JC e-mail 4311, de 29 de Julho de 2011.
A israelense Ada Yonath, Prêmio Nobel de Química em 2009, participará da São Paulo Advanced School on Natural Products, Medicinal Chemistry and Organic Synthesis Integrated Solutions for Tomorrow's World (ESPCA - Chemistry).
O evento, que será realizado de 14 a 18 de agosto, no campus da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), é coordenado pela professora Vanderlan da Silva Bolzani, do Instituto de Química (IQ), campus de Araraquara.
Ada integra a lista dos palestrantes agraciados pelo Prêmio Nobel convidados e já confirmados no evento. Os outros são o japonês Ei-ichi Negishi (2010), o americano Richard R. Schrock (2005) e o suíço Kurt Wuthrich (2002).
Nascida em 22 de junho de 1939, em Jerusalém, a cientista recebeu o Nobel de Química juntamente com Venkatraman Ramakrishnan e Thomas Steitz. Conhecida por seus trabalhos pioneiros, Ada estuda a biosíntese, com foco nos ribossomos, que sintetizam o código genético em proteínas. Estudou na Hebrew University e realizou seu doutorado na Weizmann Institute of Science (WIS), onde hoje leciona. O pós-doutorado foi realizado no MIT (EUA). Entre 1986 e 2004, chefiou a Max-Planck Research Unit em Hamburgo, Alemanha.
Por e-mail, Ada Yonath enfatizou seu amor à ciência, em breve entrevista ao Portal Unesp:
Portal Unesp: De que forma um Prêmio Nobel altera a vida profissional de um cientista?
Ada Yonath: No meu caso, a motivação para fazer ciência, principalmente a paixão pela curiosidade e o desejo de descobrir, não mudaram. Contudo, a exposição pública do trabalho desenvolvido aumenta significativamente e fico muito feliz com isso.
Portal: Quais são os principais desafios da área em que a senhora recebeu o Prêmio Nobel?
Ada: As questões mais importantes são entender melhor a forma como o código genético é sintetizado em proteína em todos os organismos. Buscamos ainda descobrir as interações entre as células e o funcionamento dos mecanismos que traduzem esse código. Uma questão essencial é o funcionamento dos ribossomos, um dos constituintes das células animais que tem justamente um papel fundamental nesse processo. Também se está trabalhando na maior eficácia dos antibióticos e na busca das origens da vida.
Portal: Quais as perspectivas para da área no Ano Internacional da Química e nos próximos anos?
Ada: Devemos sempre celebrar a beleza da Química. O futuro dela é trazer cada vez mais conhecimento sobre os processos naturais e trabalhar no design de novos materiais que atendam as propriedades desejadas pela humanidade.
Sobre a ESPCA - A ESPCA é um programa da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp) que financia propostas de eventos que tragam para São Paulo grandes nomes da ciência, além de estudantes e profissionais de todo o mundo, interessados em dar continuidade aos seus estudos em instituições paulistas.
Em Química, a School foi aprovada pela qualidade da proposta e também por ser este o Ano Internacional da Química (IYC, sigla em inglês). Duzentos alunos foram selecionados para participar do evento. Destes, cem receberão auxílios transporte, alimentação e hospedagem.
Além da Fapesp, da Unesp e da Unicamp, também participam da coordenação do evento a Sociedade Brasileira de Química (SBQ), a USP e a Universidade Federal de São Carlos (UFSCar). Informações estão disponíveis no site www.espcachemistry.iqm.unicamp.br.
(Ascom da Unesp)