JC e-mail 3861, de 02 de Outubro de 2009.
4. Fraude no Enem: MEC acelerou organização do exame
Justamente no ano em que ampliou o Enem, governo diminuiu tempo entre a data de entrega de propostas e o dia da prova. Foram 78 dias, contra 93 no ano passado, 121 em 2007 e 132 em 2006; Cesgranrio disse que desistiu da disputa para não inviabilizar exame
Antônio Gois escreve para a "Folha de SP":
O MEC assumiu um risco ao, justamente no ano em que ampliou a prova do Enem, diminuir significativamente o tempo transcorrido entre a data de entrega das propostas de empresas interessadas em realizar o exame e o dia da prova.
Em 2006, da data de recebimento dos envelopes das empresas interessadas em concorrer até o dia da aplicação da prova, passaram-se 132 dias (3,73 milhões de candidatos se inscreveram). Em 2007, 121 dias (3,58 milhões de inscritos). No ano passado, foram 93 dias (4,018 milhões) e, neste ano, seriam 78 (4,147 milhões).
O prazo exíguo para organizar o exame foi a justificativa apresentada pela Cesgranrio - fundação que venceu a concorrência nas 11 edições anteriores do Enem - para sair da disputa. O prazo também foi usado como argumento pelo Cespe/UnB para não participar da licitação. Considerou que era pouco o tempo disponível para preparar uma logística tão grande e ainda garantir o sigilo da prova, segundo informou a assessoria da Universidade de Brasília.
Carlos Alberto Serpa, presidente da Cesgranrio, alega que o principal problema seria que, com o prazo mais curto, qualquer recurso (possibilidade prevista no edital) apresentado pela perdedora tornaria inviável a realização do exame.
O edital previa até 15 dias úteis para tramitação dos recursos, se somados os prazos para apresentação, resposta e julgamento por parte do Inep.
Pelo edital, as concorrentes deveriam, inicialmente, provar que tinham condições operacionais de organizar a prova para, depois, apresentar suas propostas técnicas e de preço. A Cesgranrio se retirou da disputa quando o consórcio Connase foi considerado em condições de prosseguir na disputa.
"Ficaríamos com apenas dois meses para o processo. Essas idas e vindas de recursos, que provavelmente aconteceriam, retirariam dias preciosos, o que inviabilizaria a organização tanto para mim quanto para eles [Connase]. Preferi me retirar e dar o prazo cheio para a outra empresa, por entender que o Enem é um projeto da maior importância", diz Serpa.
Desde a primeira edição do Enem, em 98, a Cesgranrio havia vencido todas as disputas. Em anos anteriores, o resultado foi contestado na Justiça. Em 2003, o consórcio que perdeu a licitação para a Cesgranrio chegou a conseguir uma liminar, posteriormente derrubada, suspendendo o processo.
Até 2008, quase todas as avaliações de grande porte do MEC, como a Prova Brasil e o Enade, foram vencidas pela Cesgranrio. Em 2006, erro na base de dados da fundação gerou críticas da Prefeitura de São Paulo, que teve sua nota diminuída na Prova Brasil. O erro foi admitido e corrigido.
(Folha de SP, 2/10
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NOTA IMPERTINENTE DESTE BLOGGER:
Postei assim com um título diferente, mas igual, porque eu não vejo nenhuma diferença na desonestidade de quem 'vazou' a prova do ENEM e a aprovação de livros-texto de Biologia com duas fraudes e algumas evidências científicas distorcidas a favor do fato, Fato, FATO da evolução.
Por que o MEC não se pronuncia a respeito desta inusitada situação, se já tomou conhecimento em 2003 e 2005???)