos), um dos Centros de Pesquisa, Inovação e Difusão (Cepids) da FAPESP, e do Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia de Óptica e Fotônica, que tem apoio da FAPESP e do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq).
De acordo com Bagnato, todas as vezes em que há uma eleição para escolha de membros em academias, em que se reúnem pesquisadores preocupados com o desenvolvimento da ciência, a aprovação de nomes a partir da trajetória profissional é muito gratificante.
“É algo que coloca os pesquisadores brasileiros em condições de participar de discussões internacionais sobre o desenvolvimento científico e as necessidades do país no campo da ciência. Nossa participação em fóruns internacionais de discussão científica é fundamental porque, entre outros aspectos, nos tornamos uma voz ativa, representando o Brasil”, disse à Agência FAPESP.
Artaxo é professor titular e chefe do Departamento de Física Aplicada do Instituto de Física da USP. É membro titular da ABC, coordenador do Instituto do Milênio do Experimento LBA e membro do Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas (IPCC).
Para o pesquisador, a eleição de outros sete brasileiros indica o crescimento e a participação da pesquisa brasileira no cenário mundial. “Até pouco tempo atrás, havia uma participação muito pequena de cientistas brasileiros em academias como a TWAS. Mas com o enorme crescimento da ciência brasileira, principalmente nos últimos dez anos, nossa inserção aumentou de maneira expressiva”, disse.
Artaxo coordena o Projeto Temático, “Aeroclima – Direct and indirect effects of aerosols on climate in Amazonia and Pantanal”, apoiado pela FAPESP e realizado no âmbito do Programa FAPESP de Pesquisa sobre Mudanças Climáticas Globais.
Segundo ele, a participação na TWAS permite que os pesquisadores de países em desenvolvimento produzam relatórios e artigos científicos específicos sobre esses países mas com alcance internacional.
“A agenda científica dos países em desenvolvimento nem sempre é a mesma dos desenvolvidos. Os países em desenvolvimento elaboram documentos sobre as mudanças climáticas, por exemplo, que os afetam diretamente. Ou seja, nesse documento não participam países como a Alemanha, Estados Unidos e Inglaterra”, apontou.
Os novos membros da TWAS são indicados por outros pesquisadores já associados à academia. Entre as atribuições, os membros participam das reuniões anuais e integram as comissões deliberativas da entidade. “Os membros brasileiros na TWAS têm de se enxergar como emissários brasileiros para o desenvolvimento da ciência mundial”, disse Bagnato.
O presidente da TWAS é o professor Jacob Palis, pesquisador titular do Instituto de Matemática Pura e Aplicada (Impa). José Israel Vargas, professor emérito da Universidade Federal de Minas Gerais, presidiu a TWAS de 1994 a 2000.
Mais informações: http://twas.ictp.it/mbrs/members-elected-2009